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A Confederação Brasileira de Futebol anunciou, no início da noite desta quarta-feira, o afastamento de José Maria Marin, que tem cargo de vice-presidente na entidade e está preso na Suíça, a pedido do Departamento de Justiça dos Estados Unidos. A CBF também informou que vai "reanalisar todos os contratos ainda vigentes e remanescentes de períodos anteriores".

De acordo com a CBF, a decisão de afastar Marin da vice-presidência "até a definitiva conclusão do processo" foi tomada em reunião extraordinária no início da noite desta quarta-feira. Já a análise dos contratos antigos, segundo a atual diretoria da CBF, já havia sido decidida no início da atual gestão, em 16 de abril, mas só foi "tornada pública" após a Justiça norte-americana denunciar um esquema de corrupção que dura "duas gerações de dirigentes" sul-americanos e teria começado em 1991.

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Marin era o mais velho entre os vice-presidentes da CBF quando Ricardo Teixeira renunciou à presidência da CBF, em março de 2012, e assumiu a entidade. O ex-governador biônico de São Paulo manteve-se no cargo até o mês passado, quando foi substituído por seu principal aliado político, Marco Polo Del Nero, eleito com seu apoio.

Presidente da Federação Paulista de Futebol de agosto de 2003 até o mês passado, Del Nero manteve-se aliado a Marin, tanto que o manteve como vice-presidente, o primeiro da linha sucessória.

SEDE MARIN - Inaugurada em junho de 2014, a nova sede da CBF leva o nome de José Maria Marin. Um dos líderes do Bom Senso FC, o ex-jogador Alex cobrou que a homenagem seja retirada. "O prédio da linda sede da CBF no Rio de Janeiro se chamar José Maria Marin é uma piada de péssimo gosto. Façam homenagem a quem fez algo pelo nosso futebol, por favor", escreveu o craque no Instagram.

A procuradora-geral dos Estados Unidos, Loretta Flynch, afirmou que o próximo passo do processo que investiga a corrupção no futebol é o pedido de extradição dos sete dirigentes da Fifa que foram presos na manhã desta quarta-feira na Suíça, incluindo o brasileiro José Maria Marin, ex-presidente da Confederação Brasileira de Futebol (CBF). "Eles terão um julgamento justo se trazidos a este país", afirmou.

"O próximo passo nesse processo é fazer com que eles venham aos Estados Unidos para responder a essas acusações", afirmou em entrevista coletiva nesta quarta-feira. "Vamos enviar uma ordem para as autoridades suíças para que sejam transferidos para a nossa custódia", completou. Loretta frisou que os investigadores dos EUA trabalharam de forma "bastante cooperativa" com a Suíça e espera manter esse bom relacionamento no futuro.

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A entrevista atraiu mais de 100 jornalistas do mundo todo e durou cerca de 50 minutos, reunindo boa parte das principais autoridades da Justiça norte-americana, com todos destacando em sua apresentação que as investigações vão continuar e novas prisões podem ser feitas a qualquer momento. "A nossa mensagem para a Fifa e todo o futebol é que nossa investigação vai continuar, o que a Fifa faz internamente é uma questão da organização e seus membros. A mensagem é clara: as autoridades dos EUA e de outros países não vão tolerar essa conduta de corrupção daqui em diante", disse a procuradora.

Autoridades do alto escalão do mundo de futebol, ressaltou Loretta, das quais se esperava que zelassem pelas regras e boas práticas dos jogos e competições, acabaram "corrompendo" o esporte para "satisfazer interesses pessoais e se enriquecerem". "Começando em 1991, duas gerações de executivos da Fifa, a Concacaf, a Conmebol, que representa e organiza o futebol na América do Sul, usaram seus cargos de confiança dentro das suas respectivas organizações de solicitar propina a marqueteiros esportivos em troca de direitos comerciais sobre campeonatos de futebol", afirmou Loretta. As práticas irregulares, afirmou, foram feitas "repetidamente, ano após ano, campeonato após campeonato".

Loretta citou que apenas para a Copa América de 2016, que será nos EUA - a primeira vez que o campeonato vai ocorrer em cidades fora da América do Sul -, a investigação do Departamento de Justiça descobriu que a competição foi usada como veículo para um esquema de propinas que somam US$ 110 milhões. Esse montante soma, segundo ela, um terço do custo legítimo dos direitos dos campeonatos envolvidos.

Na manhã desta quarta, uma operação de busca foi feita no escritório da Concacaf em Miami, informou a procuradora. O fato de a entidade ter sede nos EUA é um dos motivos que levaram o país a investigar o futebol, afirmou o procurador-geral de Nova York, Kelly Currie. O outro foi que parte importante dos pagamentos de propina e lavagem de dinheiro no esquema de corrupção e extorsão passou por bancos norte-americanos e empresas de remessas de recursos com sede no país. Na entrevista, Currie não revelou os nomes das instituições. Além disso, a Lei de Práticas Corruptas Estrangeiras (FCPA, em inglês) permite que as autoridades norte-americanas investiguem estrangeiros com negócios no país, mesma regra pela qual o escândalo de corrupção na Petrobrás está sendo investigado pelo Departamento de Justiça.

BLATTER - Loretta foi questionada logo na primeira pergunta sobre as razões pelas quais o presidente da Fifa, Joseph Blatter, não ter sido acusado no processo, que inclui o atual vice-presidente da entidade e o anterior. "Eu não vou comentar sobre indivíduos que não estão sendo mencionados hoje porque isso seria injusto com eles. O que eu posso dizer é que essa investigação está em andamento e vai continuar, mas neste momento não há investigação sobre ele (Blatter)", afirmou.

Principal opositor ao modelo como Confederação Brasileira de Futebol (CBF) gere o esporte no país, o Bom Senso FC publicou uma nota na manhã desta quarta-feira (27) sobre o da prisão do ex-presidente da CBF, José Maria Marín, em uma investigação de corrupção na FIFA e nos próprios contratos da gestora do futebol brasileiro. De acordo com o texto, a prisão de Marín é a demonstração de que é necessária uma investigação maior sobre como o esporte é tratado no Brasil.

O movimento ainda ressaltou na nota a necessidade da aprovação da MP do Futebol, que visa dar transparência e democratização na administração das entidades esportivas brasileiras.  A medida provisória vem sendo alvo de muitas contestações no congresso que a consideram inconstitucional.

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Confira a nota na íntegra:

Como diz a música: “Cai o Rei de espadas, Cai o Rei de ouros, Cai o Rei de paus, Cai não fica nada!”

Um dia como hoje mostra quão válidos são a nossa luta e os nossos ideais. Sim, porque quando grandes dirigentes e operadores de corrupção são investigados ou presos, é a chance de surgir um futebol melhor para todos. 

É chegada a hora de discutir e investigar o comando do futebol brasileiro. O ambiente é de combate à corrupção estatal no Brasil e de investigação ao grande poder do futebol. É hora de democracia e transparência no futebol. Medidas concretas neste sentido estão presentes na MP 671, a MP do Futebol, que refinancia a dívida dos clubes. Por isso, é urgente e necessária a sua aprovação.

O dia de hoje também mostra que quando existe vontade do poder público e das instituições responsáveis é extremamente viável investigar os desvios, a corrupção e punir os envolvidos. Que a ação da Justiça dos EUA inspire os poderes responsáveis no Brasil para uma ampla, geral, irrestrita e imparcial investigação.

Amigo pessoal do ex-presidente da CBF, José Maria Marin, preso na madrugada desta quarta-feira (27) em Zurique, na Suíça, o presidente da Federação Pernambucana de Futebol (FPF), Evandro Carvalho disse desconhecer todo o caso envolvendo a prisão do cartola e a investigação sobre a corrupção na FIFA. Marin foi detido junto com nove dirigentes da FIFA e cinco executivos, sob a acusação de extorsão e corrupção no futebol.

José Maria Marin recebeu propinas de R$ 2 milhões por ano de parceiros comerciais para a realização da Copa do Brasil enquanto foi presidente da CBF. Na manhã desta quarta-feira, ele foi um dos presos na Fifa pela polícia suíça e à pedido do FBI, a Agência Federal de Investigação dos Estados Unidos.

Segundo a investigação americana, a CBF cobrou propinas de parceiros para que tivessem o direito de transmissão dos eventos. O valor, porém, subiu quando Marin assumiu a presidência, em 2012. Marco Polo Del Nero, presidente atual da CBF, saiu em defesa de Marin, alegando que todos os contratos eram da época de Ricardo Teixeira.

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Outra constatação é de que a Nike pagou uma propina de US$ 40 milhões (cerca de R$ 127 milhões) em uma conta na Suíça para fechar um contrato com a CBF para patrocinar a seleção brasileira. A informação faz parte da investigação conduzida nos Estados Unidos e que acabou com a prisão de José Maria Marin, ex-presidente da CBF.

Segundo o levantamento, o acordo avaliado em US$ 140 milhões (R$ 445 milhões) rendeu em pagamentos paralelos e depositados no paraíso fiscal alpino. As suas duas empresas que teriam recebido o dinheiro seriam a Traffic Sports International Inc. e a Traffic Sports USA Inc. -, que estão sediadas na Flórida (EUA). Ambas são citadas pela Justiça americana. Os suíços já indicaram que contas foram bloqueadas.

Marco Polo del Nero, presidente da CBF, se recusou a comentar o contrato da Nike. "Isso é algo antigo", disse. O cartola participa de uma reunião de emergência em Zurique com dirigentes sul-americanos e deixou claro que a responsabilidade pelos contratos é de Ricardo Teixeira. " Eu não sabia de nada", declarou.

A CBF se manifestou no fim da manhã desta quarta-feira sobre a prisão de seu ex-presidente e atual vice-presidente José Maria Marin, acusado de participação em um escândalo de corrupção investigado pela Justiça dos Estados Unidos. Em comunicado oficial, a entidade prometeu ajudar na investigação, mas fez questão de dissociar o atual corpo diretivo da entidade das acusações.

A posição da CBF segue a linha do que foi dito pelo seu atual presidente, Marco Polo del Nero. Em entrevista momentos após a prisão, o dirigente se mostrou irritado e saiu em defesa do acusado, seu padrinho na entidade, ao afirmar que os contratos investigados haviam sido "firmados antes da administração de Marin".

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"Diante dos graves acontecimentos ocorridos nesta manhã em Zurique, envolvendo dirigentes e empresários ligados ao futebol, a CBF vem a público declarar que apoia integralmente toda e qualquer investigação", afirmou a entidade em comunicado, antes de garantir a idoneidade da atual gestão de Del Nero.

"A entidade aguardará, de forma responsável, sua conclusão (da investigação), sem qualquer julgamento que previamente condene ou inocente. A nova gestão da CBF, iniciada no dia 16 de abril de 2015, reafirma seu compromisso com a verdade e a transparência", apontou.

A prisão de José Maria Marin fez parte de uma extensa investigação norte-americana, que resultou no indiciamento de outras 13 pessoas ligadas ao futebol. Nomes como o vice-presidente da Fifa Jeffrey Webb, os ex-presidentes da Conmebol Nicolás Leoz e Eugenio Figueredo e o ex-vice-presidente da Fifa Jack Warner estão entre os investigados por diversos crimes, como conspiração para levar dinheiro, extorsão e fraude eletrônica, em um esquema com 24 anos de duração e com pagamento de subornos superiores a US$ 150 milhões (mais de R$ 470 milhões).

Amigo pessoal do ex-presidente da CBF, José Maria Marin, preso na madrugada desta quarta-feira (27) em Zurique, na Suíça, o presidente da Federação Pernambucana de Futebol (FPF), Evandro Carvalho disse desconhecer todo o caso envolvendo a prisão do cartola e a investigação sobre a corrupção na FIFA. Marin foi detido junto com nove dirigentes da FIFA e cinco executivos, sob a acusação de extorsão e corrupção no futebol.

O dirigente da FPF disse estar viajando desde as 5h para uma reunião em Alagoas e não havia sido informado sobre nada ainda. “Estou viajando no carro e ouvindo música. Desconheço totalmente o caso. Não estou sabendo absolutamente nada sobre o assunto”, afirmou ao Portal LeiaJá.

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Evandro Carvalho foi um dos dirigentes das federações de futebol mais ativos durante a gestão de José Maria Marin a frente da CBF. Inclusive chefiando a delegação da Seleção Brasileira em três ocasiões no ano de 2014 a convite do próprio ex-presidente da CBF. Ele foi muito elogiado por Marin como um exímio defensor do futebol pernambucano e brasileiro.

A estimativa é de que as penas para executivos da Fifa e de todos os detidos envolvidos na operação deflagrada pela Justiça dos Estados Unidos nesta quarta-feira, caso se comprove, de fato, a culpa, é de até 20 anos de prisão, além da devolução de dinheiro e da propina recebida. A acusação formal aos membros da Fifa em Zurique na manhã desta quarta foi aberta pelo juiz distrital Raymond J. Dearie, de Nova York.

"Os réus individuais indiciados e condenados enfrentam prazos máximos de prisão de 20 anos para a conspiração, fraude eletrônica, lavagem de dinheiro e obstrução da justiça. Além disso, Eugênio Figueredo enfrenta uma pena máxima de prisão de 10 anos por uma acusação de fraude de naturalização e poderia ter sua cidadania dos Estados Unidos revogada", informa o documento do Departamento de Justiça dos EUA. Eugênio Figueiredo é ex-presidente da Conmebol. "Ele também enfrenta pena máxima de prisão de cinco anos para cada carga fiscal."

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Entre os indiciados e detidos nesta quarta, todos membros da Fifa, está o brasileiro e ex-governador de São Paulo, José Maria Marin, que em abril deste ano passou o cargo de presidente da CBF, a maior entidade do futebol brasileiro, para seu braço-direito Marco Polo del Nero, que não foi citado. Todos os cartolas presos podem ser extraditados para os Estados Unidos. Esse processo, no entanto, não é rápido e pode levar até dois anos.

Em documento divulgado na imprensa, o Departamento de Justiça dos Estados Unidos informou ainda que alguns membros acusados aceitaram ajudar nas investigações e admitiram culpa em parte do processo de propina. Um deles foi o empresário J. Hawilla, da Traffic, que fez acordo para devolver R$ 476 milhões. Vale lembrar que os cartolas sul-americanos da Fifa estão sendo acusados de benefícios próprios e de enriquecimento ilícito em esquemas fraudulentos na organização do futebol.

"A maioria dos esquemas alegados na acusação diz respeito à solicitação e recebimento de subornos e propinas por autoridades do futebol, de executivos de marketing esportivo em conexão com a comercialização dos meios de comunicação e direitos de marketing associadas com várias partidas e torneios de futebol, incluindo eliminatórias da Copa do Mundo da Fifa em região da Concacaf, organizado conjuntamente com a Conmebol, como Copa América, Libertadores e até Copa do Brasil, que é organizado pela Confederação Brasileira de Futebol", informa o documento.

"Outros alegados regimes dizem respeito ao pagamento e recebimento de subornos e propinas em conexão com o patrocínio da CBF por uma grande empresa esportiva dos EUA, a seleção do país anfitrião da Copa do Mundo de 2010 e as eleições presidenciais da Fifa em 2011", completa o Departamento de Justiça dos EUA.

Todos os réus, se condenados, devem restituir os valores envolvidos e sofrerão confisco de bens. Eles também serão multados em US$ 500 mil (R$ 1,4 milhão). Cada réu enfrentará um ano de liberdade condicional. As investigações do governo dos Estados Unidos estão em curso e não acaba nas prisões em Zurique.

O presidente da CBF, Marco Polo Del Nero, afirmou nesta quarta-feira em Zurique que os contratos envolvidos no escândalo da prisão de José Maria Marin na Suíça foram assinados ainda sob a gestão do ex-presidente da entidade, Ricardo Teixeira. Marin foi um dos sete cartolas presos pela polícia suíça, atendendo a um pedido do FBI, nos Estados Unidos.

"Precisamos as razões para essa prisão", disse, visivelmente irritado e depois de uma reunião de crise com os demais cartolas sul-americanos num hotel de luxo de Zurique. Segundo a Justiça americana, a base para a investigação é a corrupção em contratos de várias competições, inclusive a Copa do Brasil. administrada pela CBF.

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Del Nero saiu em defesa do acusado e de seu padrinho na entidade. "São contratos firmados antes da administração de Marin", insistiu, defendendo seu atual vice-presidente. "Não tem nenhum contrato depois". "Temos de saber a conduta. Eu não tenho a mínima ideia do que ocorre. Queremos saber o que passou", declarou.

Ele reconheceu que a prisão de Marin não é boa para imagem da CBF, que fica afetada. "Não é algo bom, é péssimo", admitiu o cartola. Questionado se ele sabia dos contratos sob investigação nos Estados Unidos, Del Nero se recusou a admitir qualquer envolvimento. "Eu era apenas o presidente da Federação Paulista de Futebol. Não sabia de nada", completou.

Del Nero, que assumiu o comando da CBF em abril, sucedendo o próprio José Maria Marin, explicou que ficou sabendo da prisão de seu ex-chefe por meio da esposa de Marin e que ele "está bem". Ele Disse que não saberia se o cartola aceitará ser extraditado para os Estados Unidos.

O presidente também defendeu que o Congresso da Fifa e a eleição na sexta-feira sejam mantidos. "O Congresso precisa continuar", completou. Na sexta, a entidade vai escolher seu novo presidente, que deve ser Joseph Blatter, candidato a mais um mandato sob a alegação de que seu trabalho no futebol mundial ainda não está completo, que terá como adversário o príncipe jordaniano Ali bin Al Hussein. Del Nero já indicou que votará pelo atual presidente da entidade. Ele considera que o suíço tem feito "um bom trabalho".

Durante audiência na Comissão de Educação, Cultura e Esporte (CE), nesta quarta-feira (27), o senador Romário (PSB-RJ) parabenizou a atuação da polícia suíça ao deter executivos da Fifa pela acusação de corrupção. O ex-presidente da Confederação Brasileira de Futebol (CBF) e da organização da Copa do Mundo de 2014, José Maria Marin, está entre os investigados.

"Corruptos e ladrões que fazem mal ao futebol foram presos, inclusive José Maria Marin. Ladrão tem que ir para cadeia. Parabéns ao FBI. Infelizmente não foi a gente quem prendeu", declarou o ex-jogador, que também chamou o atual presidente da CBF, Marco Polo Del Nero, de "ladrão, safado e ordinário". "As contas dele fora do país estão recheadas", acusou.

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O Ministério do Esporte ainda não se pronunciou sobre o caso, mas deve emitir nota ainda nesta quarta-feira (27).

A Fifa garante que a eleição de sexta-feira e as sedes da Copa do Mundo de 2018 e 2022 serão mantidas, mesmo diante das prisões realizadas nesta quarta-feira, em Zurique. "Uma coisa não tem nada a ver com a outra", declarou o porta-voz da Fifa, Walter de Gregório, em entrevista coletiva.

Segundo ele, nem o presidente Joseph Blatter nem o secretário-geral Jérôme Valcke estão implicados no esquema. "Ele (Blatter) está relaxado. Não é um dia bonito, mas é um bom dia para a Fifa. Não em termos de imagem, é claro, mas para fazer uma limpeza", afirmou De Gregório.

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A Fifa, segundo ele, é vítima no processo. "A entidade é que foi lesada, é parte prejudicada, e não temos opção além de seguir adiante com as reformas. É um processo de investigar que já começamos há quatro anos" disse o porta-voz da entidade.

Ele garante que a Fifa está plenamente cooperando com as investigações e que os documentos pedidos pelo Ministério Público da Suíça foram entregues sem qualquer tipo de resistência. "Nós ajudamos a Justiça, é de nosso interesse que essa história seja apurada. Não houve qualquer ação dentro de nossos escritórios, somos a parte que sofre as consequências."

De Gregório rejeitou a tese de que a Fifa sabia que a operação estava para ocorrer na manhã quarta-feira. "Obviamente que isso acontece em um momento difícil. Doí, mas é necessário", disse De Gregório.

Numa operação surpresa, policiais suíços prenderam cartolas da Fifa atendendo a um pedido de cooperação judicial dos Estados Unidos. O foco foi a delegação da América Latina e um total de 6 dirigentes da região foram detidos, entre eles o ex-presidente da CBF, José Maria Marin.

Marin é acusado de receber propinas milionárias em esquemas de corrupção no futebol. A Justiça americana indicou que parte das propinas se referiam à organização da Copa do Brasil, Copa Libertadores e mesmo da Copa América. Além de corrupção, Marin é acusado de "conspiração" e pode ser extraditado aos Estados Unidos.

O ex-presidente da CBF e da organização da Copa do Mundo de 2014, José Maria Marin, está entre os detidos nesta quarta-feira, 27, em Zurique e acusados pela Justiça americana de ter recebido propinas milionárias em esquemas de corrupção no futebol. O jornal O Estado de S. Paulo não o encontrou em seu quarto de hotel em Zurique nesta manhã e, segundo fontes que estiveram no lobby do estabelecimento, dois policiais carregaram malas e uma pasta com o símbolo da CBF. Pálido e visivelmente nervoso, ele foi conduzido a um carro.

A Justiça americana confirmou a prisão e indicou que parte das propinas se referiam à organização da Copa do Brasil, Taça Libertadores da América e mesmo da Copa América. Além de corrupção, Marin é acusado de "conspiração" e pode ser extraditado aos EUA.

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Segundo os americanos, quem também será acusado é José Hawilla, fundador da Traffic Group.

O Ministério Público da Suíça também realizou uma operação nesta manhã, confiscando na sede da Fifa documentos e computadores sob a suspeita de que cartolas receberam propinas para votar nas sedes das copas de 2018 e de 2022. O MP suíço confirmou que abriu uma investigação penal contra os dirigentes. Nesse caso, dez pessoas estão sendo investigadas.

Por enquanto, a polícia não confirma os nomes dos envolvidos e, questionado pelo Estado, o Departamento de Justiça se recusou a dar até mesmo as nacionalidades dos envolvidos.

Numa operação surpresa, policiais suíços prendem cartolas da Fifa atendendo a um pedido de cooperação judicial dos EUA. O foco é a delegação da América Latina e um total de 6 dirigentes da região foram conduzidos à delegacia de Zurique para responder a acusações de corrupção e desvio de verbas em "torneios de futebol da América Latina".

Às vésperas da eleição que colocaria Joseph Blatter para liderar por mais quatro anos a Fifa, as autoridades desembarcaram na manhã desta quarta-feira no luxuoso hotel Baur au Lac, em Zurique, para proceder com as prisões. Comunicado da polícia não revela por enquanto os nomes dos suspeitos, mas dá informações de que se trata de uma operação focada nos dirigentes da Conmebol e da Concacaf. Segundo o documento, as propinas chegaram a R$ 100 milhões de dólares. Suspeitos de corrupção por décadas em uma série de escândalos, os cartolas são acusados de fraude, lavagem de dinheiro e uma série de crimes financeiros. Os policiais exigiram da recepção do hotel as chaves dos quartos e iniciaram uma série de prisões.

Os nomes dos suspeitos, por enquanto, não foram revelados. Mas as acusações apontam para o recebimento de propinas em troca de apoio para votar por países que sediarão as Copas de 2018 e 2022. A Fifa chegou a realizar sua própria investigação. Mas alegou que não encontrou qualquer sinal de irregularidade. Joseph Blatter concorre para o quinto mandato como presidente da Fifa Acordos comerciais também foram investigados pela Justiça americana, no que resultou também em suspeitas de pagamentos ilegais para dirigentes. Mais de dez cartolas, porém, seriam denunciados, num duro golpe contra Joseph Blatter e seus aliados.

Entre os suspeitos estão Jeff Webb, presidente da Concacaf e representantes das Ilhas Cayman, e Eugenio Figueiredo, até pouco tempo presidente da Conmebol. Durante a Copa do Mundo no Brasil, Figueiredo comentou ao jornal O Estado de S. Paulo que a polícia "jamais agiria contra a Fifa". "Isso é um blefe. Não existe nada. Se existisse, eles já estariam aqui", disse, em relação a uma eventual operação ainda no Copacabana Palace.

Neste caso, as investigações foram lideradas pela procuradora americana Loretta Lynch, que pediu a colaboração das autoridades suíças. A Justiça americana quer que os suspeitos sejam agora extraditados, num processo que pode levar meses. Grande parte do escândalo envolveria cartolas da América Central e América do Norte, uma das bases de Blatter nas eleições. Com reservas de US$ 1,5 bilhão e tendo lucrado mais de US$ 5 bilhões com a Copa do Mundo no Brasil em 2014, a Fifa parecia ser até pouco tempo uma potencia paralela, blindada da Justiça. A operação, liderada por cerca de uma dúzia de policiais, se transforma no maior escândalo já vivido pela entidade mergulhada em crises e casos de corrupção.

Fontes indicaram ao Estado que Blatter não está entre os suspeitos. Mas parceiros seus que por anos o garantiram votos também fizeram parte do grupo de suspeitos. Um dos visados é ainda Jack Warner, que por anos mandou no futebol do Caribe até ser suspenso por desvio de verbas. As eleições estão marcadas para sexta-feira, em Zurique, e Blatter tem insistido que não vê motivos para deixar o cargo. Segundo ele, uma reforma tem sido realizada por anos para garantir a credibilidade da entidade.

Ali bin Al Hussain, único candidato contra Blatter, se limitou a dizer que hoje é "um dia triste ao futebol". Já a Fifa indicou que aguarda "esclarecimentos" para poder se pronunciar. Enquanto isso, o secretário-geral da Fifa, Jerome Valcke, indicou nesta manhã que não estava sabendo das prisões.

Tensão

 

O clima de tensão entre os cartolas é evidente. A reportagem tentou questionar o vice-presidente da Fifa, Issa Hayatou, se ele temia também ser alvo de uma operação e a reação de seus assistentes foi a de empurrar a reportagem acusando-a de ser "mau-educada". "Isso é pergunta que se faça?", gritava um dos seus assistentes, enquanto empurrava a reportagem.

Rumores entre as delegações também indicavam que Blatter poderia adiar as eleições, marcadas para esta semana. O suíço cancelou sua agenda para o dia e não compareceu a pelo menos dois eventos que ele pediria votos.

Mas Fifa confirmou que a eleição será mantida e que as prisões são "boas para a Fifa". "Obviamente que o momento não é bom. Mas essa era a única forma de limpar", declarou Walter de Gregório, que insiste que Blatter está "relaxado" e "fora de qualquer acusação".

Ele também confirmou: a Copa de 2018 e 2022 ocorrem na Rússia e no Catar.

Entre os delegados da entidade, muitos se questionavam quantos presidentes de federações tentariam sair da Suíça antes de uma eventual nova operação da polícia.

O preço dos ingressos dos jogos da seleção brasileira, mesmo no Brasil, não são determinados pela CBF. Isso é o que diz o contrato fechado entre a entidade e a ISE, a empresa de fachada nas Ilhas Cayman que obteve o direito de organizar os amistosos da seleção até o fim 2022.

A empresa, em troca de ficar com toda a renda de bilheteria, paga um valor fixo para a CBF, de cerca de US$ 1,05 milhão (R$ 3,1 milhões), além de outros US$ 2,1 milhões (R$ 6,3 milhões) pagos pela Pitch, a empresa que operacionaliza o jogo. Mas todas as decisões sobre valores e toda a renda da partida ficam para os parceiros comerciais.

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No fim de semana, a Agência Estado revelou os contratos confidenciais da CBF com a ISE. Pelo acordo, entre outros vários direitos, a ISE exige que qualquer substituição entre os jogadores do time tenha o "mesmo valor de marketing" do titular.

Mas o controle vai além. "A ISE é a única parte responsável pelos ingressos das partidas e outros eventos relacionados e terá o direito exclusivo de vender ou oferecer os ingressos dessas partidas e eventos, de receber toda a renda vinda da venda de ingressos, de designar os lugares dos espectadores, de definir os preços dos ingressos e de realizar qualquer outro ato relacionado aos mesmos", indicou o contrato.

Pelo contrato, a ISE "fornecerá à CBF 100 ingressos para ‘Categoria A’, 30 ingressos ‘VIP’ e 20 ingressos para ‘V VIP’ se disponíveis". O documento também deixa claro que a ISE tem amplos direitos e pode multar a CBF por qualquer violação aos termos do acordo.

"Se acaso a CBF cancelar sua participação na partida por qualquer razão, salvo por evento de força maior, a CBF reembolsará à ISE qualquer valor que tenha recebido da Taxa de Comparecimento, assim como também pagará à ISE uma indenização por danos no valor equivalente a duas (2) vezes a Taxa de Comparecimento estipulada na cláusula 12 acima", disse o documento. Na prática, isso significa uma multa de US$ 2 milhões (R$ 6 milhões). "Além disso, a CBF deverá compensar a ISE pelos reais danos oportunos, financeiros e outros danos incorridos pela ISE, se for determinado que os haja, caso esse cancelamento tenha ocorrido após a assinatura deste Acordo", informou outro trecho.

Qualquer outra violação também é punida. "Se a CBF violar qualquer de suas obrigações sob este presente Acordo, a CBF pagará à ISE o valor de US$ 1.000,000 (um milhão de dólares americanos) a título de indenização", alertou o artigo 17.

A ISE tem amplos direitos de revender o contrato ou fazer qualquer negócio fora, mesmo sem a autorização da CBF. "A ISE terá, a seu exclusivo critério, o direito de sublicenciar, ceder ou transferir qualquer e todos os direitos e obrigações adquiridas sob esse Acordo, seja em relação a uma partida específica ou todas as partidas a quaisquer terceiros sem a autorização prévia por escrito da CBF".

AGENDA FECHADA - O contrato também deixa claro que a ISE tem influência para determinar a agenda dos jogadores quando eles estiverem concentrados com a seleção para amistosos. Até mesmo quem fala com a imprensa seria uma decisão da empresa. O contrato exige que a seleção esteja no local do jogo "um dia antes da partida ou do evento Oficial". Com a aprovação da CBF, o acordo prevê que os jogadores e comissão técnica precisam participar de uma série de eventos.

"Conferências de imprensa, com a participação de ao menos o treinador, um membro do quadro diretivo e quatro jogadores a serem designados pela ISE, incluindo o capitão do time," apontou o contrato. O acordo também fala em "entrevistas pré e pós-jogo com cada jogador para a emissora anfitriã de cada partida".

BRINDE - O contrato ainda prevê a participação dos jogadores em eventuais cerimônias de abertura, "recepções de boas-vindas e outros eventos promocionais do patrocinador titular". O acordo diz que a CBF deve garantir que seus jogadores estarão "presentes a toda atividade promocional relacionada ao jogo". "A ISE poderá organizar uma sessão de treinamento aberta com propósitos comerciais ou não para cada partida", indica o acordo, mesmo sem a anuência da comissão técnica da seleção.

Para completar, um brinde. "A CBF irá assegurar que a ISE receba 10 (dez) camisas oficiais da seleção, totalmente autografadas por toda a seleção nacional brasileira para cada jogo", disse o documento.

O presidente da CBF, Marco Polo Del Nero, defendeu o contrato feito na administração Ricardo Teixeira com a ISE para a realização dos amistosos da seleção brasileira. Ele disse que o acordo foi estabelecido em uma época em que os jogos da equipe feitos no Brasil davam prejuízos e que, hoje, a entidade não corre o menor risco de ficar no vermelho quando o time entra em campo.

"O contrato, na medida do possível, a gente faz para cumprir. Nós chegamos e já tinha esse contrato, temos de cumprir. Eu não chego a dizer que esse contrato é tão ruim. Porque quando a gente jogava aqui no Brasil não chegava a tirar esse valor (US$ 1,05 milhão). Hoje quanto é isso? R$ 3 milhões é pouco? Se analisar, hoje o contrato é bom", disse Del Nero.

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O presidente garantiu que, em todos os amistosos, as cotas de transmissão são da CBF. "O direito da televisão é nosso, da CBF. Qualquer maneira é da CBF. Fora do Brasil também".

Ele rebate o argumento de que os intermediários ganham muito mais do que a CBF com os amistosos. "Há jogos que dão prejuízos. O amistoso em Porto Alegre (contra Honduras, em 10 de junho) não vai ter lucro. Vai dar o quê? R$ 4 milhões? Fora do Brasil os amistosos que rendem bem é o momento de lucro deles. Eles perdem dinheiro, ganham dinheiro. Perdem e ganham. Mas a CBF não corre risco nenhum".

Del Nero enfatizou que não estava na entidade quando os contratos com a ISE foram feitos e afirmou não conhecer seus integrantes. Disse ter sido apresentado a um executivo, mas que seu contato era com um funcionário, com quem tratava sobre "uma série de fatores". "Mas fui informado que esse funcionário está saindo da empresa". A relação da diretoria da CBF é com a Pitch, empresa que desde 2012 faz a operação dos jogos da seleção.

O dirigente admitiu ter conversado, junto com o ex-presidente José Maria Marin, com o Grupo Figer, que tinha o objetivo de oferecer novo parceiro para a seleção. "Toda vez que vem uma proposta você tem de ouvir. Se for interessante, podemos romper o contrato (em vigência), desde que sejam pagas as multas. Então nós analisamos (a proposta da Kentaro, via Figer), mas não chegou àquilo que podia interessar", afirmou.

A seleção do Brasil não é do Brasil. Os contratos secretos da CBF com empresários que lucram milhões de dólares com realização de amistosos deram a investidores estrangeiros o controle total sobre a maior seleção da história, sequestrando a emoção do torcedor para garantir lucros e transformando os jogadores em meros atores de uma indústria do entretenimento.

Pelos acordos, a lista de convocados precisa atender a critérios estabelecidos pelos parceiros comerciais e qualquer substituição precisa ser realizada em "mútuo acordo" entre CBF e empresários. O contrato deixa claro: o jogador que substituir um "titular" precisa ter o mesmo "valor de marketing" do substituído.

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As condições fazem parte de minutas de contratos secretos obtidos pela reportagem e que revelam, de forma inédita, como a CBF leiloou a seleção brasileira em troca de milhões de dólares em comissões a agentes, cartolas, testas de ferro e o envolvimento de empresas em paraísos fiscais, longe do controle da Receita Federal brasileira.

Desde 2006, a CBF mantém um contrato com a companhia ISE para a realização dos amistosos da seleção. O acordo foi mantido em total sigilo por quase 10 anos. Documentos obtidos pela reportagem revelam agora que a ISE é uma empresa de fachada com sede nas Ilhas Cayman. Não tem escritório nem funcionários. É mera Caixa Postal, número 1111, na rua Harbour Drive, em Grand Cayman. A ISE é apenas uma subsidiária do grupo Dallah Al Baraka, um dos maiores conglomerados do Oriente Médio, com 38 mil funcionários pelo mundo.

Em 2011, esse contrato de 2006 foi renovado por 10 anos pelo então presidente da CBF, Ricardo Teixeira, em um encontro em Doha, no dia 15 de novembro. Ele seria oficializado no dia 27 de dezembro daquele ano. Entre 2006 e 2012, a ISE sublicenciou a operação para a Kentaro, companhia que passou a implementar cada partida da seleção com base no acordo.

Em 2012, o contrato de operação passou para as mãos da Pitch International, depois de uma negociação com a ISE e a CBF, que continua em vigência.

Nos primeiros acordos e emendas entre a CBF e a ISE, os termos não faziam qualquer menção às regras para a convocação de jogadores. Tudo mudaria em 2011. Os aspectos esportivos foram colocados em segundo plano. Trata-se, acima de tudo, de um esquema para explorar a marca da seleção em todos os seus limites, independentemente do resultado em campo ou do significado de uma partida para a preparação do time.

CONVOCADOS - Pelo acordo secreto, ficou estipulado que a seleção deveria entrar em campo sempre com seus principais jogadores, sem qualquer possibilidade de testar jovens promessas ou usar amistosos para preparar o grupo olímpico. "A CBF garantirá e assegurará que os jogadores do Time A que estão jogando nas competições oficiais participarão em qualquer e toda partida", disse o artigo 9.1.

Qualquer violação desse acordo significa pagamento menor de cota. "Se acaso os jogadores de qualquer partida não são os do Time A, a taxa de comparecimento prevista nesse acordo será reduzida em 50%", estipula o contrato. Por jogo, a CBF sai com US$ 1,05 milhão (R$ 3,14 milhões) se seguir o acordo.

Caso um jogador seja cortado por contusão, por exemplo, a CBF precisa provar com um certificado médico aos empresários da ISE que o atleta não tem condições de jogar. "Qualquer alteração à lista será comunicada por escrito à ISE e confirmada por mútuo acordo. Nesse caso, a CBF fará o possível para substituir com novos jogadores de nível similar, com relação ao valor de marketing, habilidades técnicas, reputação".

Para deixar claro o que significa "Time A", a ISE alerta que não aceitaria o que ocorreu em novembro de 2011 quando o Brasil foi ao Gabão e depois a Doha para enfrentar o Egito. Na época, o então treinador, Mano Menezes, não contou com Neymar, Paulo Henrique Ganso, Lucas, Marcelo, Kaká e Leandro Damião, nomes da lista original para os amistosos.

No novo contrato (o que passou a valer em dezembro daquele ano e vai até 2022), a empresa deixou claro que tal situação passaria a ser punida com uma redução em 50% do cachê pago. Além disso, todos os direitos de transmissão, copyright ou qualquer outro aspecto ficam sob controle total da empresa de fachada registrada nas Ilhas Cayman. Em um dos artigos do contrato, fica ainda estipulado que, mesmo que o acordo for suspenso, os direitos de copyright são mantidos sem data para acabar. Qualquer violação significa que a CBF teria de pagar uma multa de US$ 1 milhão.

O contrato ainda prevê que os períodos de preparação da seleção brasileira para as Copas de 2018 e 2022 também serão de exploração exclusiva da ISE. O acordo ainda termina com termo bem claro: confidencialidade. "Todos os termos e condições deste acordo serão tratados pelas partes como informações confidenciais e nenhuma das partes os divulgará".

GUERRA - Os documentos também revelam uma guerra interna na CBF pela fatia mais importante dos lucros. Quando Ricardo Teixeira assinou o novo acordo com a empresa de Cayman, ele já planejava sua saída da entidade, passando o controle para José Maria Marin e Marco Polo Del Nero. Mas o que se viu na transição de poder dentro da CBF foi um braço de ferro que seria vencido por Teixeira, mesmo já fora da entidade.

E-mails confidenciais obtidos pela reportagem revelam que Marin e Del Nero, o atual presidente da CBF, estavam negociando um novo contrato com a Kentaro, que oferecia aos parceiros valores superiores aos que estavam sobre a mesa, deixados por Teixeira.

Quem convenceu Marin e Del Nero a se lançar na ofensiva foi o Grupo Figer que, conforme mostram documentos, atuando apenas como intermediadora entre Kentaro e CBF, ficaria com US$ 132 milhões por permitir mais de 100 jogos da seleção entre 2012 e 2022 - valor superior ao que a CBF levaria com base no contrato da ISE.

Todos os detalhes fazem parte de uma ação judicial. De acordo com o relato dos fatos, documentos e e-mails juntados no processo, a renegociação dos acordos para realização dos amistosos teria começado logo depois da renúncia de Teixeira, no dia 8 de março de 2012.

Naquele momento, Juan Figer e seus filhos André e Marcel decidiram que o fim da "era Teixeira" poderia ser ocasião para passar a fazer parte dos intermediários que lucrariam com a seleção. O encarregado de falar com Del Nero foi Marcel Figer.

Ainda de acordo com os fatos relatados no processo, encontros se proliferaram na residência de Marin, na rua Padre João Manuel, esquina com Alameda Franca, em um flat de Del Nero em São Paulo, em hotéis em Londres e Budapeste e até na Federação Paulista de Futebol (FPF).

Depois de uma série de discussões, a Kentaro, o Grupo Figer, Marin e Del Nero fixaram encontro em Londres, em 25 de abril de 2012, no hotel Claridge. Em 2 de maio, e-mail enviado por Phillip Grothe, CEO da Kentaro, resumia o encontro e traçava as soluções e estratégias para o sucesso da empreitada.

Para que pudessem montar uma proposta que derrubasse o acordo da ISE, um dos sócios do Grupo Figer, Marcel, pediu e obteve de Del Nero uma cópia traduzida do contrato sigiloso entre a entidade e os sauditas, justamente para servir de base para o novo contrato a ser fechado com a Kentaro. O documento foi mostrado por Del Nero a Marcel em um encontro na sede da FPF, no dia 3 de maio de 2012. No dia seguinte, Marcel e Juan Figer foram ao apartamento de Marin e conseguiram dele sinal verde para tocar o acordo.

CONTRA-ATAQUE - Mas Teixeira não estava disposto a ver a arquitetura que montara na CBF desabar. No dia 19 de maio de 2012, ele viajou até a Alemanha para um encontro com Marin e Del Nero. Ambos estavam em Munique para a final da Liga dos Campeões da Europa, vencida pelo Chelsea. Teixeira, para não ser visto pela imprensa, ficou em uma cidade mais afastada.

Ainda assim, as negociações para mudar o parceiro da CBF teriam sido mantidas. No dia 21 de maio, o advogado do Grupo Figer, Alexandre Verri, elaborou a minuta do contrato entre Figer e Kentaro. Uma semana depois, uma versão final chegou aos interessados. Entre os itens do acordo estava a comissão de US$ 132 milhões que a Kentaro pagaria para o Grupo Figer.

Mas a renovação pretendida pela Kentaro não vingou. Em 16 de agosto de 2012, um acordo da CBF foi anunciado com a empresa Pitch International, depois de intermediação de Teixeira com os sauditas da ISE. A empresa que jamais havia organizado um jogo de futebol sequer, passaria a operar as partidas da seleção como subcontratada da ISE. O esquema montado por Teixeira estava preservado. Mesmo fora da CBF, continuou mandando na seleção ao lado de seus parceiros comerciais. E isso tudo até 2022.

O futebol brasileiro passará "por um dos períodos mais difíceis" de sua história nos próximos anos quando a seleção disputar as Eliminatórias para a Copa de 2018. O alerta é do presidente da CBF, José Maria Marin, que não dá qualquer garantia de que o País estará no próximo Mundial da Fifa. "Será muito difícil", declarou.

Faltando menos de um mês para entregar seu cargo, o dirigente faz uma análise do que foi seu mandato de pouco mais de três anos desde que assumiu o cargo quando Ricardo Teixeira deixou a CBF.

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Em tom de despedida, Marin recebeu o Estado de S. Paulo, um site e uma rede de televisão em um luxuoso hotel de Zurique para o que ele chamou de "uma conversa sincera". "Vou dizer coisas que nunca disse a ninguém", avisou logo de início.

Marin não poupou ninguém: apontou para a comissão técnica de Luiz Felipe Scolari e Carlos Alberto Parreira como responsável pela derrota da seleção na Copa do Mundo, acusou os clubes de estarem pagando salários "fora da realidade" para jogadores, criticou os dirigentes por não darem atenção às categorias de base, rejeitou a criação de uma liga de clubes e disse que o modelo de pontos corridos vai continuar.

O dirigente entrega seu cargo no dia 16 de abril e, questionado sobre qual seria o legado de sua gestão para o futebol nacional, ele apontou a construção da sede da CBF, que justamente leva seu nome. "Cumprimos o sonho da casa própria". Mas admite que o pesadelo de 7 a 1 ainda não foi superado. "Eu não me recuperei ainda". Marin ainda alerta: São Paulo corre o risco de ficar fora dos Jogos Olímpicos. Eis os principais trechos da entrevista:

O IMPACTO DO 7 A 1

Ficou patente a capacidade do Brasil de organizar uma grande Copa do Mundo. Mas eu sei que no campo, não foi o que esperávamos. Não estou transferindo responsabilidades. Mas é uma observação minha. Eu até hoje não me recuperei. Mas acho que detalhes decidem um campeonato. Nós perdemos a Copa contra a Colômbia. Eu fiquei desesperado no camarote. Quando fizemos 2 a 0, com gol de falta de David Luiz, a primeira coisa a fazer era tirar Neymar e Thiago Silva, que estavam com cartões. Não podia ter deixado ocorrer. Tínhamos um banco muito bom. Não perdemos apenas o nosso principal jogador, mas o aspecto psicológico. Alguém da comissão técnica deveria ter alertado depois do 2 a 0, alguém tinha de ter observado esse detalhe. Sem o Neymar, a equipe ficou desestruturada. Nunca disse isso a ninguém, nem a Felipão.

De quem foi responsabilidade?

A CBF deu todas as condições. Quem esteve na inauguração da Granja Comary, ouviu o que foi dito: "A CBF fez sua parte, agora cabe à comissão técnica". Confesso que não me recuperei até hoje. Não pela perda do campeonato, mas pela forma. Aconteceu em 1950. Eu estava preparado para tudo, mas a contagem é que eu não estava preparado.

2014 foi pior que 1950?

A Copa de 50 eu ouvi pelo rádio. Nesta, eu estava presente. Não posso dizer qual foi pior, as duas foram terríveis.

ELIMINATÓRIA 2018

As Eliminatórias serão muito difíceis. Será um dos períodos mais difíceis do futebol brasileiro, temos uma grande evolução das outras equipes. Não existe mais na América do Sul equipe fácil. A evolução não foi apenas na parte técnica, mas também física. Por isso temos de exigir um compromisso total do jogador convocado. A qualidade do futebol na região mudou, isso é comprovado pelos atletas sul-americanos que estão em grandes clubes europeus e estão brilhando. O futebol vive de ídolos e nossos vizinhos hoje os tem. Isso cria uma torcida nova.

O que ocorreu com o Brasil?

Acho que a grande esperança do futebol brasileiro são as categorias de base. Os clubes e dirigentes devem se preocupar muito mais em categorias de base do que em fazer grandes investimentos em jogadores com discutíveis qualidades.

LISTA DE CONVOCADOS

Eu não abro mão de ver a lista de convocados antes, não sei se isso vai ser continuado por Marco Polo del Nero. Seleção não pode ser dirigida apenas pela comissão técnica. Em 1958, Feola foi importante, mas era uma comissão que dirigia. Nunca vetei ninguém. Algumas vezes eu trocava ideias de jogadores que eu observava, não sugeria convocação. Apenas dizia que tal jogador estava bem.

EMPRESÁRIOS NA SELEÇÃO

Respeito o trabalho dos empresários, mas o local de trabalho das equipes precisa ser preservado, principalmente nas equipes de base. Não posso ter garantia de que isso tenha sido respeitado durante a Copa do Mundo. Jogador de base precisa se preocupar e mostrar seu futebol para sua equipe, e não querer mostrar seu futebol ao empresário. Não pode haver participação de empresários com comissão técnica.

DESTAQUES DO BRASIL

Ainda considero a zaga do Brasil como a melhor do mundo. David Luiz e Thiago Silva se completam. E temos ainda Miranda. Nós temos uma riqueza grande em valores e há um trabalho de percorrer o mundo vendo jogadores de nacionalidade brasileira - principalmente os jovens - que têm possibilidades de chegar à seleção.

OURO NA OLIMPÍADA

Temos ainda outra grande responsabilidade, que é a Olimpíada. Ela pode ser uma oportunidade para dar a alegria não demos na Copa, mas precisamos tomar todo o cuidado para não repetir o que aconteceu no Mundial. Exige a união de todos, serão duas etapas muito difíceis. O que deve prevalecer é a equipe. Quando prevalece o individualismo, não pode ser chamada de seleção. Isso compete a quem? Ao comando. Sou totalmente favorável de que o técnico tenha maior autoridade, mas visando sempre o coletivo.

GALLO

Eu não posso dizer que fiquei satisfeito com seleção sub-20 que perdeu de 3 (3 a 0, para a Colômbia). O (técnico Alexandre) Gallo fez um levantamento muito grande e até científico. Ele foi ver jogadores no mundo inteiro e principalmente aqueles que poderiam ter outra nacionalidade. Portanto, seu trabalho não foi apenas para identificar jogadores, mas para evitar perder alguém. Talvez Gallo estivesse sobrecarregado pelo trabalho e deu chance para que a equipe não correspondesse às expectativas. Analisando com frieza o trabalho do Gallo, ele tem méritos para continuar. Ele tem muitos mais pontos positivos que negativos. Não podemos pegar alguém que comece tudo de novo, as disputas estão ai, a Olimpíada está ai. O trabalho de pesquisa que ele fez foi muito bom e jogadores que estão aí, ele já havia nos alertado. Seria um desperdício jogar esse trabalho fora.

DUNGA NA OLIMPÍADA

Depende das contingências. Dunga vai muito bem na seleção principal. Vai precisar aparecer um fato novo muito importante. Claro que é muito importante a Olimpíada, mas pelo trabalho que ele faz, está dando muito certo. Eu pedi que um jogo contra a Alemanha fosse organizado, inclusive na Alemanha. A Argentina foi lá e chegou a estar ganhando de 4 a 0 depois da Copa. Nós pegamos a Argentina em seguida e ganhamos de 2 a 0 de forma convincente. Isso quer dizer que está tudo resolvido? Não. Mas o Dunga está fazendo seu trabalho e de forma belíssima. O torcedor é exigente. No aspecto psicológico, o atleta que chega na seleção ouve do Dunga que ele já foi campeão do mundo, já foi capitão, já levantou a taça e já esteve em baixa e se recuperou. Essa é a autoridade moral do comando. O Dunga é o caminho certo.

Teria sido diferente com Dunga na Copa?

Não sei dizer. O que posso dizer é que o Dunga exige que a hierarquia seja respeitada. Mas ele também respeita a hierarquia.

MANAUS COMO SEDE DA OLIMPÍADA

Havia uma preocupação em razão da distância. Surgiram grandes dúvidas, mas eu e o Marco Polo del Nero fizemos ver que hoje a Amazônia é referencia do próprio país, e além de ter sido uma sede da Copa. Também as Olimpíadas já tiveram distâncias grandes. Nos EUA houve uma movimentação muito grande. Temos que destacar o COB (Comitê Olímpico Brasileiro) com Nuzman à frente. Estivemos reunidos no Rio, posteriormente houve uma comitiva muito grande do Estado e da prefeitura na CBF para fazermos uma defesa da realização da Olimpíada. Quase ficou de fora, mas foi feito um trabalho em conjunto. Além disso, o governador nos recebeu, chamou as maiores autoridades para nos receber e demonstrou que tudo que dependesse do Estado, eles fariam.

São Paulo pode ficar de fora da Olimpíada?

Existe o risco. Até hoje a CBF não foi chamada por São Paulo para falar e, se fôssemos, faríamos de tudo para ajudar. Mas nessa discussão eu não entro. Quando a CBF é solicitada, eu acho que é nossa obrigação procurarmos uma solução. Não podemos nos intrometer quando ninguém vem nos procurar num assunto que envolve o poder publico. Deixa essa resposta para a população de São Paulo. A CBF tem que se manifestar quando for procurada, até hoje não foi.

PONTOS CORRIDOS X MATA-MATA

A CBF é uma casa democrática, nunca houve tanto debate como agora. Uma mudança para ser feita precisa ter uma análise profunda, principalmente pela diversidade dos estados. Eu sou a favor dos pontos corridos e acho que vai continuar, na Série A e B. Para que alguém vai correr um risco de mudar?

LIGA SEPARADA DA CBF

Para que liga? Se já se pode fazer sugestões diretamente para a CBF, pode criticar a confederação. Para que liga? Para repetir o trabalho que já se faz graciosamente pela CBF? Não vejo necessidade de liga.

SALÁRIOS

Precisamos estar conscientes da situação do futebol brasileiro. Os dirigentes precisam fazer uma união ou um compromisso entre eles no que se refere aos salários de jogadores e técnicos. Os salários estão fora da realidade. Nós temos que encarar isso com a maior realidade possível. Você não pode gastar mais do que tem. Os dirigentes precisam seguir esse caminho. Hoje, é uma coisa que foge totalmente à realidade. No lugar das grandes contratações, precisam voltar suas atenções para as categorias de base. Os ídolos vem das categorias de base.

LEGADO DA ERA MARIN

O que me deixa muito feliz é que, em três anos, nós tornamos realidade o sonho da casa própria. A CBF tem agora sede à altura do futebol brasileiro.

A manutenção do técnico Alexandre Gallo no comando das categorias de base da seleção brasileira ficou insustentável. Embora sem confirmar, o presidente da CBF, José Maria Marin, deu a entender que o técnico será demitido. Isso porque, menos de uma semana após o Brasil ficar apenas na quarta colocação do Sul-americano Sub-20, Marin afirmou ter ficado "insatisfeito" com o comportamento da seleção.

Já no fim de seu mandato - ele será substituído por Marco Polo del Nero na presidência da CBF -, Marin não quis anunciar a queda do treinador, mas expressou todo o seu descontentamento com o desempenho do Brasil sob o comando de Gallo.

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"Passo o cargo de presidente em abril. Vou responder direto a você: se me perguntar se fiquei satisfeito com o quarto lugar, vou responder que de maneira nenhuma. Mesmo porque estamos neste trabalho há alguns anos. A Granja Comary não é só para o masculino (seleção principal), é para o feminino e para as categorias de base", declarou Marin.

"O futebol é um esporte coletivo, e eu não vi esse esporte coletivo na última competição. E isso ficou comprovado pela nossa posição", continuou. "Acho que houve muito individualismo e pouco jogo coletivo."

Segundo Marin, caberá ao futuro presidente tomar uma posição sobre a manutenção ou não de Gallo. "Mas a primeira coisa que vamos fazer é ter uma reunião com o Gallo, e dar a oportunidade de ele esclarecer a campanha do Brasil."

A decisão da segunda maior competição envolvendo times nacionais não contou com o presidente e com o vice-presidente da Confederação Brasileira de Futebol (CBF). José Maria Marin, atual líder da entidade, e o vice Marco Polo Del Nero, que assumirá a presidência em abril do próximo ano, não compareceram ao Mineirão para ver a final da Copa do Brasil, entre Atlético-MG e Cruzeiro, nessa quarta-feira (26) à noite.

Representantes da entidade presentes no Mineirão não justificaram a ausência dos dirigentes, que tradicionalmente entregam o troféu e a medalha aos campeões e vices, nem souberam dizer o paradeiro dos mandatários. Marin acabou deixando a cargo de Sérgio Carvalho Fonseca, presidente da Brasil Food, empresa que administra a Sadia, patrocinadora da Copa do Brasil, e de Marcos José Jeber, representante da Petrobras, que exibe placas de publicidade em jogos do torneio, a entrega do troféu e das medalhas após o confronto que terminou com a vitória atleticana por 1 a 0.

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O presidente da CBF apenas se limitou a parabenizar o Atlético pelo título por meio da nota publicada no site oficial da entidade. No pé do texto em que a CBF relatou o triunfo atleticano, o dirigente ressaltou: "A imensa torcida do Atlético merece comemorar esse título, pelos jogos inesquecíveis que o clube fez na competição. Estão todos, jogadores, comissão técnica e dirigentes, de parabéns".

O presidente da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), José Maria Marin, admite que não está satisfeito com a arbitragem no Campeonato Brasileiro e que está estudando medidas para "aprimorar" a atuação dos juízes. "Obviamente que não estamos contentes. Eu não posso dizer que estou satisfeito", insistiu Marin, que participa nesta semana de reuniões na Fifa em Zurique (Suíça).

No fim de semana, um pênalti dado a favor do Corinthians no jogo contra o São Paulo reabriu o debate sobre a arbitragem. Marin, que é torcedor tricolor, evitou comentar o lance. "Não estou falando de lances individuais", apontou. "Minha preocupação é generalizada, que não está bem", indicou.

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"Precisamos melhorar. Essa situação não pode ser aceita e vamos fazer de tudo para melhorar o nível da arbitragem", prometeu o dirigente máximo do futebol brasileiro.

O presidente eleito da CBF, Marco Polo Del Nero, também reconheceu os erros de arbitragem durante o campeonato. Mas apontou que isso é resultado de uma "mudança de orientação" da CBF em relação aos juízes e que alguns estão levando mais tempo para se "ajustarem".

"São erros pontuais", disse. "Mas não estamos de braços cruzados e estamos avaliando o que está ocorrendo para poder tomar medidas", indicou Del Nero, que também está na Fifa nesta semana.

O novo técnico da seleção brasileira não será um estrangeiro. Essa é a decisão dos que comandam a CBF, José Maria Marin e Marco Polo Del Nero. Eles querem contratar um treinador que saiba trabalhar a longo prazo e formarão uma comissão que não necessariamente esteja atrelada ao chefe. E que terá de pensar em Olimpíada e Eliminatórias ao mesmo tempo.

Marin não apontará um interino. O escolhido, ou escolhidos, deverá assumir o cargo em agosto, quando fará a primeira convocação após a Copa do Mundo. A seleção joga em setembro, nos Estados Unidos, em amistosos contra a Colômbia e o Equador.

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Não está descartada uma dobradinha, que a entidade ainda não sabe como chamar. Há uma repulsa à combinação entre técnico e coordenador. Esse modelo, adotado com Felipão e Carlos Alberto Parreira, a CBF não quer repetir. Os nomes da vez são Tite e Alexandre Gallo. Marin e Del Nero gostam da postura de Gallo, de sua forma de pensar o futebol. Não é um treinador que passe a mão na cabeça dos jogadores e isso vale pontos no momento. O jeito de Felipão e Parreira de defender os atletas desagradou ao comando.

Gallo tem a base da seleção nas mãos, com sub-15, sub-17, sub-20 e sub-21. É técnico do time sub-20 e coordenador das outras categorias. Marin sabe que o time olímpico não sobrevive sem ele, sobretudo a dois anos dos Jogos do Rio. Sozinho, no entanto, Gallo não tem o estofo que a CBF procura. Tampouco para sobreviver ao fogo cruzado que sempre foi para o Brasil a medalha de ouro.

Daí a necessidade da parceria com um peso pesado, no caso Tite. A campanha do Corinthians na Copa Libertadores e no Mundial de Clubes da Fifa de 2012 e os três anos no time de Parque São Jorge, basicamente com o mesmo elenco, agradam à cúpula da CBF.

Marin sabe que Tite viu todos os jogos da Copa do Mundo, que se recicla desde dezembro passado, quando largou o Corinthians, e fez viagens pela Europa. Sabe também que ele tem oferta, não confirmada, da seleção japonesa. Sabe que Tite está no mercado.

Nada está decidido, contudo. Marin não pretende anunciar o nome do novo treinador nesta quinta-feira, quando dará entrevista no Rio. Raposa que é, não fará escolhas no calor da crise. Pensa ainda em nomes para compor a nova comissão. Ex-atletas, por exemplo.

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