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Outrora 'porto seguro' de muitos técnicos brasileiros, há tempos que o espaço no comando técnico dos times japoneses foi ocupado por profissionais do leste europeu e também pelos próprios japoneses. O último técnico nacional que resistiu até o início da semana na Liga J1 (Primeira Divisão) foi Nelsinho Baptista. Ele acaba de encerrar sua segunda passagem pelo Kashiwa Reysol.

O início irregular na Liga J1 de 2023 fez o treinador de 72 anos encerrar o seu trabalho. O brasileiro é o técnico estrangeiro mais longevo no Japão, tendo trabalhado por lá durante 17 anos, atravessando quatro décadas - 1990, 2000, 2010 e 2020.

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A presença brasileira no Japão agora se restringe a Fábio Carille, ex-Corinthians, que dirige o V-Varen Nagasaki, que disputa a J2 - Segunda Divisão. No momento é o quarto colocado em uma competição que reúne 22 clubes e apenas os dois primeiros colocados - campeão e vice - garantem o acesso.

A despedida de Nelsinho Baptista aconteceu na derrota para o Yokohama FC, por 1 a 0, em casa, no último sábado. O resultado, porém, poderia ter sido outro. O Kashiwa Reysol finalizou três vezes mais do que o adversário, mas não conseguiu balançar as redes.

Diante do momento de instabilidade, o treinador brasileiro achou melhor abrir caminho para outro profissional e deixa o Kashiwa Reysol na 16ª colocação da Liga J1, com 11 pontos conquistados em 13 rodadas. São duas vitórias, cinco empates e seis derrotas.

"Os resultados não estavam acontecendo e vinha ficando uma situação insustentável. O futebol é igual no mundo todo e o resultado é muito importante, apesar da história que a gente tem no clube. Chegou um momento que sentamos e achamos melhor encerrar meu ciclo no Reysol e no Japão", disse o treinador.

O trabalho de Nelsinho Baptista foi atrapalhado por causa da mudança de estratégia da diretoria, depois das últimas contratações feitas ano passado - como o volante Dodi (hoje no Santos) e o atacante Pedro Raul (do Vasco) - não vingarem. O clube decidiu apostar em um grupo mais jovem e local.

Embora boa parte dos jogadores não tivesse a experiência necessária para defender uma camisa pesada como a do Kashiwa Reysol na Liga J1, o treinador conseguiu dar um padrão ao time, que fez partidas equilibradas e tinha a expectativa de evoluir durante o campeonato.

Os últimos resultados, porém, não apagam a história vitoriosa de Nelsinho Baptista no Japão. Treinador estrangeiro com mais tempo na Terra do Sol Nascente - 17 anos -, ele comandou Verdy Kawasaki, Nagoya, Vissel Kobe e Kashiwa Reysol, onde teve duas passagens e estava desde 2019.

Em seu currículo, Nelsinho Baptista tem três títulos da Liga J1 - dois com o Verdy Kawasaki e um com o Kashiwa Reysol - e dois da Copa Liga Japonesa - um com o Verdy e outro com o Kashiwa -, além de outras conquistas, como Liga J2, Copa do Imperador, Supercopa do Japão e Copa Suruga Bank - todos com o Kashiwa.

Ex-Ponte Preta, Corinthians, Guarani, Palmeiras, Internacional, Sport, São Paulo, Portuguesa, Goiás, São Caetano e Santos, Nelsinho Baptista ainda vai ficar um período no Japão porque sua filha caçula está em ano escolar.

Enquanto o português Jorge Jesus brilha no comando do Flamengo, o brasileiro Nelsinho Baptista, de 70 anos, faz história no Japão. O time dirigido por ele, o Kashiwa Reysol, fechou a temporada da J-League 2 - segunda divisão do Japão - de forma contundente. No sábado, cravou um impressionante 13 a 1 em cima do Kyoto Sanga, num recorde no futebol do país, bem como também o queniano Olunga se tornou o maior goleador de um só jogo ao balançar as redes oito vezes.

Em entrevista ao Estado, ele admitiu surpresa com estas marcas. "Na verdade isso parece coisa do passado, dos tempos do Santos de Pelé que ganhava de oito, nove, dez gols. A temporada aqui na segunda divisão foi bastante dura e equilibrada, então um placar alto de três ou quatro gols já seria algo de destaque. Mas 13 gols é um recorde que deve demorar muitos anos para cair", comentou Baptista, confessando que "nem em sonho imaginaria numa despedida desta forma".

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Como na penúltima rodada o Reysol já tinha garantido a sua volta à elite, um ano após sua queda, e o título da competição, o objetivo era brindar a torcida com uma vitória na 42ª rodada, a última do campeonato, dentro de casa. Por isso, a comissão técnica passou a semana toda cobrando seriedade dos jogadores. Mesmo porque o adversário ocupava a sétima posição e brigava para ficar entre os seis primeiros colocados para disputar uma repescagem que poderia dar uma vaga na elite em 2020.

"Foi uma tarde de muita qualidade e determinação. Fechamos de forma brilhante e, porque não, inesperada, o ano de 2019. Fiquei impressionado e gratificado", resumiu Nelsinho, destacando ainda os oito gols marcados por Olunga, atacante de 25 anos e que defende a seleção do Quênia, da África. Um recorde também em número de gols marcados por um só jogador no Japão.

Olunga terminou a competição com 27 gols, dois a menos do que Leonardo, ex-atacante do Santos, que fez 29 gols pelo Albirex Niigata, que fechou a temporada em décimo lugar. Os outros gols da partida tiveram a marca brasileira. Cristiano da Silva fez três e Matheus Sávio, ex-Flamengo e CSA, fez um, com o japonês Segawa completando o placar histórico.

"Os nossos jogadores estavam pilhados e deu certo. Foi impressionante. A gente esperava uma vitória e até por dois ou três gols, mas 13 gols é a primeira na minha carreira. No fim, a torcida festejou, a cidade está contente e vamos pensar com calma, desde já, no futuro", disse Nelsinho, que tem mais dois anos de contrato com o clube.

Com atropelada na partida final, o Kashiwa Reysol fechou sua campanha somando 84 pontos em 42 rodadas, com 25 vitórias, nove empates, oito derrotas, 85 gols marcados e apenas 33 sofridos. O acesso já tinha sido garantido na rodada passada. O vice-campeão Yokohama, com 79 pontos, também garantiu o acesso.

Nelsinho é o técnico estrangeiro que mais tempo trabalhou no Japão. No total foram 15 anos, distribuídos em três décadas. Começou nos anos 90 com o Verdy Kawazaki, pelo qual sagrou-se bicampeão japonês em 1994 e 1995. Depois teve idas e vindas, como numa ponte aérea de um lado a outro do planeta, nas duas décadas do século XXI.

Por coincidência, em 2010, ele também tinha tirado o Reysol da segunda divisão com o título para brilhar na elite japonesa nos anos seguintes. Até 2014 ele colecionou títulos, como de campeão japonês de 2011, mesmo ano em que participou do Mundial de Clubes. Conquistou ainda a Copa do Imperador e a Supercopa Japonesa em 2012. No ano de 2013 levou a Copa da Liga Japonesa e, em 2014, a Copa Suruga ao bater o Lanús, da Argentina.

Após o novo triunfo pelo Kashiwa Reysol, a custo de muitas horas de dedicação e longe da família, Nelsinho Baptista sonha em cumprir seu contrato de mais dois anos. "É um desafio muito maior. Mas já estamos preparando e executando o plano para 2020. Enquanto Deus me der forças eu fico dentro de campo. Cada desafio me deixa ainda mais motivado. Me sinto bem de saúde e me fortaleço a cada vitória. O futebol, como a vida, sempre nos reserva algo no dia seguinte. Quem não gosta de vencer, ainda mais por 13 gols?", finalizou.

O Kashiwa Reysol venceu o Lanús por 2 a 1, nesta quarta-feira, no Hitachi Kashiwa Soccer Stadium, no Japão, e conquistou o título da Copa Suruga. Comandado pelo brasileiro Nelsinho Baptista, a equipe faturou pela primeira vez este torneio, que é disputado desde 2008 e marca o confronto entres os campeões da Copa da Liga Japonesa e da Copa Sul-Americana.

O meia brasileiro Leandro, autor de uma assistência e do gol de pênalti que decidiu a partida, foi o destaque do duelo, no qual o Japão ampliou o seu domínio como maior vencedor desta competição. Foi o quinto título seguido obtido por um clube japonês, após as conquistas de FC Tokyo (2010), Jubilo Iwata (2011) e Kashima Antlers (2012 e 2013).

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Antes dessa série de conquistas de equipes do Sol Nascente, o Arsenal de Sarandí, da Argentina, e o Internacional foram os primeiros campeões da Copa Suruga, respectivamente em 2008 e 2009. Outro brasileiro a ter disputado este torneio, o São Paulo caiu por 3 a 2 diante do Kashima Antlers na final do ano passado.

No confronto desta quarta, o Kashiwa Reysol abriu o placar aos 44 minutos do primeiro tempo. Kurisawa roubou a bola de Somoza e tocou para Leandro, que com um passe deixou Takayama em ótima condição para finalizar e fazer 1 a 0.

Na etapa final, o time argentino contou com um pouco de sorte para empatar o duelo aos 14 minutos. Somoza, que havia vacilado no lance do gol japonês, arriscou o chute de fora da área, a bola desviou em Masushima e traiu o goleiro Sugeno, que saltava para o outro canto.

Após o gol, o Lanús chegou a acertar uma bola no travessão e por pouco não virou o jogo, mas o time da casa acabou ficando com o título ao ser beneficiado por um lance polêmico no finalzinho. Kudo roubou a bola de Braguieri na intermediária e invadiu a grande área pela direita. Em seguida, ele cavou um pênalti ao deixar a sua perna bater na de um defensor. O árbitro entrou na dele e apontou a penalidade, revoltando os argentinos. O brasileiro Leandro foi para cobrança e garantiu o 2 a 1, aos 44 minutos.

O técnico Nelsinho Baptista reconheceu que todos querem ver Barcelona e Santos decidindo o Mundial de Clubes, que está sendo realizado no Japão, mas prometeu que o Kashiwa Reysol tentará evitar a disputa desta final. No quarta-feira, o atual campeão japonês vai enfrentar o Santos pelas semifinais do torneio e o treinador brasileiro garante já estar pensando em uma estratégia para superar a equipe de Neymar.

"Todos esperam que esse torneio termine com uma final entre Barcelona e Santos. Obviamente, o Santos é o favorito contra nós, já que possui uma equipe forte com grandes talentos individuais, mas também temos chance nesse confronto. Desde já, vamos começar a planejar uma tática para esse jogo", disse.

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Neste domingo, o Kashiwa Reysol avançou para as semifinais do Mundial ao vencer o Monterrey por 4 a 3 na disputa de pênaltis, após empate por 1 a 1. Para Nelsinho, o duelo foi equilibrado, mas o time japonês mereceu se classificar.

"No começo da partida tivemos alguns pequenos problemas. No segundo tempo, conseguimos nos reorganizar e mudamos um pouco a nossa tática. Depois conseguimos pressionar mais. Ficamos mais seguros na defesa e sempre fomos perigosos no contra-ataque. Na disputa dos pênaltis é preciso ter um pouco de sorte, mas acredito que merecemos ganhar", disse.

MONTERREY - O Monterrey se classificou para o Mundial de Clubes ao faturar o título da Liga dos Campeões da Concacaf, mas decepcionou neste domingo ao ser eliminado precocemente do torneio. Apesar disso, o técnico Victor Vucetich prometeu que o time vai levar a sério a disputa do quinto lugar contra o Espérance.

"As duas equipes atuaram mais ou menos no mesmo nível durante toda a partida. No primeiro tempo, jogamos de forma mais agressiva, mas infelizmente não marcamos gols. As cobranças por pênaltis são um pouco uma questão de sorte. O Kashiwa fez um bom jogo. Para nós, é uma experiência valiosa disputar este torneio. Vamos entrar em campo com profissionalismo para a disputa da quinta colocação".

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