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Promotores britânicos disseram que levarão Andy Coulson a um novo julgamento por acusação de suborno, depois de um júri não ter conseguido chegar a um veredicto na semana passada. Coulson foi editor do jornal News of the World, que foi fechado, além de ter atuado como conselheiro de comunicação do primeiro-ministro David Cameron.

Na semana passada, Coulson foi considerado culpado por uma acusação de conspiração por ter interceptado ilegalmente mensagens de voz de telefones, após oito meses de julgamento concentrado nas práticas jornalísticas do jornal do qual foi editor, parte do conglomerado de mídia News Corp, de Rupert Murdoch. O júri considerou outros cinco réus inocentes de várias outras acusações relacionadas ao inquérito.

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O júri não conseguiu chegar a um veredicto a respeito de duas acusações de suborno contra Coulson e Clive Goodman, ex-editor para assuntos reais do News of the World. Os promotores disseram nesta segunda-feira que também vão julgar Goodman novamente. Os dois declararam-se inocentes de todas as acusações. A data do julgamento ainda não havia sido definida.

As acusações de suborno têm ligação com supostas tentativas de pagar autoridades para obter acesso a uma lista com os números de telefone de membros da família real britânica. Um porta-voz da divisão de jornais britânicos da News Corp recusou-se a falar sobre o assunto. Fonte: Dow Jones Newswires.

"Vê se você resolve, eu tô no desespero", disse o deputado Vander Loubet (PT-MS) em telefonema ao empreiteiro Olívio Scamatti, preso pela Operação Fratelli, da Polícia Federal e do Ministério Público, sob acusação de chefiar organização criminosa que fraudou licitações em 78 municípios do interior de São Paulo com recursos de emendas parlamentares. A frequência e o conteúdo das conversas fazem com que a PF e a Procuradoria avaliem que, dos detentores de foro privilegiado citados na investigação, o caso de Loubet é o mais grave.

Para os investigadores, o apelo de Loubet mostra o poderio de seu interlocutor. Embora use linguagem cifrada e evite nomes, o petista diz na ligação ao controlador do Grupo Demop - principal beneficiário do esquema de corrupção que se espalhou pela região noroeste do Estado - que vai se encontrar com "o governador daquele Estado".

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O contato entre o deputado e Scamatti foi interceptado pela PF no dia 12 de março, às 12h51. "(o governador) Chega hoje à noite e tá querendo conversar amanhã de manhã com nós, se você puder vir e, mais do que isso, o nosso amigo lá do Rio vai vir aqui também, vai almoçar comigo e se você estiver aqui pra tentar matar aquele negócio, que eu tô precisando resolver com ele aquilo, sabe, o diretor lá. Eu queria dar uma prensa naquele negócio lá, sabe?"

Parlamentares

Loubet é um dos deputados federais do PT e do PSDB citados na investigação que desarticulou a "Máfia do Asfalto", instalada em gestões municipais. São apontados Cândido Vaccarezza e José Mentor, ambos petistas por São Paulo, e Edson Aparecido (PSDB), atual secretário-chefe da Casa Civil do governo Geraldo Alckmin (PSDB).

Ao fazer o apelo "desesperado" a Scamatti, o petista Loubet diz: "Eu sei a situação, eu não sou de ligar, mas eu tô desesperado, rapaz, sabe o negócio lá... já venho empurrando, empurrando". O empreiteiro responde secamente: "Pode deixar".

Em ligação de 19 de fevereiro, às 12h17, o deputado e Scamatti falam sobre "liberação do transporte de asfalto". O petista diz que "vai estar amanhã com o ‘cara’" e pergunta ao dono da Demop se "tem alguma coisa que ele (Scamatti) queira que veja com ‘ele’". Cauteloso, Loubet não cita nomes. O empreiteiro responde que "precisa ver aquele negócio do processo lá que não anda, está travado com o pessoal dele". O petista diz "pra deixar que vai dar uma chorada pra ele amanhã".

Por meio de sua assessoria, o deputado disse que "é complicado se manifestar sem ter acesso à integra dos autos da investigação". Ele admitiu que conhece o empreiteiro, mas afirmou que "não tem nenhum tipo de relação política ou comercial com ele". Vander Loubet lembrou que Scamatti é de São Paulo e ele, do Mato Grosso do Sul. "Não recebi doação do grupo empresarial Scamatti." As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Relatório da Operação Fratelli, desencadeada na semana passada pela Polícia Federal e pelo Ministério Público, mostra que o grupo acusado de fraudar licitações em prefeituras da região noroeste do interior paulista cita o uso de emendas do deputado e líder do governo Dilma Rousseff na Câmara, Arlindo Chinaglia (PT). Os documentos transcrevem telefonemas de Gilberto da Silva, o Formiga, apontado como "lobista do PT" na região de São José do Rio Preto. Frequentemente, ele faz menção a Chinaglia e declara o apoio que teria prestado a dois ex-assessores do parlamentar petista, candidatos em 2012 na eleição municipal de Ilha Solteira, cidade do interior.

O relatório da operação também cita outro deputado do PT, José Mentor (SP). Segundo a investigação, ele é próximo de um dos integrantes do grupo sob investigação, Jair Émerson Silva, o Miudinho. Mentor recebeu doação de R$ 550 mil, na campanha de 2010 da empreiteira Demop, controlada pelo empresário Olívio Scamatti, denunciado como chefe da quadrilha que se infiltrou na gestão de 78 prefeituras.

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Um grampo de 1.º de outubro, às 16h30, pegou Gilberto contando a um aliado sobre suposto encontro com Chinaglia e Toninho do PT, ex-assessor do petista por oito anos que foi eleito vereador de Ilha Solteira. "Deixa eu falar um negócio para você, o Toninho e o Arlindo estiveram comigo sábado à tarde, rapaz do céu, se você vê o que ele tem do chão preto, já tá tudo na mão, é pra colocar, ele tem uns compromissos."

No dia seguinte, às 9h46, Gilberto caiu no grampo com "Roberto", de Mirassolândia. Ele diz que se reuniu com Toninho do PT. "Ele (Toninho) disse que dá para pôr um monte de recurso lá." Gilberto completa que "a gente tem um monte de prefeitura na mão" e diz que possui "estrutura física e jurídica, acesso em Brasília". Afirma que no fim de semana "carregou o Arlindo para todo lugar na região". "O Arlindo vai ter cinquenta milhões de reais em emendas extraparlamentares prometidos pela presidente Dilma porque ele é líder dela na Câmara dos Deputados", diz o lobista. "Isso dá pra colocar num monte de cidade." Ele relata que "o deputado lhe falou que em cidade pequena pode ser colocada emenda de R$ 130 mil ou até R$ 140 mil e daí foge de licitação". "Dá pra arrumar em um monte de lugar vai ser possível arrumar as emendas."

"Gilberto Formiga presta serviços a Olívio Scamatti, especialmente no que tange aproximação do empreiteiro a diversas administrações municipais, por meio de financiamento de campanhas eleitorais ou mesmo na intermediação de liberação de emendas parlamentares através de sua atuação como lobista do PT", assinala um trecho dos autos da Fratelli, datado de 20 de setembro de 2012. "É consectário lógico que as emendas provisionadas aos municípios constituirão o reforço financeiro, a posteriori, dos empresários que financiaram, às escuras, campanhas eleitorais." Segundo a operação, Gilberto "é um hábil articulador nos bastidores da administração pública".

Além dos deputados petistas, o chefe da Casa Civil do governador Geraldo Alckmin (PSDB), Edson Aparecido, também é citado pelo relatório da operação. Ele mantém estreita ligação com empreiteiro da Demop, apontado como chefe da quadrilha. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

A polícia britânica anunciou nesta quarta-feira (13) a prisão de outros seis jornalistas como parte da investigação do escândalo das escutas telefônicas no extinto tabloide britânico News of the World. A Scotland Yard anunciou, em um comunicado, que identificou uma "nova suposta conspiração para interceptar mensagens de voz" por parte de funcionários do jornal em 2005 e 2006, diferente da que terminou com uma série de acusações formais.

"Como parte das novas linhas de investigação, seis pessoas foram presas nesta manhã como suspeitos de conspiração para interceptar comunicações telefônicas", disse o comunicado. São três homens e três mulheres, de 36 a 46 anos, que são "jornalistas ou ex-jornalistas", afirma o texto, que não informa suas identidades. A polícia indicou que todos os detidos estão sendo interrogados e que os agentes realizavam inspeções em vários locais.

Cinco das prisões ocorreram em Londres e a sexta em Cheshire (Noroeste da Inglaterra). Os investigadores apontam, por sua vez, que "em seu devido tempo falarão com as supostas vítimas destas escutas". O News of the World, que precisou ser fechado em julho de 2011 devido ao escândalo das escutas, é acusado de ter grampeado desde 2000 as mensagens de voz dos telefones de 800 pessoas, incluindo famosos, políticos e membros da família real, mas também vítimas de crimes, para tentar obter informações exclusivas.

O ex-secretário estadual de Desenvolvimento Econômico Paulo Alexandre Barbosa (PSDB), hoje prefeito de Santos (SP), agendou reuniões com autoridades do governo paulista a pedido do empresário Carlos César Floriano, denunciado por corrupção ativa na Operação Porto Seguro. Segundo as investigações da Polícia Federal, uma das empresas de Floriano foi beneficiada por um parecer técnico do governo federal que teria sido comprado por R$ 300 mil.

Sete telefonemas gravados pela PF com autorização judicial, de março a maio de 2012, revelam que Barbosa tinha relação próxima com Floriano. De acordo com o Ministério Público Federal, o empresário é dono da Tecondi, companhia que opera o terceiro maior terminal de contêineres do Porto de Santos - município em que Barbosa se elegeu prefeito, em outubro.

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Em uma ligação, os dois conversam por quase quatro minutos sobre assuntos de interesse de Floriano e um evento de empresários que teria a participação do governador Geraldo Alckmin (PSDB). O secretário chama Floriano de "professor" e o empresário se refere a Barbosa como "mestre".

O telefonema entre Floriano e Barbosa foi interceptado pela PF em 17 de abril, às 11h58. O empresário pede "ajuda" do secretário para desembaraçar um "negócio" relacionado a uma "área da CPTM", a Companhia Paulista de Trens Metropolitanos.

"Ô, meu, deixa eu te falar uma coisa, que eu preciso pedir pra você me dar uma ajuda naquele negócio. Aquele negócio lá daquela área da CPTM, pô... Os caras tão me enrolando, cara...", reclama Floriano.

"Vou marcar pro Jurandir, então", responde Barbosa, em referência a Jurandir Fernandes, secretário de Transportes Metropolitanos - pasta a que a CPTM está vinculada. "Mas tu vai lá comigo, vamos nós dois?", sugere o então secretário.

"Vou, pode marcar", confirma o empresário.

A reunião com Jurandir Fernandes foi marcada para 3 de maio, mas acabou cancelada, pois o secretário de Transportes Metropolitanos foi convocado para audiência com Alckmin.

Em outro telefonema, interceptado em maio, as secretárias de Barbosa e de Floriano marcam reunião entre os dois e o diretor-presidente da Empresa Metropolitana de Transportes Urbanos (EMTU), Joaquim Lopes.

‘Pessoal de peso’

Numa ligação, Paulo Barbosa e Floriano falam sobre uma reunião com "pessoal de peso" do empresariado. "É o pessoal da área de papel, né? (...) eu não vou, não. Tô um monte de coisa aqui", diz Floriano. "Eu coloquei o teu nome lá", insiste Barbosa.

O empresário comenta que "não tem nada a ver" e que pessoas de seu grupo irão ao encontro. "O Alípio vai, o diretor nosso, o superintendente da área, o pessoal da Suzano, vai o pessoal da International Paper. Tá bem representado. Vai um pessoal de peso", afirma Floriano. Barbosa indaga: "Tu não gosta do Geraldo não, hein, cara?".

O ex-secretário de Alckmin não era alvo da Porto Seguro, mas a investigação da PF também aponta que o atual prefeito de Santos atuou em favor de um projeto do ex-senador Gilberto Miranda, denunciado pelo Ministério Público por corrupção.

Miranda tentava obter junto ao governo do Estado parecer em favor de um empreendimento portuário avaliado em R$ 1,65 bilhão na Ilha de Bagres, no município de Santos.

O ex-senador procurou Barbosa e se encontrou com o então secretário estadual para pedir ajuda na obtenção de uma declaração de utilidade pública para o projeto, que dependia de assinatura do próprio governador. A declaração era necessária para autorizar a derrubada de parte da vegetação da ilha.

O governo não emitiu o decreto de utilidade pública, mas publicou uma declaração de relevância econômica, que foi comemorada pelo empresário. A Secretaria de Desenvolvimento Econômico havia dado encaminhamento ao projeto e declarou no processo que o plano de Miranda era "imprescindível para a expansão portuária paulista".

'Amizade'

O prefeito de Santos, Paulo Barbosa (PSDB), disse manter "relação de amizade" com César Floriano anterior ao seu ingresso na atividade pública. Por meio da assessoria de imprensa, o tucano afirmou que os diálogos "referem-se a situações relacionadas às atividades empresariais mantidas pelo empresário no Estado".

O prefeito informou que Floriano pediu audiência com o presidente da EMTU "para conhecer um estudo da empresa e avaliar eventuais impactos com a cogitada implantação de uma linha de trem na área do retroporto de Santos, o que, se confirmado, poderia causar desemprego na região". Barbosa disse que agendou o encontro.

A assessoria informou que, como secretário, Barbosa manteve contatos com empresários e representantes de grupos nacionais e internacionais para discutir projetos relacionados à manutenção, ampliação e implantação de empreendimentos por meio da Agência Investe São Paulo. As informações são do jornal O Estado de S.Paulo.

O presidente da Fundação para o Desenvolvimento da Educação (FDE), José Bernardo Ortiz - aliado do governador Geraldo Alckmin (PSDB) -, e seu filho, José Bernardo Ortiz Júnior, candidato tucano à Prefeitura de Taubaté (SP), foram grampeados durante 15 dias em setembro.

A interceptação foi autorizada pelo Departamento de Inquéritos Policiais da Justiça Estadual (Dipo) em meio a uma investigação sobre suposta formação de cartel para desvio de dinheiro público em contrato de fornecimento de 3,5 milhões de mochilas escolares à FDE, ao preço de R$ 32,4 milhões. O Ministério Público suspeita que o superfaturamento tenha alcançado um terço desse montante.

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Na última terça-feira (2), a Justiça decretou o afastamento imediato de Ortiz, por 240 dias, e bloqueou seus bens e os de seu filho. A medida foi requerida pela Promotoria do Patrimônio Público e Social em ação civil que imputa aos Ortiz ato de improbidade administrativa.

A escuta telefônica, em procedimento de natureza criminal, foi requerida pelo Grupo Especial de Repressão aos Delitos Econômicos (Gedec), braço do Ministério Público que combate cartéis. O grampo pegou pai e filho entre 10 e 25 de setembro. As conversas gravadas naquele período estão sendo transcritas. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo

Os responsáveis pelo Skype negaram, nessa sexta-feira (27), que realizaram mudanças nos termos de uso do serviço de voz por IP para permitir grampos em chamadas entre seus usuários. De acordo com reportagens publicadas nessa semana, a mudança seria uma exigência de governos de diversos países e serviria para ajudar a polícia em investigações confidenciais.

As acusações surgiram depois que a companhia foi comprada pela gigante Microsoft, que recentemente registrou uma patente para a vigilância de conversas em programas de voz por IP. Além disso, o Skype teria mudado secretamente seus termos de uso e migrado para um sistema de supernodos, que facilitaria o acesso a conversas alheias.

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O chefe de desenvolvimento do Skype, Mark Gillet, afirmou que as alegações são falsas. "A mudança para os supernodos não foi feita para facilitar o acesso às comunicações dos nossos usuários e nem para cooperar com as autoridades", declarou em seu blog. De acordo com ele, os supernodos ajudam na estabilidade da rede Skype, permitindo que as pessoas sejam localizadas nos servidores da ferramenta e que uma conexão com outro contato se estabeleça.  

No universo de 101 mil inquéritos criminais que a Polícia Federal conduz em todo o País, menos de 300 estão acompanhados de procedimentos de interceptações de comunicações - telefônicas e telemáticas (e-mails). A informação é do delegado Roberto Ciciliatti Troncon Filho, superintendente regional da PF em São Paulo. Para ele, esse dado "evidentemente" derruba o mito de que o grampo é a principal ou a única arma da corporação no combate ao crime organizado.

"Na época em que houve a CPI sobre interceptações ilegais, com a suspeita de que um ministro do Supremo Tribunal Federal e um senador da República teriam tido suas comunicações interceptadas muito se falou, e a imprensa no afã de informar, acabou divulgando dados que não condizem com a realidade", afirma Troncon.

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O levantamento sobre as escutas da PF é relativo ao mês de agosto de 2011. São exatamente 288 investigações abastecidas com revelações colhidas a partir de interceptações autorizadas judicialmente. "Isso significa apenas 0,21% do total das investigações criminais realizadas pela Polícia Federal", assinala Troncon, que foi diretor de Combate ao Crime Organizado, unidade da PF que rastreia corrupção, lavagem de dinheiro, desvios de recursos públicos e outras atividades ilícitas.

Segundo o delegado da PF, essa média permanece. "O dado é desatualizado propositalmente porque no período de dezembro e janeiro há uma redução, até pelas férias forenses, desse ritmo de investigações, das diligências. Mas um dado de agosto é bastante representativo, aliás, ele repete balanço anterior, divulgado em maio de 2010, mantendo a média histórica de que apenas 0,3% do total das investigações se utilizam das técnicas de interceptação das comunicações", explica.

Troncon destaca que a previsão legal no Brasil, hoje, é da excepcionalidade do grampo, ou seja, só é solicitado e consentido em situações extraordinárias. Ele anota que a Justiça exige "demonstração da efetiva necessidade (da escuta), quando outras técnicas não puderem ser utilizadas".

"É assim que acontece e está representado justamente nesse porcentual ínfimo das investigações da PF em que é necessário o uso da técnica de interceptação de comunicações. A maioria esmagadora versa sobre investigações de organizações criminosas das mais diferentes matizes, tráfico de drogas, pedofilia praticada pela internet, fraudes eletrônicas e que exploram crimes financeiros."

A CPI das Escutas Telefônicas, à qual Troncon se referiu, foi encerrada em 2009 pela Câmara, após 16 meses de pesquisas. O relatório final, com 394 páginas, revelou o descontrole sobre a indústria do grampo. A CPI apurou 375,6 mil escutas em 2007 e 358,8 mil em 2008 - abrangendo todas as instituições policiais e também as sucessivas renovações de autorizações de grampos pela Justiça.

Troncon considera que a interceptação, "em determinados casos", é essencial. "Embora seja excepcional e complementar, particularmente em casos de organizações criminosas complexas ela (escuta) pode ser essencial para uma repressão eficaz."

O superintendente ressalta que, além da interceptação, a PF faz uso frequentemente de outras estratégias de investigação, "como a ação controlada e o retardamento da ação até identificação e desarticulação completa de todos os integrantes da organização criminosa". As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O ex-governador de São Paulo José Serra disse hoje, por meio de nota, que é um "fato gravíssimo" a informação, revelada pelo jornal O Estado de S. Paulo, de que a Polícia Federal (PF) grampeou o comitê eleitoral do PSDB no Acre durante a campanha eleitoral de 2010.

As escutas telefônicas a que o jornal teve acesso revelam detalhes da campanha do então candidato do PSDB ao governo estadual, Tião Bocalon, e conversas com a coordenação de campanha do então candidato José Serra, nome do PSDB à sucessão presidencial no ano passado. "Um fato gravíssimo que precisa ser investigado a fundo", cobrou o ex-governador. "Acrescenta-se a outros episódios da mesma natureza, como as quebras ilegais de sigilo fiscal na tentativa de usá-los como armas eleitorais", emendou.

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A PF confirmou ontem que um telefone do comitê do PSDB no Acre foi grampeado porque, segundo o órgão, estava em nome da deputada Antônia Lúcia (PSC-AC), alvo de inquérito por fraude eleitoral. Em um dos diálogos, a que o jornal teve acesso, o secretário-geral do PSDB no Acre, Frank Lima, reclama a uma das coordenadoras nacionais da falta de material de campanha do então candidato à sucessão presidencial. Em 2009, um ano antes da campanha eleitoral, o sigilo fiscal da filha de José Serra, Verônica Serra, foi quebrado, bem como de lideranças do PSDB.

O ex-Beatle Paul McCartney pretende entrar em contato com a polícia depois de ter tomado conhecimento das declarações de sua ex-esposa, a ex-modelo Heather Mills, de acordo com quem os dois teriam sido alvo dos grampos telefônicos no centro de um escândalo midiático na Grã-Bretanha.

Em comentários feitos a uma emissora norte-americana de televisão em meio a uma turnê pelos Estados Unidos, Paul McCartney disse que entrará em contato com a polícia de seu país tão logo termine sua série de apresentações.

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"Falarei com eles sobre o assunto", disse Paul em Cincinnati. "Não me parece que seja algo bom. Creio ter havido uma terrível violação de minha privacidade e que isso tenha sucedido por muito tempo. Parece que mais pessoas do que acreditávamos sabiam disso, mas preciso me informar melhor antes fazer novos comentários", declarou.

McCartney viu-se envolvido como suposta vítima do escândalo de grampos telefônicos praticados por jornais sensacionalistas britânicos depois de sua ex-esposa ter afirmado que mensagens deixadas por Paul em seu celular haviam sido interceptadas por jornalistas. As informações são da Associated Press.

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