O compositor francês Pierre Henry, considerado um dos pais da música eletroacústica e um dos inspiradores da eletrônica, morreu, aos 89 anos, em Paris.
"Faleceu esta noite. Ele completaria 90 anos em 9 de dezembro", anunciou Isabelle Warnier, sua auxiliar e amiga da família.
##RECOMENDA##
Considerado por algumas pessoas o "avô da música tecno", Pierre Henry preferia ser definido, sem modéstia, como o "pai da música moderna".
Seu nome está associado à "música concreta" (ruídos ou sons gravados) fundada por Pierre Schaeffer (1910-1995), movimento ao qual está vinculada a maior parte de suas mais de 100 obras.
"Pierre Henry integrava ao lado de Schaeffer e (Karlheinz) Stockhausen o grupo dos grandes decifradores sonoros do século XX, que mudaram a forma de conceber a música", disse à AFP o compositor francês Jean-Michel Jarre.
Para Pierre Henry, a "música não era feita apenas de notas musicais teóricas, e sim de sons como o ruído de uma porta, do vento ou da chuva", disse.
Nascido em 9 de dezembro em 1927 em Paris, Pierre Henry entrou aos 9 anos no Conservatório.
Em 1950, compôs ao lado de Schaeffer, com quem havia fundado o Grupo de Estudos de Música Concreta, "Sinfonia para um homem sozinho", que utiliza a técnica do "piano preparado": vários objetos são inseridos entre as cordas e a caixa de ressonância.
Sua música era metafísica e humana. Permeada por ruídos diversos, objetos cotidianos e estridências, era propícia à imaginação, como ele mesmo afirmava.
Ele inspirou muitos coreógrafos, como George Balanchine, Merce Cunningham e Maguy Marin. Mas sua colaboração mais criativa aconteceu com Maurice Béjart, com quem compôs 15 obras, entre elas "Missa para o tempo presente".
Deste álbum, a melodia eletrônica "Psyché Rock", coescrita com Michel Colombier, teve grande sucesso comercial e foi utilizada diversas vezes no cinema, na publicidade e por artistas da música eletrônica como Fatboy Slim, Saint Germain e Dimitri from Paris.