Tópicos | operação de guerra

A bancada de oposição na Assembleia Legislativa (Alepe) divulgou uma nota, nesta quarta-feira (9), acusando o Governo de Pernambuco de estar em uma “verdadeira operação de guerra” para amenizar a participação do prefeito do Recife, Geraldo Julio (PSB), nos trâmites para a contratação do consórcio da Arena Pernambuco. Sob a ótica do colegiado, a gestão tem distorcido os fatos “na tentativa de confundir a opinião pública” e afastar a “responsabilidade” do prefeito que tentará a reeleição este ano.  

Segundo a nota, assinada pelo deputado Silvio Costa Filho (PTB), agora “que a Arena Pernambuco teve seu contrato questionado pelo Tribunal de Contas de Pernambuco (TCE-PE) e passa por investigação da Polícia Federal, através da Operação Fair Play, o Governo do Estado procura ganhar tempo para encobrir suas responsabilidades e o papel dos agentes públicos envolvidos nesse processo”. A gestão anunciou a rescisão do contrato do consórcio da Arena na última sexta-feira (4). 

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O texto aponta ainda que a gestão “tenta ainda evitar o debate do contraditório”. “Para que a Verdade prevaleça, o coordenador da licitação da Arena Pernambuco, o prefeito Geraldo Júlio, precisa dar explicações sobre o contrato. Assim como devem ser ouvidos também o vice-governador Raul Henry, o procurador-geral do Estado, César Caúla, e os representantes da construtora Odebrecht”, afirma a bancada.

Veja a íntegra do texto:

O Governo do Estado colocou em prática uma verdadeira operação de guerra para ajudar o prefeito do Recife, Geraldo Júlio, a fugir do debate sobre a Arena Pernambuco. E, para isso, não se constrange em distorcer os fatos, na tentativa de confundir a opinião pública.

De fato, coube ao prefeito Geraldo Júlio, na época secretário de Planejamento do Estado e presidente do Comitê Gestor das PPPs (CGPE), avaliar, aprovar e incluir o projeto Arena Pernambuco/Cidade da Copa, assim como encaminhar sua licitação. Como determina a Lei Estadual das PPPs (Lei 12.765/2005), em seu Artigo 8º:

"A contratação de Parceria Público-Privada será precedida de licitação na modalidade de concorrência, estando a abertura do processo licitatório condicionada à sua inclusão no Programa Estadual de Parcerias Público-Privadas pelo Comitê Gestor do Programa Estadual de Parcerias Público-Privadas – CGPE."

No entanto, para negar a responsabilidade do atual prefeito do Recife, o Governo recorre à criação de outro comitê, o Comitê Pernambucano da Copa do Mundo, em 2007, para esconder o Prefeito. A esse segundo comitê, mais amplo, cabia as ações de promoção e articulação para viabilizar a escolha da Capital Pernambucana fosse escolhida como uma das sedes da Copa de 2014, nunca foi responsável por avaliar, aprovar ou lançar a licitação da Arena Pernambuco.

Agora, que a Arena Pernambuco teve seu contrato questionado pelo Tribunal de Contas de Pernambuco (TCE-PE) e passa por investigação da Polícia Federal, através da Operação Fair Play, o Governo do Estado procura ganhar tempo para encobrir suas responsabilidades e o papel dos agentes públicos envolvidos nesse processo.

Tenta ainda evitar o debate do contraditório. Tanto com a Oposição, quanto com o seu maior parceiro privado, a Odebrecht, que cobra uma conta adicional de R$ 246 milhões por ter implantado o terceiro turno nas obras de construção do estádio, dobrando o número de operários envolvidos. Dívida essa reconhecida pelo Governo, mas num valor bem menor: R$ 30 milhões.

Também procura adiar as explicações sobre os valores envolvidos no projeto, cujo valor atualizado já ultrapassa a casa de R$ 700 milhões. O Estado nega ainda o pagamento de adicional de R$ 122 milhões ao consórcio Arena Pernambuco, embora o último balancete orçamentário do Estado de 2015 registre um desembolso total de mais de R$ 140 milhões nos últimos dois anos, sendo R$ 87 milhões em 2014 e R$ 53,7 milhões no ano passado.

Para que a Verdade prevaleça, o coordenador da licitação da Arena Pernambuco, o prefeito Geraldo Júlio, precisa dar explicações sobre o contrato. Assim como devem ser ouvidos também o vice-governador Raul Henry, o procurador-geral do Estado, César Caúla, e os representantes da construtora Odebrecht. 

Na contramão da fala do secretário de Segurança, José Mariano Beltrame, o chefe de Gabinete do Comando-Geral da PM, coronel Íbis Pereira, defendeu a ação da Defensoria Pública, que originou a decisão judicial proibindo apreensões de adolescentes sem flagrante no Rio. Em audiência pública sobre os arrastões ocorridos nas praias da zona sul no último fim de semana, ele disse que a cidade está se transformando em "uma batalha". Ele declarou que a polícia precisou montar "uma operação de guerra" para atuar na orla, já a partir do próximo sábado.

"A atuação da Defensoria Pública está dentro da lei. Não tem uma linha fora do Estatuto da Criança ou da Constituição. Estamos desde domingo crucificando uma defensora pública (Eufrásia das Virgens) que estava cumprindo seu papel. Isso é um absurdo", afirmou.

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O coronel defende que os arrastões provoquem uma "reflexão" e diz que a polícia não deve atuar na prevenção desses roubos. "É claro que o arrastão é um caso de polícia. Isto é uma obviedade. As forças de segurança estão nas mãos do Estado e da União. Mas segurança publica não. Segurança pública é muito mais do que polícia. A polícia ostensiva sozinha não faz prevenção de arrastão", afirmou.

Íbis Pereira acredita que os jovens cometem crime na orla em busca de visibilidade. "Eles estão querendo visibilidade. Estão querendo ser vistos, porque eles são invisíveis. O crime começa quando a gente nega reconhecimento. O que está faltando não é polícia, é política", defendeu.

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