Tópicos | Maresias

Frequentadores da praia de Maresias, em São Paulo, foram surpreendidos por uma visita inesperada. Uma pessoa fantasiada de Morte resolveu circular pela orla e até mesmo surfar algumas ondas, na tentativa de conscientizar as pessoas a respeito das aglomerações à beira-mar.

[@#video#@]

##RECOMENDA##

A visita aconteceu no último fim de semana, como parte de uma campanha encabeçada pelo vlog de surf Tirando Onda. Quem vestiu a fantasia foi o surfista Carlos Bahia, que entrou no mar com a prancha e, surfou empunhando a foice de plástico, sem tirar o capuz. Ele também interagiu com o público que estava na areia.

A proximidade do verão tem tornado as praias do litoral brasileiro ainda mais desejáveis, enfrentando um aumento na quantidade de turistas e de pessoas que aproveitam os dias de sol para curtir o mar. Porém, muitos frequentadores esquecem que, apesar de estarem em um ambiente de descontração, a pandemia do novo coronavírus não acabou. Para curtir com segurança é preciso estar de máscara na areia, além de respeitar o distanciamento entre diferentes grupos.

O surfista Gabriel Medina não vê a hora de o instituto que leva seu nome ficar pronto. As obras em Maresias, no litoral paulista, estão na reta final e as atividades devem começar em fevereiro. "Na verdade, achei que iria demorar mais. Era um sonho para mim e minha família, não esperávamos que fosse tão rápido. Consegui realizar com tão pouca idade, me sinto orgulhoso. O instituto já está quase saindo, é uma realidade e já consigo imaginar como vai ficar. Vai ser superlegal", afirma, radiante.

Ele está investindo cerca de R$ 3 milhões em recursos próprios e contará com patrocinadores e apoiadores para fazer com que o espaço funcione. Ao todo serão 60 adolescentes, entre meninos e meninas, que terão aulas de surfe, natação e preparação física, além de aulas de inglês, palestras socioeducativas e ações que envolverão as famílias. Também terão atendimento médico e precisam comprovar frequências nas aulas de suas escolas e boas notas. As atividades serão realizadas de segunda a sexta, nos períodos matutino e vespertino, sempre no contraturno escolar.

##RECOMENDA##

"Foi bastante trabalho investido ali, dinheiro, mas é um negócio que vale à pena. Eu e minha família já gostávamos de ajudar esses moleques", diz Medina. "Quando tinha uma prancha usada, uma roupa usada, eu doava, tentava ajudar ao máximo. O instituto será muito bom. Vamos continuar podendo ajudar, só que agora com uma estrutura melhor. Então não tem dinheiro ou tempo melhores investidos."

Gabriel visitou outros projetos parecidos, como o do atacante Neymar e o do ex-tenista Gustavo Kuerten. Mas a grande diferença é que ele pretende ajudar os atletas a chegarem no profissionalismo. "Não é só social, é alto rendimento também. Foi o que meu pai quis fazer. No Brasil, temos muitos atletas com grande potencial não aproveitado, até porque não têm uma oportunidade. Meu pai quis fazer isso para não perder esses talentos que às vezes não são descobertos. Vou ajudar bastante gente."

O surfista, campeão mundial em 2014 e tido como um dos maiores talentos da modalidade, conta que não teve uma oportunidade como essa quando era mais novo. "Se eu tivesse essa estrutura toda naquela época lá atrás, com certeza iria me ajudar. Na verdade, o jeito que a gente chegou até aqui, eu e meu pai, foi se virando. A gente via as coisas na internet, ouvia falar, tentava se adaptar a um treino ou outro. A verdade é que foi muita força de vontade, de estar ali todo dia na água me esforçando e procurando evoluir."

O instituto está sendo construído em um terreno à beira-mar em Maresias e contará com auditório, academia, piscina semiolímpica ao ar livre, cama elástica (usada para aperfeiçoar manobras), refeitório, sala médica, espaço para reuniões, um palanque fixo e laboratório de informática, graças a um patrocínio da Microsoft pela Lei de Incentivo ao Esporte, que permite a captação em empresas interessadas em destinar até 1% do seu Imposto de Renda devido. A Samsung, o Guaraná Antarctica e a Vult Coméstica, entre outros, vão ajudar desta maneira.

Também haverá patrocinadores fixos, que decidiram investir no local. A Coppertone, por exemplo, vai doar R$ 1 de cada protetor solar da marca vendido para o instituto. "A gente acredita que o Brasil tem de ser mais justo para todos. Temos uma ótima relação com o Gabriel, com sua família, e o surfe tem a ver com o estilo de vida que nossa marca propõe. Ele é um garoto fantástico e tirou dinheiro do bolso para levantar esse instituto", afirmou Giancarlo Fumagalli Guarnieri, gerente da marca, lembrando ainda que existe a possibilidade de ampliar o projeto para outras localidades.

Medina tem noção de que nem todos vão chegar longe como ele. Mesmo assim quer mostrar o caminho e dar quantos empurrões forem precisos. "A nossa intenção é ter bons atletas ali. Se realmente quiser ser surfista, tomara que chegue ao CT, seja o melhor, espero um dia realizar esse sonho que é competir com alguém que venha do meu instituto. Seria uma honra."

Para ele, a concretização desse sonho que é ter seu próprio projeto social vale quase como um título mundial de surfe. "Queremos transformar esses jovens em boas pessoas, com boa educação, mesmo que não se tornem sufistas. O mais legal é que minha família está envolvida, então vai ser um instituto carinhoso. Será especial. Não vai ser qualquer instituto."

Equipes da Defesa Civil, voluntários, técnicos da Secretaria Municipal do Meio Ambiente, da Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (Cetesb) e moradores da Praia de Maresias, em São Sebastião, litoral norte de São Paulo, continuaram nesta segunda-feira tentando remover da areia da praia, do mar e de cursos d'água as manchas de óleo provenientes de um caminhão carregado com óleo diesel que tombou na tarde da última quinta-feira, véspera do feriado prolongado, na Rodovia Rio-Santos, no trecho conhecido como Serra de Boiçucanga.

O acidente provocou a interdição da via, causando a paralisação do trânsito durante toda a madrugada. O produto escorreu por córregos, atingiu o Rio Canto do Moreira e chegou até o mar. Hoje, quatro dias após o acidente, o secretário municipal do Meio Ambiente, Eduardo Hipolito do Rego, afirmou que ainda havia resquícios de óleo, animais marinhos mortos e um forte odor. Banhistas relataram ter sentido a presença do óleo durante o feriado nas praias de Paúba e Toque-Toque Pequeno.

##RECOMENDA##

"O acidente foi muito grave e o trabalho de contenção que está sendo feito pela empresa não se mostra suficiente, pois o produto está passando pelas barreiras de contenção e absorção. Estamos constatando, quatro dias após o acidente, a mortandade de peixes e crustáceos nos cursos d'água e no mar", relatou o secretário, que acompanhou os trabalhos juntamente com sua equipe técnica e da Cetesb.

Rego informou que além das duas multas que serão aplicadas à empresa transportadora do caminhão que causou o acidente (uma por danos ao ecossistema e outro por danos ao mar), sua secretaria estuda a possibilidade de aplicar uma terceira multa. "Vamos aplicar o valor máximo previsto na nossa legislação municipal, que é de R$ 5 mil cada. O valor total, porém, é insuficiente para arcar com os custos de limpeza das praias e da vegetação atingida pelo óleo. O trabalho de recuperação parcial deverá levar ao menos mais 15 dias. As consequências, porém, irão durar por vários anos".

Segundo a prefeitura de São Sebastião, a Defesa Civil teria encaminhado no último fim de semana duas crianças ao pronto-socorro da Praia de Boiçucanga, ao lado de Maresias, com irritação na pele e ardência nos olhos. Apesar de o acidente ter sido causado por uma empresa terceirizada que transportava o produto com bandeira Petrobras, a prefeitura afirmou que a empresa petrolífera não repassou nenhum tipo de aviso com relação aos efeitos causados pela inalação e contato com o produto. Mesmo após o acidente, turistas frequentaram a praia normalmente durante o feriado prolongado. O local não foi interditado e não havia placas informando sobre a contaminação.

Leianas redes sociaisAcompanhe-nos!

Facebook

Carregando