Tópicos | Polêmica na web

Mais uma vez Mel Maia viu seu nome como um dos mais comentados do Twitter. Tudo aconteceu na manhã desta quarta-feira (25), quando a atriz parou nos trending topics da rede social por causa de um vídeo publicado por ela no Instagram, quando aparece usando várias roupas, as quais cobriam o corpo todo, e usou como a legenda a frase: "Como não ser assediada".

Pouco tempo depois dos Stories feito por ela, as imagens causaram revolta nas redes sociais, sendo que muitos internautas a acusaram de machismo, alegando que ela estaria insinuando que vítimas de assédio teriam culpa por conta da roupa que vestem.

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"Mel Maia, então eu preciso sair com roupas grandes e tapar meu corpo totalmente só pra não ser assediada? Sabe, eu achei que o corpo fosse meu, e que eu poderia usar o que eu quisesse. Se os homens veem malícia em uma roupa curta, o problema está NELES e não em nós", rebateu uma internauta.

Com a repercussão ruim, a atriz decidiu apagar o vídeo e justificou a atitude no Instagram.

"Eu vi que tinham algumas pessoas comentando sobre o vídeo da roupa, e foi mais uma ironia mesmo. Porque a mulher entende que a gente se sente mais confortável se sair na rua daquele jeito, apesar de o erro não ser a roupa. Eu preferi tirar o vídeo para vocês não entenderem errado. Toda mulher sabe que é assediada de burca, de calça, de shorts. O erro não é a roupa, só para deixar isso claro para vocês", disse.

Uma das internautas que havia criticado a postagem de Mel chegou a receber uma mensagem da atriz e, em seguida, contou tudo no Twitter, dizendo: "Gente, a Mel Maia veio falar comigo após meu tweet. Como não uso o Tiktok não sabia que ela fez o vídeo de ironia. Porém, não se ironiza assuntos sérios como esse né?! E por mais que apague, prints e downloads não permitem que nada seja excluído né?! Então fica de aprendizado".

Uma publicação do professor Jorge Zaverucha, do Departamento de Ciência Política da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), instigou repúdio do Diretório Acadêmico de Ciência Política (DACP) da instituição de ensino. O texto compartilhado pelo docente - “Perco o amigo mas não perco a piada: Por que mulher casa de branco? Para combinar com o fogão, refrigerador e lava louça” - foi bastante criticado pelo DACP, principalmente taxado de machista. O grupo estudantil pediu uma “postura cautelosa em discursos que possam de alguma forma reafirmar discursos de ódio, racistas, homofóbicos ou machistas”.

Através de nota publicada no Facebook, o DACP combateu ações machistas e reforçou a figura da mulher na sociedade. “Deixamos claro também que, diante dessa piada, defendemos sobretudo a liberdade da mulher de ser feliz como desejar, seja no trabalho, em casa ou em ambos. E que não abominamos mulheres que escolhem ser donas-de-casa. A reprodução de um discurso arcaico em que seria natural à mulher supostamente ‘combinar’ com afazeres domésticos é, sem dúvida, um discurso de aprisionamento da mulher que a reduz ao lar; e de aprisionamento dos homens também que, por sua vez, com muito amor e orgulho escolhem ser donos de casa. Repreendemos esse discurso e reforçamos o empoderamento que o feminismo traz às mulheres e homens de todas as raças que lutam diariamente por igualdade”, consta no texto do Diretório.

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De acordo com o grupo estudantil, pelo fato de Jorge Zaverucha ser professor da UFPE, o docente precisa ter postura e seriedade diante de um tema importante, que é a questão do feminismo. O DACP entende que o docente não incentiva a inclusão e a igualdade das mulheres, quando, através da publicação polêmica, restringe o sexo feminino às atividades do lar.

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Em entrevista ao LeiaJá, o docente afirmou que a postagem não passou de uma piada e ainda disse que os acusadores são estudantes sem ocupação. “Isso que está acontecendo é um absurdo. Coisa de estudante que não tem o que fazer, que não sabe conviver com uma ironia. Aquilo (publicação) foi uma piada! O que tem demais uma piada?”, questionou o professor.

O professor da Federal ainda criticou o fato dos estudantes terem acessado sua página pessoal no Facebook, alegando ser uma invasão de privacidade. Zaverucha, quando perguntado se pretende acionar a Justiça pela “invasão” alegada, declarou que está “conversando com alguns amigos”. Ainda em entrevista ao LeiaJá, o docente alegou que não é machista.

A UFPE – A assessoria de imprensa da Universidade informou que a instituição de ensino ainda não tem um posicionamento oficial sobre o embate entre os estudantes e o professor. A seguir, veja na íntegra a nota compartilhada pelo DACP:   

NOTA DE REPÚDIO À DECLARAÇÃO MACHISTA DO PROFESSOR JORGE ZAVERUCHA

O Diretório Acadêmico de Ciência Política deixa explícita a total repreensão e repúdio à publicação do professor do Departamento de Cência Política Jorge Zaverucha em seu Facebook a qual dizia: 

“Perco o amigo mas não perco a piada: 

Por que mulher casa de branco? Para combinar com o fogão, refrigerador e lava louça. Queremos deixar claro que compreendemos a liberdade de expressão de Jorge Zaverucha como indivíduo (apesar de, mesmo assim, não concordarmos com a piada), mas, diante de sua posição de professor e formador de opinião, acreditamos ser imprescindível uma postura cautelosa em discursos que possam de alguma forma reafirmar discursos de ódio, racistas, homofóbicos ou machistas.

Deixamos claro também que, diante dessa piada, defendemos sobretudo a liberdade da mulher de ser feliz como desejar, seja no trabalho, em casa ou em ambos. E que não abominamos mulheres que escolhem ser donas-de-casa. A reprodução de um discurso arcaico em que seria natural à mulher supostamente “combinar” com afazeres domésticos é, sem dúvida, um discurso de aprisionamento da mulher que a reduz ao lar; e de aprisionamento dos homens também que, por sua vez, com muito amor e orgulho escolhem ser donos de casa.

Repreendemos esse discurso e reforçamos o empoderamento que o feminismo traz às mulheres e homens de todas as raças que lutam diariamente por igualdade. Acreditamos que um professor de Universidade Federal deveria ter postura e seriedade diante de um assunto de tão importante dimensão, principalmente como professor de Ciência Política que tem o dever de repensar nosso cenário político e nossas instituições. Desse modo, ao invés de incentivar a inclusão e igualdade das mulheres, o professor claramente as restringe ou as prende necessariamente ao lar.

Professores machistas não passarão!

D.A.C.P.

Segue ainda, a imagem da referida postagem.

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