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A Operação Lava Jato avança sobre duas empresas de filhos do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. A Polícia Federal intimou o presidente do Instituto Lula, Paulo Okamotto, a apresentar comprovantes da prestação de serviços das empresas dos Lula à entidade. Os investigadores apuram se pagamentos feitos pelo Instituto à FlexBR e à G4 Entretenimento foram realizados por serviços prestados ou forma de ocultar propina.

"Expeça-se ofício ao Instituto Luiz Inácio Lula da Silva, na pessoa do presidente, sr. Paulo Tarciso Okamotto, solicitando a apresentação de toda a documentação disponível, formal e informal, tais como notas fiscais, registros audiovisuais e quaisquer outros comprovantes que atestem a efetiva prestação de todos os serviços tomados das empresas FlexBR Tecnologia LTDA e G4 Entretenimento e Tecnologia Digital Ltda", solicitou o delegado Dante Pegoraro Lemos, da PF.

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O ofício foi enviado a Paulo Okamotto no dia 3 de agosto. O documento foi anexado a um inquérito da Lava Jato no dia 31 de agosto.

A FlexBR é controlada por dois filhos do ex-presidente - Marcos Claudio e Sandro Luis - e uma nora - Marlene Araujo. A G4 é de um dos filhos do petista, Fabio Luis (50% do capital social), e dos irmãos Kalil Bittar e Fernando Bittar - um dos donos do sítio de Atibaia (SP), propriedade que a Lava Jato diz ser de Lula, o que o petista nega. As duas empresas funcionam no mesmo endereço, no centro de São Paulo.

Relatório do Ministério Público Federal, no Paraná, de 20 de fevereiro de 2016, apontou que a FlexBR recebeu R$ 114 mil do Instituto Lula, em 2014, e R$ 72.621,20 da L.I.L.S. Palestras, Eventos e Publicações - a empresa de palestras de Lula - entre 2013 e 2014. De acordo com a Procuradoria da República, entre 2009 e 2014, a FlexBR "não registrou funcionário algum". A atividade empresarial da FlexBR é "consultoria em tecnologia da informação".

A força-tarefa da Lava Jato apontou a G4 recebeu do Instituto Lula R$ 1.349.446,54 entre 2012 e 2014. Segundo o cadastro na Receita, a G4 tem como atividade econômica principal o "suporte técnico, manutenção e outros serviços em tecnologia da informação".

"De longe, dentre os destinatários dos recursos da entidade, é a empresa que mais recebeu recursos. Como parâmetro, repisando que se trata de análise dos dados ora disponíveis, a G4 recebeu em 2014 mais que todas as demais empresas destinatárias de valores do instituto e, entre 2011 e 2014, recebeu mais recursos que as cinco empresas que mais receberam da entidade após a própria G4", apontou a Procuradoria.

"No período de 2009 a 2014, a empresa teve o seguinte modesto quadro de empregados: em 2009, zero empregados; em 2010, zero empregados; em 2011, um empregado; em 2012, três empregados; em 2013, oito empregados; e em 2014, seis empregados. Relevante indicar que, entre 2013 e 2014, quando teve uma redução no quadro de empregados, os recebimentos da G4 vindos do Instituto saltaram de R$ 263.489,54 para R$ 1.067.657,0041."

Além do ofício ao Instituto Lula, a PF requereu que seja identificado, nos registros contábeis das empresas investigadas na Operação Lava Jato, "todos os lançamentos relativos à pessoa jurídica do Instituto Lula". O delegado quer esclarecer "a que título foram escrituradas (eventos fiscais de entrada e saída)".

"Solicite-se que, a depender do volume de trabalho avaliado preliminarmente pelo Setec, deverá ser feito laudo específico, com prioridade, acerca dos registros de saída relativos aos pagamentos às empresas Coskin Assessoria e Consultoria Ltda, FlexBR Tecnologia Ltda e G4 Entretenimento e Tecnologia Digital Ltda."

Defesas

O Instituto Lula informou que houve prestação de serviços. "O Instituto Lula, desde sua fundação, tem compromisso com atividades de documentação, memória e comunicação para a preservação do legado do ex-presidente Lula. Exatamente como ocorre em outros institutos e fundações criados no Brasil e no mundo por grandes políticos, seus familiares e amigos. O fruto desse compromisso é público. O site do Instituto Lula é o principal canal de comunicação das atividades do Instituto e também do ex-presidente", disse a entidade em nota.

"Além do site, este instituto publicou diferentes projetos na internet. (...) O Instituto Lula adquiriu os serviços de mais de 20 fornecedores diretos na execução desses projetos. Entre os fornecedores estão os grupos Globo, Folha, Abril, Estado e também a G4 Brasil. A G4 Brasil é uma empresa de tecnologia fundada há 12 anos, em 14 de abril de 2004".

"Quando da fundação do Instituto Lula, em 2011, foi a G4 Brasil que prestou a primeira assessoria nesse ramo, de forma gratuita e voluntária, construindo os dois primeiros sites do Instituto já em 2011. Em 2012, com o Instituto já consolidado, a G4 Brasil foi uma das empresas contratadas para executar os projetos de Internet do Instituto. A G4 Brasil foi contratada para executar serviços de arquitetura da informação, design e programação em quatro diferentes projetos".

"A Lava Jato já havia recebido da Receita Federal, oficialmente, todas as informações referentes a estas contas, que foram objeto de minuciosa autuação fiscal no ano passado. Os pagamentos e a retenção dos impostos devidos estão apropriadamente documentados, bem como as rescisões devidamente justificadas".

"A G4 Brasil esteve presente e foi citada nos lançamentos públicos (com ampla presença de imprensa) dos projetos Brasil da Mudança e Memorial da Democracia".

O Instituto Lula adquiriu ainda serviços da Flex BR Tecnologia no ano de 2014. As tarefas da empresa abrangiam a triagem e seleção de documentos, fotos e vídeos do ex-presidente e a definição de quais materiais se tornariam públicos e quais, de caráter familiar, seriam salvos em arquivos pessoais", finaliza o texto.

As defesas de Paulo Okamotto e Lula não se manifestaram até a publicação desta matéria. O espaço permanece aberto.

A força-tarefa do Ministério Público Federal na Operação Lava Jato recorreu ao juiz Sérgio Moro nesta segunda-feira, 31, por uma pena mais pesada ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e também pela condenação do presidente do Instituto Lula Paulo Okamotto, no caso triplex no Guarujá. O petista foi condenado a 9 anos e seis meses de prisão por suposta corrupção e lavagem de dinheiro de R$ 2,2 milhões que envolvem o valor empregado pela OAS no imóvel, no condomínio Solaris, no Guarujá, litoral paulista, e em suas respectivas reformas.

Os procuradores querem também que Lula seja condenado pelo armazenamento do bens que recebeu enquanto exerceu a Presidência da República pela empresa Granero - despesas também custeadas pela OAS. Lula chama esses bens de "tralhas". Eles sustentam que "resta evidente que o conteúdo do contrato celebrado não consistiu em erro, mas se apresenta como clara fraude contratual, na tentativa pelos denunciados de ocultarem e dissimularem a real propriedade dos bens armazenados e o financiamento de despesas atinentes ao ex-Presidente Lula e ao Instituto Lula pelo Grupo OAS".

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A procuradoria quer que Paulo Okamotto, presidente do Instituto Lula, absolvido por Moro, seja condenado por lavagem de dinheiro por intermediar a negociação envolvendo as "tralhas" do petista.

"Entretanto, inobstante tenha dado seu aceite à proposta da Granero, Paulo Okamotto, tutelando os interesses do ex-Presidente Lula e aproveitando o fato de que o Grupo OAS, consoante anteriormente descrito, possuía pendências de vantagens indevidas a serem transmitidas para representantes do Partido dos Trabalhadores - PT no âmbito do esquema criminoso que se erigiu no seio e em desfavor da Petrobras e que beneficiava, além de empreiteiras, agentes públicos e políticos, notadamente Lula, convocou uma reunião no Instituto Lula nos últimos meses de 2010 e solicitou a Léo Pinheiro, então Presidente da empresa, que assumisse os gastos com o armazenamento dos bens pertencentes ao ex-Presidente da República", sustenta a força-tarefa.

A respeito do petista e aos executivos da OAS alvo da ação penal, os procuradores da República também discordaram de Moro na "dosimetria das penas fixadas" por Moro.

O Ministério Público Federal ainda quer a condenação dos executivos da OAS Paulo Gordilho, Fábio Yonamine e Roberto Moreira, absolvidos pela acusação de lavagem de dinheiro.

O juiz Sérgio Moro negou nesta sexta-feira, 17, o pedido da defesa do presidente do Instituto Lula, Paulo Okamotto, para solicitar às próprias entidades e à Receita Federal a relação de todas as empresas que doaram para os institutos dos ex-presidentes Fernando Henrique Cardoso (PSDB), Itamar Franco (morto em 2011) e José Sarney (PMDB).

Para o magistrado, "a solicitação junto à Receita implicaria a quebra do sigilo fiscal das fundações ou institutos em questão sem indícios de seu envolvimento em ilícitos". O magistrado, contudo, apontou que a defesa de Okamotto pode solicitar as informações sobre as doações diretamente para os institutos, sem a determinação do juiz.

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"Caberá às entidades em questão atender ou não ao requerimento da Defesa acerca desses dados", seguiu Moro ressaltando que "a intimação judicial não seria apropriada, pois seria interpretada como tendo efeito coercitivo, o que representaria igualmente uma quebra de sigilo das entidades sem base indiciária de crimes".

Moro acatou, por outro lado, o pedido dos defensores de Okamotto para ter acesso aos projetos aprovados pela Lei Rouanet para financiar a conservação dos acervos dos ex-presidentes FHC, Sarney, Fernando Collor e Itamar Franco. O magistrado deu 20 dias para o Ministério da Cultura encaminhar os dados.

Além disso, o juiz da Lava Jato também ponderou que todas as instituições ligadas aos ex-presidentes "podem ter recebido doações empresariais, sem qualquer ilicitude".

"A questão é que a denúncia afirma que o pagamento pela OAS das despesas de armazenagem do acervo presidencial na Granero teria sido feito de modo subreptício e faria parte de um acerto de propina. A defesa nega. Se ocorreu ou não o fato criminoso, isso parece depender de outras provas, não sendo aparentemente de relevância a demonstração de que entidades equivalentes teriam recebido doações empresariais", concluiu.

Acusação

Nesta ação penal, o Ministério Público Federal sustenta que o ex-presidente Lula recebeu R$ 3,7 milhões em benefício próprio - de um valor de R$ 87 milhões de corrupção - da empreiteira OAS, entre 2006 e 2012.

As acusações contra Lula são relativas ao recebimento de vantagens ilícitas da empreiteira OAS por meio de um tríplex no Guarujá, no litoral de São Paulo, e ao armazenamento de bens do acervo presidencial, mantidos pela Granero de 2011 a 2016.

Além de Lula, respondem a ação Paulo Okamotto; José Adelmário Pinheiro, o Léo Pinheiro, ex-presidente da OAS; Paulo Gordilho, arquiteto e ex-executivo da OAS; Agenor Franklin Magalhães Medeiros, ex-executivo da OAS; Fábio Hori Yonamine, ex-presidente da OAS Investimentos; e Roberto Moreira Ferreira, ligado à OAS.

O presidente do Instituto Lula, Paulo Okamotto, entrou com novo pedido de habeas corpus, no Tribunal Regional Federal da 4.ª Região (TRF4), para trancar a ação penal em que é réu por crime de lavagem de dinheiro.

Na mesma ação, o ex-presidente Lula é acusado por corrupção e lavagem de dinheiro no caso do apartamento triplex do Condomínio Solaris, no Guarujá (SP).

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O habeas para Okamotto é subscrito pelo criminalista Fernando Augusto Fernandes, responsável pela defesa do presidente do Instituto Lula. O pedido foi protocolado na noite dessa quinta-feira (22).

O TRF4 mantém jurisdição inclusive em Curitiba, base da Lava Jato.

No início da semana, o juiz federal Sérgio Moro, símbolo da Lava Jato, acolheu denúncia da Procuradoria da República contra Okamotto, Lula, a mulher do petista, Marisa, o empreiteiro Léo Pinheiro e mais cinco alvos.

Okamotto é acusado de ter ajudado Lula a guardar bens pessoais que o ex-presidente recebeu durante seus dois mandatos (2003/2010).

Segundo a denúncia, a empreiteira OAS - supostamente beneficiada em contratos com a Petrobras na gestão do petista - bancou despesas no valor de R$ 1,1 milhão para estocar os objetos.

O argumento central do pedido de habeas é que "não há vantagem ilícita no valor pago para a conservação de um acervo considerado como patrimônio cultural brasileiro de interesse público pela Lei 8394/91".

A defesa havia entrado com pedido semelhante no último dia 15 - logo que a Procuradoria ofereceu a denúncia contra Okamotto -, mas o habeas corpus foi negado pelo desembargador João Pedro Gebran Neto.

Relator da Lava Jato no TRF4, Gebran entendeu que somente seria possível apreciar o pedido após decisão do juiz Moro, o que ocorreu depois do primeiro habeas.

No pedido, o criminalista Fernando Augusto Fernandes destaca que entre os pertences de Lula há 400 mil cartas "enviadas pelo povo brasileiro".

A 8ª Turma do Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF4), por unanimidade, não conheceu o habeas corpus preventivo impetrado pela defesa de Paulo Tarciso Okamotto, ex-presidente do Instituto Lula, investigado na Operação Lava Jato. No habeas corpus, a defesa requeria que a Corte determinasse ao juiz federal Sérgio Moro que "se abstivesse de decretar a prisão temporária ou preventiva, bem como a condução coercitiva de Okamotto".

O habeas foi impetrado em março, mas ficou sobrestado por causa do envio dos autos da 13.ª Vara de Curitiba - sob titularidade de Moro - para o Supremo Tribunal Federal (STF) por ordem do ministro Teori Zavaski.

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Na ocasião, Teori puxou o caso para o Supremo para analisar a validade dos grampos telefônicos que pegaram o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e a então presidente Dilma, além de ex-ministros do governo petista.

Os grampos foram realizados pela Operação Alethea, desdobramento da Lava Jato que tem Lula como alvo maior. No dia 4 de março, o petista foi conduzido coercitivamente pela Polícia Federal e depôs em uma sala no Aeroporto Internacional de São Paulo, em Congonhas.

Paulo Okamotto também é alvo dessa etapa da Lava Jato.

Ao chamar os autos para o Supremo, Teori Zavascki queria ainda decidir sobre o foro judicial competente.

Confirmada a competência do juiz Moro, os autos retornaram a Curitiba e o tribunal pode julgar o habeas corpus de Okamotto.

Em decisão liminar em 30 de junho, o desembargador João Pedro Gebran Neto, relator dos processos da Operação Lava Jato no tribunal, indeferiu a liminar.

Em julgamento realizado na quarta-feira, 31, a 8.ª Turma do TRF4 decidiu por não conhecer o habeas, entendendo que não deveria julgar o mérito por ausência dos pressupostos fundamentais justificadores da medida preventiva.

Segundo o relator, desembargador Gebran Neto, o habeas preventivo só se justifica "quando há fundado receio de que venha a ser expedida alguma ordem de prisão e que eventual ordem seja ilegal".

Gebran observou em seu voto que "os pressupostos do recurso não podem se fundar em casos pretéritos referentes a outros investigados e alegações de ilegalidades por parte do Juízo de primeiro grau que não se sustentam".

Também não servem, ressaltou, "argumentos genéricos e não relacionados ao investigado".

Em depoimento aos investigadores da Operação Aletheia, desdobramento da Lava Jato, o presidente do Instituto Lula, Paulo Okamotto, afirmou que fazia o contato e solicitava as doações das empreiteiras para o instituto e que também tratava com os clientes dos contratos de palestras do ex-presidente por meio da empresa LILS Eventos.

Ele afirmou ainda que Lula não buscava recursos para seu instituto "por ser mais político" e disse ter procurado a empreiteira OAS para que a empresa "apoiasse" o aluguel de um galpão para armazenar parte dos bens recebidos por Lula na Presidência. Em cinco anos, entre 2011 e 2015 a empresa desembolsou R$ 1,2 milhão em aluguel para guardar os objetos do ex-presidente, o que é alvo de investigação da Lava Jato, que suspeita que ele esse dinheiro teria sido lavado do esquema de propinas na Petrobras.

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Em 14 páginas, Okamotto dá detalhes sobre o funcionamento do instituto e da empresa de palestras do ex-presidente, que tem apenas ele e Lula como sócios. Ainda segundo ele, o petista nunca atuou em favor do governo para empreiteiras que contribuíram para o instituto, pois, segundo Okamotto, as doações "possuíam finalidades específicas" para os programas e projetos da entidade.

Ainda de acordo com Okamotto, o Instituto Lula movimenta de R$ 6 milhões a R$ 7 milhões por ano, valores arrecadados por ele por meio de transferências ou depósitos bancários junto às grandes empreiteiras que são investigadas por envolvimento no esquema de corrupção na Operação Lava Jato. A versão de Okamotto vai de encontro ao depoimento do próprio Lula, que, diante dos investigadores da Lava Jato, negou ter atuado para buscar recursos e mesmo tratar do dinheiro para sua entidade.

Sítio

O presidente do instituto afirmou ainda que frequentou "8 ou 10 vezes" o sítio em Atibaia, que, segundo ele, é uma chácara "que o pessoal compartilha", disse aos investigadores da Lava Jato.

O imóvel, que recebeu reforma de empreiteiras investigadas por terem participado do esquema de corrupção na Petrobras, pertence aos empresários Fernando Bittar e Jonas Suassuna e está na mira da Lava Jato, que suspeita que o ex-presidente Lula seja o verdadeiro dono do local. Okamotto ainda disse que foi ao local há um mês atrás "combinar alguma coisa" com Lula. Na ocasião também estavam lá a mulher do ex-presidente, Marisa Letícia, e Fernando Bittar, segundo Okamotto.

O presidente do Instituto Lula ainda disse ter conhecido o pecuarista José Carlos Bumlai, amigo de Lula, apenas em eventos sociais na casa do ex-presidente e negou manter relacionamentos profissionais com ele.

Okamotto também disse não ter conhecimento sobre as obras do tríplex do Guarujá que os investigadores atribuem ao ex-presidente e que foi reformado por grandes empreiteiras, bem como alegou não conhecer nenhum dos ex-diretores da Petrobras presos pela Lava Jato e que foram indicados para as diretorias da Petrobras durante o governo Lula.

A Polícia Federal anexou aos autos do inquérito da Operação Lava Jato que investiga a Odebrecht, maior empreiteira do País, fotos e planilhas com dados pessoais do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e do sócio dele na LILS Palestras, Eventos e Publicações, Paulo Okamotto. A LILS foi criada para administrar a rotina de contratos de Lula com empresas.

A PF juntou ao documento cópia do Pedido de Compra 5318, datado de 4 de julho de 2013, emitido pela Odebrecht e tendo como "fornecedora" a LILS, no valor de R$ 400 mil, para "apresentação de palestras".

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Os investigadores incluíram esse documento aos autos para reforçar a linha de investigação sobre as relações do ex-presidente com a Odebrecht, que está sob suspeita de ter integrado cartel para fraudar licitações bilionárias da Petrobras no período entre 2004 e 2014 (governos Lula e Dilma). "Conforme se apurou da investigação, os representantes das empresas do Grupo Odebrecht associaram-se aos administradores de grandes empreiteiras com atuação no setor de infraestrutura para, de forma estável e permanente, com abuso do poder econômico, cometer crimes e dominar o mercado de grandes obras de engenharia civil, eliminando a concorrência", diz a PF.

Sobre os R$ 400 mil recebidos, a LILS recolheu a título de impostos R$ 8 mil aos cofres municipais de São Bernardo do Campo, onde fica a sede da LILS e a residência de Lula.

Em um trecho do relatório, a PF faz alusão a dado atribuído pela revista Veja, em agosto, ao Conselho de Controle de Atividades Financeiras - órgão de inteligência do Ministério da Fazenda - sobre movimentação de R$ 27 milhões da LILS entre abril de 2011 e maio de 2015. Desse total, R$ 10 milhões teriam como depositantes empreiteiras envolvidas na Lava Jato.

'Institucional'

A PF não imputa nenhum ato ilícito na análise do negócio, apenas reproduz documentos apreendidos nas buscas da operação. A Odebrecht diz que mantém "relação institucional e transparente com o ex-presidente Lula". Segundo a empreiteira, ele "foi convidado para fazer palestras no Exterior, voltadas para empresários, investidores e líderes políticos sobre as potencialidades do Brasil e de suas empresas". As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O diretor-presidente do Instituto Lula, Paulo Okamotto, disse nesta quarta-feira que não se opõe à possibilidade de o Ministério Público Federal (MPF) investigá-lo sobre as acusações do operador do mensalão, o empresário Marcos Valério Fernandes de Souza. "Se o Ministério Público tem algum elemento de credibilidade e acha relevante fazer a investigação, acho que tem mais é de fazer. Esse é o papel do Ministério Público", reagiu Okamotto, se referindo ao depoimento de Marcos Valério onde relatou ter sido ameaçado de morte por ele.

Segundo o jornal O Estado de S.Paulo, o procurador-geral da República, Roberto Gurgel, decidiu remeter à primeira instância as acusações de Valério de que o esquema do Mensalão pagou despesas pessoais do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Okamotto não se pronunciou sobre a decisão do MPF referente a Lula e disse não ter lido a reportagem do jornal.

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Em férias

A assessoria de comunicação de Lula informou que não há nenhuma posição oficial do ex-presidente sobre o encaminhamento das investigações sobre ele ao Ministério Público. Segundo a assessoria, que considerou "incorreta" a manchete de hoje de O Estado de S.Paulo, não há uma posição sobre o assunto porque não há decisão oficial da Procuradoria em encaminhar o processo para a primeira instância.

Inicialmente, a assessoria do Instituto Lula não quis informar o paradeiro do ex-presidente da República, mas disse em seguida que ele estaria viajando com a família pelo "litoral brasileiro" e que deve retornar a São Paulo na próxima semana.

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