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Por Diogo de Oliveira

O Ministério Público do Estado da Bahia (MP-BA) e o Tribunal de Justiça (TJ-BA) anunciaram, nesta terça-feira (17), que deixaram de mediar as negociações entre governo e professores em greve. Em nota, o MP e o TJ alertam que nas últimas três reuniões que participaram como mediadores não visualizaram uma proposta que trouxesse consenso entre as partes e que, já aos 100 dias de greve, seria impossível repor o calendário escolar. Inicialmente, foi a obrigação de velar pelo interesse público – as aulas – que os fez assumir a postura.

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A nota afirma que “persistindo o impasse, em razão da não obtenção de um acordo em tempo hábil e aproximando-se uma situação de dano irreversível ao calendário escolar, após empreendidos todos os esforços e ante a ausência de condições objetivas de resolução no âmbito da mediação, não resta outra alternativa às referidas instituições mediadoras senão considerar, nas atuais circunstâncias, concluídas as negociações”.

O MP e o TJ foram convocados pelo movimento grevista para mediar a negociação após 89 dias de greve, com ocupação da Assembleia Legislativa da Bahia. O governo aceitou a mediação. No entanto, na última sexta-feira (13), o movimento decidiu em assembleia geral por não acatar a proposta. O termo de impasse, alegado pelo Sindicato dos Professores e Letrados da Bahia (APLB), era a readmissão de 57 professores que sofreram processos administrativos por aderirem à greve, além de não atender aos 22% de aumento que a classe reivindica. Também nesta manhã, a APLB, protocolou uma moção solicitando que o MP e o TJ não se retirem do processo de mediação.

A situação se agrava

Antes da retirada do Ministério Público e do Tribunal de Justiça da negociação, a água, luz e telefone da Assembleia Legislativa (AL) foram cortadas pelo presidente, Marcelo Nilo (PDT). A ação do presidente tinha o objetivo de forçar a retirada dos professores do salão Nestor Duarte, contíguo ao plenário. Hoje (17), o procurador geral, Graciliano Bonfim, protocolou o pedido de reintegração de posse do salão.

A proposta de reestruturação do plano de carreira dos professores das universidades federais e dos institutos federais de educação, ciência e tecnologia defende a valorização da titulação e a dedicação exclusiva como modelos para melhorar a qualidade das instituições brasileiras. O anúncio foi feito pelos ministros da Educação, Aloizio Mercadante, e do Planejamento, Orçamento e Gestão, Miriam Belchior, durante entrevista coletiva nessa sexta-feira (13), em Brasília. 

De acordo com o site do Ministério da Educação (MEC), a proposta do governo, que passará a valer em 2013, caso seja aceita pelos professores em greve, reduz de 17 para 13 os níveis da carreira, como forma de incentivar o avanço mais rápido. O novo plano concede, ao longo de três anos, reajustes entre 24% e 45% para doutores com dedicação exclusiva na universidade. O piso para os docentes nestas condições passará a ser R$ 8,4 mil reais. O menor reajuste para a carreira será de 12% para professores com apenas graduação e 20 horas semanais.

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Ainda de acordo com o site, o ministro Aloizio Mercadante avalia que a proposta foca nos profissionais com dedicação exclusiva, que atualmente compõem 86% do corpo docente; prioriza a titulação para incentivar o corpo docente a continuar pesquisando, pois, como observou, é a pesquisa que permite o avanço na docência. 

Nos institutos federais, para a progressão na carreira além da titulação, haverá uma certificação do conhecimento tecnológico e experiência acumulada ao longo da atividade profissional de cada docente. Esta certificação será atribuída por avaliadores externos.

Com a proposta, a expectativa do governo federal é que o movimento sindical retome as atividades acadêmicas.

Após 91 dias de greve, finalmente os professores da rede estadual de ensino e o governo da Bahia negociam para colocar um ponto final nesse triste episódio da educação pública no Estado.

A aguardada audiência com o Ministério Público da Bahia (MP-BA) foi marcada para esta quinta-feira (12) e a notícia foi recebida com entusiasmo pelos docentes que participaram da assembleia da categoria no Centro Administrativo da Bahia (CAB), nessa terça-feira (10), quando uma rápida votação simbólica decidiu pela continuidade da greve até a reunião com a promotoria.

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A próxima assembleia está agendada para sexta-feira (13), quando a proposta discutida durante a audiência será avaliada pelos grevistas, que podem decidir pelo fim do movimento.

O Ministério Público da Bahia (MP-BA), através de nota enviada à imprensa, informou que o órgão assumirá a mediação da negociação entre o governo e o movimento de professores grevistas. Nessa quinta-feira (5), um grupo de promotores recebeu as lideranças do movimento grevista para uma reunião. Enquanto isso, cerca de 200 professores estaduais participou da manifestação promovida pelo movimento, em frente ao MP.

Com faixas, cartazes e carro de som, os docentes foram pedir além da intervenção do Ministério Público na negociação com o governo estadual, uma resposta sobre o contrato milionário (mais de 1,5 milhões de reais) com a empresa do professor Jorge Portugal.

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Na assembleia dos docentes realizada na última terça-feira (3), a categoria colocou novas condições para retornar ao trabalho: readmissão dos 58 professores contratados pela REDA e que foram demitidos recentemente durante a retomada dos “aulões” para estudantes do 3º ano, e a retirada dos processos administrativos contra professores grevistas que estão em estado probatório.

Cerca de cem estudantes do 3º ano, que estão tendo aula no Colégio Estadual Thales de Azevedo, realizam uma manifestação a favor do movimento grevista dos professores do estado, desde as 8h desta quarta-feira (27), no bairro do Costa Azul. O colégio é uma das 19 escolas sedes determinadas pelo governo, na última segunda-feira (25), como reforço para alunos do último ano que vão prestar vestibular e Enem.

De acordo com a presidente do grêmio estudantil, Larissa Correia, todas as 17 salas foram esvaziadas e as aulas boicotadas como forma de apoiar os professores grevistas. "Achamos justo que o governo cumpra com a palavra e pague os 22% prometidos. Isso precisa ser solucionado o quanto antes para que todos os alunos voltem à rotina escolar", desabafou.

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Professores grevistas também compareceram, além de estudantes de outras escolas, que se juntaram aos manifestantes. Depois do ato, que contou com um carro de som, eles seguiram em passeata pela avenida Tancredo Neves.

No impasse entre o governo da Bahia e professores em greve da rede estadual que já dura mais de dois meses, o governador Jaques Wagner fez por meio do seu programa de rádio, Conversa com o Governador, na manhã desta terça-feira (26), um novo apelo para que os professores retornem as atividades. Durante a entrevista, o governador destacou que “os estudantes não podem ser prejudicados por essa disputa salarial”

Segundo o governador, o governo já foi ao limite da sua capacidade orçamentária, ao fazer proposta de reajuste que, somando às duas promoções garantidas para novembro deste ano e abril de 2013, atingirá entre 22% e 26%. “Não é possível que chegando a esses números, que é o que eles pretendiam, os professores continuam se mantendo nessa intransigência com a greve”, disse. 

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O governador declara, ainda, que está havendo intolerância de parte das lideranças do sindicato dos professores. “Eu tenho limites e tenho que dizer quais são esses limites. Não adianta ficar enganando”, afirma Wagner, informando que desde o seu primeiro governo já concedeu mais de 70% de reajuste geral aos professores e que continuará melhorando as condições de trabalho e de remuneração da categoria. Segundo ele, o governo não pode “romper com a responsabilidade fiscal que tem com o orçamento do estado”.

Os professores exigem o pagamento de 22,22%, dividido em parcelas ainda este ano, para toda classe sem exceção. Porém, o governo propõe conceder aos professores licenciados, em novembro de 2012, promoção por meio de curso, com ganho real de 7%. Em abril de 2013, nova promoção, também com ganho real de 7%, para os licenciados. 

Após o retorno das aulas para estudantes apenas do 3º ano, ocorrida na segunda-feira (25), a categoria emitiu uma carta pelo Sindicato dos Trabalhadores em Educação da Bahia (APBL), direcionada para pais e estudantes, enfatizando que o governador da Bahia se recusa em cumprir a lei do piso salarial nacional que é de R$ 1.451,00 e que o governador está utilizando os estudantes do 3º ano e que, entre outras falhas, o retorno dessas aulas para os estudantes do 3 º ano, não tem validade para o ano letivo.   

Confira a carta. 

Em meio aos impasses que se instalaram entre o Governo da Bahia e o Sindicato dos Trabalhadores em Educação (APLB), em que 1,1 milhão de estudantes estão prejudicados sem aula, o desembargador do Tribunal de Justiça, Gesivaldo Britto, resolveu manter a decisão que determina o retorno imediato dos professores grevistas às salas de aula.

Os professores da rede estadual estão em greve, acampados na própria Assembleia Legislativa, desde o último dia 18 de abril, aguardando a votação do projeto do governo estadual. Segundo informações da assessoria do Estado, na avaliação do desembargador, a educação é serviço essencial à comunidade sendo, portanto, o retorno dos professores às salas imperativo e de interesse público. "A educação, embora não conste no rol dos serviços públicos elencados no art. 10 da Lei nº 7.783/89, figura este como sendo serviço de natureza essencial, na medida em que admitir a sua interrupção vai de encontro à garantia constitucional do ensino público regular, além de colocar em risco a qualidade da educação, podendo acarretar prejuízos irreparáveis ao interesse do Estado e da sociedade”, afirmou o desembargador.

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Em nota, a assessoria ainda informou que na sexta-feira (13), o juiz de Direito da 5ª Vara da Fazenda Pública, Ricardo D'Ávila, acatou solicitação do Estado por meio da Procuradoria Geral do Estado (PGE) e concedeu liminar declarando a ilegalidade da greve na rede pública de ensino do Estado da Bahia, determinando que cessem as atividades grevistas, promovendo o pronto retorno dos professores e dos demais servidores da área de educação pública do Estado às suas atividades normais. A pena de multa diária poderá ser no valor de cinquenta mil reais.

Nesta terça-feira, a categoria dos professores iria se reunir a fim de pressionar os deputados a não aprovarem o Projeto de Lei 19.776/2012, que assegura o cumprimento do Piso Nacional da Educação para os professores de ensino médio e aumenta a remuneração destes para R$ 1.659,70 (40 horas semanais).

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