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O ministro de Relações Exteriores da França, Laurent Fabius, disse que a União Europeia (UE) adiar, por enquanto, a adoção de novas sanções contra a Rússia e separatistas que o país apoia na Ucrânia. O bloco vai esperar os resultados das negociações de paz em vigor para tomar uma decisão.

Fabius disse que a necessidade de mais sanções será avaliada nesta segunda-feira. Ele afirmou que "o princípio das sanções é mantido, mas a aplicação vai depender o que acontecer (nas negociações)".

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Ministros de Relações Exteriores da UE apoiam os novos esforços diplomáticos para encerrar o conflito na Ucrânia, mas se esquivaram dos pedidos de alguns políticos norte-americanos para fornecer armas defensivas para Kiev.

Os ministros da UE também avaliavam a possibilidade de expandir as sanções do bloco contra separatistas e cidadãos russos, mas adiaram o anúncio após os últimos acontecimentos na frente diplomática no final de semana.

A chanceler alemã Angela Merkel, o presidente francês François Hollande, o presidente russo Vladimir Putin e o presidente ucraniano Petro Poroshenko devem se reunir na quarta-feira em Minsk, Bielorrússia.

O ministro de Relações Exteriores alemão Frank-Walter Steinmeier afirmou que diplomatas de todos os lados envolvidos estavam reunidos a portas fechadas em Berlim nesta segunda-feira para tentar fazer com que as discussões avancem. "Esperamos que as questões mais importantes possam ser resolvidas de forma que a reunião em Minsk traga expectativas e possa levar às primeiras medidas para neutralizar a situação e levar a um cessar-fogo", declarou ele a repórteres em Bruxelas. Ele, acrescentou, no entanto, que "nada está certo ainda...há muito trabalho duro a ser feito".

Enquanto o debate continua em Washington sobre o envio ou não de armas para as Forças Armadas ucranianas, a maioria dos ministros da UE diz que agora não é hora para arriscar uma intensificação das tensões.

O Reino Unido também pretende adia a medida, por enquanto. "O Reino Unido não pretende enviar armamentos letais para a Ucrânia neste momento", declarou o secretário de Relações Exteriores Philip Hammond.

A expectativa era que os ministros de Relações Exteriores da UE aprovassem proibições de vistos e congelamento de ativos para mais 19 pessoas, dentre elas cinco russos, incluídos numa lista de sanções relacionada aos combates no leste ucraniano. Mas a decisão imediata não aconteceu.

"A lista foi preparada, isso é bom", declarou o ministro de Relações Exteriores russo Bert Koenders.

Atualmente, a UE proíbe a concessão de vistos e congelou ativos de 132 pessoas e 28 organizações, a maioria companhias e grupos separatistas no leste da Ucrânia não reconhecidos pelo Ocidente. A nova lista de possíveis sanções econômicas foi formulada por agências da UE. Fonte: Associated Press.

A chanceler Angela Merkel afirmou neste sábado (7) que permanece incerto se haverá sucesso na última rodada de negociações com Moscou para um acordo de paz na Ucrânia. Em seu primeiro discurso após viagens diplomáticas a Kiev e à Rússia com o presidente francês François Hollande, a líder alemã reiterou que ainda vale a tentativa de resolver a questão por meios pacíficos.

"Após as conversas ontem em Moscou, eu digo que é incerto se elas serão um sucesso. Mas é a minha perspectiva e a do presidente francês de que vale a pena tentar", afirmou Merkel em discurso na Conferência de Segurança de Munique. "Devemos isso às pessoas afetadas na Ucrânia".

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Durante a semana, Merkel e Hollande tentaram costurar um novo acordo de paz e viajaram inesperadamente à Kiev, para encontro com o presidente Petro Poroshenko. Após o diálogo com o líder ucraniano, os chefes de Estado foram à Rússia para se reunir com o presidente Vladimir Putin na noite de ontem.

Em seu discurso hoje, Merkel afirmou que as ações da Rússia no leste da Ucrânia representam uma "forte contradição" com suas obrigações internacionais. Entretanto, a chanceler reiterou que a diplomacia com a Rússia para as negociações do projeto nuclear do Irã e a retirada de armas químicas da Síria mostra que a cooperação com Moscou em desafios internacionais importantes é possível.

O porta-voz de Merkel descreveu o diálogo com Putin como "construtivo e substancial" e disse que os países envolvidos estão trabalhando em um novo "documento conjunto" para a implementação do tratado de paz assinado em Minsk, em setembro do ano passado. Merkel afirmou que os resultados do acordo foram "muito decepcionantes", mas que isso não significa que a comunidade internacional deve desistir do caminho diplomático.

A chanceler alemã reafirmou mais uma vez sua oposição à ideia de que os países ocidentais devem conceder armamentos à Ucrânia e disse que a proliferação de tais equipamentos no leste do país já piora a situação. "Eu posso entender a discussão", afirmou. "Mas eu acredito que o progresso na Ucrânia não pode ser alcançado com mais armas. Eu estou muito, muito descrente quanto a isso".

Os Estados Unidos, por outro lado, têm adicionado pressão sobre Moscou ao considerarem o envio de armas às forças ucranianas - decisão que líderes europeus já sinalizaram que irão opor publicamente. Angela Merkel viaja neste domingo para os Estados Unidos e deve se encontrar com o presidente Barack Obama na Casa Branca na segunda-feira. Fonte: Dow Jones Newswires.

Representantes da Rússia, Ucrânia e dos rebeldes pró-Moscou chegaram nesta sexta-feira à capital da Bielorrússia, Minsk, para negociações que podem levar a um cessar-fogo.

As autoridades dos dois lados já disseram que estão dispostas a baixar as armas assim que um acordo for alcançado. O presidente ucraniano, Petro Poroshenko, concordou com os planos de um pacto com líder russo, Vladimir Putin, na quarta-feira, mas poucos detalhes do que está sendo discutido foram liberados.

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A Organização para a Segurança e Cooperação na Europa (OSCE), que está mediando as negociações, deverá monitorar a implementação do acordo.

Segundo a agência de notícias Interfax, ao citar uma fonte não identificada no grupo de negociação, o esboço do acordo pede um cessar-fogo e uma troca em larga escala de prisioneiros, mas as negociações podem levar a mais disposições relativas à retirada de tropas ucranianas de território controlado pelos separatistas e um maior papel de fiscalização da OSCE. A publicação não dizia para que lado a fonte estava negociando. Questões de longo prazo do status final dos territórios separatistas devem ser discutidas em negociações futuras, disse a agência.

Moscou pediu a Kiev que retire seus soldados de cidades controladas pelo separatistas, enquanto a Ucrânia tem procurado criar uma área "tampão" ao longo da fronteira com a Rússia, principal rota de abastecimento dos rebeldes.

Confrontos

Horas antes de os negociadores se reunirem em Minsk, os confrontos no leste da Ucrânia continuavam. Um porta-voz militar ucraniano disse nesta sexta-feira que sete soldados foram mortos nas últimas 24 horas. Autoridades de ambos os lados relataram bombardeios perto da cidade de Mariupol, onde as forças ucranianas construíram posições defensivas. Fonte: Dow Jones Newswires.

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