A violência conjugal é um ato "quase satânico", afirmou o papa Francisco em uma entrevista à televisão italiana, durante a qual destacou a "dignidade" das vítimas, um número que aumentou durante a pandemia.
"Tantas mulheres que foram abusadas e agredidas dentro de seu lar, inclusive por seus maridos", declarou o pontífice em um programa especial exibido no domingo à noite pelo canal TG5, que convidou quatro pessoas com uma vida difícil para o encontro.
"Para mim, este é um problema quase satânico, porque é aproveitar-se da fragilidade de alguém que não pode se defender", declarou o papa durante a exibição de "Francisco e os invisíveis".
No programa, o pontífice conversou com uma mãe que teve que abandonar sua casa com os filhos para escapar da violência.
"Vejo muita dignidade em você, porque se você tivesse perdido sua dignidade não estaria aqui", acrescentou o papa.
O número de casos de violência em casa aumentou com a crise de saúde e os confinamentos. Desde janeiro, 112 mulheres foram assassinadas na Itália, segundo o ministério do Interior, e na metade dos casos o responsável foi o marido, o companheiro ou um ex-companheiro.
O papa, que completou 85 anos na sexta-feira, criticou em várias ocasiões as violências contra as mulheres, que em 2020 classificou de uma "profanação".