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A Noite dos Tambores Silenciosos do Recife, celebrada na última segunda-feira (20), no Pátio do Terço, reforçou a ancestralidade do povo negro escravizado no Brasil. Ao todo, 30 nações e grupos de maracatu desfilaram no Polo Afro, em uma cerimônia que fortalece os laços das religiões de matriz africana.

Pouco antes da meia-noite, as luzes se apagaram em todo o pátio do terço. Os cânticos iniciaram e os tambores do maracatu pausaram para celebrar os Eguns, espíritos dos antepassados que, segundo os credos, circulam entre todos os presentes durante a cerimônia. As orações e cânticos foram realizadas e comandadas pelo babalorixá Tata Amil de Oxóssi.

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Experiência que soma

Para que a noite aconteça com organização e tranquilidade, a presença e trabalho de Demir da Hora, diretor de palco, responsável pela entrada e saída das nações nos palcos durante o desfile. A experiência de Demir veio de sua prática na produção da Terça Negra, evento realizado pelo Movimento Negro Unificado de Pernambuco.

A emoção de Demir em trabalhar na Noite dos Tambores Silencioso vem com uma grande responsabilidade. “É um palco de ancestralidade, onde todas as energias do povo que veio da África e sofreu aqui na frente dessa igreja, onde os negros eram açoitados, eram vendidos. Então, existe muita energia no solo, aqui nesse evento”, explica Demir.

De acordo com o diretor, o palco do polo Afro do Carnaval também ajuda a promover outros artistas, que fomentam e fazem crescer a cultura afro no Brasil. Uma das convidadas para cantar no Pátio do Terço neste carnaval é a cantora Sandra de Sá, que se apresenta nesta terça-feira (21).

 

Na manhã desta terça-feira (5), representantes e integrantes de nações de maracatu de baque virado promoveram um ato em frente à Prefeitura do Recife, localizada na região central da capital, na tentativa de levar algumas demandas da categoria diretamente ao prefeito João Campos (PSB). Entre elas, um aumento no valor da subvenção paga aos grupos para custeio do Carnaval. Quinze nações de baque virado compareceram ao ato, chamado pela Associação de Maracatus de Baque Virado de Pernambuco (Amanpe).

Durante o ato, a mestra Joana Cavalcante, primeira e única mulher a reger uma nação, o Encanto do Pina, falou sobre as dificuldades que as nações vem enfrentando durante esses quase dois anos de pandemia. "As nações estão sucateadas, tem gente que nem pra fazer um ato tinha dinheiro pra vir. Eles acham que a gente só sobrevive do Carnaval? Ao longo do ano, as atividades que a gente faz dentro das nossas comunidades a gente faz como? A gente tá lutando pra sobreviver".

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De acordo com a mestra, a categoria vem tentando, em vão, pedir o auxílio da gestão municipal para a manutenção da manifestação secular, reconhecida como Patrimônio Imaterial Cultural do Brasil, pelo IPHAN, e diante disso, ainda não foi possível vislumbrar qualquer atividade para um possível Carnaval em 2022. "Como se pensa no Carnaval sem (ter) nada? Sem nenhuma ajuda de custo, sem apoio. A gente não tá conseguindo nem sobreviver dentro das nossas comunidades. As nações movimentam a sobrevivência de muitas famílias, muitos trabalhadores, e tá todo mundo desamparado".

A falta de valorização dos integrantes e grupos que mantém viva a tradição do maracatu de baque virado dentro do estado de Pernambuco, e no Recife, também foi colocada em pauta durante o ato. O mestre da nação Estrela Brilhante do Recife, Fábinho, disse ser "revoltante" o descaso e citou um exemplo. "A prefeitura criou o Recife Virado e botou um grupo percussivo para representar o maracatu quando aqui temos nações centenárias (para isso), é um absurdo. As nações têm 100 anos de valorização da cultura e eles botam um grupo de percussão na hora de mostrar nossa cultura", disse em relação à solenidade realizada no último mês de setembro.

Escolhido pelo prefeito Geraldo Julio para ser o homenageado do Carnaval 2013 do Recife, Naná Vasconcelos inicia a partir deste sábado (5) os ensaios com as dez nações de maracatu para a abertura oficial do Carnaval do Recife, que acontece na sexta-feira de carnaval, há 12 anos.

Os ensaios com as nações de maracatu estendem-se até as vésperas do Carnaval.

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Além das visitas, são realizados encontros nas sextas-feiras à noite, na Rua da Moeda, sendo o primeiro no dia 11 de janeiro. Também está previsto um ensaio no dia 13 de janeiro, no Parque Dona Lindú, às 16h.





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Por Tarcísio Acioli

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Alguns acreditam que o ano só começa depois do carnaval, mas na Galeria Arte Plural o ano começa mostrando o carnaval. Entra em cartaz nesta sexta-feira (4) a exposição Carnaval de Rua, do fotógrafo Fred Jordão.

Natural de Bonito e formado em jornalismo, Fred possui em seu currículo exposições nos principais espaços de Pernambuco e de outros estados do país, além de mais de dez livros publicados. As fotos mostram manifestações tradicionais de Pernambuco durante o carnaval. Ursos, bois, maracatus, troças e clubes carnavalescos são personagens principais da exposição, composta por 24 fotografias e que tem como curadora a jornalista e crítica de arte Simonetta Persichetti.

As fotos em exposição foram produzidas nos pátios de São Pedro e Santa Cruz, bairros de Água Fria, Nova Descoberta e Casa Amarela, no Recife, e em outras cidades como Olinda e Carpina. As imagens possuem como objetivo principal trazer o olhar do público para as diversas manifestações culturais carnavalescas tradicionais que, segundo Fred Jordão, estão desvalorizadas e precisam de mais espaço no carnaval.


Serviço:

Exposição “Carnaval de rua”, de Fred Jordão
Abertura sexta (3), às 19h
Arte Plural Galeria (Rua da Moeda, 140, Bairro do Recife)
Até 31 de janeiro | terça a sexta, das 13h às 19h; sábados e domingos, das 16h às 20h
(81) 3424 4431
Gratuito

Ritmos, culturas, sotaques e uma chuva profética da massa sonora contemporânea vão tomar conta do Pátio de Fortim do Queijo, em Olinda, no próximo sábado (24) e domingo (25). É o Festival Cena Brasil, que chega a sua décima edição com o tema Dez anos de multiplicidade cultural no cenário histórico. Cerca de 20 atrações participam do festival, entre elas a cantora pernambucana Isaar, a banda recifense de reggae N'Zambi e o repente envenenado do cearense RAPadura Xique Chico, que se apresentam no palco montado no Fortim do Queijo.

No local, o público ainda pode conferir a Feira Social e a amostra da Culinária de Terreiros, em que cada barraca oferece as comidas preferidas de seu orixá. Ainda dentro da programação do festival, acontece o encontro de afoxés e maracatus, no Largo do Bom sucesso. De lá segue o desfile até o pátio do Fortim de Queijo, após a missa que será celebrada em yorubá (dialeto africano), na Igreja do Rosário dos Homens Pretos. A caminhada celebra a Marcha da Consciência Negra.

Segundo o coordenador geral do Festival, Edilton Euclides, são 11 atrações, uma nacional, dez locais e três grupos de maracatu: Nação Porto Rico, Maracatu Nação Rosa Vermelha e Maracatu Nação Encanto da Alegria. A ideia é apresentar o que há de novo na música pernambucana e resgatar as tradições e raízes da musicalidade do Estado, provocando o intercâmbio cultural de Pernambuco com os outros estados, além de ser um evento estratégico e importante para a produção do interior e da capital. Este ano, o Cena Brasil 2012 homenageia Zumbi dos Palmares e também o Centenário de Luiz Gonzaga.

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Serviço

Festival Cena Brasil 2012 – Dez anos de multiplicidade cultural no cenário histórico

Sábado (24), 20h: Zé Lamúria, Bacamarteiro Maracatu, Plugins, Capim Santo, Daniel Bento e Orquestra Camerata Aço e Água, RAPadura Xique Chico (CE)

Domingo (25), 18h: Ylê de Egbá, Xocó, Caravana do Raggae, N’Zambi e Isaar + Desfile dos Maracatus Nação Porto Rico, Nação Rosa Vermelha e Nação Encanto da Alegria.

Pátio do Fortim do Queijo (beira-mar de Olinda, Sítio Histórico)

Gratuito

Marcha da Consciência Negra

Domingo (25), 16h - saída da Igreja do Rosário dos Homens Pretos, no Bonsucesso.

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