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O dólar deve pressionar a tarifa da energia produzida pela usina hidrelétrica de Itaipu, que, por ser um empreendimento binacional, do Brasil com o Paraguai, é cobrada em moeda americana. Em novembro, Itaipu informará à Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) a cotação cambial que usará nos contratos com as distribuidoras de eletricidade. O diretor-geral de Itaipu, Jorge Samek, aposta que melhores condições nas chuvas no próximo verão permitirão às distribuidoras evitar repasses aos consumidores.

A perspectiva, disse Samek nesta segunda-feira, 28, é que, em novembro, a tarifa seja mantida em US$ 37 por megawatt-hora (MWh), porém, com a alta do dólar, o desembolso em reais que será feito pelas distribuidoras vai subir.

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Para justificar a tese de que Itaipu não vai onerar os orçamentos familiares ou de empresas, Samek argumenta que, ao mesmo tempo que a energia da hidrelétrica vai ficar mais cara, os gastos das distribuidoras com a compra de energia térmica vai cair, por causa das chuvas.

As térmicas, que vendem a valores mais altos do que as hidrelétricas, estavam sendo acionadas porque, com a seca, os reservatórios das hidrelétricas ficaram baixos, o que prejudicou o melhor aproveitamento dessas usinas. Sem energia hídrica suficiente, a saída das distribuidoras foi recorrer aos produtores térmicos.

Agora que a situação climática melhorou, os reservatórios voltaram a subir e as térmicas começam a ser desligadas. Para o ano que vem, as perspectivas são ainda melhores, segundo entidades do governo como a Empresa de Pesquisa Energética (EPE) e o Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS).

Com menos térmicas, os custos das distribuidoras caem, assim como a conta de luz do consumidor final. Além disso, disse Samek, com a entrada de novas usinas, como Jirau e Santo Antônio, instaladas no Rio Madeira, em Rondônia, Itaipu vem perdendo importância no setor elétrico. A usina já não responde pela mesma participação de energia entregue às distribuidoras como no passado. Hoje, Itaipu entrega 17% do total de energia consumida no País.

"A cada ano, a cada usina nova que entra (no sistema interligado de energia), a participação relativa de Itaipu (no mercado fornecedor) diminui", afirmou o executivo, antes de participar de seminário da FGV Energia, no Rio.

Samek espera uma redução na participação ainda que a perspectiva para 2016 seja de aumento da produção total de energia na usina. Neste ano, Itaipu deve gerar os mesmos 88 milhões de MWh do ano passado, mas, para o próximo ano, a projeção é alcançar 100 milhões de MWh, com o aumento dos reservatórios, decorrente das chuvas que o fenômeno climático El Niño deverão provocar.

Todo MWh que Itaipu produzir além da marca de 75 milhões de MWh sairá mais barato para as distribuidoras e também para o consumidor final. O desconto é previsto em contrato com o governo do Paraguai.

Além do valor da energia, à tarifa são acrescidos ainda impostos, gastos com o transporte da eletricidade e compensações pagas ao país vizinho pela energia à qual tem direito, mas é consumida no Brasil. A Eletrobras paga US$ 2,80 e o Tesouro Nacional, US$ 5,40.

Uma pesquisa realizada pela GSMA apontou a internet móvel brasileira como a mais cara da América Latina. O estudo abrange 16 paísese mostra a evolução dos valores cobrados pelo conteúdo digital móvel nos países entre 2010 e 2013 onde é possível perceber a redução nos custos de modo geral, com exceção do Brasil onde os preços subiram.

Entre os vários dados analisados, a empresa fez uma comparação do valor cobrado por planos de franquia superiores a 1 GB e, enquanto o custo nacional médio fica em torno de 32 dólares, a média dos demais países é de 15,60 dólares. Já no custo de franquias inferiores a 1 GB, a média do Brasil é de 24,70 dólares, e nos demais países 14,44 dólares. Com o aumento dos preços no Brasil, o país, que antes ocupava a oitava posição no ranking, agora lidera a lista e possui o serviço mais caro da região.

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Em alguns aspectos o país mostrou um resultado mais positivo quando em relação, por exemplo, à banda larga média de 250 MB que aparece na faixa dos 5,90 dólares, 30% do que era cobrado em 2010, enquanto em outros países a média é de 48%.

Um estudo realizado em quinze países sobre os preços da internet banda larga demonstrou que o Brasil obteve a segunda maior média de valores pelo serviço. Segundo informações da pesquisa, o brasileiro precisa trabalhar 5,01 horas por mês para pagar uma conexão de 1 Mbps.

Os dados consideram o valor cobrado pela conexão de 1 Mbps e fazem uma média com a renda da população do país. Em primeiro lugar ficou a Argentina, com média de 5,15 horas trabalhadas. O Japão ficou com a menor média, com 0,015 horas para pagar a conexão. Além dos países citados, também foram avaliados África do Sul, Canadá, Chile, Polônia, Portugal, Holanda, Finlândia, Estados Unidos, França, Noruega, Suécia e Coreia do Sul.

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O estudo foi realizado pelo economista e professora da FGV, Samy Dana, em parceria com o aluno de economia da UFV-MG, Victor Candido. Eles consideraram dados da Akamai e do World Stats para obter as médias de velocidade da conexão, e informações do Banco Mundial para calcular as rendas de cada país.

De acordo com a pesquisa, a média de preço no Brasil para contratar uma conexão de 1 Mbps é de US$ 25,06 por mês (considerando uma renda média por hora de US$ 5). No Japão, melhor colocado, a média de valor é de US$ 0,27, mas a média de renda do país asiático é de US$ 18.

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