O Brasil já tem a sua primeira medalha de ouro nos Jogos de Londres. E ela veio pelas mãos da judoca Sarah Menezes, que venceu cinco lutas neste sábado na Excel Arena e se sagrou campeã olímpica da categoria ligeiro, de até 48kg. O ouro é o primeiro do judô feminino brasileiro e encerra um jejum de duas décadas sem o hino do Brasil tocar no judô olímpico.
Na final, Sarah Menezes encontrou uma freguesa, a romena Alina Dumitru, que carregava consigo o status de então campeã olímpica. A adversária, porém, lutou com o ombro direito aparentando estar lesionado, e a piauiense de 22 anos não teve vergonha nenhuma de atacar exatamente aquele braço.
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Após dominar a luta desde o início, Sarah conseguiu o primeiro yuko no último minuto. Depois, a poucos segundos do estouro do cronômetro, ela acertou um wazari e partiu para o estrangulamento. Mas aí a luta chegou ao seu quinto minuto e não restava nada mais à brasileira senão comemorar o ouro.
Até este sábado, a única medalha do judô feminino brasileiro havia sido conquistado por Ketleyn Quadros, bronze na categoria até 57kg em Pequim/2008. Sarah também se juntou a Aurélio Miguel e Rogério Sampaio como brasileiros campeões olímpicos no judô, encerrando um hiato de vinte anos, desde os Jogos de Barcelona/1992.
Medalhista de bronze nos últimos dois Campeonatos Mundiais, em Paris (2011) e Tóquio (2010), Sarah só faturou um Grand Slam no ciclo olímpico, em Moscou, este ano, vencendo Dumitru. Ela, porém, subiu ao pódio com regularidade no circuito, somando duas pratas e quatro bronzes em Grand Slam, três ouros e duas pratas em etapas da Copa do Mundo. Na Olimpíada de Pequim, ela foi eliminada logo na estreia, pela húngara Eva Csernoviczki.
A Londres ela chegou como terceira do ranking mundial, mas como as duas que estavam à sua frente eram japonesas, só uma foi à Grã-Bretanha: Tomoko Fukumi. Entretanto, a japonesa, favorita ao ouro, foi eliminada nas semifinais por Dumitru, para felicidade de Sarah. A brasileira já havia vencido a romena, somente este ano, na final do Grand Slam de Moscou, durante Grand Slam de Paris e também no Masters de Almaty (Casaquistão).
CAMPANHA - Até chegar à semifinal em Londres, Sarah só precisou acertar dois golpes. De resto, contou com punições para as adversárias. Na estreia, ela teve trabalho diante da vietnamita Ngoc Tu Van, apenas a 59.ª do ranking mundial. Conseguiu um yuko logo de início, mas depois apenas controlou para que a rival não golpeasse. No fim da luta, a asiática acabou advertida duas vezes, sofreu o segundo yoko, e viu Sarah só administrar o resultado no fim.
Na luta seguinte, a brasileira voltou a fazer um confronto complicado, diante da francesa Laeticia Payet, 12.º do ranking mundial, e só conseguiu acertar um golpe faltando 19 segundos para o fim da luta. O yuko garantiu a vitória para Sarah.
Nas quartas de final, Sarah encarou a chinesa Shugen Wu, nona melhor do mundo e atual vice-campeã da Ásia. E logo a brasileira pontuou, aproveitando-se de duas advertências para a rival. Nos instantes finais foi a vez de a piauiense ser passiva demais, ser advertida, mas nada que impedisse a vitória.
Depois, na semifinal, Sarah enfrentou na semifinal a belga Charline van Snick que está uma posição abaixo dela no ranking. Na base do contra-ataque, conseguiu um yuko na metade da luta e, com experiência, garantiu a vitória pela pontuação mínima.