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A Câmara dos Deputados deu início a sessão deliberativa desta quarta-feira (26) que pode analisar a proposta de reforma trabalhista (PL 6787/16) aprovada na comissão especial nessa terça (25). O texto, que tramita em regime de urgência e pode ser discutido e votado ainda hoje pelos deputados, é o último substitutivo proposto pelo relator da matéria, deputado Rogério Marinho (PSDB-RN). 

A matéria é alvo de diversas polêmicas por modificar a legislação trabalhista. No começo da sessão, o líder do PT, deputado Carlos Zarattini (SP), apresentou um requerimento que pede a retirada do texto de pauta. 

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Ao encaminhar favoravelmente a retirada de pauta, o líder da Rede, deputado Alessandro Mollon (RJ), disse que Câmara está prestes a analisar uma reforma trabalhista que, na opinião dele, “ataca diretamente direitos conquistados pelos trabalhadores” ao longo de décadas.

“Alguns parlamentares vão dizer que nenhum direito está sendo retirado. Mentira! Quem votar nessa reforma, vai votar pela sua demissão, trabalhador, e pela sua recontratação como empregado terceirizado com menos direitos, sem direito a vale-refeição, a plano de saúde e podendo ganhar salário menor”, alertou Mollon. “ Vamos lutar o dia inteiro para impedir a votação dessa proposta”, cravou.

Já o deputado Silvio Torres (PSDB-SP) desafiou Mollon e disse que vai ficar o dia todo em Plenário esperando que o deputado da Rede aponte quando algum direito constitucional esteja sendo mudado na reforma trabalhista. “Aí nós vamos saber quem está mentindo para o povo, quem está usando a mentira porque não tem argumento para votar contra a reforma”, provocou Torres. 

Os deputados estão analisando o requerimento. Movimentos sociais, centrais sindicais e associações de diversos setores acompanham a sessão. 

Pontos da matéria

O projeto permite que a negociação entre empresas e trabalhadores se sobreponha a lei em pontos como parcelamento das férias em até três vezes, jornada de trabalho de até 12 horas diárias, plano de cargos e salários, banco de horas e trabalho em casa.

Além disso, também proíbe uma empresa de recontratar, como terceirizado, o serviço de empregado demitido por essa mesma empresa. Entre outras alterações pontuais, o relator decidiu retirar categorias regidas por legislação específica, como os aeroviários, da lista de trabalhadores que podem ser contratados por meio de contratos de trabalho intermitente.

A reforma trabalhista precisa de maioria simples de votos para ser aprovada. A oposição continua tentando impedir a votação da proposta apresentando uma série de requerimentos e questões de ordem. A proposta, inclusive, é tema de manifestações previstas para acontecer em todo o país na próxima sexta-feira (28). 

Acompanhe:

*Com a Agência Câmara

A Câmara dos Deputados derrotou nessa quarta-feira (28) o governo e aprovou um pedido da oposição para retirada de pauta do projeto de lei que cria o regime especial de tributação para repatriação e regularização de ativos de brasileiros mantidos no exterior. Foram 193 votos a favor, 175 contra e uma abstenção.

Deputados do PSDB, PSB, DEM, Solidariedade, PCdoB, PPS, Rede, PV e PSOL orientaram a retirada de pauta alegando que o texto final do relator Manoel Júnior (PMDB-PB) ainda estava indisponível. "O governo não basta mandar uma imoralidade (para o Congresso). Quer que votemos no escuro", protestou o deputado Roberto Freire (PPS-SP). Quando o placar foi anunciado, os parlamentares de oposição comemoraram com gritos de "Fora PT".

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O presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), encerrou a sessão e abriu outra em seguida, pautando novamente o projeto, mas o clima se acirrou na Casa.

A oposição contestava pontos polêmicos do texto, como a possibilidade da regularização de crimes como lavagem de dinheiro, quadrilha e aqueles cometidos por doleiros. Em conversa com o Estado, o relator, disse que retiraria esses pontos polêmicos do relatório para viabilizar a aprovação na próxima semana.

O início da sessão ontem na Câmara foi caótico. De um lado, o líder do governo na Casa, José Guimarães (PT-CE), pediu que o projeto fosse votado na próxima terça-feira.

Contas públicas

Guimarães solicitava que o projeto fosse votado, dada a importância que ele terá para as contas públicas - o texto foi inicialmente fechado pelo ministro da Fazenda, Joaquim Levy, que avalia ser possível atrair até R$ 150 bilhões com a regularização de dinheiro e patrimônio de brasileiros mantidos fora do País.

De outro lado, parlamentares da oposição (PSDB, DEM, PPS, PSOL, PSB, Solidariedade, PV e Rede) e também da base aliada (PC do B) sustentando que o projeto visa livrar criminosos. "Esse projeto parece servir para regularizar a situação de réus ou de investigados da Operação Lava Jato", disse o deputado Miro Teixeira (Rede-RJ).

O presidente da Câmara é um dos parlamentares investigados na Lava Jato por crimes de lavagem de dinheiro e evasão de divisas. Recentemente, o Ministério Público da Suíça passou à Procuradoria-Geral da República documentação bancária apontando ser Cunha o responsável por contas em bancos da Suíça que não foram declaradas no Brasil.

Antes de abrir a sessão, Cunha foi questionado sobre o projeto, que se aprovado poderia beneficiá-lo. "Isso é um absurdo. Em primeiro lugar, o projeto é oriundo do Poder Executivo. Não estou tomando conhecimento do que está acontecendo. Não me beneficio nem pretendo me beneficiar de absolutamente nada."

'Plano B'

Considerado como uma espécie de "plano B" para a CPMF pelo potencial de atração de recursos, o projeto prevê a cobrança de uma alíquota de 15% de Imposto de Renda (IR) e outros 15% de multa, totalizando uma cobrança de 30%, sobre o dinheiro ou o patrimônio de brasileiros no exterior. O prazo para regularização, segundo o projeto, é de 210 dias.

O dinheiro que será arrecadado com a multa, pelo projeto, será encaminhado para os fundos de Estados e municípios, como FPE e FPM, respectivamente. Originalmente, o dinheiro formaria o fundo para a reforma do ICMS, considerada prioritária por Levy. A mudança desagradou o ministro da Fazenda, que, no entanto, continua considerando o texto prioritário, porque precisa dos recursos para fechar as contas públicas em 2016.

Segundo o deputado Daniel Coelho (PSDB-PE), "é como se o Estado brasileiro estivesse cobrando propina para liberar crimes". As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Após a prisão dos dez vereadores, em Caruaru, o chefe do Executivo municipal, José Queiroz (PDT), decidiu retirar os projetos que havia encaminhado para a Câmara. A posse dos vereadores suplentes foi nesta quinta-feira (19) e a medida tomada pelo governo visa dar "melhores condições de tempo para a devida avaliação" das propostas, sem que volte a ocorrer chantagens.

Os projetos retirados dispõem sobre a reestruturação do Conselho Tutelar do município e sobre o perímetro escolar nos estabelecimentos de ensino localizados no município.  A Polícia Civil realizou a operação Ponto Final na última quarta (18), os presos são acusados de cobrar propina do Executivo Municipal e de empresários, em troca da aprovação de Projetos de Lei, na Câmara de Vereadores. A Prefeitura também emitiu uma nota sobre o assunto, onde afirma que não aceitou nenhuma das propostas dos parlamentares, contribuiu para as investigações e que confia na Polícia Civil.

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Confira o texto na íntegra:

Considerando os recentes acontecimentos que tanto chocaram a opinião pública da cidade, o Governo Municipal vem a público esclarecer sua posição a respeito da cena política local, tendo em vista as responsabilidades do Poder Executivo para com o povo de Caruaru.

1. A entrevista coletiva do delegado da Polícia Civil, Erich Lessa, no Recife, na manhã desta quinta, (19), deixou claro que a Prefeitura não aceitou, hora nenhuma, as pressões de vereadores para negociar vantagens em troca da aprovação de projetos encaminhados pelo Executivo;

2. Conforme a mesma autoridade, a Prefeitura colaborou com as investigações e continuará a colaborar com a Justiça, com o Ministério Público e com a Polícia, sempre no interesse de combater a corrupção e as práticas não republicanas na política.

3. Vale destacar, ainda, que a Polícia Civil vem investigando as condutas suspeitas de parlamentares municipais há mais de seis meses, a partir de denúncias e declarações amplamente divulgadas na imprensa local.

4.  Por último, a Prefeitura de Caruaru afirma sua confiança no trabalho da Polícia Civil e  da Justiça, reservando-se o direito de só se pronunciar sobre o assunto após o encerramento de todos os procedimentos legais cabíveis.

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