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Cerca de 500 pessoas participavam de manifestação na Avenida Paulista no início da tarde deste sábado, 27, a favor da redução da maioridade penal, segundo estimativa da Polícia Militar. O protesto foi organizado pela ONG "Justiça é o que se busca" e por moradores do Belém, bairro da zona leste em que o estudante Victor Hugo Deppman, de 19 anos, foi assassinado na porta do prédio onde morava, no dia 9 de abril.

Os participantes da passeata vestiam camiseta branca e carregam faixas pedindo penas mais duras e a revisão do Código Penal Brasileiro. O grupo se reuniu no vão livre do Masp e tinha como objetivo seguir até a Praça Charles Miller, no Pacaembu, na zona oeste. Segundo a Companhia de Engenharia de Tráfego (CET), a manifestação ocupava três faixas da Avenida Paulista, sentido Consolação, por volta das 14h45. 

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Moradores do Belém, na zona leste da capital, pretendem fazer uma passeata neste sábado, dia 27, para pedir a redução da maioridade penal. Os manifestantes devem se encontrar no vão livre do Masp, na Avenida Paulista, região central, por volta das 12h30. De lá, devem caminhar até a Praça Charles Miller, no Pacaembu, zona oeste.

Embora seja organizado pelo movimento Por Um Belém Melhor, o protesto deve contar com a participação de pessoas de toda a Grande São Paulo, segundo o empresário Luiz Carlos Modugno, um dos coordenadores da associação. Em 13 de abril, o grupo fez uma passeata semelhante nas ruas do bairro da zona leste.

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As discussões em torno da redução da maioridade penal voltaram à tona após a morte do universitário Victor Hugo Deppman, de 19 anos. Em 9 de abril, o estudante foi baleado em uma tentativa de assalto na porta do prédio onde morava, no Belém. O assassino já havia passado pela Fundação Casa e estava prestes a completar 18 anos.

Após o crime, o governador Geraldo Alckmin (PSDB) encaminhou ao Congresso Nacional um pedido de alteração no Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) para punir de forma mais dura adolescentes que cometem crimes hediondos ou são reincidentes.

Deve acelerar o trâmite na Câmara dos Deputados da proposta do governador do Estado de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), de ampliar de três para até oito anos o prazo para internação de menores infratores. O presidente da Casa, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), anunciou a criação, em 60 dias, de uma comissão especial para analisar a proposta e outras 12 que tratam do mesmo tema. Para relator na comissão será indicado justamente o líder do PSDB, Carlos Sampaio (SP).

A mudança em discussão abrange o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), que hoje prevê como punição máxima para menores de 18 anos a internação por três anos. Alckmin decidiu pela apresentação do projeto após um homicídio cometido por um adolescente de 17 anos poucos dias antes de atingir a maioridade. Pela proposta, ao completar 18 anos, os internos seriam direcionados para um novo tipo de internato, onde ficariam até 21 anos, quando seriam encaminhados a uma penitenciária comum.

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O líder do PSDB reconhece que sua escolha para comandar os debates demonstra uma prioridade à proposta do governador paulista. "O nosso norte será o projeto do governador Alckmin, que é muito bom porque não trata de redução de maioridade penal nem altera os princípios do Estatuto da Criança e do Adolescente", disse Sampaio.

A ideia inicial de Alves era que a discussão fosse feita de forma ampla, com a reunião de mais de uma centena de projetos propondo mudanças no ECA. Sampaio, entretanto, pediu ao presidente da Câmara que o foco se limite às 13 propostas, incluindo a de Alckmin, que tratam da questão dos menores infratores. A comissão deverá ser criada com esse formato nos próximos dias.

O governo federal já manifestou preocupações com o debate. O ministro Gilberto Carvalho, da Secretaria-Geral da Presidência, se posicionou de forma crítica à proposta enfatizando a opinião contrária do governo a uma redução da maioridade penal.

"A redução da maioridade penal violenta e penaliza ainda mais os adolescentes, sobretudo os mais pobres, negros, moradores de periferias", advertiu nesta sexta-feira, 19, o presidente da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), d. Raymundo Damasceno Assis, cardeal-arcebispo de Aparecida (SP), reiterando uma declaração do episcopado divulgada em abril de 2009.

O cardeal observou que reduzir a responsabilidade penal de 18 anos para 16 anos é ignorar o contexto da cláusula pétrea constitucional (Art. 228), além de ferir a Convenção dos Direitos da Criança e do Adolescente e outros instrumentos de proteção especial para os menores. "Campanhas equivocadas criminalizam crianças, adolescentes e jovens como principais responsáveis de ações violentas, quando, na verdade, frequentemente os maiores culpados ficam totalmente impunes", afirma a declaração da CNBB divulgada quatro anos atrás.

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A questão da proposta de redução de maioridade penal sempre preocupa os bispos, mas merece atenção especial, como ocorreu durante a Assembleia Geral da CNBB, encerrada nesta sexta em Aparecida, porque a discussão recomeça quando aumentam os atos de violência que envolvem menores de 18 anos.

Paróquias

A CNBB devolveu aos setores regionais, dioceses, paróquias e movimentos eclesiais o texto de estudos do tema central a Assembleia - Comunidade de comunidades - uma nova paróquia, que só será votado em 2014. Isso já estava previsto, porque os bispos julgam necessário colher sugestões e emendas para aprimorar o documento que dará nova estrutura à paróquia.

"Todos concordam que a vida paroquial não se reduz à igreja matriz, mas se estende a outros setores, como comunidades eclesiais e movimentos de vida apostólica", adiantou d.Damasceno. O vice-presidente da CNBB, d. José Belisário da Silva, arcebispo de São Luís, revelou que o texto a ser estudado nas bases dá mais importância à mulher na liderança das comunidades.

O líder do PSDB no Senado, Aloysio Nunes Ferreira (SP), defendeu nesta segunda-feira a aprovação de uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC) apresentada por ele no ano passado que prevê a redução da maioridade penal para 16 anos nos casos do menor que tenha cometido crimes hediondos, tráfico de drogas com uso de violência ou reincidência em crimes violentos. A aplicação da pena, segundo o senador, teria de levar em conta uma análise feita pelo juiz da Vara da Infância e da Juventude sobre a personalidade e os antecedentes do jovem.

Segundo ele, ao contrário do seu texto, o "maior problema" é que os demais projetos estabelecem a redução da maioridade penal como regra geral, o que leva a "muita resistência dos mais diferentes tipos".

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"O meu projeto é, digamos, intermediário. Mantém a regra dos 18 anos e permite que determinados casos aplique a lei penal a partir dos 16 anos", explicou. O texto recebeu parecer favorável do senador Ricardo Ferraço (PMDB-ES) na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado em novembro do ano passado. Contudo, depois, outras três PECs foram anexadas ao projeto do tucano, o que levará Ferraço a ter de oferecer novo parecer sobre a matéria antes ir à votação na CCJ.

Os tucanos passaram a cobrar publicamente a mudança na maioridade penal após o assassinato no último dia 9 do estudante Victor Hugo Deppman, de 19 anos. Um adolescente de 17 anos confessou ter atirado na cabeça de Victor Hugo na porta do prédio onde morava na capital paulista em São Paulo. O jovem que atirou completou 18 anos na sexta-feira, 12. O governo federal já se posicionou contrariamente à redução da maioridade penal.

Nesta quarta-feira (10), dia nacional de mobilização contra a redução da maioridade penal, um seminário destinado ao poder judiciário, poder público e as organizações sociais, que vai ocorrer no auditório do Centro Integrado da Criança e do Adolescente, localizado no bairro da Boa Vista, área central do Recife, discutirá o tema.

O objetivo do evento é de mobilizar a sociedade a ter uma posição divergente em relação a redução da maioridade penal. Pela manhã, será realizada uma palestra e e logo depois um debate. Durante a tarde, será realizada uma caminhada e uma vigília contra a violência no sistema socioeducativo. A concentração vai ser as 14h na praça Maciel Pinheiro e segue até a pátio do Carmo.

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Com informações da assessoria

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