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Pelo menos um soldado foi morto e cerca de 40 pessoas ficaram feridas, dentre elas civis, no Mali, quando soldados amotinados abriram caminho aos tiros até o palácio presidencial, informaram fontes militares e médicas nesta quinta-feira. Os soldados amotinados derrubaram o governo democraticamente eleito do Mali, suspenderam a Constituição e dissolveram as instituições do país africano. O destino do presidente Amadou Toumani Toure, de 63 anos, era desconhecido até o final da tarde desta quinta-feira.

"Uma pessoa foi morta e outra ferida entre os rebeldes", disse uma fonte militar à agência France Presse. Já a Cruz Vermelha malinesa disse ter tratado de cerca de 40 pessoas, a maioria atingida por "balas perdidas". Dentre essas vítimas estão três ou quatro civis, afirmou a Cruz Vermelha.

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Uma fonte militar, que não integra a junta mas tem contato com os militares rebeldes, disse que o número de mortos do lado do grupo leal ao presidente Amadou Toumani Toure é desconhecido.

Disparos esporádicos continuavam a ser ouvidos nesta quinta-feira em Bamako, capital do Mali. Também não há informações precisas sobre o controle que os militares rebeldes têm do poder, já que o grupo de amotinados parece ser formado principalmente por soldados rasos. Há informações que Toure, que deixaria o cargo em breve, após as eleições marcadas para abril, estaria sob a proteção de sua equipe de seguranças de elite, os "boinas vermelhas".

No final da tarde, as tropas amotinadas cercaram o prédio da televisão estatal em Bamako. Os soldados se autodenominaram como integrantes do Comitê Nacional para o Restabelecimento da Democracia (CNRDR, pela sigla em francês). O porta-voz dos militares rebelados, Amadou Konaré, disse que o objetivo dos rebelados é acabar com o estado de anarquia que teria tomado conta do país. Os amotinados postaram dois vídeos no YouTube na internet e leram os comunicados. "O objetivo do CNRDR não é confiscar o poder e nós juramos solenemente devolver o poder a um presidente democraticamente eleito, tão logo a unidade nacional e a integridade territorial sejam restabelecidas", disse o tenente Konaré em um comunicado.

A alusão à integridade territorial se deve ao fato de que os militares do Mali estão combatendo, no deserto do Saara, nômades tuaregues que se infiltraram na região após a queda do regime de Muamar Kadafi na Líbia, no final do ano passado. Milhares de malineses tiveram que deixar a região do Sahel, fugindo dos combates entre os soldados regulares e os tuaregues.

Os soldados não fizeram nenhuma alusão às eleições marcadas para 29 de abril. As reações ao golpe foram imediatas. A França suspendeu as relações diplomáticas com o Mali, enquanto em Washington o Departamento de Estado afirmou que discutirá a suspensão de um pacote de auxílio anual de US$ 137 milhões que o país africano recebe dos EUA.

A Comunidade Econômica dos Estados do Oeste Africano, que representa os países da região, disse que o golpe no Mali é "repreensível".

As informações são da Associated Press e da Dow Jones.

Um tribunal turco aceitou nesta terça-feira o indiciamento de dois ex-líderes militares do golpe de 1980, abrindo o caminho para um julgamento que, pelo menos simbolicamente, marcará o fim da longa tutela que os militares tiveram sobre a política turca após a redemocratização em 1989. Os dois foram indiciados por "crimes contra o Estado". Não está claro quando os julgamentos começarão. Embora a junta militar tenha renunciado em 1982, um dos dois indiciados hoje, o general Kenan Evren, governou como presidente biônico até 1989, quando ocorreu a redemocratização.

Após o golpe de 1980, cerca de 100 mil pessoas foram julgadas por tribunais militares e dezenas de milhares de turcos fugiram para a Europa, principalmente à Alemanha, onde permanecem como refugiados políticos. Milhares de homens e mulheres detidos foram torturados e pelo menos 50 opositores, de esquerda e de direita, foram enforcados.

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O primeiro-ministro da Turquia, Recep Tayyip Erdogan, disse que a decisão é um passo importante em direção a uma "nova Turquia". A decisão significa que apenas os dois líderes sobreviventes do golpe de 1980 irão a julgamento: o ex-chefe de Estado-Maior, o general Kenan Evren, de 94 anos, e o ex-general Tahsin Sahinkaya, de 86 anos.

Os promotores turcos pedem sentenças de prisão perpétua para Evren e Sahinkaya, sem direito a liberdade condicional, informa o Wall Street Journal. O golpe militar de 1980 foi o terceiro que a Turquia sofreu desde 1923, quando a república foi proclamada e o califado abolido. Embora após a redemocratização os militares tenham perdido força, em 1997 eles conseguiram afastar, com pressões políticas, o primeiro premiê que seguia um partido de raízes islâmicas.

O julgamento dos militares que desfecharam o golpe de 1980 só se tornou possível porque no ano passado a população aprovou em referendo as mudanças na Constituição de 1982, a qual garantia imunidade para os militares que participaram do golpe.

As informações são da Dow Jones.

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