Tópicos | Hermeto Pascoal

Em 1970, Hermeto Pascoal apresentou o primeiro álbum solo após ter lançado discos com grupos como Quarteto Novo e Brazilian Octopus, mas de curta duração. Com o nome de Hermeto, o álbum foi gravado no A&R Studios em Nova Iorque, nos Estados Unidos, onde o compositor e multi-instrumentista viajou em 1969, a convite de Airto Pereira e Flora Purim que assinam a produção musical de "Hermeto", disco que ganha reedição em CD e LP. A previsão é que o álbum esteja disponível a partir do dia 20 de maio, pelo Far Out Recordings, após 52 anos da estreia do álbum original. 

Gravado com músicos norte-americanos de jazz, instrumentistas do tubista Don Butterfield (1923-2006), do saxofonista Joe Farrell (1937-1986) e do contrabaixista Ron Carter, além dos toques da bateria e da batida de Airto Moreira, o álbum "Hermeto" é expressado pela forma livre de moldes como o artista apresentou o repertório composto por oito temas.  

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Um tema, "Flor do amor", veio com a assinatura de José Neto Pascoal, irmão de Hermeto. Os demais Coalhada, Hermeto, Guizos, Alicate, Velório, As Marianas e Fabíola, pela ordem do LP original, são temas da lavra do próprio Hermeto Pascoal. ``Alicate, As Marianas e Velório'' são faixas gravadas com vocais de Flora Purim e Guizos é apresentado na gravação por Googie Coppola. Com arranjos do próprio músico, o álbum Hermeto foi lançado pela gravadora norte-americana Buddah Records com capa que expõe o artista em foto de Hal Wilson. 

Por Camily Maciel

 

 

 

 

Considerado um dos maiores eventos de música gratuita do país, o MIMO Festival celebra seus 15 anos com uma programação que vai de clássicos como Hermeto Pascoal ao rap de Emicida. A edição de Olinda, berço do festival, acontece entre os dias 23 e 25 de novembro, com 46 atividades, entre shows, concertos, filmes e programa educativo.

A programação musical começa no dia 23 de novembro, com shows de artistas nacionais e internacionais como Dead Combo, de Portugal, e Tom Zé, no palco principal montado na Praça do Carmo. No dia seguinte, sábado, 24, o público poderá conferir os shows do grupo de hip hop palestino 47soul e do rapper brasileiro, Emicida. Já no domingo, 25, será a vez da música pernambucana, com Lia de Itamaracá e a Banda Eddie. E a Igreja da Sé ainda recebe os concertos de Hermeto Pascoal e Egberto Gismonti, nos dias 23 e 24, respectivamente.

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Paralelamente aos shows, o festival MIMO de Cinema exibe 19 filmes, todos inéditos, no Mercado Eufrásio Barbosa - recém inaugurado após quatro anos fechado -, além das tradicionais exibições no pátio da Igreja da Sé. A programação completa do MIMO 2018 pode ser vista no site oficial do evento. 

Serviço

MIMO 2018

23, 24 e 25 de novembro

Sítio Histórico de Olinda

Gratuito

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O Parque Santana, na Zona Norte do Recife, recebeu neste sábado (23), o Festival BB Seguridade de Blues e Jazz. Pela segunda vez na capital pernambucana, o evento trouxe grandes nomes, nacionais e internacionais, para o palco do parque, como o trompetista americano Leroy Jones e o multi instrumentista brasileiro, Hermeto Pascoal. A festa reuniu adultos e crianças numa tarde - que entrou pela noite regada de boa música.

A programação começou cedo, às 14h, com atividades para as crianças. A molecada pôde aproveitar o parque e as oficinas de colagem e musicalização. Logo depois, às 14h30, a música tomou conta do Santana. A primeira a subir ao palco foi a Banda de Chão, seguida pelos pernambucanos da Renato Bandeira & Som de Madeira e o Tributo aos Deuses da Guitarra com 'O Bando'. Depois, o público curtiu o jazz  de Leroy Jones, que se derreteu pela plateia: “Sempre que venho ao Brasil eu digo, vocês são o público mais atencioso e caloroso pra quem já toquei”. E o guitarrista luso-brasileiro Nuno Mindelis tocou seu blues, literalmente, para a ‘galera’, descendo do palco e manobrando sua guitarra no meio da plateia.

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Mas, foi à noite que subiram ao palco as atrações mais esperadas. Passava um pouco das 20h quando o ‘bruxo’ Hermeto Pascoal começou seu show, que mais pode ser considerado uma apresentação de magia. Com seus músicos, ele brincou no palco e encantou os presentes com sonoridades e performances ímpares. Fechando a noite, o cantor Zeca Baleiro mostrou o seu blues. Com uma apresentação especial, apenas com canções deste gênero, ele mandou um repertório que foi de Albert Collin a Sérgio Sampaio.

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Trânsito

Repetindo o acontecido em 2016, o trânsito ficou complicado nas mediações do Parque Santana, logo no início da tarde. Desde o Shopping Plaza, no bairro de Casa Forte, os carros já transitavam lentamente devido ao alto fluxo. As entradas do Parque estavam bloqueadas, o que dificultou um pouco o acesso para quem escolheu ir de carro ao festival. A volta também foi complicada com um fluxo intenso de veículos. Em contrapartida, muitas pessoas preferiram usar suas bicicletas e até skates para chegar ao local.

Aos 81 anos de idade, Hermeto Pascoal, um dos maiores gênios da música brasileira, tem a vivacidade de um menino de 18. E foi ainda menino que ele começou sua trajetória musical, tocando flauta e sanfona, no interior de Alagoas, onde nasceu. Hoje, o artista conta com dezenas de discos lançados, parcerias com músicos de todo o mundo, 10 mil músicas em partitura e o título de Doutor Honoris Causa, conferido pela escola New England Conservatory, de Boston (EUA), em maio de 2017. Hermeto se apresenta no Recife, neste sábado (23), dentro da programação do Festival BB Seguridade de Blues e Jazz, no Parque Santana, e falou, em entrevista ao LeiaJá.com, sobre este show, música e, uma das coisas que melhor pode defini-lo, liberdade. 

O que o público pernambucano pode esperar do seu show, no BB seguridade de Blues e Jazz?

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Isso é o mesmo que você me perguntar: 'hoje chove ou não chove?'. Nos meus shows sempre chove, rola som. Em primeiro lugar sempre a criatividade. Cada show tem no mínimo 15 músicas com os arranjos já ensaiados, acontece que essa liberdade que a gente tem no palco é que quando o show começa, fia nas minhas mãos. Começa com aquela primeira música da lista, aí no meio do 'negócio' já vem uma outra música na cabeça. Aí, aquela que ia, já não vai mais, eu substitui aquela. A gente tem essa liberdade de criar porque no show a gente toca vários ritmos, a gente mistura e toca o que vem na cabeça. Eu começo tocando um instrumento e aí eles (os músicos) já sabem o que acontece. Tem a parte do improviso, mas é coisa de 20%. O mais importante é tocar os arranjos, eu acho lindo os arranjos e eu já venho fazendo isso há 40 anos e o público responde muito bem. Antigamente, era um costume dos outros grupos repetir a mesma coisa. Só que, por exemplo, tocava o Bebê, uma música de quando comecei, tocava ela em dois shows e quando o pessoal pedia de novo eu dizia: 'o bebê cresceu'. A intenção é justamente não ficar preso, premeditar o que vai ser, vai rolando conforme um jogo de futebol.

Você viveu no Recife, ainda pequeno. Qual sua relação com a cidade?

Essa terra é a terra que cheguei aos 15 anos. Não me esqueço nunca dessa minha terra, essa é uma das minhas terras. Me casei aqui e meu filho Fabio, nasceu aqui, no quintal da casa da avó dele, em Porto da Madeira, perto de Beberibe, onde eu morei também. Foi aqui o começo da minha luta, comecei a tocar sanfona aqui. Recebi muita força de Sivuca, de Jackson do Pandeiro. Sempre que estou aqui me lembro dessa turma, dos lugares que eu toquei, é uma coisa sensacional. Quando eu venho pra Recife é um céu. 

E qual é a importância da música nordestina para a música brasileira e mundial, na sua opinião? 

Não existe música de lugar nenhum, existe música universal que é misturada. Você já imaginou quanta colonização teve aqui no Nordeste? O país mais colonizado do mundo é o Brasil. A música feita no Nordeste não é diferente de outras músicas, todas têm semelhanças. Quando não é na linha melódica é o ritmo ou no tema. Eu acho, e acho que Deus também acha, Ele não botou nada na Terra igual justamente para não ficar na mesmice. Então, isso que eu chamo de música universal ela está nesse contexto, mas sem aquele: 'ah, a melhor música do mundo'. Esse negócio da vaidade, isso tudo é besteira.   

Você recebeu o importante título de Doutor Honoris Causa, pela escola New England Conservatory, recentemente. Como é ser doutor?

Fui pessoalmente lá e recebi, esse é o prêmio mais importante que tem no mundo. Mas, vou achar quer sou melhor agora? Não, senhor! EU sozinho não seria nem faria nada. A gente tem que somar, nos amar pra fazer as coisas. Mas foi uma surpresa. Foi uma coisa que me deixou ainda feliz, essa coisa espetacular, de repente. Eu não tenho palavras.   

Este ano você trabalhou no disco Hermeto Pascoal e Big Band (lançamento previsto para outubro de 2017), com mais de 20 músicos. Como foi lidar com um grupo tão grande? Você achou grupos que se enquadram nesse seu estilo 'livre' de criar?   

A Big Band impressiona pela quantidade de músicos, a maneira de escrever é diferente, muda o estilo. Mas trabalhar com um grupo pequeno é até mais difícil, às vezes. A minha função no grupo, além de ser instrumentista, mas sou até menos no grupo, pra chamar a atenção pro arranjador e compositor Hermeto Pascoale sou aquele que rege, que orienta o grupo, pra dar até mais liberdade ainda pra ninguém ficar preso. Pra mim o sentir tem que vir em primeiro lugar, você não pode premeditar uma coisa. O pensamento ele vem pra você, é isso que faz essa música universal. 

E como você consome música hoje? Você ouve na internet, ouve rádio?

Eu não tenho tempo. Não ouço nem a minha própria música. A não ser que você me convide pra um jantar, e coloque uma música minha na sua casa. Eu não quero me influenciar por mim mesmo. Pra não ficar uma imitação de mim mesmo. Quando eu trabalhava em estúdio, me davam um arranjo pra eu fazer, eu relaxo, até ter vontade de fazer. Sou 100% intuitivo. Eu respeito muito a minha criatividade, quando ela vem, não para. Eu faço música em tudo, até na bacia do banheiro. Hoje mesmo, na hora do almoço, eu trouxe dois guardanapos pra fazer música. Eu tenho aproximadamente 10 mil músicas em partitura. Quando falo isso, não é por causa da quantidade, é porque é quantidade em qualidade. Eu quero alcançar ainda, muitas coisas, nessa Terra, não tudo, mas algumas coisas ainda quero, se Deus quiser.

 

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A 3ª edição do Festival BB Seguridade de Blues e Jazz já tem data e atrações confirmadas. No Recife, o evento será no dia 23 de setembro, a partir das 14h30, no Parque Santana Ariano Suassuna, Zona Norte da cidade. O festival é gratuito e traz uma programação que mescla blues, jazz e atividades para crianças.

O trompetista americano Leroy Jones, o cantor Zeca Baleiro e o multinstrumentista Hermeto Pascoal compõem a line up da edição 2017. Entre os nomes confirmado, até o momento, também estão o guitarrista Nuno Mindelis e bandas locais, entre elas a Renato Bandeira & Som de Madeira. Este é o segundo ano que a capital pernambucana recebe o Festival BB Seguridade, que também tem edições em Curitiba, Belo Horizonte, Brasília e São Paulo. 

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Serviço

Festival BB Seguridade de Blues e Jazz

Sábado (26) | 14h30

Parque Santana Ariano Suassuna (Rua Jorge Gomes de Sá, s/n, Casa Forte)

Gratuito

O Recife abre espaço para o jazz nesta sexta (13) e sábado (14). Grandes músicos representantes do estilo vêm à capital pernambucana para participar da 10ª edição do Recife Jazz Festival. As apresentações serão no Teatro Luiz Mendonça, no Parque Dona Lindu. 

Festa After de Jazz abre palco para músicos

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Abrindo o festival, a Orquestra Criança Cidadã Meninos do Coque fará um concerto nesta sexta (13), às 19h. O programa da noite contemplará a Simple Symphony, de Benjamin Britten, e Três Peças Nordestinas, do compositor pernambucano Clóvis Pereira. Após a Orquestra, sobem ao palco Alejanro Chiabrado (Argentina), Jean Kapsa (França) e Hamilton Holanda (RJ). No sábado (14), a grande atração do festival é Hermeto Pacoal, que se apresenta junto à cantora alagoana Aline Morena. 

Programação

Sexta (13) | 19h

Orquestra Criança Cidadã (PE)

Alejandro Chiabrando (Argentina)

Jean Kapsa (França)

Hamilton de Holanda (RJ)

Sábado (14) | 19h

Alex Corezzi (PE)

Ernesto Jodos (Argentina)

David Hellbock (Áustria)

Hermeto Pacoal e Aline Morena (AL)

Serviço

Recife Jazz Festival 

Sexta (13) e Sábado (14) | 19h

Teatro Luiz Mendonça - Parque Dona Lindu (Av. Boa Viagem, s/n - Boa Viagem)

R$ 66 e R$ 33

 

Grandes nomes do jazz mundial vêm ao Recife, nos dias 13 e 14 de março, para o Recife Jazz Festival, que também tem em sua programação representantes locais da música instrumental. As apresentações serão no Teatro Luiz Mendonça, no Parque Dona Lindu, e os ingressos já estão à venda pelo site Eventick

O objetivo do festival, que realiza edições anuais, é divulgar o gênero de Jazz de vanguarda como música de improviso além de atrair turismo consolidando a capital pernambucana como um dos pólos de festivais do país. Nesta décima edição do evento, artistas como Alejandro Chiabrando (Argentina), Jean Kapsa (França) e David Hellbock (Áustria) dividem o palco com nomes da música nacional e local como a Orquestra Criança Cidadã (PE),  Alex Corezzi (PE) e Hermeto Pascoal e Aline Morena (AL). 

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Programação

Sexta (13) | 18h30

Orquestra Criança Cidadã (PE)

Alejandro Chiabrando (Argentina)

Jean Kapsa (França)

Hamilton de Holanda (RJ)

Sábado (14) | 18h

Alex Corezzi (PE)

Ernesto Jodos (Argentina)

David Hellbock (Áustria)

Hermeto Pacoal e Aline Morena (AL)

Serviço

Recife Jazz Festival 

Sexta (13) e Sábado (14) | 18h30 e 18h

Teatro Luiz Mendonça - Parque Dona Lindu (Av. Boa Viagem, s/n - Boa Viagem)

R$ 66 e R$ 33

O bruxo da musicalidade Hermeto Pascoal se apresenta na Caixa Cultural do Recife de 27 a 29 de março. Acompanhado de seis músicos, que tocam com ele há 40 anos, Hermeto relembra histórias da sua carreira.

O espetáculo será acessível para pessoas com deficiência, e é uma comemoração aos 77 anos do alagoano. Há sessões marcadas para as 20h, além de uma sessão extra às 17h no sábado (29). Os ingressos custam R$ 20 e R$ 10 (meia) e serão vendidos a partir das 12h desta quarta (26) na bilheteria do espaço.

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Serviço

Hermeto Pascoal e Grupo

Caixa Cultural Recife (Avenida Alfredo Lisboa, 505 - Bairro do Recife)

(81) 3425 1900 | 3425 1915

27 a 29 de março | 20h de quinta a sábado com uma extra no sábado às 17h

R$ 20 e R$ 10 (meia)

Na noite desta quinta-feira (5), foi realizado, no estacionamento do Jaraguá, região central de Maceió, o show de comemoração aos 198 anos da cidade. As atrações foram variadas, e incluíram um cortejo cultural e muita música na voz de cantores alagoanos. 

Dos artistas que se apresentaram no palco montado a céu aberto, os mais aguardados pela multidão foram o compositor arapiraquense Hermeto Pascoal e o cantor maceionse Djavan. Eliezer Setton, Wilma Araújo, Geraldo Cardoso, Tibério Jr., Kel Monalisa e Wilma Miranda, Elaine Kundera e Coretfal abriram a noite. Foram vários hits da música alagoana, como o clássico de Setton “Não há quem não morra de amores pelo meu lugar”.

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Fechando com chave de ouro a sequência, Carlinhos Moura interpretou, com todos os artistas que participaram da abertura e o público, Maceió, minha sereia, maior sucesso da carreira do cantor de Palmeira dos Índios.

Cortejo Cultural

Os grupos Coretfal, Coletivo AfroCaeté, Maracatu Baque Alagoano, Waneska Pimentel, Ronaldo de Andrade, Fernanda Guimarães e Roberta Aureliano emocionaram o público em um cortejo que emocionou o público e reuniu vários ícones da cultura popular alagoana. Reisado, Guerreiros, Bumba meu boi e até a Nossa Senhora dos Prazeres, padroeira de Maceió, foram homenageados na noite de aniversário da cidade.

Hermeto e Djavan

Após longos minutos de atraso, Hermeto Pascoal subiu ao palco, presenteando o público com um verdadeiro show de arranjos musicais e composições ousadas, como tocar o clássico natalino Noite Feliz com um berrante. Apesar da genialidade expressa na forma de música que enriqueceu a noite no estacionamento do Jaraguá, Pascoal não foi recebido com tanto entusiasmo pelo público. Em certo momento da noite, algumas pessoas que estavam na platéia fizeram gestos sinalizando que Hermeto deveria ir embora, mesmo sem a apresentação haver terminado.

Também atrasado, Djavan embalou o público com o show do novo CD, intitulado Rua dos Amores, lançado este ano. 

A festa não para! 

A lista de atividades que fazem parte da programação dos 198 anos de Maceió inclui também a Mostra Sururu de Cinema Alagoano, que começa nesta sexta-feira (6) e segue até a segunda-feira (9). A partir das 20h, na praça Multieventos, na Pajuçara, haverá a exibição de curtas realizados por produtores do estado. O evento também inclui a Mostra Competitiva, que é dividida em 11 categorias e vai entregar R$ 18 mil aos vencedores.

O gênio da música brasileira e mundial Hermeto Pascoal é atração confirmada para a próxima edição do Macuca Jazz Festival, que acontece entre os dias 16 e 18 de novembro na fazenda Macuca, localizada no município de Correntes, no agreste de Pernambuco. A notícia do show de Hermeto foi dada em setembro no twitter do Boi da Macuca, mas só agora a informação começa a atrair a atenção das pessoas, principalmente após o site oficial do artista ter colocado a apresentação na agenda de shows.

A fazenda Macuca é conhecida em Pernambuco principalmente por conta do seu Boi, que foi criado em 1989. Todo ano, próximo ao carnaval, é realizado um festival com duração de vários dias, atraindo uma multidão de pessoas, que acampam durante a realização do evento. Outro evento realizado no espaço é exatamente o Macuca Jazz Festival, que acontece entre os dias 16 e 18 de novembro e trará Hermeto Pascoal para uma apresentação.

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"Há mais de dez anos queremos trazer Hermeto", conta em entrevista por telefone ao LeiaJá, Zé da Macuca, dono da fazenda e responsável pelas diversas atividades culturais ligadas ao espaço. Ele explica que Hermeto Pascoal é um artista com "a cara da Macuca", e que foi convidado para a edição do ano passado, mas não foi possível trazê-lo. "Com Hermeto, o evento passa a ter outra dimensão, outra proporção. Hermeto vai dar luz aos candeeiros da Macuca", comemora Zé.

A programação completa do Macuca Jazz Festival ainda não foi fechada, mas a data da apresentação de Hermeto Pascoal será o dia 17 e algumas atrações já estão confirmadas, como as bandas locais Anjo Gabriel e Mabombe. Como de costume, haverá ônibus saindo do Recife para a Macuca, e há a possibilidade de acampar na fazenda, mediante o pagamento de uma taxa (ver valores no serviço desta matéria).

Serviço
Macuca Jazz Festival
16 a 18 de novembro
R$ 30 (pacote para os três dias) | R$ 10 (dias 16 e 18) | R$ 20 (dia 17, data do show de Hermeto Pascoal) + R$ 15 (por dia para cada barraca de camping)
Fazenda Macuca (Correntes -PE)

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No último sábado (15), o Festival Internacional de Teatro de Objetos (FITO), conferiu ao Marco Zero uma atmosfera rítmica. Desta vez, os objetos utilizados em cena não se transformaram em personagens, mas sim em instrumentos musicais.  O clima veio do show do compositor e multi-instrumentista Hermeto Pascoal, principal atração musical do segundo dia do evento. 

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Conhecido por descobrir e retirar som de qualquer objeto, o compositor alagoano que morou no Recife nos anos 1950,  fez um show em completa sintonia com a proposta do Festival e principalmente com o público. Na primeira parte da apresentação, Hermeto mostrou a cumplicidade que estabelece com todos a sua volta, a começar pela sua banda. Durante os arranjos, o alagoano gesticulava como se estivesse regendo uma orquestra e se comunicava corporalmente com os músicos, reagindo a cada variedade rítmica. Hermeto dançou, pulou, soltou beijos para a plateia e demonstrou sentir-se em casa, deixando o público, também, à vontade. 

Os objetos só entraram em cena na segunda parte do show. Hermeto trouxe um número especial em que os músicos retiram som de garrafas enquanto ele os acompanha no teclado. "Esse número é pra mostrar que não brincamos em serviço. Claro que utilizamos as garrafas cheias de propósito, para bebermos depois", brinca. Panelas e objetos de cozinha também serviram de suporte para sons improvisados, fazendo do momento a cara do Festival.

Dono de uma simpatia sem tamanho, o alagoano exigiu a participação do público várias vezes durante a apresentação, com quem dividiu expressões vocais improvisadas. O compositor ainda se referiu aos presentes como parte fundamental de suas apresentações: "Para nós, músicos, é muito importante a percepção de vocês, isso nos ensina. É uma percepção que vem dos céus. Obrigado, vocês são maravilhosos", comentou em uma das vezes. Hermeto relembrou, com carinho, sua trajetória no Recife, onde ainda adolescente já tocava a sanfona de 8 baixos, primeiro instrumento que resolveu experimentar. Ao falar de suas raízes na capital pernambucana, o alagoano referiu-se à época como "uma história que o fez evoluir".

Em outro momento, sons retirados de sapato e copos, ambos de madeira, contribuiram para a identidade do show. A mulher do compositor, Aline Morena, que também canta na banda, chamou atenção ao produzir um som concentrado a partir de tapas nas coxas. Em seguida, a cantora pegou duas cascas de coco e batendo uma na outra, completou o improviso ao mesmo tempo que cantava e dançava. Como se já não bastasse a farra no palco, Hermeto pediu que suspendessem as palmas ao final do show e, junto com sua banda, aplaudiu o público em forma de agradecimento num dos momentos mais inspirados da noite. O músico parabenizou a idealização do evento e fez questão de frisar a sintonia com a essência do festival, dizendo que "música boa também é teatro".

A noite teve seu desfecho com Vassourinhas, momento em que Hermeto utilizou uma chaleira como instrumento de sopro - objeto que já costuma explorar musicalmente em seus shows - sendo acompanhado pela banda que se revezava entre os instrumentos e bichinhos de borracha que emitiam sons infantis . Em seguida, o compositor desceu do palco e seguiu com sua banda no meio do público, em clima de cortejo. 

O convite para tocar no FITO não poderia ser mais apropriado para o artista auto-didata, que, com sua percepção aguçada, já explorava sons oriundos da natureza desde pequeno, como o pífano improvisado a partir de um cano de mamona de gerimun. Hermeto faz do palco um verdadeiro laboratório musical, onde sai experimentando e improvisando sons de origens diversas, recebendo, por isso, uma enorme respaldo do público."Acompanho o trabalho de Hermeto desde o Quarteto Novo. É perceptível a revolução em termos arranjos que ele provoca quando sobe no palco. Me arrepiei todinho na parte das garrafas", declarou o ilustrador e designer Raul Souza, 23 anos.

TEATRO DE OBJETOS -  Bonecos decorativos para bolos de casamento é a matéria-prima utilizada pela companhia belga Gare Centrale no espetáculo Perturbações, apresentado na segunda noite do FITO na sala 01, montada no Marco Zero. Encenada pela artista e diretora da companhia, Agnès Limbós, e pelo músico e ator Gregory Houben, Perturbações conta a história de um casamento que começa por amor e se desgasta com o tempo. O público pôde conferir a rotina do casal durante a lua de mel em Nova York em momentos de tédio e tensões. Para isso, os atores manipulam casais de bonecos e narram a história como se também estivessem interpretando, inclusive se vestindo à caráter de acordo com a situação encenada.

Apesar do atraso de mais de meia hora, o espetáculo conquistou  o público em geral, arrancando riso fácil da plateia logo de cara. A criatividade chama atenção do espectador, que se identificou com as situações cômicas, muitas vezes incrementadas com sons de instrumentos e canções entoadas pelos próprios atores que também improvisavam ruídos e sons de animais como cachorro e besouro. Durante o espetáculo, vários objetos entram em cena, como móveis de bonecos, corneta, teclado, carros de brinquedo, entre outros.

Entretanto, Perturbações peca ao prever que o público em geral tenha conhecimento da língua inglesa, utilizada na maior parte do espetáculo pelos atores, com apenas alguns pequenos trechos em português. O recurso é capaz de confundir o espectador e provocar desinteresse."Se eles falassem só uma língua seria melhor para a plateia entender, acabou ficando sem graça por causa disso. O espetáculo é bastante criativo, principalmente pelo uso dos bonecos, mas a partir do momento que começam a falar só a língua deles, pra que nós vamos querer assistir?", questionou Késia de Alcântara, 23 anos. Talvez por isto, algumas pessoas deixaram a sala antes mesmo da apresentação acabar.

 

Desta sexta-feira (14) até o próximo domingo (16), o Marco Zero, no Bairro do Recife, se transforma num grande palco para receber a segunda edição do Festival Internacional de Teatro de Objetos. O FITO exibe atrações locais, nacionais e internacionais e promete encantar o público. Um dos espetáculos mais aguardados da programação é o Polichinelo de Gavetas, da Bélgica, além das apresentações de dois grandes nomes da cultura popular brasileira: Hermeto Pascoal e Naná Vasconcelos.

Polichinelo de Gavetas é interpretado pelo ator belga Stepfane Georis e conta a história de Olaf, um filósofo que compartilha casos divertidos e poéticos e aborda temas da realidade coletiva com uma linguagem inteligente e cheia de sensibilidade. Na apresentação são utilzados objetos típicos do cotidiano.

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Outra grande atração do FITO é Hermeto Pascoal, um ícone da música nordestina, respeitado e reconhecido internacionalmente. Para o festival o músico apresenta Hermeto Pascoal e Grupo, espetáculo que transforma garrafas e até tamancos em instrumentos musicais. Além de Hermeto, Naná Vasconcelos leva música ao festival, com o espetáculo Guarda Som. Criada especialmente para o FITO, na apresentação Naná toca um guarda-roupa, grande curiosidade do show e desafio para o multi-instrumentista. 

O FITO promove, das 16h às 21h30, espetáculos da Bélgica, Franca, Israel, Alemanha e Portugal. 

Confira a programação completa do 2º Fito.

Serviço
II Festival Internacional de Objetos – FITO
Sexta-feira (14) à domingo (16), 16h às 21h30
Marco Zero (Bairro do Recife)

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