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O Centro Aquático será um lugar especial nesta primeira semana dos Jogos Olímpicos de Tóquio. O complexo esportivo recebe as provas de natação e as grandes estrelas internacionais da modalidade. Haverá uma ausência, a de Michael Phelps, o americano que colecionou medalhas e recordes nas últimas três edições dos Jogos. Outros, no entanto, aparecem para ocupar os lugares vagos. O time do Brasil tem muitas caras novas, 19 ao todo, mas também muita esperança, sobretudo nas braçadas rápidas e certeiras de Bruno Fratus, no 50m livre, e no revezamento masculino. O País é forte na Maratona, mas em outras águas.

O Centro Aquático de Tóquio foi construído especialmente para a Olimpíada e teve um custo de US$ 542 milhões (R$ 3,3 bilhões), sendo uma das últimas instalações esportivas a ficar pronta para a disputa.

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Lá, atletas como Katie Ledecky e Caeleb Dressel, ambos dos Estados Unidos, devem assumir o protagonismo e faturar muitos pódios. Dressel é apontado como o substituto de Phelps. Já a delegação brasileira conta com 26 competidores nas provas de piscina. O time passa por um período de transição e reformulação, quando os ciclos olímpicos acabam para uns e se abrem para outros.

A maior chance de medalha individual do Brasil é com o velocista Fratus. Ele herda as braçadas de Cesar Cielo, ouro nos Jogos Olímpicos de Pequim, em 2008, na mesma prova.

As façanhas da natação são sempre acompanhadas por torcedores entusiasmados. Desta vez os atletas vão nadar para eles mesmos, para os colegas e treinadores. Estarão sozinhos como nos treinos durante os quatro anos de uma edição para a outra - em Tóquio, foram cinco em função do adiamento por causa da covid-19.

A arena onde muitos vão brilhar tem capacidade para 15 mil espectadores. Receberá, além das provas de natação, as disputas de saltos ornamentais e nado artístico. Mas o que mais chama atenção no ousado projeto japonês é a forma como ele foi construído. O teto de 7 mil toneladas foi feito no chão e só depois içado para a posição final. É apoiado em quatro colunas em obra incrível de engenharia. Tal método de construção fez com que o custo fosse um pouco menor e também ficasse pronto mais rápido. O Centro Aquático dos Jogos de Tóquio conta com uma piscina olímpica de 50 metros com borda que pode ser movida, de modo a transformá-la na distância de 25 metros. A profundidade também pode ser alterada.

O local tem ainda uma piscina de mergulho de maior profundidade, para os saltos ornamentais, uma piscina reserva e uma área de treinamento. Possui equipamentos acessíveis a cadeirantes e pessoas com necessidades especiais.

Outro ponto relevante da arena aquática é que ela conta com painéis solares e um sistema de equipamento geotermal que é utilizado para aquecer a água da piscina. Isso conversa diretamente com os padrões de sustentabilidade dos Jogos do Japão. As provas de natação começam neste sábado, às 7h (horário de Brasília). As finais serão disputadas pela manhã no Japão, à noite no horário do Brasil.

RENOVAÇÃO - O Brasil levou 31 atletas. Mesmo que boa parte seja de iniciantes olímpicos, eles já carregam uma boa bagagem internacional. Muitos já participaram do Campeonato Mundial, Pan ou de Jogos Olímpicos da Juventude. Caio Pumputis, um dos grandes nomes da nova geração, soma 42 torneios internacionais. Ele conversou com o Estadão no mês passado. "A renovação tem de existir. Nos Estados Unidos isso é constante. Sempre tem molecada que aparece com força. Nunca tive problema com pressão. A bagagem vai ajudar a manter o controle", disse o nadador de 22 anos, medalha de prata nos Jogos Pan-Americanos nos 200m medley e dono do índice olímpico na mesma prova - também vai nadar os 100m peito.

"A maioria dos atletas já tem vivência internacional. Isso é importante para a nova geração. Ver atletas mais novos na primeira Olimpíada motiva os atletas da base", opinou Viviane Jungblut antes de seguir para Tóquio. Ela foi classificada para os 1500m livre com o recorde brasileiro de 16min14s00.

Renato Cordani, chefe de equipe da natação em Tóquio, afirmou que o objetivo mínimo dos nadadores é alcançar a final. Depois, será a hora de pensar nas medalhas que não vieram na última edição dos Jogos. Em 2016, o País conquistou o recorde de finais na história olímpica - oito - e participou de dez semifinais. Foram quebrados quatro recordes sul-americanos e um brasileiro. Mas ficou faltando subir ao pódio.

"Nos Jogos do Rio, a natação ficou sem medalhas, e vamos em busca de voltar ao pódio e povoar as finais e semifinais em Tóquio", disse, em junho, o dirigente da Confederação Brasileira de Esportes Aquáticos (CBDA).

É preciso ressaltar que a pandemia dificultou a vida de todos, sem lugar para nadar, com academias fechadas, mas a superação, por natureza, faz parte da vida dos grandes esportistas.

Dirigentes esportivos, atletas e comitês olímpicos nacionais têm se manifestado nos últimos dias a favor da mudança de data dos Jogos de Tóquio, no Japão. O impacto de pandemia do novo coronavírus tem criado uma pressão sobre o Comitê Olímpico Internacional (COI) para mudar a data do evento, previsto para começar no dia 24 de julho. Apesar do ambiente de cobrança, as federações internacionais das modalidades ainda não manifestaram sobre o tema.

Atletas da natação e do atletismo, as duas provas mais nobres da Olimpíada, já começam a demonstrar seu descontentamento com a postura do COI em não mudar a programação dos Jogos de Tóquio. Por causa da pandemia de coronavírus, muitos estão tendo de ficar em isolamento e sem possibilidade de treinar. Os clubes esportivos também estão fechados.

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"É um ano que representa muito para nós atletas de alto rendimento. Eu não sou a favor. O mundo grita para uma outra situação, focada na saúde. Nosso planejamento está sendo recuado. Muita gente sem piscina e sem poder treinar, ou seja, sem conseguir seguir os planos de treinamento. Não cabe a mim decidir, mas sim falar sobre. Quanto mais a gente se unir e olhar para o próximo, vamos passar por essa", disse a nadadora Etiene Medeiros.

A programação da atleta foi totalmente prejudicada por causa do coronavírus. Ela estava em uma reta final de preparação para a seletiva olímpica, que seria de 20 a 25 de abril, mas o evento que garante vaga nos Jogos de Tóquio foi adiado para 22 a 27 de junho. Assim como ela, outro brasileiro importante da natação pediu adiamento dos Jogos: Bruno Fratus, que nas redes sociais questionou Kirsty Coventry, presidente da comissão dos atletas do COI.

"Kirsty, como colega nadador e atleta olímpico, eu te peço para reconsiderar e consultar outros atletas pelo mundo. Não tenho certeza se você está sabendo que muitos atletas, como eu, estão impossibilitados de treinar. Além disso, o conselho para 'continuar fazendo o que vocês estão fazendo' me parece desconectado da realidade quando você vê líderes mundiais diariamente na televisão pedindo para as pessoas se isolarem", disse.

Ciente das críticas e da pressão que vem sofrendo para mudar sua postura, Thomas Bach, presidente do COI, pediu um pouco de calma aos atletas. "Vamos continuar agindo de maneira responsável no interesse dos nossos atletas, mas respeitando os dois princípios: o primeiro, a saúde de todos nossos atletas e a contenção da contaminação dos vírus, e o segundo, protegendo o interesse dos atletas e dos esportes olímpicos, e esse foi espírito desta produtiva reunião", disse.

DIRIGENTES CRITICAM - O Japão tem a previsão de receber mais de 600 mil estrangeiros durante o período e garante até o momento que não pretende mudar a data. A postura irredutível tem irritado personalidades do esporte a ponto de, na última terça-feira, representantes de comitês olímpicos nacionais debaterem em uma videoconferência o risco de se realizar um evento tão grande durante uma pandemia.

"As notícias que recebemos todos os dias são desconfortáveis para todos os países do mundo, mas para nós, o mais importante é que nossos atletas não podem treinar e celebrar os Jogos em condições desiguais. Queremos que a Olimpíada aconteça, mas com segurança", disse o presidente da entidade espanhola, Alejandro Blanco. Segundo o dirigente, os atletas locais estarão em desvantagem na Olimpíada pois não têm conseguido treinar. A maioria está em confinamento, para evitar o contágio.

O Comitê Colombiano também manifestou preocupação com a realização da Olimpíada. O pedido deles é para deixar a competição para depois. "A decisão mais prudente e, é claro, a mais respeitosa do Comitê Olímpico Internacional e dos organizadores de Tóquio é adiar os Jogos, caso não possam garantir a participação sem riscos", afirmou Baltazar Medida.

Potência olímpica, a Grã-Bretanha aumenta a lista de países que têm apelado para adiar os jogos. Em entrevista ao jornal The Guardian o diretor da UK Athletics, órgão que rege o atletismo no Reino Unido, Nic Coward, revelou sentir uma angústia nos atletas. "Com o fechamento das instalações, a capacidade dos atletas de obterem a melhor forma possível é comprometida na melhor das hipóteses. Isso está criando pressão intensa. As pessoas precisam entender isso", comentou.

O país com mais mortes no mundo pelo novo coronavírus, a Itália, também pensa parecido. Presidente do comitê olímpico local por 14 anos e atual presidente da federação nacional de basquete, Giovanni Petrucci fez críticas pesadas. "Eu não sou contra a Olimpíada, mas dizer que a Olimpíada ainda vai continuar é um grande erro de comunicação", disse. "Não sou o único que pensa assim. Outros simplesmente não querem dizer isso", acrescentou.

Foi no clima de "redenção" que Bruno Fratus celebrou a medalha de prata nos 50 metros livres no Mundial de Esportes Aquáticos de Budapeste, na Hungria. Neste sábado (29), ele só ficou atrás do norte-americano Caeleb Remem Dressel, um dos fenômenos da competição, na prova mais veloz da natação.

"É quase um sentimento de redenção. Eu não me considero um nadador extremamente talentoso. Lógico que tenho algum talento. Mas são muitos anos de natação. Comecei a treinar pesado com 15 anos, estou com 28 agora. Só treze anos depois estou subindo no pódio com um vice-campeonato mundial. Foram muitos metros, treinos, dores. Muito esforço", destacou o nadador, em entrevista ao Sportv.

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A "redenção" se deve principalmente ao resultado considerado decepcionante na Olimpíada do Rio de Janeiro. Um dos raros brasileiros com chances de medalha na natação nos Jogos de 2016, Fratus foi apenas o sexto colocado nos 50m livre. A decepção, enfim, foi superada neste sábado.

"A única mensagem que queria deixar é que a medalha não é só minha. Ela é de todo moleque, de toda menina que se pergunta se vale a pena ir treinar. Recebo muitas mensagens em redes sociais de meninos me perguntando se vale a pena treinar, se vale a pena insistir. Vale e vale muito a pena!", declarou o nadador de 28 anos.

Nesta mesma final, Fratus competiu contra o compatriota Cesar Cielo. Recordista mundial da prova, o brasileiro não conseguiu passar do oitavo e último lugar na final. Ao fim da prova, Fratus exaltou o companheiro.

"Cesar Cielo é o melhor velocista de todos os tempos. Melhor do que Alexander Popov, do que Gary Hall Junior. É o melhor, isso é indiscutível. A natação e o esporte brasileiros devem muito a ele. O legado dele é inabalável, está aí de novo", declarou o medalhista de prata.

Cielo encarou o Mundial de Budapeste como uma última chance em sua carreira. E vem obtendo sucesso. Finalista dos 50m livre, foi prata no revezamento 4x100m livre no domingo passado. Depois da final, se mostrou animado com o futuro e indicou que deve seguir competindo em alto nível nos próximos meses.

"Ele passou por uma fase ruim no ano passado, mas está aí de novo", disse Fratus. "Todo mundo tem uma fase ruim. Mas ele conseguiu se reerguer, entrou na final. Só disse 'parabéns' para ele depois da prova, por ele estar aqui, por estar brigando. Ele não fez número na final, ele brigou", destacou.

Bruno Fratus conquistou neste sábado a medalha de prata nos 50 metros livre no Mundial de Esportes Aquáticos de Budapeste. O brasileiro só não foi melhor do que o norte-americano Caeleb Remem Dressel, um dos fenômenos da competição disputada na Hungria, na prova mais veloz da natação.  Cesar Cielo terminou na oitava e última colocação da final.

Para chegar ao vice-campeonato mundial, Fratus precisou cravar o melhor tempo de sua carreira na distância: 21s27. Dressel, o campeão, marcou 21s15, ainda distante do recorde mundial (20s91), registrado por Cielo no fim de 2009, ainda na era dos supermaiôs. Na final deste sábado, o recordista bateu apenas em oitavo, com 21s83. Ele acabou fazendo tempo pior do que na semifinal, quando marcou 21s77.

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O feito de Fratus marcou a quinta medalha brasileira nesta edição do Mundial. "Já estou até sem voz. Acabou o pesadelo que foi o Rio-2016, só isso", desabafou o medalhista de prata, em entrevista ao Sportv. Fratus era uma das poucas esperanças de medalha brasileira na Olimpíada, porém terminou a final dos mesmos 50m livre na sexta colocação, longe do pódio.

"Finalmente eu melhorei meu tempo, é a melhor competição da minha vida. Estou muito feliz pelo meu tempo. Gostaria de ter ganho, claro. Mas é que o cara é um monstro", disse Fratu, referindo-se Caeleb Dressel. "Mas estou me sentido muito bem pelo meu tempo. Também estou agradecido por ter um cara que nem ele, muito motivado e botando o nível para cima, nesta prova."

Mesmo longe do pódio, Cielo comemorou a participação na final. "Eu nadei o melhor que eu tinha. Não é um resultado que eu gostaria em relação ao tempo. Queria ter andado um pouco mais rápido que isso. Meus objetivos neste Mundial eram subir ao pódio e entrar na final do 50m livre", disse o nadador, que faturou a prata com o revezamento 4x100m livre no domingo passado.

Para o atleta, a disputa da final teve gosto de renascimento em sua carreira. "É uma temporada de cada vez, se tivesse dado errado aqui eu talvez repensasse tudo. Vamos continuar, tentar mais um pouco. Enquanto eu achar que estou ajudando a equipe, o revezamento, vou estar no meio. Quando eu ver que não está dando mais, aí vamos ver", disse Cielo, sobre seu futuro.

O dono dos recordes mundiais dos 50m e 100m livre vive sua melhor fase desde o ouro nos 100m livre do Mundial em piscina curta, em dezembro de 2014. Depois disso, Cielo passou por muitos problemas. Em 2015, deixou o Mundial de Kazan com uma lesão no ombro. No ano passado, não conseguiu a vaga para os Jogos do Rio.

Tirou, então, um período sabático para curtir a família. Em fevereiro, anunciou a volta às piscinas ao retornar ao Esporte Clube Pinheiros. A vaga no Mundial de Budapeste veio após boas performances no Troféu Maria Lenk deste ano.

A penúltima noite de natação foi marcada por feitos históricos, com o mito Michael Phelps conquistando a 27ª medalha olímpica da sua carreira, com uma prata dividida com outros dois nadadores nos 100 m borboleta.

O mito não foi o único americano a fazer história nesta sexta-feira (12). A jovem prodígio Katie Ledecky conseguiu fechar a trinca 200-400-800 m livre, ao pulverizar o recorde da distância mais longa.

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Outro feito impressionante ficou por conta do veterano Anthony Erving. O californiano de 35 anos sagrou-se bicampeão dos 50 m nado livre 16 anos depois de ter conquistado o primeiro ouro, nos Jogos de Sydney-2000.

Ele superou por apenas um centésimo o francês Florent Manaudou, que havia conquistado o ouro em Londres-2012 e teve que se contentar com a prata.

Na mesma prova, esperava-se que Bruno Fratus fosse acabar com o jejum da natação brasileira nesses Jogos, mas o nadador de Macaé ficou apenas em sétimo.

O alento veio com Etiene Medeiros, que conseguiu se classificar para a primeira final olímpica da sua carreira "aos 45 do segundo tempo", com o sétimo melhor tempo das semifinais da prova feminina dos 50 m livre.

Antes disso, a pernambucana tinha sido eliminada nas séries da sua melhor prova, os 100 m costas, e nas semifinais dos 100 m livre.

"Eu mudei tudo. Cheguei com uma cabeça, estou saindo com outra. Estou muito feliz. Quando eu passar por aqui amanhã, acho que vão sair dez toneladas de mim. Essa semana foi muito dura, muito aprendizado", desabafou a brasileira, que conseguiu sua melhor marca na distância (24.45), estabelecendo o novo recorde sul-americano.

A natação brasileira terá outra possibilidade de medalha com o revezamento 4x100 m medley masculino, que será a última prova da natação nos Jogos Olímpicos, e também deve marcar a despedida de Phelps, se o astro de 31 anos for confirmado na equipe americana.

- Duelo de gerações -

Nesta sexta-feira, o mito foi superado por um atleta dez anos mais novo, Joseph Isaac Schooling, que conquistou a primeira medalha de ouro de Cingapura em todas as modalidades.

Circularam até nas redes sociais fotos de Phelps, já um atleta consagrado, ao lado de Schooling ainda menino, quando o americano disputou uma competição em Cingapura.

No lugar mais alto do pódio, o jovem nadador parecia não acreditar que tinha vencido o ídolo. Schooling relatou depois que bateu um papo com Phelps e tentou convencê-lo de adiar a aposentadoria.

"Eu pedi para ele continuar por mais um ciclo olímpico e ele disse 'de jeito nenhum'. Tomara que mude de ideia, foi muito legal competir com Michael", afirmou.

Outro fato ainda mais curioso foi a prova ter distribuído três medalhas de prata. Schooling venceu em 50.39, 75 centésimos à frente de Phelps, do sul-africano Chad Le Clos e do húngaro Laszlo Cseh, que bateram exatamente ao mesmo tempo.

Foi a primeira vez na história olímpica que três nadadores dividiram o terceiro lugar.

"Chad, Lazlo e eu disputamos muitas provas juntos nos últimos anos, mal consigo me lembrar quando foi a primeira vez que nos enfrentamos. Foi muito especial e acho que foi um belo desfecho para minha última prova individual", se emocionou Phelps.

Outro vice-campeonato marcante foi a prata da 'Dama de Ferro', a húngara Katinka Hosszu, que perdeu a oportunidade de conquistar seu quinto ouro no Rio ao ser superada por seis centésimos pela americana Maya Dirado nos 200 m costas.

Nos 800 m, a diferença entre a primeira e a segunda colocada foi muito maior. Katie Ledecky chegou quase dez segundos antes das rivais e ainda melhorou em dois segundos seu próprio recorde mundial, com tempo incrível de 8:04.79.

Ao fechar a trinca 200-400-800, Ledecky repetiu a façanha de Debbie Meyer nos Jogos de 1968, na Cidade do México.

"Sempre admirei muito Debbie (Meyer) e todas as nadadoras americanas em geral. Temos uma grande história e continuamos a escrevê-la nesta semana", resumiu Ledecky, que, além da trinca dourada individual, também subiu ao lugar mais alto do pódio no revezamento 4x200 m e ficou com a prata no 4x100 livre.

Sem a dura concorrência de Cesar Cielo, Bruno Fratus venceu os 50 metros livre no Campeonato Brasileiro Sênior, disputado nas piscinas do Botafogo, e obteve o índice da prova para o Mundial de Kazan, na Rússia, no próximo ano. Além dele, outros cinco nadadores alcançaram a marca neste sábado, dois deles na mesma prova de Fratus.

Ele venceu os 50m livre com o tempo de 21s45, sua segunda melhor marca da carreira - fez 21s44 ao ser campeão da prova no Pan-Pacífico, em agosto. Para tanto, não contou com a rivalidade de Cielo, que desistiu da prova. O recordista mundial da prova não competiu para manter o tempo obtido no revezamento 4x50m: 21s60.

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"Fiz uns dois ou três erros técnicos que dá para fazer melhor. Dá para fazer uns fundamentos melhores à tarde. São três quedas para 21s40, foram três polimentos e se mantendo entre os top três do ranking mundial é muito bom. Tudo fruto de muito trabalho", comemorou Fratus.

Com esta marca, ele lidera a disputa pelas vagas brasileiras nos 50m livre no Mundial. Cielo é o segundo. Nicholas Santos, com 22s15, e Walter Pereira Lessa, com 22s17, também alcançaram o índice na disputa desta manhã.

A segunda posição na lista não preocupa Cielo. "Estou satisfeito por enquanto com os meus 21s60, me deixaram numa posição que não preciso me preocupar muito. Ainda tem o Maria Lenk pra garantir essa vaga. Agora vou tirar umas férias. Preciso parar de me cobrar um pouquinho. Está difícil. Fisicamente a gente consegue se superar, mas mentalmente...", comentou o nadador.

Nos 100 metros peito, Felipe França obteve mais um índice para o Mundial. Maior destaque da equipe brasileira no Mundial de Piscina Curta, em Doha, ele completou a distância em 1min00s44, abaixo do índice, de 1min00s57.

"As portas vão se abrindo pro Mundial de Kazan e para o Pan-Americano de Toronto. Mais uma etapa cumprida. A gente vai definir ano que vem se vou ou não pras duas competições, mas de qualquer maneira é mais um degrau na direção destas competições e também para a Olimpíada", declarou França.

No feminino, Etiene Medeiros voltou a se destacar. Ela venceu os 50 metros livre, com 24s99. Graciele Herrmann, com 25s05, também obteve o índice na prova. "Esta prova está fazendo parte do meu programa. Estou focando muito ela", disse a especialista no nado costas. "Foi um bom resultado, mas a tarde vou ver se nado para baixar o recorde sul-americano. Espero que seja contínuo nadar abaixo de 25s."

No período da tarde, os nadadores voltam para a piscina para competir no Torneio Open. Somente os oito melhores de cada prova do Campeonato Brasileiro Sênior, disputado pela manhã, entra na disputa do Open, à tarde.

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