Tópicos | Previ

A Previ, fundo de pensão dos funcionários do Banco do Brasil, divulgou nota nesta terça-feira, 11, negando irregularidades relacionadas ao fundo e investigadas na Operação Greenfield, da Polícia Federal. A Previ diz ainda que caso sejam comprovadas ilegalidades, serão adotadas medidas para reparação de danos.

A afirmação é uma resposta a notícias publicadas na imprensa nacional relativas a depoimento de Antonio Palocci sobre vantagens ilícitas recebidas pelos presidentes dos fundos de pensão. Em depoimento à força-tarefa da Greenfield, Palocci teria citado nomes como Ricardo Flores e Sérgio Rosa.

##RECOMENDA##

A entidade afirma que seus investimentos encontram-se de acordo com a resolução CMN 4661, que dispõe sobre os recursos garantidores dos planos administrados pelas entidades fechadas de previdência complementar.

"A Previ não coaduna com atos ilegais. Caso fique comprovado que o nome da Previ foi utilizado para vantagens indevidas, serão adotadas todas as medidas para reparação de danos", diz em nota.

O fundo reforça ainda o compromisso com o aprimoramento do sistema de previdência complementar fechada e se coloca à disposição da Justiça e das instituições brasileiras para prestar todo e qualquer esclarecimento necessário, à luz dos preceitos constitucionais e legais.

"O modelo de governança da Previ é robusto e transparente, com Políticas de Investimentos criteriosas, desenvolvidas pela Diretoria de Planejamento, executadas pela Diretoria de Investimentos e aprovadas pela Diretoria Executiva e pelo Conselho Deliberativo", afirma.

Diz ainda que essa segregação de funções traz mais segurança no processo de gestão de investimentos e fortalece o modelo de governança da entidade, que é reconhecidamente um dos mais modernos do segmento de previdência complementar do País. "Isso se demonstra por meio das normas, processos e controles internos da Previ que, não raro, ultrapassam os requisitos da legislação e as exigências feitas pelo principal órgão supervisor do setor, a Superintendência Nacional de Previdência Complementar (Previc)", afirma.

A Previ diz ainda que segue confiante na solvência e liquidez de seus planos e firme na sua missão de pagar benefícios aos seus mais de 200 mil associados.

A Previ, fundo de pensão dos funcionários do Banco do Brasil que é um dos alvos da operação Greenfield deflagrada pela Polícia Federal nesta segunda-feira (5) afirma que possui um "modelo de governança maduro e transparente" e que reforçou seu "compromisso com o aprimoramento do sistema de Previdência Complementar Fechado". Após a operação realizada pela PF, a Previ frisou que "toda a documentação requerida foi disponibilizada".

"A Previ possui um modelo de governança maduro e transparente, um corpo técnico qualificado e as decisões de investimento são pautadas por políticas e diretrizes bem definidas, que sempre buscam a remuneração adequada do capital no longo prazo. É importante lembrar que todas as decisões são colegiadas, pautadas em análises técnicas", diz o fundo por meio de nota.

##RECOMENDA##

No mesmo documento, o fundo destaca que no âmbito da CPI dos fundos de pensão, concluída recentemente, "o relatório final da investigação confirmou a boa governança" do fundo. E completa que "nenhum dirigente ou executivo da entidade estava entre as pessoas indiciadas pela comissão, assim como qualquer constatação de irregularidades do fundo."

Por fim, a Previ se colocou à disposição da Justiça e das instituições brasileiras para prestar esclarecimentos. "A entidade segue confiante na solvência e liquidez de seus planos e firme na sua missão de pagar benefícios aos seus mais de 200 mil associados."

A operação desta segunda-feira é uma ação conjunta da Comissão de Valores Mobiliários (CVM), do Ministério Público Federal (MPF), da Polícia Federal e da Superintendência Nacional de Previdência Complementar (Previc).

O objetivo do trabalho é apurar crimes de gestão temerária e fraudulenta cometidos contra Funcef, Petros, Previ e Postalis. O trabalho conta com a colaboração do Tribunal de Contas da União (TCU), da Controladoria-Geral da União (CGU) e da Caixa.

A Previ, maior fundo de pensão do País, alcançou no primeiro trimestre de 2016 um patrimônio de R$ 162,7 bilhões. Apesar do cenário econômico de maior turbulência, a fundação informou nesta quinta-feira, 5, que bateu sua meta atuarial prevista para o período e conseguiu reduzir em R$ 1,6 bilhão o déficit em relação ao resultado de dezembro, que passou a totalizar R$ 14,5 bilhões.

A melhora no resultado foi impulsionada pela valorização da carteira de renda variável da Previ. Em 2015, o fundo sofreu com o desempenho negativo da maioria das ações de empresas brasileiras negociadas em bolsa de valores. A recuperação do mercado de capitais ao longo dos primeiros três meses deste ano fez a carteira de renda variável do Plano 1 do fundo crescer R$ 3,2 bilhões, cifra que corresponde a um ganho de 14,7% no período.

##RECOMENDA##

Com um patrimônio de R$ 155,1 bilhões, o Plano 1 é o maior administrado pela fundação e fechou o primeiro trimestre com uma rentabilidade de 5,75%, acima da meta atuarial de 4,19%. Somente o segmento de renda variável representou 53,5% do crescimento total de R$ 6,1 bilhões nos ativos do Plano 1 da Previ no primeiro trimestre, que passou de R$ 145,9 bilhões para R$ 152 bilhões no período.

Já o plano Previ Futuro, que administra um patrimônio de R$ 7,4 bilhões, apresentou um retorno de 7,89% no primeiro trimestre, quase o dobro da meta atuarial prevista para o período.

"A carteira de investimentos da Previ é sólida, composta por empresas da economia real, de setores produtivos e resilientes a momentos econômicos adversos. O desempenho no primeiro trimestre demonstra o potencial de recuperação ao longo do tempo de seus valores de mercado habituais, mesmo em um cenário adverso", afirmou o presidente da Previ, Gueitiro Genso, em nota.

A fundação ressalta ainda que o bom desempenho das ações do setor bancário foi destaque no segmento de renda variável, especialmente os papéis do Bradesco e do Banco do Brasil na carteira do Plano 1. As ações ordinárias do Bradesco contabilizaram ganho de 47,09% e as preferenciais, de 40,81%. Os papéis do Banco do Brasil subiram 35,46% no período.

Em nota, a fundação explica que o resultado do primeiro trimestre não contempla ativos de renda variável avaliados a valor econômico, como a participação do fundo na mineradora Vale, que são reavaliados apenas ao final de cada exercício.

A CPI dos Fundos de Pensão, cujo relatório será apresentado nesta segunda-feira, 11, indiciará até 200 pessoas envolvidas em esquemas fraudulentos que deram prejuízo de mais de R$ 3 bilhões a quatro das maiores entidades de previdência complementar do País. A comissão analisou mais detalhadamente 15 casos e que apontaram fraude e má gestão dos investimentos feitos pelos dirigentes da Previ (dos funcionários do Banco do Brasil), da Petros (Petrobrás), Funcef (Caixa Econômica Federal) e do Postalis (Correios).

O ex-tesoureiro do PT João Vaccari Neto, já condenado por corrupção passiva e lavagem de dinheiro no âmbito da Lava Jato, "dificilmente não será indiciado", afirmou o deputado Sérgio Souza (PMDB-PR), relator da CPI dos Fundos de Pensão. Vaccari é apontado como integrante de um acerto de propina na Petros.

##RECOMENDA##

Na lista de pedidos de indiciamento ao Ministério Público Federal também estará Alexej Predtechensky, conhecido como Russo e ligado ao PMDB. À frente do Postalis, ele teria fechado contratos com consultorias que apoiaram aplicações suspeitas de conflitos de interesse porque seus executivos atuavam tanto no fundo de pensão como nos planos adquiridos.

Souza disse na noite de domingo que pretendia definir até a manhã de hoje os critérios dos pedidos de indiciamento para não penalizar dirigentes que apenas participaram de reuniões, mas não tomaram decisões que resultaram em prejuízo aos fundos.

A sociedade dos fundos na Sete Brasil, empresa criada para fornecer as sondas do pré-sal à Petrobrás, também foi analisada pela CPI, que concluiu que as condutas dos dirigentes dos fundos foram incompatíveis com uma "gestão responsável". Segundo o relatório ao qual o Estado teve acesso, a Petros e a Funcef decidiram, por "influência política", aportar bilionários valores no FIP Sondas (que detém 95% da Sete; os outros 5% são da Petrobrás) "sem observar a prudência exigida, assumindo elevados riscos que colocavam em evidente perigo o dinheiro dos beneficiários daquelas fundações". A Previ também é sócia, mas tem uma participação minoritária.

O relatório faz também recomendações à Comissão de Valores Mobiliários (CVM), ao Tribunal de Contas da União (TCU) e à Superintendência Nacional de Previdência Complementar (Previc) de melhoria do controle sobre os fundos de pensão patrocinados por estatais. O texto do relatório, que deve ser concluído com mais de 700 páginas, ainda propõe alterações na governança dessas entidades, como a criação de um comitê de investimento e de auditoria interna.

O relator também institui o voto de veto para permitir que patrocinadores e participantes tenham poder de impedir que investimentos que julguem temerários sejam levados adiante. Como o veto poderá ser usado por qualquer um dos membros da diretoria, o deputado Souza disse que haverá uma equivalência de poder entre os indicados pelo governo - como representantes das empresas patrocinadoras - e os eleitos pelos participantes.

"Os fundos de pensão, a partir da CPI, serão muito diferentes do que são hoje. As pessoas não estão fazendo as mesmas loucuras de antes. A comissão já produziu um resultado", afirmou Souza.

Déficit bilionário

No ano passado, o rombo dos fundos de pensão alcançou R$ 77,8 bilhões, segundo levantamento da Previc, xerife do setor. O aumento em relação a 2014 foi de 151%. Dez planos concentram 80% do déficit de todo o sistema, sendo que nove deles são patrocinados por empresas estatais, das quais oito são federais. Os três maiores fundos do País - Previ, Petros e Funcef - respondem por mais de 60% do rombo. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O governo sofreu esta semana a segunda derrota significativa em um fundo de pensão desde que o PT chegou à Presidência da República em 2002. Por cerca de 9 mil votos, a chapa apoiada pelo Planalto perdeu a eleição na Fundação dos Funcionários do Banco do Brasil (Previ), maior fundo do País, com um patrimônio de R$ 170 bilhões.

Na semana passada, uma chapa formada por auditores da Caixa Econômica Federal já havia vencido a disputa para representantes eleitos do Fundo de pensão do órgão, a Funcef, o terceiro maior do Brasil. O grupo levou a melhor frente a representantes mais tradicionais no cenário político dos fundos de pensão.

##RECOMENDA##

Para um ex-executivo da Previ, o resultado dessas eleições mostra um esgotamento do modelo de gestão do PT e uma insatisfação muito grande com o posicionamento dos sindicatos nos últimos anos.

"Houve uma grande rejeição aos sindicatos, especialmente nos votos dos aposentados", disse. A chapa apoiada pelo governo na Previ tinha como base nomes ligados à Central Única dos Trabalhadores (CUT) e à Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf).

Assim como na Funcef, a diretoria da Previ também é formada por diretores eleitos e indicados pela instituição patrocinadora. A presidência e diretorias ligadas a investimentos e participações societárias são sempre escolhidas pela patrocinadora. Apesar disso, o resultado das últimas eleições tende a mexer um pouco no pêndulo do poder, deixando espaço para uma oposição dentro da direção do órgão.

A chapa vencedora na Previ é liderada pelo grupo formado pela ex-diretora Cecília Garcez e do ex-presidente da Associação Nacional de Aposentados do Banco do Brasil (Anabb) Walmir Camilo.

Quem acompanhou os desdobramentos das eleições na Funcef e na Previ ressalta que as razões de insatisfação nas duas fundações são diferentes. Na primeira, as principais críticas são em relação a estratégia de investimento do patrimônio do fundo, com o uso das reservas em investimentos apontados como menos rentáveis e mais voltados aos interesse do governo.

Já na Previ, o grande foco de insatisfação gira em torno da suspensão do pagamento do Benefício Especial Temporário (BET) e a retomada da cobrança das contribuições. Criado em 2010, o Benefício Especial Temporário (BET) era previsto para terminar no final de 2014, mas seu fim foi antecipado no final do ano passado. O valor extra correspondia a 20% do benefício recebido por aposentados e pensionistas admitidos até 1997. A principal plataforma eleitoral da chapa vencedora foi a volta do BET.

A fixação de um teto para as aposentadorias da Previ provocou uma divisão interna no comando do fundo de previdência dos funcionários do Banco do Brasil. Os representantes dos funcionários, pensionistas e aposentados no conselho deliberativo - órgão máximo de decisão - registraram na última ata de reunião que apoiam a "urgente necessidade da implementação das decisões" do órgão regulador dos fundos de pensão (Previc) para evitar sanções.

O Estado apurou que três dos seis conselheiros pediram que o tema da fixação do teto fosse colocado em pauta neste mês, mas o presidente do conselho, Robson Rocha, vice-presidente de gestão de pessoas do BB, recusou o pedido. O argumento para essa negativa é que qualquer alteração regulamentar só pode ser aprovada com manifestação favorável do patrocinador (BB).

##RECOMENDA##

O posicionamento do banco pode ser tomado antes ou depois da decisão do conselho deliberativo da Previ. "Uma vez declarada posição desfavorável do patrocinador para alteração regulamentar, torna-se inviável eventual modificação pretendida nos regulamentos de benefícios da Previ", registram na ata os conselheiros indicados pelo banco.

Eleição. A oposição entre os conselheiros eleitos e os indicados pelo banco sobre o tema fica mais evidente à medida que se aproxima o período de eleições para a diretoria e conselhos da Previ, marcadas para março. Metade da diretoria e do conselho deliberativo é indicada pelo BB; a outra precisa ser eleita. A Previ é sócia das maiores empresas com capital aberto no País.

Críticas. O Estado teve acesso a um texto de críticas que os conselheiros eleitos ameaçam publicar, caso o teto não seja colocado em prática. Nele, afirmam que a direção do BB e a diretoria executiva da Previ estão expondo o fundo previdenciário a risco e que a atitude das duas instituições "peca pela falta de isonomia, para dizer o mínimo".

"O BB confundiu o dever de agir (implantar o teto) com o direito de dispor de algo (reservas dos participantes) em benefício de um pequeno grupo, exatamente os responsáveis pela implantação ou não implantação do teto", diz o texto.

Eles ainda argumentam que os demais participantes do fundo com benefício definido podem abrir processos judiciais pedindo equiparação no tratamento. "Com os documentos disponíveis, duvidamos que a Justiça negará a concessão aos participantes que assim o requererem (e que ao final seriam todos)".

Os acionistas da empresa de alimentos BRF aprovaram a nomeação do empresário Abilio Diniz para a presidência do conselho de administração da companhia no biênio 2013-2015. A votação, ocorrida na tarde desta terça-feira em assembleia geral ordinária e extraordinária não foi unânime.

O fundo de pensão dos funcionários da Petrobras (Petros) se absteve de votar a nomeação do empresário à frente do conselho. Desde a formação da chapa, o fundo, que detém 12,22% do controle acionário da BRF, teve dúvidas se o empresário é o nome correto para conduzir o atual plano de expansão da alimentícia e chegou a procurar apoio para se oporem ao nome de Abilio à frente do colegiado.

##RECOMENDA##

O nome do fundador e presidente do conselho de administração do Grupo Pão de Açúcar foi indicado em uma aliança formada pelo fundo de pensão dos funcionários do Banco do Brasil (Previ) e pelo fundo de investimento Tarpon, que, juntos, detém 20,21% do capital da BRF.

Abilio entra no lugar de Nildemar Secches, que esteve à frente da Perdigão por quase duas décadas e promoveu a fusão com a Sadia. Ele já havia comunicado à Previ sua intenção de sair, mas ficou aborrecido porque só soube da articulação em torno do nome de Abilio pelos jornais. Apesar das diferenças de personalidade e gestão entre ambos, alterações drásticas em termos de estratégia da companhia não são aguardadas, já que o presidente do conselho não tem poder executivo e qualquer decisão deverá ser feita por maioria de votos.

Votação

Os acionista votaram primeiramente a chapa que formará o novo conselho da companhia e depois, em separado, a presidência e da vice-presidência do colegiado. Os acionistas da empresa de alimentos nomearam, além de Abilio Diniz, o ex-presidente do Previ, Sérgio Rosa, como vice-presidente do conselho, indicado pelo próprio fundo. Abilio e Rosa foram aprovados por 76,66% do quórum presente.

No mercado, a entrada de Abilio no conselho da BRF é bem vista institucionalmente e operacionalmente, pois pode impulsionar a internacionalização da companhia, já que, após a aprovação da fusão da Sadia com a Perdigão, que deu origem à empresa, o avanço no País está limitado em alguns segmentos para evitar a concentração de mercado.

A própria BRF acredita que o empresário pode contribuir para esse movimento. Nesse ano, a empresa começará a desenhar seu novo plano de longo prazo, o BRF 15, que deverá tratar da organização global da companhia e as estratégias de expansão da presença mundial. A entrada de Rosa também foi considerada positiva pelo fato de o executivo ter bom relacionamento com diversos fundos.

Atualmente, a BRF possui capital pulverizado - dentre os principais acionistas estão Petros, com 12,22%; Previ, com 12,19%; Tarpon (8,02%) e BlackRock (5,13%) e Valia (2,54%).

Dona da segunda maior fatia de ações ordinárias (ON, com direito a voto) da Usiminas, com 10,48% do total, a Previ (fundo dos funcionários do Banco do Brasil) chegou a cogitar ir à Justiça pelo direito de negociar suas ações por valor proporcional ao preço fixado pela parcela do controle vendida à argentina Techint/Ternium - o chamado "tag along".

Segundo fonte ouvida pelo Grupo Estado, o fundo de pensão chegou a se reunir com o departamento jurídico da Companhia Siderúrgica Nacional (CSN) para discutir uma ação conjunta, mas recuou ao avaliar a perda bilionária sem o prêmio da oferta pública de aquisição (OPA) versus o potencial desgaste com a Comissão de Valores Mobiliários (CVM). A CSN, de Benjamin Steinbruch, também acionista da Usiminas, acabou levando à frente a ação.

##RECOMENDA##

Como minoritária, a Previ poderia receber em uma OPA 80% dos R$ 36,00 pagos pela Techint por cada ação da Usiminas em novembro de 2011. Levando em conta o total de ações ON em mãos do fundo e a cotação atual do papel - R$ 9,92 na última sexta-feira (22) -, a fundação deixa de ganhar em torno de R$ 1 bilhão sem a oferta da Techint/Ternium. O ágio pago pela empresa argentina, na época, foi de mais de 80% na compra das ações detidas por Votorantim/Camargo Corrêa na companhia mineira.

Por outro lado, a decisão de recorrer à Justiça embutiria o custo político de questionar a análise da CVM. Em abril do ano passado, a autarquia se manifestou sobre o caso e concluiu que a compra e venda de ações da Usiminas não resultou em mudança relevante no bloco de controle. E entendeu que não havia margem para uma oferta pública de aquisição de papéis de acionistas minoritários. O colegiado da CVM destacava que o grupo formado por Votorantim e Camargo Corrêa não detinha participação majoritária no bloco de controle original. E que a Techint/Ternium não ultrapassou a participação do Grupo Nippon, que se manteve como o maior acionista dentro do grupo controlador. Também considerou que o novo acordo de acionistas manteve, na essência, os princípios de governança do original.

Antes da chegada dos argentinos, a Usiminas enfrentou um período difícil em sua gestão. Em março de 2010, a empresa teve que lidar com a conturbada saída de Marco Antônio Castello Branco da presidência, menos de dois anos após assumir o comando da siderúrgica. Com estilo considerado agressivo, o executivo perdeu o cargo por divergências com acionistas e funcionários.

Tudo indica que a Previ, quando desistiu da via judicial, tenha optado por dar um voto de confiança aos novos gestores da Usiminas e esperar que haja geração de valor para seus papéis no longo prazo, o que pode significar mais dez ou 15 anos. "A Previ é um investidor institucional financeiro e está dando crédito a uma nova administração", disse uma fonte ligada ao fundo.

Para um ex-executivo da Previ, deveria pesar mais a proteção do patrimônio do fundo na decisão de brigar ou não pela oferta pública. No mercado, há quem avalie que o cálculo da fundação levou em conta possíveis vendas futuras de participações da Previ em empresas nas quais integra o bloco de controle.

O argumento é que, se a Justiça acatar a tese de que a operação na Usiminas gerou troca de controle - por conta do elevado ágio e por dar mais poderes ao novo acionista - e disparar a OPA, o precedente pode se voltar contra a Previ no futuro. "Isso poderia até dificultar a busca por interessados em suas participações, já que quem paga pela OPA é o comprador. Mas a Previ teria mais a ganhar agora, como minoritária, do que perder", afirmou o executivo, que preferiu não ter seu nome revelado.

A decisão de não seguir a estratégia agressiva do presidente da CSN, Benjamin Steinbruch, está de acordo com o que prega o fundo. Ao tratar de resolução de conflitos com acionistas em seu código de governança corporativa, a Previ recomenda que "os envolvidos devem buscar a cooperação e a utilização de mecanismos facilitadores para evitar divergências". O fundo recomenda o uso de canais como a mediação e a arbitragem como alternativa à Justiça comum.

Segundo uma das fontes ouvidas, pesaram contra uma participação da Previ no pleito judicial, as motivações comerciais de Steinbruch. O executivo tentou chegar ao controle da companhia por meio de compras graduais de ações com direito a voto em Bolsa. A chegada da Techint enterrou de vez suas pretensões.

A análise dentro da Previ é que a decisão de Steinbruch de ir à Justiça é mais uma forma de protesto contra a nova acionista do que a busca por um direito. Além disso, a CSN e a Techint estão em uma queda de braço pela Companhia Siderúrgica do Atlântico (CSA) e a condenação da argentina a realizar a OPA poderia reduzir seu poder de fogo. Estrategicamente a deliberação da Previ pode ser tão mineira quanto a própria Usiminas, já que uma decisão judicial favorável à CSN estenderia a oferta pública a todos os demais minoritários.

Donos de participações relevantes em grandes corporações, os fundos de pensão podem ser atores relevantes para o avanço da sustentabilidade na economia. A avaliação é do diretor de investimentos da Previ, Renê Sanda, que afirma que o fundo de pensão dos funcionários do Banco do Brasil leva em conta critérios de sustentabilidade em suas decisões de investimento e já descartou a compra de participações em empresas consideradas pouco sustentáveis.

"Somos uma parte importante dessa transformação. Os fundos de pensão, em muitos casos, participam do controle acionário das empresas. A Previ sozinha tem mais de 200 integrantes de conselho de administração e fiscal de empresas", afirmou Sanda, durante o Fórum de Sustentabilidade Corporativa Rio+20, no Rio de Janeiro. A ideia da Previ é treinar (e cobrar) esses conselheiros para que sejam ativos em levar os conceitos de sustentabilidade a essas empresas.

##RECOMENDA##

Sana considera injustas as críticas de ambientalistas a companhias e empreendimentos em que a Previ detém participação (mesmo que indireta), caso da Vale e da usina hidrelétrica de Belo Monte. No início do ano a mineradora brasileira foi eleita a pior empresa do mundo pelo "Public Eye People's", premiação realizada pelo Greenpeace da Suíça e pela ONG Declaração de Berna, e que escolhe as empresas com pior atuação em relação aos direitos humanos e ao meio ambiente.

"A gente está muito satisfeito com a forma como a Vale trata a questão ambiental. Nós sócios da Vale entendemos que ela não merecia esse prêmio", disse. A Vale é também sócia minoritária da alemã ThyssenKrupp na Companhia Siderúrgica do Atlântico (CSA), que já foi multada em mais de R$ 3 milhões por autoridades ambientais do estado do Rio desde o início de suas operações, em 2010. A empresa teve também que se comprometer a investir R$ 14 milhões para reparar danos a comunidade no entorno da usina, em Santa Cruz (RJ).

Sobre Belo Monte, Sanda afirmou que a Previ participou ativamente da estruturação do projeto que considera um benchmark (modelo) em termos de compromisso de sustentabilidade. "É um dos menores impactos ambientais para o benefício que a hidrelétrica nos traz".

Sana elencou alguns dos critérios da Previ. No caso de ativos imobiliários, por exemplo, o fundo só investe em edifícios com certificações verdes. A Previ, disse, só contrata gestores de private equity que consideram seguir os Princípios do Investimento Responsável (PRI) e usou o critério "verde" como excludente ao avaliar o investimento em debêntures de infraestrutura.

"Já há um consenso de que do ponto de vista do longo prazo investimentos considerados verdes são menos arriscados. O dilema agora que se vive é para investimentos mais de curto prazo, como fundos de investimento e DTVMs", afirmou Sana.

Carteira

A queda da taxa básica de juros (Selic) deve ajudar a Previ a ter um superávit em renda fixa, aponta Sana. "Toda a indústria de fundos de pensão terá um resultado muito bom em renda fixa porque estamos posicionados em ativos de longo prazo NTN-B e como a curva de juros caiu muito quando você marca a mercado tem um ganho expressivo", explicou, lembrando que o resultado deve ser ruim para carteiras atreladas ao CDI.

Em busca de diversificação de sua carteira, a Previ tem como alvo o investimento na área imobiliária. De acordo com Sana a meta é, em cerca de 5 anos, elevar o porcentual investido no segmento dos atuais 4,5% para 7% do total de ativos da Previ, hoje de cerca de R$ 160 bilhões. A Previ descarta investir em prédios residenciais e focará em edifícios comerciais, participação em shoppings e empreendimentos logísticos. (Mariana Durão)

O vice-presidente de Varejo, Distribuição e Operações do Banco do Brasil, Dan Conrado, foi escolhido nesta sexta-feira, no Rio, para comandar o fundo de pensão dos funcionários do BB, a Previ, informou o banco público em comunicado.

Dan Conrado é bacharel em direto, carioca, tem 47 anos, funcionário de carreira do BB desde 1980, onde tomou posse como menor aprendiz. No banco público, ocupou funções de administrador de agência, superintendente e foi responsável pelo integração do BB com a Nossa Caixa, comprado do governo paulista em 2008. Além disso, atuou como conselheiro des empresas como Weg, Celesc e Brasilprev.

##RECOMENDA##

Em reunião realizada nesta sexta-feira no Rio, o Conselho Deliberativo da Previ elegeu Conrado para o mandato 2010-2014, segundo a nota do BB. O nome de Conrado já vinha sendo cogitado para comandar a Previ. Na noite de quinta-feira a Agência Estado antecipou que o executivo seria o substituto de Ricardo Flores, atual presidente do fundo.

Flores deixa o cargo no dia 1º de junho por decisão da presidente Dilma Rousseff, após uma disputa por poder contra o presidente do Banco do Brasil, Aldemir Bendine, seu antigo colega de banco. Já Conrado é aliado de Bendine.

No dia 11, o presidente da Brasilprev, Sergio Rosa renunciou ao cargo para cuidar de questões familiares. Rosa foi presidente da Previ antes de Flores. Agora, especula-se que Flores vai assumir o comando da Brasilprev.

Leianas redes sociaisAcompanhe-nos!

Facebook

Carregando