A Noite dos Tambores Silenciosos do Recife, celebrada na última segunda-feira (20), no Pátio do Terço, reforçou a ancestralidade do povo negro escravizado no Brasil. Ao todo, 30 nações e grupos de maracatu desfilaram no Polo Afro, em uma cerimônia que fortalece os laços das religiões de matriz africana.
Pouco antes da meia-noite, as luzes se apagaram em todo o pátio do terço. Os cânticos iniciaram e os tambores do maracatu pausaram para celebrar os Eguns, espíritos dos antepassados que, segundo os credos, circulam entre todos os presentes durante a cerimônia. As orações e cânticos foram realizadas e comandadas pelo babalorixá Tata Amil de Oxóssi.
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Experiência que soma
Para que a noite aconteça com organização e tranquilidade, a presença e trabalho de Demir da Hora, diretor de palco, responsável pela entrada e saída das nações nos palcos durante o desfile. A experiência de Demir veio de sua prática na produção da Terça Negra, evento realizado pelo Movimento Negro Unificado de Pernambuco.
A emoção de Demir em trabalhar na Noite dos Tambores Silencioso vem com uma grande responsabilidade. “É um palco de ancestralidade, onde todas as energias do povo que veio da África e sofreu aqui na frente dessa igreja, onde os negros eram açoitados, eram vendidos. Então, existe muita energia no solo, aqui nesse evento”, explica Demir.
De acordo com o diretor, o palco do polo Afro do Carnaval também ajuda a promover outros artistas, que fomentam e fazem crescer a cultura afro no Brasil. Uma das convidadas para cantar no Pátio do Terço neste carnaval é a cantora Sandra de Sá, que se apresenta nesta terça-feira (21).