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O secretário-executivo do ministério da Fazenda, Gabriel Galípolo, evitou fazer projeções sobre juros, uma vez que foi indicado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva para a diretoria de política monetária do Banco Central (BC).

"Não cabe a mim fazer agora qualquer tipo de projeção sobre política monetária. Já não fazia quando estava na condição apenas de secretário-executivo. Agora na condição, interinamente, de indicado pelo presidente para essa posição, menos ainda", declarou Galípolo ao responder, em entrevista para a BandNews, se existe margem para corte de juros superior ao projetado pelo mercado.

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Segundo o secretário, serão as expectativas, que dependem das ações do governo, que permitirão a queda da taxa Selic. "São consensos e convenções que farão a formação de preço no mercado e, a partir disso, temos a referência. Por isso, as curvas futuras são sempre grandes referências para decisões tomadas na política monetária", afirmou.

Ao falar sobre o arcabouço fiscal, em "momento final" na relatoria, Galípolo disse que há um esforço no Legislativo para aprimorar o texto. Rebatendo opiniões de que não há recursos para o governo entregar as metas fiscais prometidas, o secretário disse que existe, sim, de onde retirar, dando como exemplo subsídios não eficazes. "O arcabouço coloca a discussão sobre conflito distributivo."

O propósito da regra fiscal, pontuou, é suavizar o ciclo econômico, mas também assegurar a agenda de governo escolhida, em outubro, nas urnas. "Todo trabalho de recomposição da base tributária é para atender aos programas sociais e a sustentabilidade das contas públicas", declarou Galípolo, acrescentando que o trabalho do ministério é apontar as consequências das escolhas que estão sendo feitas pela sociedade.

O secretário-executivo do Ministério da Fazenda, Gabriel Galípolo, afirmou nesta terça-feira, 9, que mantém uma boa relação com o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto. Ele foi indicado para assumir a diretoria de Política Monetária do Banco Central. O anúncio foi feito na segunda-feira, 8, pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad.

"Tenho boa relação com Roberto Campos. A conversa será da melhor maneira possível, mais educada e cordial. E existe uma grande afinidade de pensamento com Haddad. A intenção é facilitar o trabalho", disse Galípolo.

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Ele também afirmou que "todo mundo quer baixar os juros" e que essa será mais uma de suas atribuições da autoridade monetária. "A direção do banco Central não tem satisfação em ter juro alto", comentou.

Adiantou que um pedido de Haddad é o de evitar que a condução das políticas monetária e fiscal sigam por caminhos diferentes.

Galípolo também elogiou a forma como Haddad vem conduzindo a discussão fiscal, de forma republicana, e aberto a tratar sobre subsídios, tributos e impostos que fazem sentido.

Sintonia

O secretário-executivo do Ministério da Fazenda afirmou que sua indicação para a diretoria de política Monetária do Banco Central respeita a legislação sobre a autonomia da autoridade monetária. "Me parece trivial que tenha afinamento com o governo eleito e é saudável do ponto de vista democrático", afirmou.

Ele ainda disse que não comentaria a ata do Comitê de Política Monetária (Copom), por considerar inadequado falar sobre isso antes de ser sabatinado pela Comissão de Assuntos Econômicos do Senado.

Presidência do BC

Questionado sobre assumir a presidência do BC, Galípolo negou a movimentação.

"Conversei tanto com o ministro e o presidente Lula sabe disso. Não vim para cá fazer um projeto de carreira pessoal. Estou aqui para colaborar com o projeto. Na posição que se entenda que eu possa colaborar e me sinta confortável, estou à disposição", disse.

Honra

O secretário-executivo do Ministério da Fazenda afirmou que está honrado com a indicação para o Banco Central. "Estou muito honrado com a indicação do presidente da República para um cargo tão relevante que é a diretoria de Política Monetária", disse.

Ele também agradeceu a confiança do ministro Fernando Haddad nesse período que passou na Fazenda.

O secretário-executivo do Ministério da Fazenda, Gabriel Galípolo, reconheceu que houve um equívoco a reestruturação da Agência Nacional de Águas e Saneamento (ANA) nos despachos publicados no Diário Oficial e que integrantes da Casa Civil já indicaram que vai haver correção, como mostrou mais cedo o Broadcast, sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado.

Atos publicados no domingo (1º) vincularam a ANA a dois ministérios, além de haver um decreto que contraria a legislação vigente sobre a missão do órgão de editar normas de referência para o segmento de água, esgoto e resíduos. "Já foi comunicado o equívoco que saiu no Diário Oficial e que se deve voltar atrás", disse, em entrevista à Globonews, citando que integrantes da Casa Civil informaram que seria corrigido. "Foi um comunicado do governo que gerou mal estar e está sendo corrigido, foi um equívoco da comunicação", reforçou.

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O número 2 da Fazenda ainda disse que a questão do saneamento vai continuar a ser discutida e aprimorada. Segundo ele, a questão das agências reguladoras sempre foi polêmica, inclusive por quem defende o marco regulatório do saneamento. Porque a Constituição prevê que fique com os municípios, mas que há dificuldades. O programa de Parceria de Investimentos (PPI) vai ficar na Casa Civil, lembrou Galípolo.

Galípolo ainda negou que o governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) tenha resistência ao investimento privado. "É um debate falso", disse, citando que as primeiras parceria público-privadas (PPP) no setor de saneamento foram feitas no governo de Geraldo Alckmin em São Paulo e que a legislação de PPP foi feita pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT), no primeiro governo Lula.

Ele sugeriu, contudo, que não é certo fazer "saneamento fiscal" em saneamento básico, em referência a vender ativos simplesmente para melhorar o resultado das contas públicas.

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