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O Corriere della Sera, jornal de maior circulação da Itália, deu nota 2, em uma escala que vai de zero a 10, para o presidente do Brasil, Jair Bolsonaro, na gestão da pandemia do novo coronavírus (Sars-CoV-2).

Em uma classificação publicada nesta terça-feira (14), o diário milanês define Bolsonaro como um "negacionista" inspirado por seu "ídolo Donald Trump" e afirma que ele está "quase isolado no mundo".

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"Jair Bolsonaro enfrenta uma oposição interna com poucos precedentes na história do Brasil. Ignoram seus apelos para voltar ao trabalho tanto os governadores e prefeitos das áreas mais atingidas pelo vírus, os quais mantêm regras bastante rígidas, quanto o próprio ministro da Saúde Luiz Henrique Mandetta, que segue as indicações da OMS e está sempre a ponto de perder o cargo", diz o texto escrito pelo correspondente do diário no Brasil, Rocco Cotroneo.

"Por enquanto, Mandetta continua, até porque as pesquisas lhe atribuem o dobro da aprovação do presidente. Bolsonaro, enquanto isso, sai do palácio e aperta mãos, incita seus apoiadores a retomarem as atividades e a cada dois ou três dias lança um apelo contraditório na TV", afirma o Corriere della Sera.

O jornal italiano também define o presidente como um "fanático defensor da cloroquina como cura infalível da Covid-19". "Enquanto todos os especialistas advertem que os meses de maio e junho serão terríveis no Brasil, Bolsonaro sustenta que 'a questão do vírus está começando a ir embora'", conclui o Corriere.

Ao todo, o jornal avaliou 11 líderes, sendo que Bolsonaro recebeu a pior nota. A primeira-ministra da Nova Zelândia, Jacinda Ardern, definida como "empática", lidera o ranking, com nota 9, à frente da chanceler da Alemanha, Angela Merkel, a "maga das emergências", e da "corajosa" premiê da Dinamarca, Mette Frederiksen, ambas com 8.

O presidente da China, Xi Jinping, recebeu uma avaliação dupla: 10 para os chineses e 5 para o restante do mundo, devido ao "aparato imperial" que desestimula a admissão de problemas no país e à sua hesitação em alertar o restante do planeta sobre o risco de uma pandemia.

Os outros líderes avaliados são o chanceler da Áustria, Sebastian Kurz (6), os primeiros-ministros do Reino Unido, Boris Johnson (7), e da Irlanda, Leo Varadkar (7), e os presidentes da França, Emmanuel Macron (7), e dos Estados Unidos, Donald Trump (5).

Já o primeiro-ministro do Japão, Shinzo Abe, ficou sem nota devido à sua postura de tentar "temporizar", confiando na disciplina da população local e sem impor multas para quem não respeitar a recomendação de limitar as saídas de casa. "Meias medidas e juízo suspenso para o temporizador Abe", diz o Corriere. 

Da Ansa

O porta-voz do Vaticano desmentiu neste domingo (13) supostas declarações do Papa Francisco a um jornal italiano, nas quais considera que 2% do clero católico pode estar integrado por agressores sexuais e promete encontrar "soluções" para o celibato dos padres.

Em uma entrevista publicada no jornal italiano La Repubblica, Francisco reitera a condenação aos abusos sexuais de menores de idade e promete lutar contra o crime com "a severidade necessária". "Segundo números contrastantes, o percentual de pedófilos na Igreja está em 2%. Estes 2% incluem padres e até bispos e cardeais", afirmou o pontífice.

Ao ser questionado se algum dia o casamento dos padres católicos será autorizado, Francisco destacou que o celibato dos sacerdotes foi instituído apenas no século X e que alguns sacerdotes podem casar em algumas igrejas do leste da Europa que estão sob a tutela do Vaticano.

"Definitivamente, existe um problema, mas não é um problema importante. Isto precisa de tempo, mas há soluções e eu as encontrarei", disse o pontífice, sem entrar em detalhes.

Mas o porta-voz do Vaticano, Federico Lombardi, afirmou neste domingo que as declarações no jornal sobre a existência de cardeais pedófilos e a possível reforma do celibato dos padres não correspondem ao que o pontífice realmente quis dizer. "Isto não é, de nenhuma maneira, uma entrevista no sentido normal da palavra", disse, antes de acusar o jornal de "manipular leitores ingênuos".

Lombardi não explicou quais foram as verdadeiras declarações do pontífice na entrevista, a terceira de uma série com o fundador do jornal La Repubblica, Eugenio Scalfari, de 90 anos, um jornalista famoso e intelectual ateu.

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