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Após se encontrar com o chanceler da Alemanha, Olaf Scholz, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou que o Brasil deseja alterar alguns termos do acordo comercial entre União Europeia e Mercosul. Ainda assim, o petista estimou que as negociações tenham um desfecho até o final do semestre.

"Vamos trabalhar de forma muito dura para que a gente possa concretizar esse acordo. Mas algumas coisas têm que ser mudadas", declarou Lula em coletiva de imprensa após o encontro com Scholz no Palácio do Planalto. "Nós vamos fechar esse acordo UE-Mercosul, se tudo der certo, até fim do semestre", acrescentou.

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No pronunciamento, Lula falou em achar um meio termo que "melhore para quem se sente prejudicado". "Vamos sentar à mesa da forma mais aberta possível", afirmou o petista. De acordo com o presidente, ao Brasil é muito cara a questão das compras governamentais, do que seria difícil abrir mão. "A compra governamental é uma forma de fazer crescer pequenas indústrias", avaliou, ao lado de Scholz.

O acordo UE-Mercosul está travado na ratificação nos países-membros do bloco europeu.

OCDE

O presidente também afirmou que o Brasil tem interesse em entrar na Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), mas negociando os termos.

"O Brasil tem interesse em participar da OCDE. O que queremos é saber qual seria o papel do Brasil na OCDE", declarou o presidente no Palácio do Planalto após se encontrar com o chanceler da Alemanha, Olaf Scholz. "Nós estamos dispostos a discutir outra vez e queremos saber as condições", acrescentou.

O chanceler alemão Olaf Scholz chega hoje (30) ao Brasil e terá encontros com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e com delegações de empresários. 

Segundo a Embaixada da Alemanha, a viagem de Scholz incluiu, também, Argentina e Chile, visando enfatizar a importância da América do Sul para o governo alemão.

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Na agenda de Lula para hoje, divulgada pelo Palácio do Planalto, está prevista para as 15h30 a cerimônia de chegada do chanceler, seguida de reunião bilateral às 15h45. Às 18h, Lula e Scholz se reúnem com as delegações empresariais do Brasil e da Alemanha. Em seguida, será feita uma declaração à imprensa, às 18h30.

Às 19h30 haverá um jantar em homenagem a Scholz no Palácio Itamaraty.

A ministra alemã da Cooperação Econômica e do Desenvolvimento, Svenja Schulze, deve acompanhar as reuniões. No fim de semana, ela se encontrou com representantes de sindicatos, sociedade civil e empresas em São Paulo, para tratar de temas relacionados à energia sustentável.

Quando o Parlamento alemão confirmar hoje o social-democrata Olaf Scholz como novo chanceler, terá fim um dos capítulos mais importantes da história do país no pós-guerra: os 16 anos de governo de Angela Merkel. O caminho para a eleição de Scholz começou há meses, logo após a vitória nas eleições de setembro.

Apesar de liderar a legenda mais votada, o Partido Social-Democrata (SPD), Scholz precisou de paciência e habilidade para costurar um acordo inédito com dois partidos: o Democrático Liberal (FDP), de centro-direita, e os Verdes, de centro-esquerda. Líderes das três legendas anunciaram que os termos do acordo haviam sido alcançados em novembro, mas cada um precisou aprovar a aliança internamente.

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O documento final, de 177 páginas, foi firmado e apresentado ontem no museu Futurium, em Berlim. Nele, o novo governo adota como prioridade a contenção da pandemia. No entanto, é possível identificar outros aspectos centrais, como as mudanças climáticas, a modernização da economia e a introdução de políticas sociais mais liberais.

A união dos três partidos foi alcançada com relativa rapidez, segundo analistas. Scholz prometeu fortalecer a democracia ao redor do mundo e criticou a movimentação militar russa na fronteira com a Ucrânia. Com a maioria garantida, a transferência de poder acontecerá hoje de maneira imediata, logo após a votação.

Com Scholz, a centro-esquerda retornará ao poder pela primeira vez desde o governo de Gerhard Schröder, chanceler de 1998 a 2005. Mas Merkel sai apresentando marcas pessoais: primeira mulher a governar a Alemanha, ela deixa o cargo após 5.860 dias, apenas 9 a menos do que seu mentor, Helmut Kohl.

A trajetória de Merkel é marcada por momentos de brilho, como a recepção de migrantes, em 2015, e sua capacidade de administrar crises, mas também pela falta de ambição na luta contra as mudanças climáticas e na modernização da Alemanha. No balanço, pesam a favor dela quatro reeleições.

"Angela Merkel foi uma chanceler de êxito", elogiou Scholz, que ocupava até então o cargo de vice-chanceler e demonstrou, em muitos momentos, sintonia com ela. "Ela permaneceu fiel a suas ideias durante 16 anos marcados por várias mudanças."

Apesar da homenagem, o novo chanceler não nega que pretende trilhar seu próprio caminho. "Quero que esses anos signifiquem um novo ponto de partida", disse. Algumas mudanças devem ser visíveis já na nomeação do novo gabinete de governo. O social-democrata prometeu que os ministérios serão divididos igualmente entre homens e mulheres. (COM AGÊNCIAS INTERNACIONAIS).

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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