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A promessa de tarifas de pedágio de 40% a 50% mais baratas do que as pagas até novembro do ano passado no Paraná foi abandonada pelo governador e candidato à reeleição, Ratinho Junior (PSD). No plano de governo registrado no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) consta que o foco de seu eventual segundo governo seria "o equilíbrio entre tarifa justa e obras necessárias". As novas concessões rodoviárias devem ter início em 2023 no Estado. No momento, as cancelas das praças de pedágio estão abertas e sem cobrança.

"O anúncio das tarifas com estes porcentuais foi feito em agosto de 2021, com a estimativa dos estudos da época. Desde então, os estudos passaram por atualizações na ANTT (Agência Nacional de Transportes Terrestres)", afirmou a campanha, em nota.

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Mesmo assim, Ratinho Jr., que lidera as pesquisas de intenção de voto para o governo, disse que a "expectativa é de diminuição dos valores em relação aos preços que eram praticados, com a garantia da realização de um grande pacote de obras". Segundo o plano de governo, o projeto de concessão prevê investimento de R$ 42 bilhões em 3,3 mil quilômetros de rodovias estaduais e federais. Pela nova proposta, haverá aumento de tarifa em 15 praças de pedágio.

Nove meses após o fim das antigas concessões, que duraram 25 anos, os leilões para a exploração das rodovias ainda não têm data definida para ocorrer. Os contratos vencidos foram alvo de investigações do Ministério Público por suspeitas de corrupção. Até agora, a documentação para os editais dos dois primeiros dos seis lotes estão em avaliação pela ANTT e pelo Tribunal de Contas da União (TCU). A expectativa dos órgãos é a de que os contratos desses lotes sejam assinados no primeiro trimestre do ano que vem.

A não prorrogação dos contratos foi uma opção do governador, que ainda poderia ter criado pedágio com tarifa de manutenção até as novas concessões, proposta defendida pelo principal adversário na corrida ao Palácio Iguaçu, Roberto Requião (PT). A decisão de Ratinho Jr. foi pela abertura das cancelas até que fosses realizados os leilões dos novos lotes pelo Ministério da Infraestrutura, por 30 anos.

Com o fim da atuação das concessionárias, a manutenção das rodovias federais está com o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit). Já as rodovias estaduais estão sob a administração do Departamento de Estradas de Rodagem do Paraná (DER/PR). Desde agosto de 2021, os preços das tarifas que vão a leilão do primeiro lote aumentaram em 29,7% pela ANTT, o que ocorreu em maio deste ano. Em julho, houve correção dos valores do segundo lote, que tiveram acréscimo de 23,3% nas tarifas. As correções podem deixar as tarifas ainda mais caras do que eram pagas.

Na praça de pedágio da BR-277 em Balsa Nova, na região de Curitiba, por exemplo, antes do fim da concessão a tarifa para carros era de R$ 9,60. O preço divulgado pelo governo para ir a leilão foi de R$ 8,01. Porém, com a atualização, subiu para R$ 10,33. Esse não é o valor final, pois ainda terá o desconto oferecido em leilão.

PROPOSTAS

Apesar de publicamente Requião defender uma tarifa de manutenção, a proposta não é citada no plano de governo. O candidato do PDT, Ricardo Gomyde, fala em promover "preço de tarifa justo e que possa ser arcado pela população e o setor produtivo". Professora Angela (PSOL) e Vivi Motta (PCB) prometem o fim do pedágio.

Joni Correia (DC) defende a criação de um "serviço social autônomo" para administrar a manutenção das rodovias por meio de concessões. Na mesma linha, Professor Ivan (PSTU) quer tirar a administração das estradas dos "grandes empresários" e garantir um plano de obras públicas para manutenção e melhorias das rodovias. Solange Bueno (PMN) diz que a prioridade número um é "abrir a caixa preta do pedágio" e ter preços honestos. Já Adriano Teixeira (PCO) não trata dos pedágios no plano de governo.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Aliado de Jair Bolsonaro na eleição do ano passado, o governador do Paraná, Ratinho Jr (PSD), afirmou que as declarações polêmicas dos filhos do presidente da República podem ser uma estratégia de seu grupo político. "Eles (filhos) têm pautado a imprensa. Mal ou bem, goste ou não, é isso que tem acontecido. Acho que muito é da personalidade, mas não sei se até certo ponto isso não é uma estratégia."

Em entrevista ao jornal O Estado de S. Paulo, o governador criticou, sem citar o presidente, políticos que priorizam redes sociais. Além disso, avaliou ainda que uma mudança de entendimento do Supremo Tribunal Federal (STF) sobre a prisão em segunda instância seria um "retrocesso para a sociedade" e disse que, se o objetivo é soltar o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, a Corte deveria julgar apenas o caso do petista. A seguir os principais trechos da entrevista.

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Na contramão do Brasil, que passa por um forte processo de desindustrialização, o Paraná teve crescimento de 6,5% na produção industrial este ano. A que o senhor atribui este número?

O que está chamando muita atenção é a nossa infraestrutura. Queremos fazer do Paraná a central logística da América do Sul. O maior pacote de concessão de rodovias vai ser do Paraná com 4,1 mil quilômetros, quatro novos aeroportos no Estado, a modernização do porto de Paranaguá, ampliação da pista do aeroporto de Foz do Iguaçu e temos mais três portos privados que já estão com licença da Antaq. Aí a gente passa a ser um gigante dos portos do Brasil. Tudo com investimento privado.

Como o senhor vê o pacote econômico apresentado pelo governo e a repactuação da federação?

A intenção é boa. É um pacote robusto e audacioso. Não sei se consegue ser aprovado na integralidade. É um debate profundo, mas o pacto federativo é algo que tem que ser debatido no Brasil. A centralização de recursos no governo federal tem feito mal para os municípios e Estados. Isso atinge diretamente o cidadão lá na ponta. Precisamos criar mecanismos de descentralização não só na parte financeira mas também na administrativa. É uma discussão macro que mexe na reestruturação da lógica administrativa no País.

O senhor vê algum ponto negativo no pacote?

Não vi detalhes. Talvez um ponto mais discutível é a diminuição do número de municípios mas não é nem pelo ponto racional e sim pela polêmica na Câmara.

Com o é sua relação com o governo federal?

É boa. O governo tem ajudado muito o Paraná e eu seria ingrato se não externar isso. É uma ajuda financeira? Não. Mas é uma relação de apresentar propostas e alternativas que podem agilizar o trabalho. Os ministros têm nos dado atenção até porque sabem que o Paraná vem fazendo a lição de casa. E acho que o governo tem que trabalhar a distribuição de qualquer tipo de investimento em cima da meritocracia. Não é justo que quem não faz a lição de casa tenha o tratamento melhor do que quem fez.

As declarações dos filhos do presidente em redes sociais ou entrevistas, como a fala de Eduardo sobre o AI-5, prejudicam o andamento das pautas que realmente interessam ao País?

Mais do que uma opinião, isso merece uma reflexão. Temos que ver se algumas declarações não são estratégicas no dia a dia deles. Isso não é uma estratégia?

Estratégia de mobilização?

Quem é a oposição ao Bolsonaro hoje? Fale um nome. O Lula preso sem poder ser candidato? Não tem oposição. Por que? Eles têm pautado a imprensa. Mal ou bem, goste ou não, é isso que tem acontecido. Acho que muito é da personalidade, mas não sei se até certo ponto isso não é uma estratégia. Tem exageros de ambos os lados. Tem alguns momentos em que há exagero na base, mas às vezes também há exagero da imprensa de querer dar uma importância para uma declaração que não é tão importante.

O senhor é governador do Estado onde a Lava Jato é mais importante. Como o senhor avalia a operação? E a possibilidade de pessoas como Sérgio Moro e Deltan Dallagnol serem candidatos?

A Lava Jato foi importante para o Brasil porque expôs as vísceras da corrupção. Não é que a corrupção não existisse, ela existia, talvez não no volume dos governos do PT, mas nunca poderosos tinham ido para a cadeia. Pode ter exageros? Pode sim. Mas ela trouxe muito mais benefício do que malefício para a sociedade. Moro é um dos principais nomes para a Presidência da República se tivesse uma eleição hoje, pela história dele na Lava Jato. Não sei se é da vontade deles ser políticos de mandato. Deltan também, mas em outra escala. São grandes nomes.

O senhor já viu em algum outro momento um debate eleitoral tão precoce como agora?

Penso que primeiro nós somos eleitos para fazer o dever de casa, com o qual nos comprometemos um ano atrás. Qualquer coisa que é colocada para se discutir três anos e meio antes é falta de compromisso com a população que nos elegeu.

No mundo das redes sociais essa disputa não é feita todo dia?

É uma bobagem pensar assim. A construção de um líder é feita ao longo de sua trajetória, não com vídeo no Facebook.

O senhor é um político jovem mas que está em um partido tradicional, o PSD. Como o senhor vê os movimentos de renovação da política?

Sempre é muito bom. Chegou o momento em que era necessário uma nova geração de políticos. Não falo de idade, tem políticos com uma idade já avançada, mas cabeça moderna. Mas só faz política quem está em partido. Você entra em um partido e vira político. O problema não está na política. Você pode fazer política em partido tradicional com uma nova roupagem, novo pensamento, novo fazer. É o que estamos fazendo. Falando com os deputados, falando com o presidente da Assembleia, falando com políticos. Qual o problema nisso? O que não pode é malandragem.

O STF volta nesta quinta-feira volta a julgar o entendimento sobre a prisão após condenação em segunda instância e ainda tem na pauta outros julgamentos que devem interferir na execução do ex-presidente Lula. Como o senhor vê isso e qual o impacto para o Paraná?

Acho um retrocesso para a sociedade tirar a prisão em segunda instância. Se estão criando algum ambiente para que o Lula possa ir para casa, possa sair, possa ter a sua liberdade constitucional, faça isso com o Lula. Vai soltar milhares de pessoas, nem sei quantas, algumas condenadas por crimes perigosos? Não dá para criar um grande problema para a sociedade se o objetivo é resolver uma situação. Acho que juridicamente o Lula já podia estar em casa. (Colaborou Eduardo Kattah)

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

A última pesquisa Ibope/Estadão/TV Globo antes da eleição, divulgada ontem indica que Ratinho Junior (PSD) deve vencer o pleito para governador do Paraná já no primeiro turno. Ele aparece com 57% dos votos válidos, seguido da governadora e candidata à reeleição Cida Borghetti (PP), com 18%, e do deputado federal João Arruda (MDB), que aparece com 13%.

Na sequência do levantamento estão Dr. Rosinha (PT), com 5%; e Ogier Buchi (PSL), com 3%. Piva (PSOL), Priscila Ebara (PCO) e Professor Jorge Bernardi (REDE) aparecem com 1% das intenções de voto cada um. Geonísio Marinho (PRTB) e Professor Ivan Bernardo (PSTU) não pontuaram nesse último levantamento. A margem de erro de três pontos porcentuais para mais ou para menos.

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Considerando os votos totais, ou seja, sem excluir os brancos, nulos e indecisos, Ratinho tem 50% das intenções de voto, seis pontos porcentuais a mais que no último levantamento Ibope, do final de setembro. Cida Borghetti e João Arruda oscilaram dentro da margem de erro em relação à última pesquisa do instituto. Ela passou de 17% para 16%; e ele de 10% para 13%.

Dr. Rosinha tem 5% e Ogier Buchi, 2%. Piva e Priscila Ebara têm 1% cada um. Professor Ivan Bernardo, Professor Jorge Bernardi e Geonísio Marinho não pontuaram. Brancos e nulos somaram 6%. Não souberam ou não opinaram também foram 6%.

Dr. Rosinha aparece com o maior porcentual de rejeição: 24%, seguido da governadora Cida Borghetti, com 18%. Ratinho tem 13% e João Arruda, 12%. Os demais tiveram rejeição menor que 10%. Os eleitores que poderiam votar em qualquer dos candidatos somaram 14%. Não sabem ou preferiram não opinar, 23%.

Segundo turno

Nas simulações de segundo turno, Ratinho venceria em todos os cenários, segundo o Ibope. Contra Cida Borghetti, ele teria 61% das intenções de voto e a governadora, 25%. Ele venceria do candidato do MDB, João Arruda, com 65% contra 22% das intenções de voto.Num eventual segundo turno entre Cida e Arruda, a governadora teria 45% das intenções de voto contra 33% do emedebista.

Foram ouvidos 1.512 eleitores entre os dias 4 e 6 de outubro. Registro no TRE: Nº PR-07265/2018. Registro no TSE: Nº BR-05835/2018. O nível de confiança é de 95%. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Com 43,30% das seções apuradas em Curitiba, o candidato do PSC à prefeitura, Ratinho Júnior, aparece na liderança com 148.388 votos, ou 35,48% dos votos válidos, seguido por Gustavo Fruet (PDT), com 26,89%, ou 112.456 votos. Em terceiro lugar, vem Luciano Ducchi (PSB), com 25,89% dos votos válidos. Os números são Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

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