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Os líderes dos países da África Ocidental emitiram um ultimato de uma semana aos militares que derrubaram o presidente no Níger e não descartaram o uso da força para restabelecer a ordem constitucional, enquanto impuseram sanções financeiras.

O chefe de Estado, Mohamed Bazoum, está detido desde quarta-feira pelos militares no palácio presidencial. Na sexta-feira, o general Abdourahamane Tiani, líder da Guarda Presidencial, se autoproclamou o novo líder.

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Tiani justificou o golpe pela "deterioração da situação de segurança" no país, devastado pela violência de grupos jihadistas como o Estado Islâmico e a Al-Qaeda.

Após os golpes de Estado no Mali e em Burkina Faso, o Níger era um dos últimos aliados das potências ocidentais na região do Sahel.

Em uma cúpula de emergência realizada em Abuja, capital da Nigéria, os dirigentes e representantes da Comunidade Econômica dos Estados da África Ocidental (Cedeao) apelaram ao restabelecimento da "ordem constitucional na República do Níger" dentro de "uma semana".

A organização não descarta "o uso da força" caso suas demandas não sejam atendidas, indicou em suas resoluções.

O órgão regional, do qual o Níger é membro, não especificou o que quer dizer com "uso da força". No ano passado, criou um contingente de segurança para combater os jihadistas e impedir golpes militares, mas ainda não está claro como isso seria implementado.

A cúpula contou com a presença de líderes e representantes do bloco de 14 países, com exceção de Mali, Guiné e Burkina Faso, que foram afastados da organização após a chegada de militares golpistas nesses países.

O presidente do Chade, Mahamt Idriss Déby Itno, também participou do encontro, embora seu país não faça parte da organização. Após a cúpula, deslocou-se a Niamey, capital do Níger, para ver o que pode fazer para "contribuir para a resolução da crise", segundo N'Djamena.

A Cedeao também concordou em "suspender todas as transações comerciais e financeiras" entre seus Estados-membros e o Níger, assim como em congelar "os bens de oficiais militares envolvidos na tentativa de golpe".

- História política turbulenta -

Antes do início da cúpula, os líderes golpistas denunciaram um suposto plano de "intervenção militar iminente" por parte de alguns países ocidentais e do oeste da África.

Milhares de pessoas se manifestaram em frente à embaixada francesa em Niamey, neste domingo, antes de serem dispersadas por gás lacrimogêneo.

Durante o protesto, gritavam "Viva Putin!", "Viva a Rússia!", "Abaixo a França!" e arrancaram a placa da legação.

A França, ex-potência colonial, que condenou o golpe militar, ainda mantém um contingente de 1.500 soldados no Níger, um dos países mais pobres do mundo.

Paris anunciou no sábado que suspendeu a ajuda ao desenvolvimento e o apoio orçamentário à nação africana.

O chefe da diplomacia da União Europeia, Josep Borrell, também declarou que o bloco não reconhece "e não reconhecerá as autoridades golpistas" e anunciou no sábado a suspensão da cooperação de segurança com o Níger, assim como a ajuda orçamentária.

O secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, garantiu por telefone a Bazoum, que apesar do isolamento tem conseguido receber telefonemas de alguns dignitários, que ele conta com o "apoio inabalável" de Washington.

A União Africana deu aos militares duas semanas para restaurar a "autoridade constitucional" no Níger.

A fome ameaça cerca de 50 milhões de pessoas na África Ocidental. A pandemia de Covid-19 aumenta os problemas de seca e violência na região, alertou a Oxfam.

O número de pessoas em escassez alimentar pode mais que dobrar em três meses, chegando a 50 milhões em agosto, comparado a 17 milhões em junho, segundo a ONG, que cita estimativas da Comunidade Econômica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO).

Tanto nas cidades quanto em zonas rurais, a população tem problemas para acessar os mercados de alimentos e já enfrenta alta dos preços e falta de produtos básicos, devido ao confinamento, ao toque de recolher, fechamento de fronteiras, além da falta de segurança.

Em Burkina Faso, "o saco de 100 kg de milho passou de 16.000 para 19.000 FCFA,(1 FCFA equivale a 0,0017 US$) e o litro de óleo de cozinha quase dobrou o preço. Com o vírus, além da violência, imagino como será o mês do Ramadã este ano", disse Amadou Hamadoun Dicko, presidente de uma associação pecuarista.

A pandemia e a insegurança aumentam a instabilidade dos mercados e agravam a situação alimentar, disse a ONG, reiterando as advertências das Nações Unidas.

Nos países em crise humanitária, o acesso à comida é ainda mais difícil: em Burkina Faso ou no Níger, a ajuda humanitária não é capaz de atender às necessidades de milhares de deslocados. Medidas de emergência são mais necessárias do que nunca, disse a Oxfam.

Com o início da temporada agrícola, produtores e agricultores têm problemas para encontrar sementes e fertilizantes de qualidade.

A agricultura corresponde a 30,5% da economia da África Ocidental e é a maior fonte de renda e subsistência para 70% a 80% da população, especialmente as mulheres.

A Comunidade Econômica de Estados da África Ocidental (CEDEAO) adotou, neste sábado (21), seu "plano de ação" de US$ 1 bilhão para lutar contra o terrorismo na região, durante uma cúpula extraordinária de chefes de Estado na Nigéria.

"A conferência adota o plano de ação 2020-2024 destinado a erradicar o terrorismo na região, assim como seu calendário de execução e seu orçamento", anunciou o presidente da Comissão da CEDEAO, Jean-Claude Kassi Brou, no encerramento da cúpula.

"Este orçamento será financiado por recursos internos de até US$ 1 bilhão", afirmou Brou, acrescentando que o orçamento total chega a US$ 2,3 bilhões.

Nesse sentido, pediu solidariedade aos "sócios internacionais" para financiar o restante.

Ainda há muitas interrogações sobre a origem deste financiamento interno. Por enquanto, este mês, a União Econômica e Monetária da África Ocidental - que inclui oito países francófonos da região - se comprometeu a repassar a metade, ou seja, US$ 500 milhões.

As economias da CEDEAO são marcadas pelas grandes disparidades entre alguns países do Sahel, muito pobres, e os pesos pesados continentais, como a Nigéria.

Nesta semana, a cantora barbadiana Rihanna surpreendeu seus fãs ao ser fotografada ajudando na construção de um hospital no Malaui, país da África Oriental. Nas imagens que circulam na internet, a cantora aparece ajudando os trabalhadores locais a buscar areia e água com um balde sobre a cabeça.

No Twitter, os fãs elogiaram a ação da artista. Entre eles, um seguidor escreveu "se eu já gostava, agora amo", e outra disse "Rihanna é uma das artistas mais preciosas do mundo, falo com tranquilidade".

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Crédito da imagem: Reprodução - Twitter

Em 2018, Rihanna foi nomeada Embaixadora Extraordinária e Plenipotenciária de Barbados, seu país natal. A indicação ocorreu devido ao engajamento da cantora na promoção da educação, turismo e investimentos na região.

A primeira-ministra de Barbados, Mia Amor Mottley, afirmou em comunicado que a artista possui um profundo amor pelo país. "Isso se reflete em sua filantropia, especialmente nas áreas de saúde e educação. Ela também mostra seu patriotismo na forma como ela retribui a esta nação e continua a valorizar a ilha como sua casa", declarou.

O antraz, uma doença bacteriana grave geralmente associada a climas áridos, vem dizimando silenciosamente chimpanzés em uma floresta tropical da África Ocidental, e pode eliminá-los completamente, disseram pesquisadores nesta quarta-feira.

Amostras tiradas de carcaças, ossos e moscas que se alimentam de carniça no Parque Nacional de Tai (TNP), na Costa do Marfim, entre 1989 a 2014, revelaram que o antraz causou 38% das mortes de animais - incluindo 31 dos 55 chimpanzés mortos analisados.

Outras baixas incluíram macacos, antílopes, mangustos e um porco-espinho. "Nossas simulações (...) sugerem que a mortalidade induzida pelo antraz resultará em declínios determinísticos de população e na possível extirpação de chimpanzés do TNP nos próximos 150 anos", escreveu uma equipe na revista científica Nature. Os chimpanzés são particularmente vulneráveis ​​devido à sua lenta taxa de reprodução, disseram os cientistas.

Os pesquisadores não conseguiram determinar onde e como os animais estavam sendo infectados com um tipo de antraz identificado pela primeira vez no TNP em 2004. E eles advertiram que as infecções em macacos "são muitas vezes indicadoras de doenças que também podem afetar humanos".

A bactéria, Bacillus cereus biovar anthracis, também causou mortes de chimpanzés, gorilas e elefantes em Camarões e na República Centro-Africana, disse a equipe. Nenhum caso de humanos afetados foi registrado. Anteriormente, se acreditava que os surtos de antraz eram mais comuns em ecossistemas áridos, como a savana africana, onde matam animais de caça, gado e às vezes humanos.

Os humanos geralmente contraem a doença de animais infectados ou através da exposição a produtos animais contaminados. A bactéria pode ser contraída pela pele, boca ou inalação.

Em sua forma mais comum, de acordo com a Organização Mundial da Saúde, provoca feridas negras na pele. A bactéria não é transmitida de pessoa para pessoa. Embora potencialmente mortal, reage bem ao tratamento com antibióticos.

A Organização Mundial da Saúde (OMS) anunciou oficialmente nesta quinta-feira (14) o fim da epidemia de Ebola na África Ocidental, ao declarar a Libéria, o último país afetado, livre da doença, que matou mais de 11.000 pessoas em dois anos. "Hoje, a Organização Mundial da Saúde declara o fim da epidemia de Ebola na Libéria e afirma que todas as cadeias conhecidas de transmissão na África Ocidental cessaram", anunciou a OMS.

A OMS advertiu que "o trabalho não terminou" e indicou que "novos focos são esperados". "Devemos seguir comprometidos", afirmou em Genebra Peter Graaff, coordenador da resposta ao Ebola na OMS.

O anúncio da organização foi feito 42 dias depois dos resultados negativos para os últimos casos de Ebola na Libéria. Esta foi a epidemia mais grave e letal desde a identificação do vírus há 40 anos.

A epidemia foi declarada em dezembro de 2013 no sul da Guiné e depois se propagou rapidamente para a Libéria e Serra Leoa, os três países mais afetados, depois para Nigéria e Mali. Em dois anos afetou 10 países, incluindo Espanha e Estados Unidos, e, oficialmente, provocou a morte de 11.315 dos 28.637 contagiados.

Os dirigentes da África Ocidental e da África Central vão se reunir na quarta-feira (8) em uma cúpula em Malabo, capital da Guiné Equatorial, para decidir uma “estratégia comum de luta” contra o grupo radical islâmico nigeriano Boko Haram, anunciou hoje (5) a Comunidade Econômica dos Estados da África Ocidental.

“Perante os ataques cada vez mais numerosos e sangrentos dos fundamentalistas contra a Nigéria, o Níger, os Camarões e o Chade, com as suas graves consequências para esses países e risco de desestabilização para a África Ocidental e a Central, as duas comunidades econômicas regionais decidiram analisar a questão”, informa um comunicado. O texto adianta que, no dia 8, os chefes de Estado da região vão discutir “uma estratégia comum de luta contra o grupo terrorista Boko Haram”.

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A Nigéria lançou, no início de fevereiro, uma ofensiva militar de grande envergadura contra o Boko Haram, com a ajuda dos vizinhos Chade, Níger e Camarões. A operação regional permitiu expulsar o grupo islâmico da maioria das localidades que ocupava há vários meses no Nordeste da Nigéria.

Apesar disso, os países vizinhos têm criticado as autoridades nigerianas por falta de colaboração e lamentam a falta de coordenação entre as tropas na região.

A Cúpula de Malabo visa a “apresentar o mecanismo de coordenação entre os presidentes” daqueles países, mas também a determinar “como articular essa estratégia em nível operacional”, com o objetivo de “erradicar o grupo Boko Haram”, acrescenta o comunicado, adiantando que 21 países estarão representados na reunião.

A insurreição do Boko Haram, iniciada em 2009, já causou mais de 15 mil mortes, segundo os últimos dados da Organização das Nações Unidas (ONU).

Da Agência Lusa

A União Europeia disse nesta sexta-feira (5) que vai doar € 140 milhões (US$ 181 milhões) para apoiar os quatro países da África Ocidental mais atingidos pelo surto de ebola. Deste pacote de ajuda, 97,5 milhões de euros vão direto para os orçamentos desses países a fim de ajudá-los a custear serviços públicos e fortalecer suas economias, que já estão sentindo os danos vindos da epidemia.

Outros 38 milhões de euros vão reforçar serviços de saúde na Guiné, Serra Leoa, Libéria e Nigéria, informou a União Europeia em um comunicado. A ação também vai aumentar a quantidade de suprimentos de água e materiais de higiene a serem enviados.

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Serão destinados 5 milhões de euros para equipar laboratórios móveis e financiar o treinamento de profissionais de saúde nesses países. "A situação está indo de mal a pior, mesmo com bravos esforços de organizações humanitárias e com assistência substancial fornecida anteriormente pela comunidade internacional, incluindo a União Europeia", disse Kristalina Georgieva, comissária europeia responsável pela Ajuda Humanitária e Resposta a Situações de Crise, no comunicado.

"Estamos ajudando a fazer a diferença na área, mas as necessidades estão ultrapassando a capacidade da comunidade internacional reagir", acrescentou Kristalina. O compromisso da União Europeia vem no mesmo momento em que a Agência Internacional para o Desenvolvimento, ligada ao governo americano, doou cerca de US$ 100 milhões para ajudar países atingidos pelo Ebola. Fonte: Dow Jones Newswires.

O médico carioca Paulo Sergio Reis viu mais de 70 pacientes morrerem em decorrência de ebola na África Ocidental, onde trabalhou por três meses, em centros de tratamento dos Médicos Sem Fronteiras (MsF). Ainda assim, não hesitou em aceitar voltar para lá - o que fará nos próximos dias, para nova missão.

"Não sinto medo. Quando você tem conhecimento e toma todas as precauções, não tem por quê. Não considero que seja mais arriscado do que andar no trânsito do Rio", disse Reis em entrevista nesta quinta-feira, 21 na sede da ONG, no Rio.

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De folga na cidade há 20 dias, o clínico de 42 anos, nos MsF há nove, prepara-se para mais uma temporada difícil, com carga horária de trabalho de até 13 horas diárias. Da família e dos amigos, ouviu piadas. "As pessoas brincam, mas entendem. Falam 'você é maluco, vou te amarrar no pé da cama'. Mas não tem por que ficar mais preocupado do que em qualquer outra missão dos MsF. Meus pais estão acostumados e apoiam."

Desde que chegou da África, afere sua temperatura três vezes ao dia, para ter certeza de que se mantém saudável. Ele não acredita na possibilidade de o ebola se disseminar no Brasil caso um doente desembarque no País, pelo fato de os rituais fúnebres que constituem importante forma de contágio não serem seguidos aqui. Lá, morriam sete em cada dez pacientes que chegaram à unidade médica onde trabalhava.

Reis contou que um dos inúmeros desafios do trabalho que desenvolveu de março a agosto em Serra Leoa e em Guiné foi vencer a resistência da população saudável. "Quem não teve contato com a doença tem muita suspeita, crendice, pode ser agressivo, jogar pedra no nosso carro. Você vê criança se escondendo. Há todo tipo de história que se possa imaginar, muita gente não acredita que a doença exista. Já quem tem informação nos trata muito bem."

Outra dificuldade é o calor sob a vestimenta especial usada para lidar diretamente com os doentes em isolamento, semelhante à de um astronauta: a roupa, o capuz, os dois pares de luva e a máscara são incinerados depois de cada uso; as botas de borracha, o avental de borracha e os óculos de segurança são desinfetados em seguida com cloro.

"Nenhuma parte do corpo fica exposta. Nos dias de calor, que pode chegar a 40 graus, termino todo molhado de suor, como se tivesse saído do chuveiro, porque a roupa não permite a transpiração. Os óculos ficam embaçados com o suor. Não consigo ficar mais de 40 minutos com a roupa, fico exausto."

Quando deixou Serra Leoa, no último dia 1º, o centro de tratamento em que trabalhava era o único do país inteiro, e a ronda dos médicos incluía até 18 pacientes por dia. Nos poucos momentos de lazer, churrasco e exibição de filmes divertem as equipes estrangeiras hospedadas em hotéis.

Experiência

Reis decidiu entrar para os MsF aos 17 anos, ao ver reportagem sobre o grupo. Formado em medicina pela Universidade Federal do Estado do Rio (Uni-Rio), participou da primeira seleção da organização no Brasil. Hoje é considerado um dos mais experientes brasileiros nas missões - já participou de 17, em países da África, na Indonésia, na Colômbia e no Complexo do Alemão, no Rio. Em 2012, já havia lidado com o ebola.

O surto de ebola que já matou mais de 1.000 pessoas transformou partes da África ocidental numa zona de batalha, situação que pode durar até mais seis meses, advertiu o Médicos Sem Fronteiras (MSF) nesta sexta-feira (15), mesmo dia em que um outro trabalhador humanitário, que está na Libéria, reconheceu que o número exato de mortos pela doença é desconhecido.

Tarnue Karbbar, que trabalha para o grupo Plan International no norte da Libéria, disse que as equipes de emergência simplesmente não são capazes de documentar todos os casos que surgem. Muitos dos doentes ainda são escondidos dentro de casa por parentes por terem muito medo de ir até os centros de tratamento da doença. Outros são enterrados antes que as equipes possam chegar para identificar a doença, disse ele. No últimos dias, cerca de 75 casos surgiram em apenas um distrito.

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"Nosso desafio agora é colocar em quarentena a região para interromper a transmissão com sucesso", afirmou ele, referindo-se à área de Voinjama. Os centros de tratamento para o ebola estão sendo totalmente ocupados numa velocidade maior do que são montados, prova de que o surto no oeste africano é mais grave do que mostram os números, afirmou um funcionário da Organização Mundial da Saúde (OMS), nesta sexta-feira.

Nesta sexta-feira, o Médicos Sem Fronteiras comparou a situação a um estado de guerra e disse que o surto pode durar mais seis meses. "Estamos correndo atrás de um trem que segue adiante", disse Joanne Liu, presidente internacional do MSF, em Genebra na sexta-feira. "E é literalmente mais rápido do que estamos fazendo em termos de resposta."

Na quinta-feira, a OMS advertiu que a contagem oficial de 1.069 mortos e 1.975 infectados pode "estar enormemente subestimando a magnitude do surto". A agência da ONU diz que medidas extraordinárias são necessárias "numa escala enorme para conter o surto em ambientes caracterizados pela extrema pobreza, sistemas de saúde disfuncionais, uma grave escassez de médicos e medo desenfreado".

O fluxo de pacientes para cada centro de tratamento recém-aberto é a prova de que as ferramentas oficiais não estão se sustentando, disse Gregory Hartl, porta-voz da OMS, em Genebra. Hartl disse que um centro de tratamento com 80 leitos aberto na capital da Libéria nos últimos dias ficou sem vagas assim que começou a funcionar. No dia seguinte, dezenas de pessoas foram até o local em busca de tratamento.

O ebola causa febre alta, hemorragia e vômito. A doença não tem cura nem um tratamento comprovado e é fatal em pelo menos 50% dos casos, dizem especialistas em saúde. A doença costuma surgir nas regiões leste e central da África, geralmente em comunidades isoladas, onde surtos tendem a ser "autolimitantes", disse Hartl.

Mas o atual surto se espalhou rapidamente para cidades e capitais da Guiné, Libéria e Serra Leoa, o que o torna mais difícil de ser controlado. Fonte: Associated Press.

O surto de Ebola na África Ocidental provocou a morte de mais de 120 pessoas, de acordo com o mais recente levantamento divulgado pela Organização Mundial da Saúde (OMS).

Não há vacina ou cura contra o vírus, e sua disseminação na África Ocidental, longe dos locais onde anteriormente haviam sido detectados casos, África Oriental e Central, causou pânico. Profissionais de saúde estão tentando conter a propagação da doença, rastreando todas as pessoas com quem o doente tenha tido contato.

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O Mali anunciou hoje que as amostras de todos os testes em casos suspeitos no país tiveram resultado negativo. O ministro de Saúde do Mali, Ousmane Kone, disse que o país havia enviado 10 amostras para teste em laboratórios dos Estados Unidos e do Senegal, mas todas deram negativo para Ebola. Com isso, não há mais suspeitas da doença no Mali.

Até a segunda-feira, a OMS havia contabilizado um total de 200 casos suspeitos ou confirmados de Ebola, a maioria na Guiné. Esse número inclui alguns casos no Mali, que agora devem sair do levantamento. A organização destacou que as 121 mortes causadas pela doença ocorreram na Guiné e na Libéria. Fonte: Associated Press.

O Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU) votou e aprovou por unanimidade, nesta sexta-feira, a imposição de sanções contra os líderes do golpe de Estado que em abril derrubou o governo democrático da Guiné-Bissau (ex-Guiné Portuguesa). A sanções nomeiam quatro generais e um tenente-coronel que agora estão sujeitos a uma proibição internacional de viagens. A ONU afirma que poderá adotar em breve um embargo à venda de armas à ex-colônia portuguesa e também congelar ativos financeiros se a ordem constitucional não for restaurada no país africano.

Os sujeitos às sanções são: o general Antonio Injai, que leu o primeiro comunicado emitido pelos militares após o golpe em 12 de abril; o major general Mamadu Ture, vice-chefe das Forças Armadas; o general Estevão da Mena, inspetor geral das Forças Armadas; o brigadeiro Ibraim Câmara, chefe da Força Aérea; e o tenente-coronel Dada Naualna, porta-voz do comando militar.

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No dia 12, os amotinados derrubaram o primeiro-ministro interino do país, Carlos Gomes Jr., atualmente exilado em Lisboa. O golpe ocorreu alguns dias antes do segundo turno das eleições presidenciais.

As informações são da Associated Press.

Pelo menos um soldado foi morto e cerca de 40 pessoas ficaram feridas, dentre elas civis, no Mali, quando soldados amotinados abriram caminho aos tiros até o palácio presidencial, informaram fontes militares e médicas nesta quinta-feira. Os soldados amotinados derrubaram o governo democraticamente eleito do Mali, suspenderam a Constituição e dissolveram as instituições do país africano. O destino do presidente Amadou Toumani Toure, de 63 anos, era desconhecido até o final da tarde desta quinta-feira.

"Uma pessoa foi morta e outra ferida entre os rebeldes", disse uma fonte militar à agência France Presse. Já a Cruz Vermelha malinesa disse ter tratado de cerca de 40 pessoas, a maioria atingida por "balas perdidas". Dentre essas vítimas estão três ou quatro civis, afirmou a Cruz Vermelha.

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Uma fonte militar, que não integra a junta mas tem contato com os militares rebeldes, disse que o número de mortos do lado do grupo leal ao presidente Amadou Toumani Toure é desconhecido.

Disparos esporádicos continuavam a ser ouvidos nesta quinta-feira em Bamako, capital do Mali. Também não há informações precisas sobre o controle que os militares rebeldes têm do poder, já que o grupo de amotinados parece ser formado principalmente por soldados rasos. Há informações que Toure, que deixaria o cargo em breve, após as eleições marcadas para abril, estaria sob a proteção de sua equipe de seguranças de elite, os "boinas vermelhas".

No final da tarde, as tropas amotinadas cercaram o prédio da televisão estatal em Bamako. Os soldados se autodenominaram como integrantes do Comitê Nacional para o Restabelecimento da Democracia (CNRDR, pela sigla em francês). O porta-voz dos militares rebelados, Amadou Konaré, disse que o objetivo dos rebelados é acabar com o estado de anarquia que teria tomado conta do país. Os amotinados postaram dois vídeos no YouTube na internet e leram os comunicados. "O objetivo do CNRDR não é confiscar o poder e nós juramos solenemente devolver o poder a um presidente democraticamente eleito, tão logo a unidade nacional e a integridade territorial sejam restabelecidas", disse o tenente Konaré em um comunicado.

A alusão à integridade territorial se deve ao fato de que os militares do Mali estão combatendo, no deserto do Saara, nômades tuaregues que se infiltraram na região após a queda do regime de Muamar Kadafi na Líbia, no final do ano passado. Milhares de malineses tiveram que deixar a região do Sahel, fugindo dos combates entre os soldados regulares e os tuaregues.

Os soldados não fizeram nenhuma alusão às eleições marcadas para 29 de abril. As reações ao golpe foram imediatas. A França suspendeu as relações diplomáticas com o Mali, enquanto em Washington o Departamento de Estado afirmou que discutirá a suspensão de um pacote de auxílio anual de US$ 137 milhões que o país africano recebe dos EUA.

A Comunidade Econômica dos Estados do Oeste Africano, que representa os países da região, disse que o golpe no Mali é "repreensível".

As informações são da Associated Press e da Dow Jones.

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