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Foi realizada na última terça-feira (9), em São Paulo, a etapa final do concurso "Pierre Cardin for Young Designers Contests", oferecido pela Maison Pierre Cardin Paris, marca de alta costura francesa, e direcionado a estudantes do último ano de Moda de todo o Brasil. A estudante Amanda Kazumi, do 5º semestre do curso de Moda da UNAMA - Universidade da Amazônia, de Belém, ficou entre os 40 artistas selecionados para participar da grande final.

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Um dos requisitos para a inscrição era a proposta têxtil e materiais que seguissem a moda sustentável. Amanda Kazumi apresentou botas feitas de plástico reciclado, proveniente de garrafa PET, tecido ecológico, e bolsa de acrílico com alça de madeira teca, vinda de um manejo sustentável.

Para desenvolver as peças, a estudante se inspirou no amanhecer e na tendência "Space Age" dos anos 60. Pierre Cardin fez grandes criações como a coleção de primavera de 1964. 

Para Felícia Assmar Maia, coordenadora do curso de Moda da UNAMA, a classificação é importante porque demonstra a qualidade do ensino oferecido na instituição do Grupo Ser Educacional. "Mostra que estamos preparando nossos alunos para o mercado nacional e internacional. Demonstra também a expertise de nossos professores e a qualidade dos laboratórios. Só faz agregar valor ao bacharelado em Moda na Unama", destacou Felícia.

Felícia afirmou que a classificação de Amanda Kazumi aumenta a visibilidade para a moda produzida na Amazônia. "É o Norte do Brasil cada vez mais marcando sua presença na moda brasileira, com muita competência e talento, o que já é marca registrada, tantos são os talentos que o Pará já exportou para o mundo", declarou a professora.

"Tem muitas áreas da moda que eu quero explorar, mas a minha maior paixão é ilustração de moda", contou Amanda Kazumi, quando perguntada sobre o seu maior objetivo da carreira. "Quero continuar estudando para obter mais conhecimento e evoluir minhas técnicas. Um dia, espero ser reconhecida pelo meu trabalho e alcançar mais pessoas através dele", concluiu a estudante.

A vencedora do concurso foi a estudante Letícia Porto Viol, da Fundação Armando Alvares Penteado (FAAP), de São Paulo.

Por Ana Beatriz Coelho (sob a supervisão do editor prof. Antonio Carlos Pimentel).

A casa Pierre Cardin celebrou seu criador, que completaria 100 anos neste sábado (2), com um desfile em seu palácio de Veneza e o desejo de relançar um império baseado em uma infinidade de licenças.

O Palácio Ca'Bragadin de Pierre Cardin viu pela primeira vez uma retrospectiva de suas peças futuristas e uma nova coleção ecológica desenvolvida por seus ateliês.

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A nova coleção retoma as silhuetas emblemáticas de Cardin, como o vestido trapézio e os detalhes geométricos, e aposta na responsabilidade ambiental. As peças são confeccionadas com estoques de tecidos da casa, poliéster reciclado ou fibras naturais de lótus ou bananeira de uma fábrica do Camboja.

O estilista, que morreu no fim de 2020, aos 98 anos, não gostava "que lhe desejassem feliz aniversário", mas queria comemorar seu centenário, disse à AFP Rodrigo Basilicati-Cardin, seu sobrinho-neto e diretor-geral da empresa gestora.

Não houve celebridades no desfile, mas 120 dos 300 convidados eram donos das licenças que produzem mundialmente sob a marca Pierre Cardin.

O modelo construído pelo estilista, que a partir dos anos 1960 multiplicou excessivamente o número de licenças, é aquele que seu herdeiro quer preservar, tentando controlá-las melhor.

- Semana de Moda em 2023 -

"Continua sendo um pequeno império econômico com essas licenças que ainda funcionam bem", mas "Cardin é um nome que foi marginalizado", explicou Arnaud Cadart, da sociedade de gestão de patrimônio Flornoy Ferri, à AFP.

"Continua sendo vendido, mas mais em países emergentes e entre clientes com pouca formação em luxo", acrescentou. Em Paris, "não é nada comparado a Louis Vuitton ou Saint Laurent. É muito diferente em termos de reputação e dinâmica comercial".

Após o desfile de homenagem ao pé de um foguete em Le Bourget, perto de Paris, em janeiro, e o que aconteceu hoje em Veneza, a casa será incorporada oficialmente à Semana de Moda de Paris em fevereiro-março de 2023, 25 anos depois que Pierre Cardin a deixou.

Rodrigo Basilicati-Cardin se apoia na equipe “unida” do estúdio para enfrentar esse novo desafio. "Meu trabalho é garantir que não saiamos dos trilhos", afirmou. Não tem intenção de convidar um estilista externo para não "minar Pierre Cardin".

No entanto, "hoje é preciso um diretor artístico, uma personalidade. É correndo esse risco que o potencial" de uma marca pode ser ampliado, disse Olivier Gabet, diretor do Museu de Artes Decorativas, durante uma retrospectiva sobre a designer Elsa Schiaparelli (1890 -1973), cuja casa foi um grande sucesso com o diretor artístico Daniel Roseberry.

Algumas das peças de Roseberry foram usadas por Beyoncé e Lady Gaga.

O projeto de Pierre Cardin, que "foi baseado em uma visão de futuro que era cósmica na época", pode hoje ser traduzido em "materiais inteligentes que recarregam baterias de telefones, regulam a temperatura do corpo ou são autolimpantes", imagina Ariane Bigot, vice-diretora de moda do salão Première Vision. "DNA e um nome forte" podem permitir que a casa se reinvente", disse à AFP.

No entanto, Arnaud Cadart tem suas dúvidas. "Não há legado criativo dos últimos 30 anos. Pierre Cardin assinou contratos de licenciamento, comprou casas, às vezes cidades inteiras (...) Não há comparação, a menos que o traço do sobrinho seja incrível", garantiu.

"Eu inventei tudo", gostava de afirmar o estilista Pierre Cardin, que faleceu nesta terça-feira (29) aos 98 anos, e que deixa um legado como pioneiro do prêt-à-porter, do estilo futurista e da diversificação mundial de sua marca.

Sua empresa, ao lado do Palácio do Eliseu, onde exibia fotos que o mostravam ao lado de Fidel Castro ou Louis Aragon, assim como antigos artigos de imprensa e diversos objetos, é um testemunho da excepcional trajetória deste personagem histórico da moda francesa.

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Filho de imigrantes italianos, ele nunca pensou na aposentadoria e conseguiu levar a alta-costura às ruas, com o lançamento de uma linha de prêt-à-porter desde 1959.

Antes de muitos outros, ele abriu um "posto de venda" em uma grande loja de departamento e incluiu homens nos desfiles. Além disso, adotou um sistema de licenciamento em larga escala que assegurava a presença da marca em todo mundo. A estampa de seu nome passou a ser vista em produtos variados, que incluíram gravatas, cigarros, perfumes, ou água mineral.

Ele foi o pioneiro na Ásia desde cedo, região em que teve grande notoriedade: viajou ao Japão em 1957, depois organizou desfiles a partir de 1979 na China.

O estilista, cujos ternos sem colarinho inspiraram os que foram usados pelos Beatles, também era um homem de grande cultura e um mecenas comprometido com o teatro, a dança e a música, por meio do Espaço Cardin em Paris e do festival de arte lírica e do Teatro Lacoste, em Lubéron (sul da França).

Multifacetado, ele também embarcou na criação de móveis, assim como na indústria hoteleira e no setor de restaurantes, com a rede Maxim's.

- Vestido bolha e cosmocorps -

Embaixador honorário da Unesco, ele foi também foi o primeiro estilista acadêmico.

No fim de novembro de 2016, na grande sala de reuniões da Academia de Belas Artes ele apresentou aos 94 anos um dos desfiles intermináveis com os quais estava acostumado, por ocasião dos 70 anos de carreira.

Incansável, em julho de 2016, pouco antes de apresentar uma nova coleção, ele explicou que sempre tinha a "necessidade de se expressar".

Nascido em 2 de julho de 1922 perto de Veneza, Pierre Cardin se mudou da Itália para a França aos dois anos com os pais, que fugiram do fascismo. Depois de estrear como aprendiz de alfaiate em Saint-Etienne e de trabalhar como contador para a Cruz Vermelha em Vichy durante a guerra, ele desembarcou em Paris em 1945.

Depois de trabalhar com Paquin e Schiaparelli, se uniu a Christian Dior, com quem participou na revolução do "New Look", antes de criar a própria marca.

Criador da estética futurista, assim como André Courrèges e Paco Rabanne, Pierre Cardin fez sucesso desde o início com seu 'vestido bolha'. Ele usou materiais inovadores, cores e formas geométricas, desenhou vestidos inspirados na "op art", vestidos moldados, calças elipse, casacos coloridos e ternos masculinos com gola Mao.

Fascinado pela conquista do espaço, se inspirou na aventura para criar trajes unissex "cosmocorps".

- Um legado essencial -

O sistema de licenças, contratos que encomendavam a fabricação de produtos a uma terceira empresa em troca de royalties pelo uso do nome, rendeu uma fortuna (ele possuía quase 350, contra 900 no auge do sucesso, em uma centenas de países).

A diversificação extrema teve o efeito de popularizar seu nome, mas também de desvalorizar a marca e provocou o desprezo de alguns de seus colegas.

Tanto que atualmente, com exceção de Jean-Paul Gaultier, que trabalhou com Cardin no início da carreira, nenhuma figura importante da moda menciona sua contribuição, que de qualquer maneira é essencial. De fato, ele recebeu, por exemplo, três "Dés d'or" (Dedal de ouro), prêmio da moda francesa concedido até o início dos anos 1990.

Pierre Cardin foi até o fim um grande trabalhador que controlou 100% de seus negócios, o único de sua geração que permaneceu independente. Em 2011, anunciou que pretendia vender seu império por um bilhão de euros, mas não encontrou comprador.

Em 2019, o Brooklyn Museum de Nova York organizou sua primeira grande retrospectiva em 30 anos, uma maneira de contribuir para a revalorização da imagem do estilista.

O empresário também era alvo de controvérsias. As múltiplas obras de restauração em Lacoste provocam polêmicas há vários anos entre os moradores. O mesmo aconteceu em 2012 com seu projeto faraônico do Palais Lumière de Veneza, que nunca viu a luz do dia.

O estilista não teve filhos. "Eu era atraente, muito bonito (...) Tive muito sucesso com os homens, com as mulheres", contava Pierre Cardin, que teve como companheiro seu assistente André Oliver e viveu uma história de amor de quatro anos com a atriz Jeanne Moreau.

Pierre Cardin, que morreu nesta terça-feira (29) aos 98 anos, construiu um império desde muito novo e foi um homem multifacetado que soube vestir diferentes trajes: foi estilista, hoteleiro, proprietário de restaurante, mecenas e acadêmico.

- 2 de julho de 1922: nascimento de Pietro Cardin em San Biaggio di Callalta, perto de Veneza. Seus pais emigraram para a França quando ele tinha dois anos.

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- 1936: entra como aprendiz de alfaiate em Saint-Etienne e depois em uma casa de moda em Vichy, onde trabalhou posteriormente como contador na Cruz Vermelha.

- 1945: chega a Paris, entra na empresa de moda Paquin. Cria máscaras e figurinos para o filme de Jean Cocteau "A Bela e a Fera".

- 1946: após uma passagem por Schiaparelli, se incorpora à Christian Dior, que abre sua Maison.

- 1950: cria sua própria marca de moda e depois se instala definitivamente em uma mansão na esquina da Faubourg Saint-Honoré e da avenida Marigny.

- 1954: lançamento do "vestido bolha". Abre a loja "Eva" seguida em 1957 por outra, "Adão", para homens.

- 1957: primeira viagem ao Japão.

- 1959: apresenta sua primeira coleção de prêt-à-porter em uma grande loja de Paris.

- 1960: começa sua política de licenças.

- 1970: inauguração do Espacço Cardin (antigo teatro dos Embaixadores) em Paris.

- 1979: primeiro desfile de moda de um estilista ocidental em Pequim.

- 1981: compra o restaurante parisiense Maxim's.

- 1991: é nomeado embaixador honorário da Unesco. Apresenta um desfile na Praça Vermelha de Moscou.

- 1992: entra para a Academia de Belas Artes.

- 2001: compra o castelo do Marquês de Sade em Lacoste na região de Luberon.

- 2011: anuncia a intenção de vender seu império por 1 bilhão de euros, mas não encontra comprador.

- Novembro de 2016: desfile pelos 70 anos de carreira no Instituto, diante de seus companheiros da Academia de Belas Artes.

- Julho de 2019: grande retrospectiva dedicada ao estilista no Brooklyn Museum de Nova York.

- 29 de dezembro de 2020: morre aos 98 anos.

O universo da moda perdeu um de seus nomes mais influentes, nesta terça (29). O estilista francês Pierre Cardin morreu aos 98 anos. O óbito foi confirmado pela família à Agência France Presse. A causa da morte não foi divulgada.

Pierre Cardin começou a trabalhar com costura aos 14 anos, como alfaiate na cidade de Saint-Etienne. Em meados da década de 1940, ingressou na casa Paquin, em Paris, da renomada estilista Jeanne Paquin. Em 1947, se tornou o primeiro funcionário de Christian Dior e colaborou com a criação do tailleur Bar, uma das peças mais famosas da marca. 

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Em 1950 abriu seu próprio ateliê e na década seguinte foi o primeiro estilista a introduzir criações suas em lojas de departamento. Seu objetivo era democratizar a moda e torná-la mais acessível. O estilista transformou-se em um dos mais importantes da indústria e, além da França, tem seu trabalho bastante popularizado na Ásia e nos Estados Unidos. 

"Eu sou o mais velho dos estilistas". Aos 96 anos, Pierre Cardin se sente "jovem", mas, pela primeira vez, admite que está preparando sua sucessão e tem três criadores de seu ateliê para continuar desenhando os modelos da marca.

"Como você pode ver, eu existo", brinca o estilita vestindo terno, gravata e tênis. Em entrevista à AFP, ele fala de suas lembranças, dos projetos e até da crise dos "coletes amarelos", em sua opinião "mal gerenciada".

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Já não vai mais diariamente ao ateliê no andar de cima da loja Pierre Cardin, em frente ao Palácio do Eliseu, sede da Presidência francesa, porque "nesse momento está cansado". Mas continua desenhando "sempre, sempre, sempre". "É minha razão de ser, minha realidade, minha droga".

Pega um lápis e esboça mangas godê e um bailarino, com traço seguro.

Costumava se esquivar ao ser perguntado sobre temas como o futuro futuro da empresa, que perdeu fôlego na França mas é muito popular na Ásia e nos Estados Unidos. Mas agora, três meses depois da morte de Karl Lagerfeld, aceitou a filmagem de sua biografia e confessa que pensa sobre sua sucessão.

"Quando eu morrer, haverá sucessores, é claro (...) Tenho três jovens muito bons. Não quero que façam o mesmo que eu".

- "Sucesso em tudo" -

O estilista ainda não deu sua última palavra.

Prepara um desfile para maio no Palácio Bulles, sua residência futurista na Baía de Cannes, e vai receber a cantora Mireille Mathieu em 26 de julho no Festival da Lacoste, criado por ele no sul da França.

O Brooklyn Museum de Nova York vai realizar uma retrospectiva sobre seu trabalho, mostrando seu caráter vanguardista e sua influência para além da moda.

"Tive sucesso em tudo o que fiz. A vida tem me favorecido", diz o estilista, à frente de um império que vai da moda a restaurantes, passando por perfumes, hotelaria e viagens, presente em 140 países.

O segredo de seu sucesso? "Sempre fui independente e livre, os outros são Arnault, Pinault", afirma, citando os proprietários dos grupos de luxo LVMH e Kering. "Sigo minha verdade mesmo que eu erre. Não me equivoquei. Eu tenho fé em Cardin".

"É preciso ser profissional. Eu aprendi a fazer um caseado à mão para poder dar ordens inteligentes", diz este ex-contador que ainda cuida das contas de seu império.

- "Coletes amarelos" -

Os negócios não vão muito bem para sua loja e para o restaurante Maxim's, situados na área das manifestações do coletivo antigovernamental dos "coletes amarelos".

"Têm seus motivos, não vou julgá-los, os entendo. Mas seria ridículo dizer que eu sou amarelo, você não acreditaria. Teria sido melhor dar a eles 150 euros a mais (...) Veja o dinheiro que perdemos!", diz, lamentando que reivindicação do coletivo de aumentar o imposto sobre fortunas: "Se não houver ricos, haverá ainda mais pobres".

Maryse Gaspard, ex-modelo e musa do estilista e diretora de Alta costura da marca, revelou à AFP algumas de suas novas criações: uma calça bicolor, um vestido trapézio de gola quadrada, uma jaqueta preta atemporal e futurista com círculos de vinil e vestidos de noite drapeados de crepe sintético para mulheres "modernas", que viajam.

Em seu escritório há uma maquete de um centro cultural que quer construir, água de sua fonte da Toscana em uma garrafa projetada por ele e um exemplar da revista Time de 1974 da qual foi capa. Mostra fotos com Fidel Castro e Benazir Bhutto e passa as páginas amareladas da revista Orpheu de Jean Cocteau que ganhou de presente de Christian Dior quando saiu da empresa.

"A jaqueta bar (modelo emblemático da Dior), eu fiz", declara. Agora não segue mais o que faz a Dior nem as outras marcas, com duas exceções: Jean Paul Gaultier, que começou com ele, e Jacquemus.

- Vestidos pintados na pele -

"Jean-Paul Gaultier tinha 17 anos quando entrou em minha empresa, o lancei, acreditei nele e continuo acreditando. É o único a quem apoiei um pouco".

"Na minha moda sou recatado, ele é bem mais provocador. É seu estilo, já é muito", diz. "O talento é personalidade, depois das primeiras dez linhas já dizemos esse é um Victor Hugo, esse é um Camus, Mozart".

Há coisas a fazer? "Os vestidos pintados no corpo é algo do futuro. Se tivesse 20, 30 anos é o que faria".

Para o estilista, a elegância é "sobriedade". Das mulheres que vestiu, como a atriz Jeanne Moreau, com quem formou um casal por quatro anos, passando pela também atriz Charlotte Rampling à bailarina Maya Plisetskaya, "tentei conseguir o que tinham no interior, com simplicidade".

"Tenho 20 calças iguais, mesmo tecido, mesmo corte; os blazers são iguais. É meu estilo, com exceção dos tênis", que calça porque são "confortáveis".

Pierre Cardin, o célebre costureiro de 91 anos, apresentou nesta terça-feira, em Paris, uma coleção inspirada nos "bons momentos de festa" e explicou que pretende continuar trabalhando - até quando puder. "Já fui o mais jovem costureiro. Hoje, sou o mais velho", disse Cardin após o desfile de sua marca, que aconteceu nos salões do famoso restaurante Maxim's, comprado por ele em 1981.

Se nesta terça-feira ele reclamava de uma dor nas costas, o costureiro explicou que, antes de mais nada, ele sente principalmente "o prazer de trabalhar". "O trabalho é minha vida, minha felicidade", disse. "Enquanto eu puder, continuarei", afirmou Cardin, orgulhoso ao apresentar a nova coleção, batizada "Maxim's à noite". O criador imaginou uma animada reunião de convivas no Maxim's.

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"Os tempos estão difíceis, então tive vontade de trazer um pouco de alegria com esta coleção de festa", explicou Cardin à AFP. Ele conta que todas as peças foram feitas em seus ateliês.

Foram apresentados 90 modelos femininos, entre vestidos de coquetel e de festa justos ou de mangas amplas, pretos ou em cores vivas, bordados com strass ou paetês. Em meio aos 40 trajes masculinos previstos pelo estilista, estão calças pretas acompanhadas de um blazer de paetês dourados, por exemplo. "Eu adoraria ver estas roupas em pessoas felizes, que dançam", disse Cardin, pedindo aos ricos que gastem "para dar emprego aos outros".

O último desfile de alta-costura apresentado pelo estilista em Paris foi em 1997. Em 2011, Cardin realizou uma coleção de prêt-à-porter, também mostrada em Paris. Desde então, ele exibiu suas coleções em países como China, Japão, e Brasil.

Há dois anos, Pierre Cardin falou sobre sua vontade de vender a grife que leva seu nome. "Na minha idade é preciso que eu venda, mas é muito caro. Meu nome vale mais de um bilhão de euros. Eu já fui contador, sei fazer contas", brincou o costureiro, após o desfile desta terça-feira.

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