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Integrantes da Federação dos Trabalhadores da Agricultura Familiar de Pernambuco (Fetraf) esperam ser recebidos pelo Governo do Estado para debaterem questões como escassez, assistência técnica, gado, reforma da previdência e educação.

Dezenas de integrantes da Federação dos Trabalhadores da Agricultura Familiar de Pernambuco (Fetraf-PE) saíram em caminhada da Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe) até o Palácio do Campo das Princesas, na área central do Recife, na tarde desta sexta-feira (24).

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Concentrados na Praça da República, eles esperam ser recebidos para debater uma série de questões com relação à agricultura.  “Estamos esperando algum representante da Casa Civil para debatermos uma pauta sobre a questão hídrica porque o povo do semiárido sobre com a escassez. Também falaremos sobre a assistência técnica, que é fundamental. Outros dois pontos importantes da nossa pauta são o programa chapéu de palha para agricultura familiar e um banco de sémen pra poder fortalecer o nosso rebanho”, explicou o presidente da Fetraf, João Santos.

O grupo veio de varias cidades do interior de Pernambuco como Lagoa de Itaenga, Bezerros, Gravatá, Bonito, Palmares, Mirandiba e Buenos Aires. A pauta desta sexta foi entregue há cerca de 30 dias a representantes do governo e eles esperam poder debatê-la ainda hoje antes de voltarem ao interior.

“Nós nem sabíamos que o presidente Jair Bolsonaro (PSL) estaria aqui no Recife hoje. Foi coincidência. O governador não vai nos receber exatamente porque está com o presidente. Mas Bolsonaro, pra nós, não importa onde ele está ou deixa de ir. Ele não merece nem nossa atenção”, disparou o presidente da Fetraf.

Mais cedo, o grupo participou de uma audiência pública na Alepe sobre o projeto de Reforma da Previdência e contra o “desmonte da educação”.

O agricultor Ivanildo Gomes tem 71 anos e veio acompanhando o grupo. Para ele, é preciso lutar pelos direitos do trabalhador rural. “Se assinarem a reforma da previdência os agricultores vão morrer com falta de comida e de alimentos. O Brasil não está quebrado, eles querem fazer isso para humilhar os pobres e sofridos. Os trabalhadores não têm dinheiro para pagar por essa previdência. Bolsonaro é o pior presidente que o Brasil já teve. Ele precisa cair fora”, opinou Ivanildo.

 

A coordenação geral da Federação dos Trabalhadores na Agricultura Familiar de Pernambuco (Fetraf-PE) vai se reunir com a secretaria de Agricultura e Reforma Agrária, na manhã da quinta-feira (29), para discutir a pauta de reivindicações dos agricultores familiares. A reunião foi agendada após os agricultores ocuparem o prédio da secretaria, durante a terça-feira (27). Outro encontro deverá ser realizado no início de novembro.

Os trabalhadores familiares pediam o andamento da pauta de reivindicações, entregue no final de abril ao governador Paulo Câmara durante a jornada de lutas estadual. Segundo o presidente da Fetraf-PE João Santos, o governo não havia feito nada com relação às demandas. 

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Segundo a federação, o secretário de Agricultura e Reforma Agrária Nilton Mota se comprometeu a agilizar algumas das pautas, como a retomada dos projetos de criação de animais de pequeno porte e criação de 300 barracas (pontos de vendas dos produtos da agricultura familiar) em novembro e mais 350 em dezembro. Das 10 mil cisternas que haviam sido prometidas para 2015, a pasta se comprometeu a entregar duas mil até o final do ano, além de acelerar o projeto de encanação para os trabalhadores do Agreste.

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Centenas de agricultores familiares estão acampados em frente à sede da Secretaria de Agricultura e Reforma Agrária do Estado, no bairro do Cordeiro, Zona Oeste do Recife. A categoria, através da Federação dos Trabalhadores na Agricultura Familiar (Fetraf-PE), já havia anunciado que realizaria a mobilização nesta terça-feira (27). Segundo a organização, são esperados milhares de pessoas até o final da tarde de hoje. 

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“Estamos aqui para cobrar do governo em relação à pauta entregue no dia 28 de abril, em reunião com Paulo Câmara e alguns secretários. Passaram-se seis meses e não houve avanço para os trabalhadores”, disse o presidente da Fetraf-PE, João Santos. Perfuração de 100 mil poços nas comunidades de agricultura familiar, construção de cisternas, barragens, liberação de kits de irrigação, além de outras demandas, estão na pauta de reivindicações dos trabalhadores. 

Outro pedido dos agricultores é a liberação das terras da Usina Pumaty, na Mata Sul pernambucana, para que os trabalhadores possam usufruir e cultivar nos locais. A Usina estava muito tempo parada, mas foi arrendada, no começo de 2015, pela cooperativa Agrocan. Segundo os trabalhadores, as terras seguem ociosas. 

“O falecimento das usinas tem causado êxodo rural, porque os jovens veem as condições dos pais e não querem seguir como agricultores. O governo precisa fomentar iniciativas para dar sustentação ao povo do campo”, afirmou Wilson Marques, diretor da Fetraf Sirinhaém. É aguardada a participação de mais de 150 presidentes dos Sindicatos da Agricultura Familiar em todo o Estado.  

Trabalhadores aguardam representantes do Estado, já que o governador Paulo Câmara está em Brasília, para compromisso com vários ministros. A assessoria da Secretaria de Agricultura e Reforma Agrária garantiu encaminhou uma nota de posicionamento. Veja na íntegra:

A Secretaria de Agricultura e Reforma Agrária mantém um diálogo permanente com movimentos sindicais e sociais ligados à agricultura familiar no estado.

Desde a entrega da pauta, em abril, ocorreram pelo menos seis reuniões entre os gestores da secretaria e os representantes da Federação dos Trabalhadores da Agricultura Familiar - Fetraf/Pe para discutir ações de fortalecimento do setor.

Reuniões que resultaram em um convênio que garantiu a realização da 11º Jornada Estadual de Lutas da Agricultura Familiar da Fetraf/Pe pelo desenvolvimento da zona da mata, do semiárido e fortalecimento do meio ambiente.

Até o mês passado, em todo o estado, 103 poços foram perfurados, 29 barragens (pequeno e médio porte) construídas e/ou recuperadas e três sistemas simplificados de abastecimento de água instalados em comunidades rurais.

Foram entregues 1.903 cisternas de caráter produtivo de um total de 9.395 em andamento. nos últimos cinco anos, foram implantadas 14.5 mil cisternas do tipo em Pernambuco.

Também foram entregues outros 1030 reservatórios de 16 mil litros para consumo dos agricultores da zona rural de um total de 35 mil unidades contratadas e em andamento.  

Mais de 550 milhões serão investidos em Pernambuco no Plano Safra da Agricultura Familiar do próximo ano. Recursos aplicados em assistência técnica, em crédito bancário, nos programas de aquisição de alimentos, no seguro destinado a quem registrar perda de lavoura por conta da estiagem.

 

Com informações de Jorge Cosme.

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