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Sem divulgação oficial, o prefeito da capital, Bruno Covas (PSDB), cumpriu nesta quinta-feira, 1º, o prazo previsto na legislação para divulgar seu plano de metas com as ações prioritárias a serem executadas pelo governo até 2024. O tucano definiu 75 compromissos, divididos em seis eixos programáticos e com custo estimado de R$ 29,9 bilhões, valor que supera em 145% o total investido pela Prefeitura nos últimos quatro anos.

Alinhado ao programa de governo apresentado durante a campanha pela reeleição, Covas não traz muitas alterações entre o prometido como candidato e agora como prefeito eleito. O Estadão, no entanto, identificou algumas ausências e reduções nas promessas feitas em áreas essenciais, como saúde, educação, habitação e transporte.

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Não constam do programa, por exemplo, e entrega das 15 novas Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) prometidas, assim como os 465 mil tablets para alunos da rede municipal, as 2,1 mil creches de horário ampliado (12 horas de funcionamento) e a duplicação da Estrada do M'Boi Mirim (zona sul).

Ao mesmo tempo, compromissos anunciados na eleição tiveram sua estimativa de cumprimento reduzida. O plano de metas prevê 93 km de corredores de ônibus (e não 40 km), quatro novos terminais (e não seis), 300 km de vias cicloviárias (e não 650 km), 270 mil novas lâmpadas em LED (e não 600 mil) e 49 mil novas moradias (e não 70 mil).

Por outro lado, há metas novas. Covas agora pretende construir 45 novas escolas (sem contar 12 CEUs), implantar 24 novos serviços de atendimento à população em situação de rua, dobrar o número de atendidos no Programa Transcidadania, criar o 1º Centro Municipal para Pessoas com Transtorno do Espectro Autista (TEA) e estruturar 400 hortas urbanas, entre outras ações.

A comparação foi feita pela reportagem com base no programa apresentado pelo tucano à Justiça Eleitoral, além de falas em entrevistas e em debates realizados durante a campanha.

No geral, as prioridades oficializadas no plano - que, apesar da lei, não tem obrigatoriedade de ser cumprido - estão de acordo com os desafios a serem superados pela cidade. A meta número 1 fala sobre combater a desigualdade e assistir a população mais vulnerável por meio de programas de transferência de renda e apoio nutricional (entrega de cestas básicas ou marmitas). O texto só não deixa claro se o auxílio citado será emergencial ou permanente.

Na apresentação do plano, feita por meio de uma carta, Covas assume o compromisso de que, em São Paulo, "ninguém será deixado para trás". O prefeito diz que a atenção primeira deve se dar à rede de proteção social e à melhoria da qualidade de vida das pessoas e admite que suas "metas são ambiciosas, mas sem descomedimentos e vaidades, que em nada servem ao momento atual".

No primeiro eixo, as metas englobam diversas áreas, com destaque para projetos nas áreas da saúde, educação, assistência social, inclusão e habitação. Iniciativas práticas de combate ao racismo e à violência contra a mulher também compõem esse primeiro capítulo, o maior e também o mais caro.

Os eixos seguintes são mais estruturados por temas. O segundo, por exemplo, trata da zeladoria urbana e da questão da segurança pública ao propor aumento do número de câmeras de vigilância e de lâmpadas em LED.

No terceiro capítulo apresentado, a gestão Covas cita promessas feitas durante a campanha para melhorar a mobilidade urbana. Traz os esperados corredores de ônibus e se compromete a trabalhar para reduzir acidentes de trânsito. A meta é reduzir o índice de mortes para 4,5 por 100 mil habitantes

As questões ambientais e culturais são mais abordadas nos eixos 4 e 5, nos quais a Prefeitura fala em abrir salas de cinema nos CEUS, incentivar grafites artísticos nos muros da cidade e inaugurar oito parques, além de reduzir a poluição e a quantia de lixo não reciclável.

Por fim, medidas que visam atrair investimentos para a cidade e recuperar a capacidade financeira estão previstas no último eixo. O cumprimento delas pode, inclusive, ajudar a tornar todo o plano mais factível do ponto de vista financeiro.

Lei

A apresentação de um plano de metas pelo prefeito eleito de São Paulo está prevista na Lei Orgânica do Município desde 2008. Quem assume tem 90 dias para eleborar uma versão inicial, que depois será submetida a audiências públicas. Neste ano, todas serão feitas de maneira online por causa da pandemia de covid-19. O calendário prevê reuniões entre os dias 10 e 30 de abril. Após colher as sugestões da popuçação, a gestão Covas divulgará o plano final em junho.

Covas é o quarto prefeito eleito a submeter suas metas de gestão à sociedade. Em 2019, quando completou nove meses à frente da cidade, em função da renúncia do então prefeito João Doria (PSDB), o tucano chegou a apresentar uma versão própria do plano em vigor, mas que funcionou como uma revisão e não como um novo programa. Ao final do primeiro mandato, diz ter cumprido 68% dessas metas.

Custos

Sobre os custos, o próprio documento já aponta dificuldades em alcançá-los. Os R$ 29,9 bilhões previstos incluem despesas necessárias para investimento, aquisição de imóveis e instalações, equipamentos e material permanente, bem como despesas relacionadas a custeio e prestação de serviços. Além de representar um valor muito superior ao investido pela cidade nos últimos quatro anos - R$ 12,2 bilhões -, a quantia representa 44% do orçamento total previsto para este ano, que é de R$ 67 bilhões..

Ano passado, quando a atual lei orçamentária foi aprovada, foi estipulado um montante de R$ 5,4 bilhões para as ações do plano ao longo de 2021, valor já bem superior à média de investimentos da cidade, de R$ 3 bilhões. E, em dezembro, o comércio ainda estava aberto, com menos restrições que atualmente. Vale lembrar que em 2020 a Prefeitura registrou déficit de R$ 2,5 bilhões.

A gestão Covas argumenta que parte das metas, como a proposta de melhora no desempenho dos alunos da rede municipal, não exige investimento extra, pois as ações necessárias para obter o resultado desejado já têm seu custo estipulado entre as despesas recorrentes. Destaca também que os valores são estimativas.

Na divisão por eixos, o conjunto de metas mais dispensioso está relacionado a ações de mobilidade e habitação. A Prefeitura estima, por exemplo, investir R$ 9,1 bilhões em projetos de moradia e urbanização de favelas. Outros R$ 3,8 bilhões são previstos em ações contra enchentes e mais R$ 3,6 bilhões em projetos viários.

O prefeito Bruno Covas (PSDB) termina o primeiro mandato com o índice oficial de 68% de cumprimento de seu Plano de Metas. De acordo com balanço da gestão, 48 dos 71 compromissos assumidos pelo tucano em janeiro de 2019 - oito meses após tornar-se prefeito - foram realizados. Mas essa taxa positiva, maior do que a de governos anteriores, só foi alcançada mediante dados inflados em diversas áreas, além de resultados subjetivos, de difícil checagem. Desde fevereiro, a Prefeitura tirou do ar o site Planeja Sampa, que possibilitava o acompanhamento público das metas.

Levantamento feito pelo Estadão mostra, por exemplo, que a meta de entregar 9,4 km de novos corredores de ônibus na cidade foi considerada atingida após a Prefeitura somar quilômetros de corredores e de faixas exclusivas, sempre à direita e sem necessidade de obras. O próprio relatório final do governo diz que foram implantados 4,78 km de corredores. A justificativa é que "ambas as medidas beneficiam a população".

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Outras duas somas consideradas inadequadas por especialistas ouvidos pelo Estadão foram feitas pela Secretaria de Habitação. A pasta considera cumprida, por exemplo, a meta de entregar 21 mil moradias, apesar de admitir ter finalizado 10.718 unidades.

A gestão chega ao índice porque inclui na conta unidades classificadas como "mercado popular" - destinadas pelas construtoras também à classe média. O relatório não especifica onde as obras foram feitas nem as famílias atendidas.

"Antigamente, a Prefeitura tinha uma ferramenta chamada HabitaSampa, onde era possível checar esses dados de forma online. Mas tiraram o site do ar e nos deixaram no escuro. É preciso mais transparência", disse a arquiteta e urbanista Lucila Lacreta, diretora executiva do Movimento Defenda São Paulo.

Do mesmo modo, a secretaria diz ter beneficiado quase 300 mil famílias com ações de regularização fundiária. Neste caso, a conta inclui licenciamento automático de cômodos, por exemplo, e não a entrega de títulos de propriedade, medida que caracteriza esse tipo de política.

Em nota, a gestão diz que soma moradias feitas pela Prefeitura e pela iniciativa privada porque são "formas distintas de prover habitação para a população, mas que atingem o mesmo fim" e que "a regularização das edificações é uma das etapas da regularização fundiária".

Já no caso da meta 32.1, que prevê a implantação de dez projetos de desestatização, a gestão Covas desmembrou dois projetos ofertados ao mercado como únicos. Foi o caso da concessão do Parque do Ibirapuera, que incluiu outros cinco parques em um mesmo edital, mas que entrou no balanço como seis projetos diferentes.

O relatório da Prefeitura ainda afirma que cinco áreas foram "liberadas" do comércio irregular, como o Brás, na região central. As ruas específicas não são informadas, assim como o critério para atestar que a meta de reduzir em 80% o número de usuários de drogas em logradouros públicos, incluindo a Cracolândia, no centro, foi alcançada.

O governo afirma que neste mês registraram-se 309 usuários em média na Cracolândia e que em agosto de 2018 (primeiro mês da série histórica), foram 1.853. A comparação, diz a Prefeitura, é feita por meio de fotos tiradas diariamente. Não se sabe, no entanto, se as pessoas abrigadas em barracas são levadas em conta. E por que o "sucesso da meta" é atribuído só à Cracolândia, já que a proposta incluía toda a cidade.

Para a Rede Nossa São Paulo, entidade responsável pela criação da lei que instituiu a obrigatoriedade de prefeitos da capital apresentarem um Plano de Metas, houve uma flexibilidade questionável para que o resultado fosse positivo.

"Não é disso que se trata o plano. Ele nasceu de um conceito que visa a melhora da qualidade de vida das pessoas e um controle maior da sociedade sobre as ações desenvolvidas ao longo do mandato", disse Carolina Guimarães, coordenadora da entidade, que considera 40 metas, e não 48, concluídas. "Não adianta ampliar critérios para dizer que cumpriu a meta se os números não mostram isso." Questionada se considerava os dados inflados, a gestão Covas não respondeu.

Incentivar o uso da bicicleta como meio de transporte tornou-se uma das prioridades do Plano de Metas revisado em abril pela gestão Bruno Covas (PSDB), que espera chegar ao final do ano que vem com 677 quilômetros de vias em bom estado para pedalar. Serão 173 quilômetros novos e 310 quilômetros recauchutados, ou 61% do total existente de 504 quilômetros.

O plano cicloviário será discutido em audiências até junho. Em 2020, se tudo ocorrer como planejado, as ciclovias representarão 3,4% da rede viária - aumento de menos de 1 ponto porcentual em relação ao que representam hoje, 2,5% do total. No dia 30 de maio, a diretora de Planejamento e Projetos da Companhia de Engenharia e Tráfego (CET), Elisabete França, que coordena os planos Cicloviário e de Segurança Viária (Vida Segura), participa do Summit Mobilidade realizado pelo jornal O Estado de S. Paulo.

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Seguindo a mesma lógica de comparar a malha de ciclovias com o total de vias para carros, o economista Miguel Jacob, mestre em Administração Pública pela Fundação Getúlio Vargas (FGV) e que integra a equipe de políticas públicas da empresa 99, elaborou um ranking das cidades brasileiras mais cicláveis.

Com base em dados do OpenStreetMap, ele analisou a situação dos centros urbanos com mais de 200 mil habitantes, totalizando 128, que concentram mais da metade da população urbana do país (82 milhões de habitantes).

Para cada um deles, foi feita a relação de proporção de quilômetros de ciclovias para cada 1.000 km de vias para carros. O melhor desempenho foi de Praia Grande, onde ciclovias e ciclofaixas representam 7,8% do sistema. Belém aparece em segundo lugar, com 6% e Fortaleza em terceiro, com 5,7%. São Paulo figura na 12.ª posição, com 3,9%, acima dos números oficiais da prefeitura. Quase 20 municípios não atingiram a marca de 1%.

Variáveis

Segundo o pesquisador, é baixa a correlação entre a quantidade de ciclovias e variáveis como Produto Interno Bruto (PIB) per capita, frota de veículos e declividade média, sendo um pouco maior quando se analisa população, densidade urbana e Índice de Desenvolvimento Humano Municipal (IDHM) - de modo geral, há mais vias cicláveis conforme esses números se elevam.

No ano passado, o Centro Brasileiro de Análise e Planejamento (Cebrap) divulgou uma pesquisa que dimensiona o potencial do uso de bicicletas. Uma as principais conclusões é que, se a população trocasse as viagens realizadas de automóvel e ônibus pelos pedais sempre que possível, seria possível ter um acréscimo de até R$ 870 milhões no PIB paulistano por ano. Cada indivíduo também economizaria cerca de R$ 214 mensais com a troca em dias úteis.

SUMMIT MOBILIDADE 2019

Dia 30 de maio, das 8h às 16h30 na Casa das Caldeiras (Avenida Francisco Matarazzo, 2.000, Água Branca, São Paulo). Ingressos custam R$ 299 até 14 de maio e R$ 399 na sequência.

Mais informações em https://estadaosummitmobilidade.com.br/

O prefeito de São Paulo, João Doria (PSDB), enviou à Câmara a versão final do plano de metas de sua gestão com uma previsão de investimentos de R$ 10,8 bilhões até o fim de 2020. Desse total, R$ 3,9 bilhões são recursos próprios da cidade, ante R$ 6,9 bilhões de recursos externos, como transferências federativas e, também, receita advinda de desestatizações propostas pelo prefeito. O plano de metas, agora, está dividindo as ações pelas 32 Prefeituras Regionais da cidade.

Das 53 metas de Doria, 23 contam com os recursos externos para investimento - ao todo, o plano sugere 71 projetos estratégicos. As áreas de habitação e as obras de drenagem são as mais dependentes desses recursos, conforme levantamento feito pela reportagem, que não considerou a necessidade de verbas externas para custeio.

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Procurada nesta terça-feira, 11, a Secretaria Especial de Comunicação também destacou o plano de desestatização como a principal aposta para obter verbas para investimentos até o fim do mandato. Esse plano inclui concessões (como a de parques e mercados), privatizações (como a do Autódromo de Interlagos) e alienações de imóveis.

Uma das metas, aliás, é justamente obter R$ 5 bilhões com o programa. "A gente tentou deixar bem transparentes e claras todas as metas", diz o secretário municipal de Gestão, Paulo Uebel, responsável principal pelo plano entregue à Câmara anteontem.

"Fincamos (foram destacadas à parte no texto final) algumas metas ou projetos que dependem de recursos de terceiros ou de recursos do plano de desestatização, para dar mais transparência à população e mostrar como pretendemos investir esses recursos."

Metade da previsão de investimentos está em apenas três ações: construir 72 km de corredores de ônibus, erguer 25 mil unidades habitacionais em 25 das 32 Prefeituras Regionais e realizar obras de drenagem na bacia de 11 córregos - incluindo o Zavuvus, na zona sul, e o Tremembé, na norte. Para esses serviços, há previsão de recursos federais para casas, uma parceria público-privada (PPP) para a habitação, além de R$ 1 bilhão em investimento privado nos corredores e outras receitas externas para os córregos.

Divisão e regionalização

Ao todo, 14 das 53 metas são relacionadas a Urbanismo e Meio Ambiente - mais comumente relacionadas à ações de zeladoria -, sendo essa a área com mais metas. Desenvolvimento Social e Desenvolvimento Humano tiveram 11 cada. Desenvolvimento Econômico ficou com 10 metas e Desenvolvimento Institucional, com 7.

Entre as metas de zeladoria está a de requalificar 145 mil m² de calçadas no centro da capital paulista. E reduzir em 500 mil toneladas os resíduos enviados a aterros - hoje em 15,5 milhões de toneladas.

Já era prevista, diz Uebel, criar metas regionais, conforme prevê a legislação. Os objetivos por região não apareciam na versão inicial do plano, apresentada em março. Entre as propostas regionalizadas está recapear 200 km de vias até 2020, pelo programa Asfalto Novo.

Ainda é possível saber, por exemplo, que inicialmente a Prefeitura de Pinheiros, na zona oeste, terá a maior quantidade de asfalto recapeado, 6 km, seguida de Santana (5,9 km) e Pirituba (5 km), ambas na zona norte - o plano ressalva que ainda será preciso definir 170 km de locais para intervenção.

Reação

Para Américo Sampaio, da Rede Nossa São Paulo, há destaques positivos e negativos. "As novas metas são importantes. Também é um incremento a relação entre as metas e os Objetivos do Milênio (metas fixadas pela Organização das Nações Unidas, que o Estado brasileiro se dispôs a cumprir). Outro ponto que a gente criticou muito e agora apareceu foi a relação entre as metas e os planos setoriais (como planos municipais de educação, de saúde)", diz ele.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Após a crise envolvendo a Cracolândia, deflagrada em maio, a gestão do prefeito João Doria (PSDB) decidiu incluir o programa de tratamento de usuários de drogas no Plano de Metas (2017-2020). Agora, a Prefeitura promete criar em quatro anos 2 mil vagas de atendimento a dependentes químicos na capital, entre as quais 970 vagas de acolhimento em repúblicas e albergues, 500 vagas em leitos hospitalares de desintoxicação e 100 vagas em residências terapêuticas.

A versão final do plano foi entregue nesta segunda-feira (10) na Câmara Municipal de São Paulo, depois de passar por consulta popular. "A inclusão do tema reforça o compromisso da Prefeitura de São Paulo em enfrentar o problema do uso abusivo de psicoativos"diz o texto.

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"Para atingir a meta, houve a inclusão do projeto Redenção, também em função das sugestões feitas pelos munícipes", afirma a gestão Doria no texto final do Plano de Metas. Em relação ao plano apresentado pelo prefeito no fim de março, foram feitas seis alterações, sendo uma retirada, três acréscimos e duas modificações de metas.

Além das vagas para usuários de drogas, Doria incluiu no plano a meta de reduzir em 15% (156.649 toneladas) a emissão de CO², em 50% (37 toneladas) a emissão de material particulado, e em 40% (1.999 toneladas) a emissão de NOx pela frota de ônibus municipais até 2020 e a de melhorar a classificação de São Paulo no Mapa de Insegurança Alimentar de Média para Baixa.

Consulta

Durante o período de consulta pública, a Prefeitura recebeu 23.953 sugestões, maior participação popular desde que a elaboração de um programa de metas tornou-se obrigatória, em 2008. A meta retirada foi a que previa a mobilização de 5 mil voluntários na cidade. Além das alterações em metas, projetos e linhas de ação, a gestão Doria incluiu novos elementos no plano, como a regionalização das propostas e orçamento de cada projeto. A falta de metas por região da cidade era uma das críticas das entidades que monitoram a gestão pública, como a Rede Nossa São Paulo.

Com a regionalização das metas, será possível cobrar, por exemplo, a quantidade prevista de vagas em creches em cada uma das prefeituras regionais de São Paulo.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O terceiro Plano de Metas de São Paulo deverá ser elaborado por uma consultoria terceirizada. O prefeito eleito João Doria (PSDB) quer repassar a função de definir as ações que seu governo pretende implementar ao longo dos próximos quatro anos à iniciativa privada. A ideia, por enquanto, é convocar a firma global McKinsey & Company para o trabalho, que deve ser apresentado até 31 de março.

Incluída como emenda à Lei Orgânica do Município, a obrigatoriedade de se apresentar tal plano já foi cumprida pelos prefeitos Gilberto Kassab (PSD) e Fernando Haddad (PT). As metas, por lei, devem ser definidas em parceria com a sociedade. Isso inclui a realização de audiências públicas temáticas e regionais, além da criação de um mecanismo transparente e aberto de acompanhamento, como um portal online.

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Se optar mesmo por terceirizar o cumprimento da lei à McKinsey ou qualquer outra consultoria de gestão (há conversas em andamento também com a Falconi), Doria terá de abrir dados internos da Prefeitura à empresa escolhida. Isso porque o Plano de Metas deve estar alinhado ao orçamento municipal, com previsão de recursos para cada meta.

Por enquanto, o assunto tem sido tratado ao longo do processo de transição com cautela, mas também com preocupação. Vitoriosos no primeiro turno, Doria e sua equipe ainda não estão totalmente familiarizados com o tema e as exigências da participação popular. O desconhecimento do processo e o prazo apertado - a lei determina que a primeira versão saia em até 90 dias -, favorecem a ideia da terceirização.

Mês passado, durante evento com a imprensa, Doria chegou a afirmar que estava estudando a melhor forma de apresentar suas metas. Segundo o tucano, não faz sentido firmar compromisso que não será cumprido.

Aliados do prefeito eleito afirmam que isso significa que a lista de metas da futura gestão deverá ser "enxuta", até para evitar o constrangimento de chegar ao fim do governo com um baixo índice de sucesso. Haddad, por exemplo, cumpriu 49,6% de suas metas até agora.

Repercussão.

A McKinsey não comentou o possível acordo com a futura gestão. Seu trabalho seria gratuito. Para o cientista político Marco Antonio Teixeira, a decisão de terceirizar o Plano de Metas é, no mínimo, inusitada. "De cara, a impressão que dá é que a Prefeitura vai abrir mão de construir um plano com a sociedade e optar por um modelo técnico, fechado."

Idealizadora do formato, a Rede Nossa São Paulo informou que a lei não veda a possibilidade de se contratar uma consultoria. João Doria é esperado hoje em evento da Rede justamente para discutir o conteúdo do Plano de Metas - e receber sugestões de 70 entidades. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O governador de Pernambuco, Paulo Câmara (PSB), lança, nesta sexta-feira (19), o plano estratégico da gestão 2015-2018. O documento reúne as prioridades da administração socialista e será apresentado pelo secretário de Planejamento e Gestão, Danilo Cabral (PSB). Integrantes do alto escalão do Governo do Estado participam do evento, que acontece às 9h, no Teatro dos Guararapes, no Centro de Convenções. 

O plano estratégico foi elaborado a partir do programa de governo, elaborado durante a campanha em 2014, e das sugestões coletadas durante os seminários do Todos por Pernambuco, que aconteceram de março a abril deste ano, em 12 cidades pernambucanas. A edição coletou 16,7 mil propostas em diversos temas, entre eles saúde, educação segurança pública e sustentabilidade.  

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As ações de trabalho foram organizadas durante uma série de reuniões entre o governador e os secretários, após a coleta das sugestões populares. Com a iniciativa, Paulo Câmara replica as técnicas usadas pelo seu padrinho político, o ex-governador Eduardo Campos (PSB). O desafio de Câmara, no entanto, é diferente do de Campos durante o início das duas últimas gestões. Isso porque agora o governador terá que adequar o plano ao contexto da crise econômica vigente. 

O governador Geraldo Alckmin (PSDB), que disputa a reeleição, foi o único entre os principais candidatos ao governo de São Paulo que não assinou ontem documento em que se comprometeria a estabelecer metas de atuação da gestão, divulgar o andamento dos trabalhos e prestar contas à sociedade. A Carta de Compromisso proposta pela Rede Nossa São Paulo foi assinada por Alexandre Padilha (PT), Gilberto Maringoni (PSOL), Paulo Skaf (PMDB) e Gilberto Natalini (PV).

O ato ocorreu durante evento no Sesc Consolação, na região central, em que a Rede Nossa São Paulo apresentou resultados de uma pesquisa realizada em parceria com o Ibope sobre a mobilidade urbana na capital paulista. Padilha e Maringoni discursaram. Alckmin, Skaf e Natalini não foram ao evento, mas os dois últimos enviaram a carta assinada.

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Ao referendar o documento, os candidatos se comprometem a, por exemplo, apresentar nos primeiros 120 dias de governo um plano de trabalho com as diretrizes, os objetivos, os indicadores quantitativos e as metas para cada setor da administração. Assumem também a responsabilidade de divulgar prestações de contas sobre o andamento dos trabalhos até três meses após o final de cada ano da gestão - além de informar, cinco meses antes do fim do mandato, quais projetos em curso deixará para seu sucessor.

A carta também compromete o candidato a apoiar a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que propõe transformar em obrigação legal a elaboração e o cumprimento de um plano de metas para o Poder Executivo nas três esferas - municipal, estadual e federal. A PEC, de autoria do deputado Luiz Fernando Machado (PSDB-SP), está pronta para ser votada em plenário na Câmara dos Deputados. "Geraldo é um homem que tem responsabilidade e tenho absoluta confiança que ele vai cumprir suas promessas de campanha", disse Machado, depois de reclamar da "saia-justa" ao ser informado pelo Estado que o governador não assinou a carta de compromisso.

O coordenador da campanha de Alckmin, deputado Edson Aparecido (PSDB-SP), disse que o governador vai assinar a carta. Segundo ele, Alckmin se comprometeu com documento semelhante em 2010 e não o fez ontem porque foi informado de que se tratava apenas de um evento sobre mobilidade. O coordenador executivo da Nossa São Paulo, Maurício Broinizi, contestou. "Entramos em contato dezenas de vezes com as assessorias dos candidatos e os informamos sobre a assinatura do documento. E enviamos a carta a todos os candidatos." (Colaborou Ricardo Chapola) As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Na reta final de seu mandato, a presidente Dilma Rousseff lançará 400 licitações para tentar tirar do papel 100 obras em todas as regiões do País. O "plano de metas" do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) prevê investimento de R$ 8 bilhões em estradas, duplicações, contornos, anéis rodoviários, pontes, viadutos e travessias urbanas. Serão, ao todo, mais de 6,4 mil quilômetros de obras.

Boa parte dos projetos está localizada em cidades de regiões metropolitanas das capitais do Sul, Sudeste e do Nordeste, bastante populosas.

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O "mapa da mina" das obras, que movimentará empreiteiras, projetistas e consultorias, além de estimular empréstimos no mercado financeiro, está preservado do risco de paralisação no período eleitoral, a partir de julho. Como é dinheiro federal para obras públicas, sem a necessidade de assinatura de convênios com Estados e municípios, Dilma Rousseff poderá lançar os editais e as obras antes das eleições.

Licitações

Os novos projetos vão compor a robusta carteira do Dnit, hoje com R$ 10 bilhões de obras em andamento. Serão lançadas licitações para a obra, a supervisão do projeto e a gestão ambiental do conjunto. "Isso dá mais do que uma licitação por dia até o fim do ano", diz o diretor-geral do Dnit, general Jorge Fraxe, ao jornal O Estado de S. Paulo.

Parte dessas licitações será descentralizada às superintendências do Dnit nos Estados, o que pode reforçar a influência de políticos locais, muitos deles candidatos a deputado federal, senador ou governador. "Mas as obras complexas vão ficar aqui na sede", rebate o general.

No orçamento do Dnit para 2014, cujo valor supera R$ 14 bilhões, também estão procedimentos de recuperação e manutenção de rodovias federais no valor de R$ 6 bilhões. "Estamos fazendo um revolução aqui no Dnit. Há pessoas insatisfeitas, erros se cometem, mas vamos acertando. O pior erro é a omissão", diz Fraxe.

Obras

Entre as principais obras estão os anéis viários do Recife e de Belo Horizonte, o Arco Sul da capital mineira, entre Betim e Nova Lima, e duplicações de rodovias em todas as regiões do País.

Na lista das prioridades estão trechos da BR-101 na Paraíba, na área das divisas Bahia-Sergipe e Rio-São Paulo (Mangaratiba), além do interior do Paraná, entre Toledo e Marechal Cândido Rondon.

Também estão previstos editais para "melhorias" na região metropolitana de Porto Alegre, a construção de túnel na congestionada BR-101 no litoral de Santa Catarina, uma ampliação e implantação da via expressa de acesso a Florianópolis, a segunda ponte sobre o Rio Paraná, na fronteira Brasil-Paraguai, e as travessias urbanas de Santarém, Uberaba e Rondonópolis.

Na lista, figuram dezenas de pontes na rodovia Transamazônica, a ponte sobre Rio Araguaia, em Xambioá (TO), a duplicação e pavimentação da BR-163 (Cuiabá-Santarém).

Além disso, há licitações previstas para obras em áreas urbanas próximas a Fortaleza, Natal, Porto Velho, Vilhena, Altamira e Macapá, Ubatuba, Cachoeiro do Itapemirim, Juiz de Fora, Itaperuna, Ponta Grossa, Paranaguá, São Miguel do Oeste, Santa Maria, Santo Ângelo e Novo Hamburgo.

Minas

Na segunda-feira, 12, a presidente Dilma Rousseff anunciou a liberação de R$ 2,5 bilhões para a duplicação da BR-381, no trecho entre Governador Valadares e Belo Horizonte. Ao lado do provável candidato do PT ao governo de Minas e seu ex-ministro Fernando Pimentel, ela criticou o governo mineiro e disse que o Estado precisa ser cobrado pelos atrasos nas obras do anel rodoviário de Belo Horizonte.

A presidente rebateu críticas de adversários pelas várias promessas de que iniciaria a duplicação da BR-381. Ela justificou que o governo pensou em conceder a rodovia, mas o alto preço do pedágio tornou essa opção inviável. "Mudamos para obra pública e isso explica o ano de atraso", disse Dilma. Colaboraram Gustavo Porto, Carla Araújo e Marcelo Portela. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O prefeito Fernando Haddad (PT) terá 100 metas para cumprir até o fim de 2016. Divulgado na manhã desta terça-feira, o programa do petista é dividido em três eixos temáticos que têm por objetivo contemplar territórios vulneráveis do ponto de vista social, ambiental, urbanístico e econômico. "Há algumas metas que vou acompanhar com maior atenção, que são mobilidade urbana, saúde, educação e habitação", disse o prefeito de São Paulo.

Mas apesar da metodologia diferenciada, o plano não traz grandes novidades e repete algumas promessas já feitas pelo prefeito nos últimos meses. Mais enxuta que o plano traçado pelo ex-prefeito Gilberto Kassab (PSD), a lista de Haddad é formada especialmente por metas que preveem novos equipamentos públicos, além da requalificação de espaços existentes. "Nós reduzimos o número de metas para que todas fossem importantes", justificou Haddad.

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Entre as várias obras listadas pelo documento, estão a construção de 150 km de corredores de ônibus, 400 km de vias para bicicletas, 3 novos hospitais e 20 novos Centros Educacionais Unificados (CEU).

As metas foram divididas por objetivos como superar a extrema pobreza na cidade de São Paulo; melhorar os índices de educação e ampliar oferta de vagas na educação infantil; ampliar o acesso e qualidade dos serviços de saúde, à moradia, à cultura; implantar um programa de prevenção da violência e da criminalidade; ampliar os índices de coleta seletiva oficial no município de 2% para 10%; reduzir a ocorrência de enchentes e alagamentos, entre diversos outros pontos.

É a segunda vez que um prefeito de São Paulo é obrigado a informar a população o que pretende fazer durante os quatro anos de seu governo. O programa é uma exigência legal, criada em 2008 por meio de uma emenda à Lei Orgânica do Município apresentada pela Rede Nossa São Paulo e outras 570 entidades da sociedade civil. Estreante na função, Kassab apresentou 223 metas em 2009. No fim do ano passado, admitiu ter cumprido apenas 55,1%.

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