Tópicos | rua

Numa época em que a temperatura (extrema) é um assunto que vai muito além das conversas de elevador, um debate volta e meia aparece: até onde é possível confiar nos termômetros espalhados pelas vias urbanas? Isso porque não é raro nos depararmos com equipamentos que apresentam temperaturas distintas, seja entre relógios digitais separados por poucas quadras de distância, seja pela medição oficial, divulgada pelo Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), por exemplo.

Para responder a essa questão, o Estadão conversou com o professor Fernando Lang da Silveira, do Instituto de Física da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS). Ele explicou como operam esses equipamentos, e isso já ajuda a responder por que há diferenças constantes entre a medição oficial da temperatura, e essas vistas nas ruas do País.

##RECOMENDA##

"As medidas de temperatura do ar são feitas por estações meteorológicas, como as do Inmet, que fornecem os dados oficiais divulgados pelas mídias. Essas medidas obedecem a uma série de critérios usados universalmente", explica Lang. Ele ressalta que, para isso, não basta apenas ter bons termômetros devidamente calibrados.

"Como o objetivo é medir a temperatura do ar, os termômetros devem estar em um abrigo meteorológico", diz o professor da UFRGS. Esses abrigos, em geral, são de cor branca, "para minimizar a absorção de energia térmica".

Eles também são instalados a cerca de 1,5 metro de altura do solo e têm venezianas, o que permite a circulação natural do ar para o seu interior, onde ficam os equipamentos de medição. Tudo isso, como se pode observar, é bem diferente do que vemos nos termômetros de rua.

Como funcionam os termômetros instalados nos relógios digitais espalhados pelas vias urbanas?

Segundo o professor Lang da Silveira, os equipamentos contam com um sensor de temperatura. "Trata-se de um sensor do tipo termopar, no qual a medida da temperatura é consequente de um sinal elétrico oriundo do sensor", explica.

Há uma margem de erro na temperatura apresentada pelos termômetros de rua?

Aqui o professor da UFRGS faz uma ressalva: os sensores são precisos, mas a temperatura que eles captam é a do próprio sensor. "Nas estações meteorológicas, os termômetros se encontram em um abrigo especial, que tem o objetivo de garantir que a temperatura registrada seja a mais próxima possível da temperatura do ar atmosférico", lembra Lang.

"Vemos relógios digitais espalhados pelas cidades com cores e aparências diversas, com localizações que não raro os expõem à radiação solar direta, aquecendo o seu interior, em especial o local onde o sensor de temperatura se encontra. Há, de fato, erros importantes na medição da temperatura, pois a medida usualmente não fornece a temperatura do ar atmosférico."

Os termômetros de rua captam a temperatura 'real' ou a sensação térmica?

"Eles captam uma temperatura ‘real’, mas que pelas razões postas anteriormente não é uma medida fidedigna da temperatura do ar atmosférico", diz o professor de Física da UFRGS. "As estimativas de sensação térmica envolvem outros fatores além da temperatura, tais como umidade relativa e velocidade do vento."

Por que, em alguns casos, vemos diferenças de vários graus entre termômetros de rua instalados a distâncias não muito grandes?

Essa é uma pergunta que muita gente se faz, em especial em vias muito movimentadas, que costumam ter diversos equipamentos instalados a poucas quadras de distância. E a razão é simples: a posição onde foi instalado o relógio.

"Dois relógios digitais próximos podem fornecer medidas de temperatura muito diferentes. É fácil imaginar que se um estiver na sombra e o outro sob radiação solar direta, - ou se um estiver em local mais ventilado do que o outro -, registrarão diferentes temperaturas", pondera Lang.

Mas, afinal: podemos confiar na temperatura exibida nos relógios digitais das cidades?

Se a intenção é ter uma noção aproximada da temperatura que se está enfrentando, em especial nessa onda de calor, a resposta é sim. "Eles servem para se ter uma informação mais ou menos confiável da temperatura do ar atmosférico, (ainda que) frequentemente com muitos graus de diferença em relação ao valor efetivo da temperatura do ar", diz o professor da UFRGS.

Pioneiro do break no Brasil, o artista Nelson Triunfo conta que foi preso muitas vezes por dançar na rua. “Eu ia preso direto. Tinha um delegado no Bixiga [região central paulistana] que, quando eu chegava lá, ele falava: ‘poxa rapaz, você de novo’. E eu falava: ‘doutor, eu não gosto de vir aqui, não’”, lembra sobre quando levou o break para as ruas do centro de São Paulo.

Era 1983, quando Triunfo e seu grupo começaram a dançar na Rua 24 de Maio, aproveitando o calçamento com pedras grandes que permitiam os passos deslizantes. O artista já dançava há algum tempo nos bailes paulistanos, como o Chic Show, quando teve contato com a estética do hip hop. “O pessoal de uma TV chamou a gente para imitar o pessoal da Soul Train [programa de TV norte-americano]”, conta.

##RECOMENDA##

No local onde os dançarinos de break começaram a se apresentar ao ar livre foi colocado, em 2014, o Marco Zero do Hip Hop, monumento composto por duas pedras no chão. Durante a entrevista para o programa Caminhos da Reportagem, da TV Brasil, havia uma van da Polícia Militar sobre o monumento.

“Antigamente ali era um jardim”, diz Triunfo apontando para o outro lado da rua. “E a gente sentava nele e aqui a gente dançava tudo isso. Mas, você vê o que é a desinformação, uma cidade como São Paulo, cultural, se alguma pessoa vem dos Estados Unidos ou de algum lugar para ver o Marco Zero, vai encontrar um carro em cima do Marco Zero”, reclama.

A presença da viatura não é só simbólica de como a polícia tratava o hip hop na década de 1980, mas também reflete o momento. Triunfo diz que, após a instalação de uma grande base da Polícia Militar na esquina da Rua 24 de Maio com a Dom José de Barros, deixaram de acontecer as festas de hip hop e reggae que eram realizadas semanalmente. “Toda quinta tinha o encontro, a Batalha do Point, aqui. Eles também acabaram”, lamenta.

Mesmo assim, a região continua sendo frequentada pelos artistas que fazem palco da rua. Enquanto a reportagem conversava com Triunfo, os dançarinos Rodrigo Chaw e Roberto Orlandi passaram carregando uma caixa de som e animando o ambiente. “Hoje, são eles que continuam o movimento na rua, nos trens. Eles vivem disso”, diz o veterano a respeito dos artistas mais jovens, que improvisaram uma apresentação com saltos mortais e giros de cabeça no chão.

Essa pulsão mostra, na visão de Triunfo, que o hip hop foi, desde o início, uma cultura de resistência. “Quando era a época do militarismo [ditadura] essas manifestações não podiam acontecer e, mesmo assim, a gente fazia elas acontecerem, era uma resistência”, enfatiza.

Confira abaixo os principais trechos da entrevista com Nelson Triunfo.

Agência Brasil: Para começar com essa conversa sobre hip hop sobre break, queria que você me mostrasse onde está o Marco Zero do Hip Hop aqui em São Paulo.
Nelson Triunfo: Primeiro, nós começamos em São Paulo dançando na frente do Mapping [antiga loja de departamento, no centro paulistano], do Theatro Municipal, na Praça da Sé, na Praça da República. Teve um lugar que nós descobrimos que não precisava usar aquele papelão [para deslizar no chão]. O lugar tinha umas pedras enormes de granito. Esse lugar virou, a partir de 1983, 1984, um lugar onde todos os dias, menos no domingo, a gente se encontrava. Então, hoje, esse [lugar] é o Marco Zero do Hip Hop que eu vou te mostrar. [Caminha alguns passos e chega ao local onde há uma van da Polícia Militar].

Infelizmente, eu não vou poder mostrar para você, porque está debaixo do carro. Isso aqui é o Marco Zero, debaixo do carro, debaixo do pneu. Ali, está vendo as pedras? Então, essa pedra aqui é onde tudo começou. O marco zero de uma cultura maravilhosa, que nós temos campeões mundiais. Eles ganham medalhas e tudo. [A entrevista é interrompida pela passagem de dois jovens com uma caixa de som. Junto com Triunfo, eles dançam em uma breve apresentação improvisada.] Hoje, são eles que continuam o movimento na rua, nos trens. Eles vivem disso. [Diz em referência aos jovens dançarinos].

Agência Brasil: Então, o hip hop ainda é uma cultura viva por aqui?
Triunfo: Assim é o hip hop. Se a gente ficar aqui, de vez em quando, uns [artistas] vão passar por aqui. Precisamos recuperar a cultura do centro, porque ela hoje está no Brasil inteiro. Mas foi aqui que ela começou, justamente quando aqui se parecia um pouco com um deserto. Quando era a época do militarismo [ditadura] essas manifestações não podiam acontecer e, mesmo assim, a gente fazia elas acontecerem, era uma resistência.

Agência Brasil: Essa viatura em cima do Marco Zero então é simbólica que a polícia continua em cima do hip hop?
Triunfo: Toda quinta-feira tinha o encontro, a Batalha do Point, aqui. Eles também acabaram. Você gostaria de ver isso aqui parado, sem nada, ou gostaria de ter um pessoal aqui, cantando, rimando e outros aplaudindo? São Paulo com algo de mais alegre. Porque não é só de trabalho e de estudo que vive o homem. Nós precisamos também de lazer. Nós precisamos de cultura, certo?

Agência Brasil: E como foi a formação do hip hop aqui em São Paulo, com a reunião dos quatro elementos – break, grafite, DJ e MC?
​Triunfo: Há 50 anos, os quatro elementos se formaram. Mas se formaram porque já existiam esses elementos, que foram crescendo. Em 1981, em 1982, eles há tinham começado no Bronx e ido para o centro de Nova York, com o movimento já em outro patamar. Nós também estávamos indo aqui em São Paulo, há 40 anos, porque se conta o início a partir de 1983, quando eu levei pela primeira vez o meu grupo para a rua. Nós também já tínhamos os quatro elementos.

Agência Brasil: Você fazia o que antes do hip hop?
Triunfo: A base de tudo, original, para quem não sabe, é o funk, que trouxe tudo, com o James Brown e as bandas de soul. Eu era do soul. Os primeiros raps que samplearam, fechados em quatro tempos, eram com a base do soul. Eram cantados em cima do soul. O b-boys [dançarinos de break] eram um som mais apressado. Break não quer dizer dança, break é o break [parada] da música. Quando dava aquelas rufadas de percussão, os caras adoravam dançar. Dançavam no break da música – break boy – cara que dança no break [intervalo].

Então, nós fomos para a rua em 1983, no início. Nós já dançávamos no [baile] Chic Show, o [estilo] robô, o wave, um pouquinho de lock. Quando nós fomos para o Black Rio, a gente dançava só soul. Então, nós fomos vendo algumas coisas lá fora e o pessoal e uma TV chamou a gente para imitar o pessoal da Soul Train [programa de TV norte-americano], que eram justamente os The Lockers [grupo de street dance fundado na década de 1970]. Só que eu nem sabia que tinha a ver [com hip hop]. Depois, [vieram as influências] do pop, do rock, do wave, que vinham mais de Fresno de Los Angeles [na Califórnia (EUA)], do que de Nova York, que eram o rap e o break.

Tudo isso foi chegando, e eu, como já estava preparado, disse: “É agora!”. Chamei o grupo, e disse: “Vamos para a rua”. Mas não era fácil. De vez em quando eu pegava um BO [boletim de ocorrência], ia preso. Eu ia preso direto. Tinha um delegado no Bixiga [região central paulistana] que quando eu chegava lá, ele falava: “poxa rapaz, você de novo”. E eu falava: “doutor, eu não gosto de vir aqui, não, são os homens que me trazem”.

Agência Brasil: Depois de todos esses anos, o que significa este Marco Zero para você?
​Triunfo: Aquilo é um símbolo, como se fosse uma um troféu de uma Copa do Mundo do Brasil. Para quem entende, para nós do hip hop, isso é o nosso troféu. É como se fosse em Meca [cidade sagrada para o islamismo], onde os caras que vão [fazer peregrinação]. Cada um tem suas crenças. Isso aí é a nossa pedra. Mas, poxa, já devia ter uma coisa bem mais bonita aqui ou ali, mostrando, como antigamente era o jardim que a gente sentava. Mas, por outro lado, estão acontecendo várias coisas maravilhosas, vários eventos que eu fui contemplando os 50 anos de hip hop, pelo Brasil todo. Estou viajando para aqui para acolá, tem muita coisa boa em São Paulo.

Agência Brasil: Você falou que dançou em vários lugares do centro, mas, por que vocês escolheram este lugar?
​Triunfo: Por causa da largura das pedras [do calçamento]. Em uma pedra dessas aqui, dá para você girar de cabeça, era muito legal para dar o backslide [andar de costas, deslizando os pés no chão] e ir embora. Movimentos de rodar a cabeça, as costas. Então, era um espaço que não tinha em outras pedras. As outras pedras [de calçamento] de rua eram pequenas, não tinha como você fazer isso. Essas pedronas era tudo o que precisávamos. Dançava gente aqui, ali e dali. Bombava essa rua. Era muito legal.

Agência Brasil: E como é a relação com o Largo São Bento, vocês passaram a dançar lá depois?
​Triunfo: No final de 1984 eu tive problema de saúde, dançando muito e não me alimentava. Eu fui dar um passeio, visitar meu pessoal [em Triunfo, Pernambuco]. Fui embora passar, uns dias lá com meus pais, minha irmã. Em 1985, começou o ano e os caras que faziam parte do grupo comigo voltaram para dançar aqui. Só que a polícia pegou pesado com eles. Não deu jeito, não deu certo. Aí, eles começaram a procurar um lugar para ensaiar. Foram no Bom Retiro, foram na [avenida] Tiradentes. Mas, descobriram a [estação] São Bento, que foi aquilo que deu certo.

Já foram chegando o Thaíde, o DJ Hum, o Mano Brown, um bocado de gente. Todo mundo fez parte ali da São Bento. Os próprios Gêmeos [grafiteiros], eu me lembro que o Marcelinho e o Alambique iam buscar eles lá no Cambuci [bairro da zona sul], na casa da mãe deles, que eles eram pequenos demais, não dava pra virem sozinhos. A São Bento estourou, virou aquele point nacional. Fui lá onde se fez o primeiro evento nacional de disputa de danças e de batalhas.

 

 

Na manhã desta segunda (4), uma suspeita de vazamento de gás no Suíça 7 Bistrô causou a interdição de parte da Rua da Amizade, na Zona Norte do Recife, próximo à Rua das Pernambucanas. O Corpo de Bombeiros enviou uma viatura de combate a incêndio ao local por volta das 9h30.

Conteúdo em atualização

##RECOMENDA##

 

Toda cidade tem seu centro comercial, uma rua ou região com alta presença de lojas populares, grande fluxo de pessoas constante e forte impacto na economia local. Hoje, no entanto, não é preciso estar em uma rua movimentada para ter um negócio bem-sucedido. Ora, a rua mais movimentada do mundo está acessível a qualquer um, de onde quer que esteja. O nome dela é Internet.

Vou além. Não só essa grande via digital pode ser facilmente percorrida, como quem ainda não começou a trilhar seu caminho de bits e bytes está perdendo grandes oportunidades. Os negócios e produtos digitais são o futuro das empresas. Isso não quer dizer que se vai passar a vender apenas infoprodutos, mas os produtos físicos também podem e devem ser comercializados on-line. É que a internet não tem barreiras. Pelo contrário, ela veio para destruir muros, criar pontes, exponencializar negócios e amplificar vozes. Qualquer pessoa pode se comunicar com qualquer outra pessoa, basta ter uma conexão. Da mesma forma, qualquer pessoa pode vender seu produto para outro lugar do planeta (e aí, claro, entram questões como logística e preços).

Um dos grandes conceitos do mercado atualmente é a escalabilidade. Um produto é escalável, ele pode ser reproduzido com facilidade e sem aumento de custos. Por exemplo, um infoproduto é produzido uma única vez e distribuído a todos que os adquirem. Escalabilidade é uma grande estratégia de crescimento e deve ser premissa para o sucesso na internet. O que não quer dizer que produtos físicos não sejam escaláveis. A escalabilidade é uma característica muito presente em startups, por exemplo. Faz parte do modelo de negócio desse tipo de empresa crescer com velocidade, o que é possível por meio de produtos ou serviços escaláveis.

Mas, mesmo que um empreendimento não seja escalável, a internet o torna globalizado, atingindo públicos diversos. Foi-se o tempo em que só era possível fazer negócio dentro do próprio bairro ou da própria cidade, por exemplo. A clientela, hoje, está até mesmo em outros países. O que leva a outra constatação: a concorrência também se tornou mundial. Essa mudança na essência da competição por clientes exige uma série de adaptações, como melhoria dos serviços prestados, atenção a tendências e busca constante por inovação e diferenciação. Não é um trabalho fácil, mas pode trazer ganhos exponenciais.

A internet é como uma grande rua de comércio, que percorre o mundo inteiro. Nela, trafegam os mais diversos produtos e serviços, com origens e destinos os mais diversos. Não se pode ignorar o poder da internet de impactar negócios e carreiras, mas há que se saber utilizá-la da maneira mais proveitosa. Seguir por uma via digital nunca pareceu tão real.

Entre memórias, histórias reais misturadas com a ficção e situações que seriam cômicas se não fossem trágicas, o Grupo de Teatro Trupe Teia apresenta o espetáculo “Brincádiquê”, montagem que se cria e se apresenta pelas ruas da periferia de Belém, especificamente nos bairros do Jurunas, Guamá e Terra Firme. Com poesia, comicidade e palhaçaria, o espetáculo quebra rotinas de espaços tradicionais dos bairros para discutir o direito à cidade, acesso à cultura e à cidadania.

A partir das linguagens da palhaçaria, da brincadeira de rua e bebendo na fonte da cultura popular, o espetáculo se define como teatro de cortejo, linha de pesquisa e de atuação em que o grupo Trupe Teia desenvolve desde 2021. “Brincádiquê” é um espetáculo brincante para todos os públicos, mas especialmente para os que moram nas periferias e sentem diariamente o que é viver na cidade mas não acessá-la.

##RECOMENDA##

Para Alana Lima, uma das coordenadoras e atriz do projeto, o centro da cidade é cheio de programações culturais, mas infelizmente a periferia carece de acesso à cultura. “A gente trabalha e mora na periferia e muitos dos nossos indutores de criação partem da relação com os bairros. Pra gente não faz sentido ir pro centro apresentar algo que é criado a partir da periferia e pra ela. Nós queremos, junto com tantos outros movimentos culturais e sociais periféricos, construir uma cultura de acesso ao teatro e de formação de plateia com pessoas pretas, periféricas, que muitas vezes nunca assistiram a um espetáculo”, explica Alana.

“Brincádiquê” apresenta críticas sociais por meio das diversas histórias reais do dia a dia da comunidade que serão misturadas com a ficção, comicidade e a palhaçaria, linguagem que está presente em todos os espetáculos do grupo. “A gente junta um pouco das nossas próprias histórias com o que ouvimos de amigos, vizinhos, parceiros e pessoas que nos cederam seus relatos para a pesquisa. São histórias de quem nasceu e cresceu no Guamá, Jurunas e tantas outras periferias. Há histórias com profundas críticas sociais e outras com uma relação bem sensível com o território e a cidade”, afirma a atriz e produtora Alana.

Os artistas foram para as ruas de Belém conversar com moradores e vivenciar os bairros. “Durante o processo de criação, a gente conversou com os moradores, e tudo isso foi base para a criação dos personagens que vão ser apresentados, sempre com diálogo com a comunidade e com a rua”, enfatizou a atriz Victoria Myuke.

O Espetáculo “Brincádiquê” foi selecionado pelo Prêmio FCP de incentivo à arte e à cultura 2022.

Sobre os realizadores

A Trupe Teia é um coletivo que desde 2019 desenvolve pesquisa e atuação em palhaçaria e teatro de rua nas periferias e comunidades de Belém, em especial o bairro do Guamá. Em 2021 começam a focar na pesquisa do Teatro de Cortejo enquanto uma linguagem cênica de rua que mescla a musicalidade da cultura popular e as comicidades das periferias. Entre os principais trabalhos da Trupe está o Projeto Biketeca, de 2021, uma biblioteca na bike que circula pelo bairro do Guamá distribuindo livros e desenvolvendo ações cênicas de rua.

Serviço

“Espetáculo Brincádiquê“.

14/11 - 17h30 - Passagem Limoeiro - Jurunas

15/11 - 9h - Biblioteca do Tucum - Guamá/Terra Firme

15/11 - 20h - Praça Benedito Monteiro - Guamá

19/11 - 17h - Praça Helena Dias – Jurunas

Entrada Gratuita.

Por Ariela Motizuki, da assessoria do evento.

 

[@#galeria#@]

No ano em que comemora seus 35 anos de existência, o Arraial do Pavulagem retoma, no domingo (12), o arrastão pelas ruas de Belém com o tema “Arraial do Pavulagem 2022: 35 anos de Pavulagem”, com seus tradicionais chapéus de fita, suas músicas marcantes e o famoso boi pavulagem. “O coração está em festa! Depois desses dois anos, o arraial retoma suas atividades presenciais com novos cuidados sanitários, volta com força total, com muita energia e alegria. Momento de encontro da cultura na rua”, afirma Walter Figueredo, um dos organizadores do evento.

##RECOMENDA##

O Arraial do Pavulagem surgiu em 1987, na Praça da República, a partir de uma reunião entre os primeiros músicos que integravam a banda, artistas paraenses e demais frequentadores do local. O intuito era mostrar a cultura marcante e presente nos festivais de São João no mês de junho.

“Naquele tempo, a quadra junina era basicamente de músicas nordestinas, como toada, quadrilha, forró e baião. Atualmente o Arraial pesquisa as sonoridades populares, expandindo a musicalidade brasileira”, complementa Walter.

A confeiteira Clara Almeida conhece o Arraial desde a infância, por meio de suas tias que sempre frequentaram a manifestação. Este ano, pela primeira vez, ela terá a experiência de acompanhar o cortejo na avenida Presidente Vargas. “Espero conhecer as músicas, as danças e viver a cultura paraense. Encontrar meus amigos e presenciar aquilo que eu só via pela televisão ou internet”, relata.

Para os brincantes que costumavam se reunir aos domingos do mês de junho, o retorno traz muita alegria e esperança de um novo começo. “O que sinto é uma mistura de muita expectativa e toda a saudade acumulada nestes dois anos sem poder acompanhar o cortejo pelas ruas”, declara a desenvolvedora de web Thaianne Oliveira, frequentadora do Arraial.

Para Thaianne, as lives transmitidas pelo Instituto Arraial do Pavulagem, durante a pandemia da covid-19, conseguiram amenizar um pouco a saudade de fazer parte do coro que embalava todo o trajeto. “Era emocionante assistir. Ainda assim, nada se compara à sensação de estar presente e dançar lado a lado cada coreografia despretensiosamente sincronizada”, relata.

A abertura oficial do Arraial ocorreu durante o Levantamento dos Mastros de São João, realizado na quinta-feira (9), às 18 horas, na Praça dos Estivadores. A cerimônia é inspirada no festejo de São Sebastião, que ocorre em Cachoeira do Arari, no Marajó, como uma forma de agradecer ao santo pelas bênçãos alcançadas.

O levantamento começa logo após a chegada do Boi Pavulagem e dos mastros na Escadinha do Cais do Porto, ao lado da entrada da Estação das Docas. São dois mastros trazidos nos barcos, pelas águas do rio Guamá, como uma forma de homenagear e valorizar os rios da região e sua conexão com a cidade.

“O sentimento é de pertencimento à manifestação cultural. É empatia, afeto, patrimônio coletivo, é a tradição do arraial de todo ano. É momento de reencontro, alegria, esperança e celebração. Um grande acontecimento artístico de cuidado e respeito a si e ao próximo”, finaliza Walter Figueredo.

Serviço

Concentração na avenida Presidente Vargas para o arrastão na Praça da República.

Quando: 12/06; 19/06; 26/06; 03/07.

Horário: saída do arrastão às 9 horas.

Informações: instagram @arraialdopavulagem

Por Juliana Maia (sob a supervisão do editor prof. Antonio Carlos Pimentel).

 

 

 

Um prédio localizado na Rua da Guia, no Bairro do Recife, na área central da capital pernambucana, corre risco de desabar. Por conta disso, o perímetro em que o imóvel de número 88 está posicionado foi interditado pela Secretaria Executiva de Controle Urbano da Prefeitura (Secon) nesse sábado (4).

De acordo Secon, a Defesa Civil detectou risco de grau 4 para a estrutura, tendo como parâmetro uma escala que vai de 1 a 4. Ainda segundo a Secretaria, a pasta ingressou na Justiça para que os donos do imóvel realizassem a recuperação estrutural do edifício, mas, por conta do novo laudo que carecateriza alto risco de desabamento, a Prefeitura modificou o pedido na ação judicial existente, de recuperação para demolição. 

##RECOMENDA##

De acordo com a Secretaria de Executiva de Imprensa do Recife, não há relação do comprometimento do imóvel com as chuvas que assolaram a Região Metropolitana do Recife nas últimas semanas.

Um morador de rua de 39 anos foi encontrado morto na Avenida Barão de Mauá, na cidade de Mauá, na Grande São Paulo, na manhã desta quarta-feira (18). Segundo a Secretaria de Saúde Pública (SSP), policiais militares foram acionados para atender a ocorrência e, no local, se depararam com a vítima deitada na rua, já sem vida. O Samu foi acionado para atender a ocorrência e atestou o óbito do homem.

Ainda segundo a pasta, não foram identificados sinais de violência no corpo da vítima. Foi solicitada perícia, carro de cadáver e exames. O caso foi registrado como morte suspeita na 3° DP Mauá. Ainda não foi emitido o laudo do IML com o motivo da morte.

##RECOMENDA##

A Prefeitura de Mauá ressalta que a Operação Inverno está em atividade. Nas noites e madrugadas de segunda e terça-feira, foram realizadas 18 abordagens por meio de busca ativa nas ruas da cidade para convidar e levar pessoas em situação de rua para os abrigos da cidade.

As equipes da Secretaria de Assistência Social do município receberam, nessas duas datas, seis denúncias com relatos de locais em que havia pessoas em situação de rua. Todas foram atendidas, de acordo com a Prefeitura, que diz ainda que as pessoas que se recusaram a ir ao abrigo receberam blusas e cobertores. No total, 38 pessoas foram abrigadas no CentroPop e albergue municipal na noite de quarta.

A Prefeitura de Mauá solicita que moradores da cidade que encontrarem pessoas em situação de rua e vulneráveis ao frio entrem em contato com o CentroPop (4547-1061), Defesa Civil (199) ou Guarda Civil Municipal (153 ou 4543-0354).

Vulnerabilidade

Também nesta quarta-feira, um idoso em situação de rua morreu no núcleo de convivência São Martinho, na região do Belém, na zona leste de São Paulo. Isaías de Faria, de 66 anos, passou mal enquanto aguardava o café da manhã ser servido. A gerência do equipamento acionou Consultório na Rua e o Samu, mas os profissionais de saúde não conseguiram reanimá-lo. Amigos afirmam que ele passou a noite dormindo na rua. Segundo o prefeito da capital, Ricardo Nunes (MDB), a informação preliminar é de que ele sofreu uma convulsão por conta do frio.

Os blocos de carnaval que quiserem tomar as ruas fora de época nos dias 16 e 17 de julho podem se inscrever para o Carnaval de Rua 2022. A  prefeitura de São Paulo divulgou nesta sexta-feira (29) o formulário online, que pode ser preenchido até 8 de maio.

A secretária de Cultura, Aline Torres, se reuniu com os representantes dos blocos e foi proposta a realização do Esquenta e Carnaval daqui a pouco mais de dois meses. Na data, também foi proposta a elaboração de um comitê permanente de organizações de blocos e coletivos para estreitar as relações entre a prefeitura e a sociedade civil.

##RECOMENDA##

"O carnaval é uma das maiores manifestações culturais da identidade nacional. E, aqui em São Paulo, é uma das mais marcantes, sendo um Patrimônio Cultural Imaterial", declarou Aline Torres. "Queremos trazer toda a alegria, representatividade e diversidade dessa festa de volta para as ruas, mas com responsabilidade e organização", finalizou.

Os blocos, independente do tamanho, terão de prover um complexo planejamento, como a definição dos roteiros, alteração no sistema viário e de transporte público, infraestrutura, grades, assistência médica e rotas de fuga.

Segundo a prefeitura, o formulário de manifestação de interesse deve ser preenchido e entregue até as 23h59 do dia 8 de maio. 

Por Matheus de Maio

 

 

 

As chuvas que caem desde o início da noite de terça-feira (19) causaram alguns transtornos no Recife e dificultaram o trânsito nesta quarta-feira (20). Como de costume, pontos de alagamentos foram registrados na capital pernambucana. 

[@#galeria#@]

##RECOMENDA##

Segundo boletim da Agência Pernambucana de Águas e Climas (Apac), a expectativa é que as chuvas continuem de forma moderada a forte na Zona da Mata, Região Metropolitana e Agreste pernambucano. 

A Defesa Civil do Recife mantém um plantão permanente, podendo ser acionada pelo telefone 0800.081.3400. A ligação é gratuita e o atendimento 24h. A orientação é que, em caso de necessidade, moradores de locais de risco procurem abrigos seguros e acionem o órgão.

Thomaz Costa compartilhou com seus seguidores uma situação que viveu na noite do último sábado (12).

O ator contou que foi ao Rio de Janeiro e acabou se encontrando com uma amiga para os dois gravarem conteúdo para o Only Fans, plataforma de conteúdo adulto.

##RECOMENDA##

"Gente deixa eu resumir aqui para vocês o que aconteceu no fim de semana. Fui para o Rio de Janeiro, encontrei uma amiga minha que também grava conteúdo e a gente decidiu gravar juntos lá mesmo, só que a gente estava em um barzinho, a gente não foi para o meio da rua, a gente estava dentro do carro."

O que eles não esperavam é que a polícia iria aparecer e abordá-los, mas mesmo com o ocorrido, Thomaz demonstrou não se importar e falou de tudo rindo.

"Depois de um tempo que estávamos lá, já tínhamos gravado e estávamos postando o vídeo quando uns policiais abordaram o carro. A gente ficou meio com vergonha, liguei para o meu segurança, esperei ele chegar para a gente descer. Mas como não fomos pegos em ato nenhum, não foi preciso ir para a delegacia nem nada, deu tudo certo. Até porque eu só estava vivendo minha vida. Isso é normal. Inclusive para quem está perguntando do vídeo, ele deu tudo certo, foi postado e eu vou postar outro ainda que tem desse dia, esperem."

Na legenda de um dos Stories, ele ainda escreveu: "Só vivendo a vida. Vocês já foram jovens, né? Quem nunca namorou dentro do carro?" Segundo Leo Dias, a moça que estava com ele é a influenciadora Grazi Mourão.

Mesmo com a folia proibida por conta da Covid-19, centenas de pessoas se reuniram em uma prévia de Carnaval nas ruas dos Quatro Cantos, em Olinda, nesse domingo (30). A Polícia Militar (PM) foi acionada à noite e dispersou a aglomeração.

Nem sequer as máscaras de proteção foram usadas pela multidão, que brincou sem se preocupar com a alta transmissão do vírus até às 19h, como nos tempos em que não se convivia com a pandemia. 

##RECOMENDA##

A festa de rua só foi interrompida com a  chegada da PM. Ninguém foi detido, mas o público foi desconcentrado de forma pacífica, indicou a corporação.

[@#video#@]

Procurada pelo LeiaJá, a Prefeitura de Olinda afirmou que realiza uma operação todos os fins de semana para identificar descumprimento das normas e conta com apoio da Guarda Municipal, pelo Controle Urbano, Corpo de Bombeiros e da PM.

Na sexta e no sábado, a fiscalização vai das 19h até meia-noite e no domingo começa às 17h. 

Embora o período carnavalesco de aproxime, mesmo com a celebração suspensa, a Prefeitura não apontou se vai reforçar o controle para atender às determinações do decreto estadual que estabelece protocolos de convivência com a Covid-19.

Os blocos de carnaval não vão desfilar pelas ruas do Rio de Janeiro neste ano, ainda em razão da pandemia de covid-19. A decisão de cancelar as exibições foi tomada em consenso durante reunião promovida no final da tarde desta terça-feira entre os representantes dos principais blocos, o prefeito Eduardo Paes (PSD) e o secretário municipal de Saúde, Daniel Soranz.

"A situação ainda não permite os desfiles, então está resolvido. Não podemos ir contra a ciência e colocar em risco a vida dos foliões", afirmou Rita Fernandes, presidente da Sebastiana, associação que representa 11 dos principais blocos da cidade. Segundo ela, todos os representantes de outros blocos e entidades que participaram da reunião com Paes e Soranz concordaram com a decisão. Uma alternativa será promover bailes ou eventos em lugares fechados, de modo a controlar o acesso do público e permitir apenas a entrada de pessoas imunizadas e saudáveis. Mas por enquanto isso é apenas uma ideia - a única decisão já tomada, segundo Rita, é que não haverá desfiles.

##RECOMENDA##

Em live pela internet logo após a reunião, o prefeito Eduardo Paes afirmou que "não será possível" promover o carnaval de 2022 nos moldes tradicionais: "Acabei de ter uma reunião com o pessoal dos blocos de rua e a gente comunicou a eles que o carnaval de rua nos moldes que eram feitos até 2020 não acontecerá em 2022. Infelizmente, e eu falo como prefeito que gosta do carnaval e como cidadão, isso não será possível".

A Ambev, empresa que patrocinaria o carnaval de rua do Rio, havia cobrado da prefeitura uma posição sobre a realização ou não dos desfiles até a próxima quarta-feira, dia 5.

Sem ter tomado vacina anticovid, o presidente Jair Bolsonaro e sua comitiva tiveram que comer pizza com a mão, nas ruas de Nova Iorque. Os restaurantes da cidade impedem a entrada de pessoas que não foram imunizadas. 

Como tradição, o Brasil abre a Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU) e Bolsonaro foi liberado para entrar na sede, considerada uma área internacional. Porém, não terá o mesmo tratamento fora do edifício e já sofre as restrições relacionadas à pandemia, sobretudo nos estabelecimentos comerciais de Nova Iorque.

##RECOMENDA##

A comitiva presidencial desembarcou nos Estados Unidos nesse domingo (19) e comeu pizza em uma rua próxima ao local onde está hospedado. Na foto publicada pelo ministro do Turismo Gilson Machado, ele aparece acompanhado por Bolsonaro, pelo presidente da Caixa Econômica, Pedro Guimarães, dos ministros da Justiça, Anderson Torres; da Saúde, Marcelo Queiroga; da Secretaria-Geral da Presidência, Luiz Eduardo Ramos, e outros. 

Na publicação, Machado escreveu: “Vamos de Pizza com Coca Cola".

[@#video#@]

Um homem foi preso em Niterói (Região Metropolitana do Rio), na madrugada do sábado (15) após furtar uma placa com o nome da rua Coronel Moreira César. Essa é a rua do bairro de Icaraí que vai mudar de nome nos próximos dias, passando a se chamar Paulo Gustavo, em homenagem ao ator morto no último dia 4, vítima de Covid-19. Ele nasceu em Niterói.

Segundo a PM, policiais faziam ronda de rotina quando, passando pela esquina das ruas Coronel Moreira César e Presidente Backer, suspeitaram de um homem.

##RECOMENDA##

Ao abordá-lo, o homem confessou que havia furtado a placa da rua e devolveu a peça.

Ele foi detido e o caso, encaminhado à 76ª DP, em Niterói.

A Câmara Municipal de Niterói aprovou na última quinta-feira (13) por 18 votos a 3, a mudança de nome da rua.

Antes que o projeto fosse votado, houve uma consulta à população e mais de 30 mil moradores de Niterói aprovaram a mudança.

A mudança ainda não foi implantada, mas as placas com o nome antigo serão retiradas - daí talvez o interesse do rapaz em ficar com uma delas.

Coronel Moreira César (1850-1897) foi um militar do Exército brasileiro que comandou o 7º Batalhão de Infantaria e morreu durante combate na Guerra de Canudos, na Bahia.

Há cerca de um mês nas ruas, Denise e Márcio tiveram todos os pertences roubados. (Júlio Gomes/LeiaJá Imagens)

##RECOMENDA##

“Meu maior medo é ir dormir e não acordar”, resume a comerciante ambulante Denise Silva, de 42 anos de idade, que mora em uma calçada da Avenida Manoel Borba, no bairro da Boa Vista, Centro do Recife, há cerca de um mês, ao lado do marido, Márcio Silva, de 38 anos. O casal costumava vender água e lanches na frente do hospital da Restauração, também na região central da capital pernambucana, e não resistiu à crise econômica causada pela pandemia da Covid-19. Sem dinheiro para pagar aluguel ou lugar para manter os pertences seguros, eles passaram a dormir na frente do ponto em que trabalhavam, tendo a carroça e as mercadorias roubadas durante a madrugada. Grávida de cinco meses e portadora de HIV, Denise sonha com a possibilidade de conseguir R$ 1,5 mil para comprar uma nova carroça.

“A gente morava na Rua da Glória e pagava R$ 430 de aluguel, além dos R$ 200 mensais que a gente dava ao dono de um depósito, para guardar nossa carroça. Por conta da pandemia, o movimento estava ruim e ficamos sem condição de pagar as contas. Fomos despejados e roubaram nosso material de trabalho”, conta Denise.

[@#video#@]

A ambulante é mãe de sete filhos, sendo dois deles garotos de 14 anos e 15 anos que residem em um abrigo na Ilha de Itamaracá, na Região Metropolitana. Denise descreve os mais velhos como “complicados”. “Não tenho como morar com eles. Minha mãe mora em Timbaúba, é idosa, não quero levar meus problemas para ela”, lamenta. Com o atual marido, a ambulante ainda não teve filhos, mas quatro gravidezes malsucedidas.

“Com a gente só andava a cadela, que foi atropelada por um carro aqui na Manoel Borba. A consciência da motorista pesou, ela voltou e pagou um uber para eu ir ‘no’ hospital veterinário. Apesar das pancadas na cabeça e no ombro, a cadela tomou quatro injeções e ficou bem. Conseguimos deixar ela na casa de um amigo do meu marido”, comenta.

Denise relata que já sofreu assédios e abusos sexuais na rua. (Júlio Gomes/LeiaJá Imagens)

Dando ao animal de estimação um destino melhor do que o que lhes foi legado, Denise e Márcio permaneceram na avenida, contando apenas com duas sacolas de roupas, algumas panelas e um isopor. “Quando recebemos alguma doação tentamos pagar uma pensão para poder tomar banho, mas é sempre uma tensão. Em uma dessas saídas, um ladrão levou todas as nossas coisas. Só ficamos com duas mudas de roupa e uma colcha”, lembra Denise.

Cozinheira hábil, Denise era responsável pela produção dos salgados que eram vendidos na carroça pelo marido. Agora, ela se adapta a preparar as refeições em uma pequena lata de ervilha, usando álcool etílico para cozinhar. “Quem puder, doe alimentos, que consigo preparar. É muito difícil. Muitas vezes, falta comida e passo da hora de comer, mesmo estando grávida. Até nossa comida um ‘viciado’ roubou”, acrescenta.

"Com minha carroça, tinha minha vida de volta". (LeiaJá/Imagens)

Se os dias são preenchidos pela luta para manter a soberania alimentar, às noites resta o vazio paralisante do medo. “Nem sei há quanto tempo não tenho uma noite de sono. Já me acordei com um homem alisando minhas partes íntimas. Senti aquela mão grossa e sabia que não era meu marido. Eu disse a Márcio que não fizesse nada, porque na rua não adianta agir na emoção”, conta Denise.

Márcio acrescenta que o movimento de usuários de drogas e homens armados com facões é comum na avenida Manoel Borba durante a madrugada. “Minha aparência parece ser uma aparência boa, mas tô muito infeliz com o que estou passando. Chegou gente para 'bulir' com minha esposa e sem poder fazer nada. Eu tenho medo de fazer coisa que não ‘deve’, então relevei isso aí. É humilhante demais pra mim, queria ter uma oportunidade na vida, todo mundo tem a sua. Eu com minha carroça tinha minha vida de volta”, apela.

Doações para o casal podem ser feitas através da seguinte conta bancária:

Caixa Econômica Federal

Conta poupança: 000817657532-0

Agência: 0045

Operação: 013

O governador de São Paulo, João Doria, anunciou nesta sexta-feira, 12, a vacinação de pessoas em situação de rua com mais de 60 anos na capital e apresentou um ranking dos dez municípios com mais de 100 mil habitantes que mais vacinaram já no Estado. Em coletiva à imprensa, Doria justificou a medida dizendo que essas são as pessoas mais vulneráveis.

Presente ao evento, o padre Julio Lancelotti, coordenador da Pastoral do Povo de Rua da Arquidiocese de São Paulo, disse que há mais de 2.200 moradores de rua nessa faixa etária. A vacinação dessa população começou na manhã desta sexta-feira.

##RECOMENDA##

"Durante toda a manhã acompanhei os consultórios de rua. Além dos que estão vindo às UBSs, aos locais de vacinação, e também está tento uma busca ativa dessas pessoas. Vacinar os irmãos de rua é um sinal de humanização, de florir esperança nessa cidade", disse o padre, que foi chamado por Doria de "símbolo da luta contra a desigualdade e defensor dos direitos humanos."

A enfermeira Monica Calazans, primeira pessoa a ser vacinada com a Coronavac no Brasil, no dia 17 de janeiro, recebeu durante a coletiva a segunda dose do imunizante. "É uma emoção poder ser imunizada pela segunda vez, mas isso não me dá direito de sair sem máscara, sem álcool em gel, nem de evitar aglomerações. Vou continuar com todos os brasileiros usando máscara, ate que todos os brasileiros estejamos imunizados", disse Monica.

Ranking

De acordo com Doria, no total, mais de 1,3 milhão de pessoas já foram vacinadas no Estado, o que equivale a 2,8% da população. O governo passa a divulgar a partir desta sexta um ranking com os municípios que mais vacinaram até o momento. Até agora, a cidade de São Caetano do Sul, na Grande São Paulo, foi a que mais vacinou, com 8,1% da população. Na sequência vem: Catanduva (7,2%), Botucatu (7%), Barretos (6,3%), Santos (5,8%), São José do Rio Preto (5,7%), Jaú (5%), Araçatuba (5%), Araraquara (4,9%) e Marília (4,8%).

O Tribunal Regional Eleitoral (TRE) do Pará determinou, nesta quinta-feira (5), que estão proibidos no Estado os atos presenciais de campanha eleitoral que causem aglomerações, mesmo que em espaços abertos, semiabertos ou no formato drive-in. A decisão vale a partir da sua publicação no DJE, ocorrida na sexta-feira (6). Veja aqui a íntegra da resolução.

O Pará tem são 256.139 casos confirmados de Covid-19, com 6.779 mortos. O detalhamento está disponível aqui.

##RECOMENDA##

A resolução, que atende pedido feito pelo Ministério Público (MP) Eleitoral, cita como exemplos de atos proibidos os comícios, bandeiraços, passeatas, caminhadas, carreatas e similares, e confraternizações ou eventos presenciais, inclusive os de arrecadação de recursos de campanha.

Os juízes eleitorais deverão adotar as providências necessárias para coibir atos de campanha que violem a resolução, fazendo uso, caso necessário, do auxílio da força policial, definiu o TRE (confira abaixo a relação das medidas que podem ser adotadas pelos juízes eleitorais).

“A conjuntura de extrema gravidade e incertezas decorrente da pandemia da covid-19 está por exigir postura responsável de todos e, sobretudo, daqueles que almejam ocupar cargos nos Poderes Legislativo e Executivo, responsáveis pela definição e execução de políticas públicas, bem assim da própria Justiça Eleitoral”, destaca a resolução.

Além do pedido do MP Eleitoral, a proibição de atos de campanha eleitoral com aglomerações leva em consideração as diversas diretrizes sanitárias que vêm sendo estabelecidas desde março, quando a Organização Mundial de Saúde (OMS) declarou que a pandemia da covid-19 passou a ser emergência internacional de saúde pública.

A resolução cita uma série de decretos e leis federais e estaduais, resolução do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), e parecer técnico elaborado pela Secretaria de Estado da Saúde do Pará (Sespa) a pedido do MP Eleitoral.

Também foi citada a Emenda Constitucional nº 107/2020, que determina que os atos de propaganda eleitoral poderão ser limitados pela Justiça Eleitoral se a decisão estiver fundamentada em prévio parecer técnico emitido por autoridade sanitária estadual ou nacional.

Do site do TRE Pará.

Um homem em situação de rua, de 53 anos, foi espancado, amarrado e jogado no Lago Paranoá, no Distrito Federal, na noite desse domingo (23). Duas viaturas, uma embarcação e doze bombeiros participaram do resgate.

O Corpo de Bombeiros foi acionado por volta das 20h30 e localizou o homem na água, próximo à Ponte JK. Mergulhadores o tiraram do lago e perceberam que ele apresentava um corte profundo na cabeça e escoriações pelo corpo, segundo o Correio Braziliense.

##RECOMENDA##

A equipe de socorristas conteve a hemorragia na cabeça e o encaminhou consciente ao Hospital de Base, onde apresentou quadro estável. Segundo a vítima, ele que foi agredido e roubado por outras pessoas em situação de rua.

 

No Egito, país de 100 milhões de habitantes, onde quase um terço da população vive abaixo da linha da pobreza, as crianças de rua ocupam o menor nível da escala social e estão expostas não apenas ao coronavírus, mas também aos abusos verbais, físicos e sexuais.

A Covid-19 avança no país ao ritmo de 900 contágios diários. Desde o início da pandemia, o Egito registrou 84.000 pessoas infectadas pelo novo coronavírus e 4.000 mortes.

As crianças catam lixo dia e noite, trabalham em estacionamentos ou pedem algumas moedas em troca de lenços de papel.

Algumas vivem com as famílias nos bairros pobres da capital, outras não têm casa e brigaram com os parentes, mas muitas frequentavam escolas, afirma a pesquisadora Mariam Hichem.

Em 2014, as autoridades calcularam que o país tinha quase 16.000 crianças nas ruas, mas o dado é subestimado, afirma Jonathan Crickx, diretor de comunicação do escritório local do Fundo nas Nações Unidas para a Infância (UNICEF).

As crianças de rua geralmente vêm de várias gerações, a maioria delas sem registro no arquivo civil, o que dificulta as estatísticas.

O programa nacional "Atfal Bala ma'wa" ("Crianças sem lar"), iniciado em 2016 com 17 unidades móveis, tem por objetivo "integrá-las e fazer com que abandonem os comportamentos das ruas", explica Mohamed Chaker, alto funcionário do ministério da Solidariedade Social.

No fim de março, as escolas do Egito interromperam as aulas para lutar contra o vírus. Além disso, a pandemia afeta a ajuda humanitária destinada às crianças. E a recessão econômica provocou uma redução do financiamento das associações, segundo o Unicef.

Obrigados a limitar suas atividades noturnas, em particular durante o toque de recolher em vigor entre março e junho, as ONGs e o ministério enfatizam os serviços médicos que podem prestar.

No fim de junho, as autoridades decidiram reabrir parcialmente as mesquitas, cafés e restaurantes, centros culturais e suspenderam o toque de recolher. Embora as medidas possam ter beneficiado as crianças, o fechamento de mesquitas fora do horário de oração afetou sua vida cotidiana, afirma Chaker.

Graças às áreas de água acessíveis a todos, estes locais representam pontos vitais para as crianças, já que proporcionam o mínimo de higiene diária.

Em um período incerteza, os menores de idade são vulneráveis à doença e, com frequência, são alvos de ações das autoridades, afirma Hichemm, que considera limitada a iniciativa "Atfal Bala ma'wa".

O Estado, que se dedica sobretudo a "erradicar o fenômeno", não ajuda realmente as crianças, afirma.

A legislação contra a mendicância as coloca na ilegalidade e a adoção de novas medidas de saúde pode aumentar o risco de detenção, adverte a pesquisadora.

Páginas

Leianas redes sociaisAcompanhe-nos!

Facebook

Carregando