Tópicos | sondagem

As famílias estão cada vez mais endividadas, e pagar essa conta tem ficado mais difícil. É o que mostra um recorte especial da Sondagem do Consumidor da Fundação Getúlio Vargas (FGV) apurado no mês passado. De acordo com os dados, 11,4% das famílias tinham contas com atraso superior a 30 dias em junho deste ano, ante 9% em igual mês de 2012 e 2013. Na baixa renda, a dificuldade em equilibrar as contas no orçamento é ainda maior: 20% dos consumidores com renda familiar mensal de até R$ 2,1 mil estão inadimplentes.

A pesquisa, realizada em sete capitais brasileiras e obtida com exclusividade pelo Broadcast, serviço de notícias em tempo real da Agência Estado, engrossa as estatísticas de diferentes instituições que apontam na direção de um endividamento mais elevado entre os brasileiros. Por trás disso estão inflação alta, menor avanço da renda, desaceleração no mercado de trabalho e aumento dos juros.

##RECOMENDA##

O horizonte de 30 dias é menor que o usado na inadimplência apurada pelo Banco Central (90 dias), mas a economista Viviane Seda, coordenadora da Sondagem, afirma que o resultado pode sinalizar continuidade do aumento de inadimplentes. Em maio, o indicador do BC subiu a 6,7%, após três meses em 6,5%.

Na pesquisa da FGV, o porcentual de famílias endividadas cresceu de 59,2% em junho do ano passado para 60,7% em igual mês deste ano. Houve avanço relevante entre os que têm mais de 10% da renda comprometida com compras parceladas, de 27,4% para 29,8%. Cerca de um terço das famílias disse não ter dívidas, e 3,8% não souberam informar.

Na baixa renda, a fatia de endividados é menor, mas eles são os que mais atrasam os vencimentos. "É uma questão de orçamento. Boa parte já é comprometida com compras que não podem ser parceladas. Eles não têm muita capacidade de compra, e ainda tem consumidor extrapolando", diz Viviane. Segundo ela, 1,1% dessas famílias tem dívidas cujas parcelas somadas superam a renda mensal. As dívidas de curto prazo também ganharam espaço. Compras parceladas em até seis meses retratam a situação de 82,3% dos consumidores de todas as faixas de renda.

Freio

Com o cenário menos favorável, a saída tem sido acionar o freio. No primeiro trimestre, o consumo das famílias medido no Produto Interno Bruto (PIB) recuou 0,1% em relação aos últimos três meses do ano passado - menor resultado desde o terceiro trimestre de 2011. Além disso, o varejo teve retração nas vendas em três dos cinco primeiros meses deste ano.

"No curto prazo, é difícil organizar o orçamento. Não existe no ambiente econômico nenhuma sinalização favorável. Mas como os consumidores estão mais cautelosos diante da inflação elevada e do crédito mais caro, pode ser que o ajuste seja feito", disse Viviane. Os duráveis devem ser os mais afetados, mas o varejo como um todo sentirá os efeitos.

"As vendas no varejo devem seguir em desaceleração à medida que a política monetária ainda está por se fazer sentir plenamente. O mercado de trabalho e as expectativas também seguem mostrando sinais de arrefecimento", avaliam os economistas José Francisco de Lima Gonçalves e Júlia Araújo, do Banco Fator.

Diante do quadro, a Confederação Nacional do Comércio de Bens e Serviços (CNC) revisou para baixo sua previsão de crescimento para as vendas no varejo, agora em 4,5% para este ano. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O mês de março foi melhor que fevereiro para a indústria brasileira, conforme aponta o estudo Sondagem Industrial, divulgado nesta tarde de quarta-feira (23), pela Confederação Nacional da Indústria (CNI). O indicador de evolução da produção fechou março com 48,8 pontos, ante 48,3 pontos em fevereiro. O indicador varia no intervalo entre zero e cem, sendo que números acima de 50 pontos indicam aumento da produção frente ao mês anterior. Indicador abaixo dos 50 pontos significa queda.

Março, portanto, continuou no território negativo - abaixo de 50 pontos. Em março de 2013, o nível de atividade havia alcançado a marca de 52,9 pontos. A utilização da capacidade instalada (UCI) caiu de 72%, em fevereiro, para 71%, em março. A UCI efetiva em relação à UCI usual ficou em 42,9 pontos em março, ante 44,7 pontos, em fevereiro.

##RECOMENDA##

A pesquisa Sondagem Industrial aponta também que os estoques de produtos finais efetivos em relação ao planejado ficaram em 49,9 pontos em março, exatamente o mesmo patamar de fevereiro. O indicador sobre o número de empregados marcou 48,6 pontos no mês passado, ante 48,9 pontos em fevereiro.

Para a CNI, a atual situação não é confortável. No estudo, a confederação cita que a "deterioração nas condições financeiras se acentua". A entidade destaca que no primeiro trimestre de 2014, tanto a margem de lucro operacional como a situação financeira foram avaliadas como insatisfatórias pelos empresários industriais, alcançando o pior nível desde 2009.

"Além disso, o acesso ao crédito foi amplamente avaliado como difícil no trimestre e as questões ligadas ao financiamento cresceram em assinalações entre os principais problemas da indústria (taxas de juros elevadas, inadimplência dos clientes e falta de financiamento de longo prazo)", cita a CNI. A entidade afirma que tais resultados refletem as dificuldades que a indústria enfrenta. "Os estoques permanecem ajustados, mas a atividade industrial permaneceu em queda durante todo o trimestre, com baixa utilização da capacidade instalada e queda no número de empregados", cita o estudo Sondagem Industrial.

Na elaboração da pesquisa, foram apuradas também as expectativas para os próximos seis meses sobre demanda, quantidade exportada, compras de matéria-prima e número de empregados. Nessa contagem das perspectivas para o futuro próximo, o indicador da CNI considera a percepção de abril dos industriais consultados em relação ao entendimento apurado em abril. E a confederação alerta que as expectativas para os próximos seis meses ainda não mostram sinais claros de reversão desse cenário.

Esses quatro indicadores de expectativa apresentaram piora. Sobre demanda, o indicador ficou em 56,4 pontos este mês, ante 57,9 pontos no mês passado. O indicador de expectativa de quantidade exportada caiu para 50,4 pontos, em abril, ante 53,1 pontos, em março. O indicador sobre compras de matéria-prima ficou em 54,8 pontos este mês, ante 55,6 pontos, no mês anterior. Sobre número de empregados, o indicador de expectativa de abril alcançou 50,1 pontos, em abril, frente a 51,8 pontos, em março.

"Para mudar o quadro é preciso recuperar a confiança do industrial brasileiro. Parte da falta de confiança tem sua raiz na incerteza quanto à execução - ou não - de medidas eficazes que revertam o quadro de baixa competitividade. Na medida em que os avanços nessa agenda são adiados ou limitados, tornam-se cada vez mais difíceis a retomada do investimento e a recuperação da indústria", defende a CNI.

A pesquisa Sondagem Industrial foi realizada entre 1º e 10 de abril com 1.858 empresas, das quais 724 de pequeno porte, 691 médias e 443 grandes.

Fevereiro foi melhor que janeiro para a indústria brasileira. É isso que aponta o estudo Sondagem Industrial, divulgado na tarde desta quarta-feira (26), pela Confederação Nacional da Indústria (CNI). O indicador de evolução da produção fechou o mês passado com 48,3 pontos; ante 47,4 pontos em janeiro. O indicador varia no intervalo entre zero e cem, sendo que números acima de 50 pontos indicam aumento da produção frente ao mês anterior. Indicador abaixo dos 50 pontos significa queda.

Fevereiro, portanto, continuou no território negativo - abaixo de 50 pontos -, mas a queda na produção no mês passado em relação a janeiro foi menos intensa que a retração registrada em janeiro na comparação com dezembro. A marca de 48,3 pontos também foi melhor que os 46,1 pontos registrada em fevereiro do ano passado.

##RECOMENDA##

A utilização da capacidade instalada (UCI) aumentou de 70%, em janeiro; para 72%, em fevereiro. A UCI efetiva em relação à UCI usual ficou em 44,7 pontos em fevereiro; ante 43,0 pontos, em janeiro. "Menos distante da linha divisória dos 50 pontos", comemora a CNI.

A pesquisa Sondagem Industrial aponta também que os estoques de produtos finais efetivos em relação ao planejado ficaram em 49,9 pontos em fevereiro; ante 49,2 pontos em janeiro. O indicador sobre o número de empregados marcou 48,9 pontos no mês passado; ante 48,0 pontos em janeiro.

Na elaboração do estudo, foram apuradas também as expectativas para os próximos seis meses sobre demanda, quantidade exportada, compras de matéria-prima e número de empregados. Nessa contagem das perpectivas para o futuro próximo, o indicador da CNI considera a percepção de março dos industriais consultados em relação ao entendimento apurado em fevereiro. Sobre demanda, o indicador ficou em 57,9 pontos, exatamente o mesmo patamar do mês passado. Também ficaram estabilizados em relação ao mês anterior os indicadores de expectativa de quantidade exportada (53,1 pontos) e de compras de matéria-prima (55,6 pontos). Sobre número de empregados, o indicador de março alcançou 51,8 pontos; ante 51,1 pontos, em fevereiro.

A pesquisa Sondagem Industrial foi realizada entre 6 e 18 de março. Foram consultadas 2.085 empresas, sendo 812 de pequeno porte, 770 médias e 503 de grande porte.

A melhora na confiança do comércio no trimestre até janeiro, verificada pela Fundação Getulio Vargas, foi determinada principalmente pelo otimismo maior no atacado, que corresponde a um terço do total de estabelecimentos apurados na Sondagem do Comércio. No trimestre até janeiro, o setor registrou alta de 0,2% na confiança em relação a igual período do ano anterior. Nos três meses até dezembro, essa variação havia sido de -5,0%, na mesma base.

No varejo restrito, a taxa passou de queda de 1,8% no trimestre terminado em dezembro para recuo de 1,5% nos três meses até janeiro (sempre na comparação com igual período do ano anterior).

##RECOMENDA##

Já o varejo ampliado (que inclui veículos, motos e peças e material para construção) foi o único que registrou uma evolução desfavorável. A taxa passou de queda de 1,9% no trimestre até dezembro para queda de 2,6% nos três meses até janeiro.

A piora aconteceu em ambos os setores que fazem parte do varejo ampliado. A taxa do segmento de material para construção saiu de 0,7% no trimestre até dezembro para -3,4% no trimestre até janeiro. O setor de veículos, motos e peças passou de queda de 4,7% nos três meses até dezembro para recuo de 7,0% de novembro a janeiro (sempre na comparação com igual período do ano anterior).

A negociação entre o meia Régis e o Náutico não passou de uma sondagem. Pelo menos por enquanto, nenhum proposta oficial do Timbu foi feita pelo atleta. De acordo com o empresário do jogador, Paulo Pitombeira, as conversas iniciaram, mas não houve evolução.

“Aconteceu apenas uma sondagem, mas nada oficial. Não tem nada certo porque a negociação não andou”, explicou o empresário. Régis pertence ao São Paulo e ainda negocia a renovação com o clube paulista. Só após este acerto é que o meia poderá voltar a conversar com outros clubes.

##RECOMENDA##

“Várias equipes nos procuraram, mas estamos negociando primeiro a renovação com o São Paulo. Depois disso é que vamos estudar as propostas e definir em qual clube ele jogará em 2014”, afirmou Paulo Pitombeira.

Sobre a informação de que Régis estaria no Recife realizando exames médicos, o empresário desmentiu. “Isso é mentira. Ele está em São Paulo aguardando uma definição das negociações”, concluiu o empresário.

A atividade da indústria sofreu retração em novembro, segundo levantamento divulgado nesta terça-feira, 17, pela Confederação Nacional da Indústria (CNI). O nível de Utilização da Capacidade Instalada (UCI) da indústria brasileira caiu de 75% em outubro para 74% em novembro, segundo a Sondagem Industrial.

A produção industrial também apresentou queda, passando de 54,5 pontos em outubro para 48,4 em novembro. O índice varia de zero a cem. Os números abaixo de 50 pontos indicam queda da produção.

##RECOMENDA##

O estoque efetivo em relação ao planejado atingiu 50,7 pontos em novembro, ante 50,5 pontos no mês anterior. A CNI aponta que a indústria, de forma geral, manteve os estoques próximos ao nível planejado. As grandes empresas, entretanto, registraram excesso de estoques. O índice as empresas de grande porte mostrou crescimento pelo segundo mês consecutivo e alcançou 53,1 pontos. O indicador de evolução do número de empregados caiu de 49,9 pontos em outubro para 48,8 em novembro.

O Índice de Confiança de Serviços (ICS) recuou 0,2% na passagem de setembro para outubro, na série com ajuste sazonal, informou a Fundação Getulio Vargas (FGV), nesta quinta-feira (31). O indicador saiu de 116,3 pontos para 116,1 pontos no período. Com o resultado, o ICS se mantém abaixo da média histórica, que é de 124,1 pontos.

"Entre setembro e outubro, houve aumento da confiança em seis das 12 atividades pesquisadas, mostrando novamente indefinição de tendência sobre o nível de atividade do Setor de Serviços no início do quarto trimestre", informou a FGV em nota.

##RECOMENDA##

A leve piora da confiança resultou da alta de 0,3% no Índice de Situação Atual (ISA-S), revertendo em parte a queda de 1,4% registrada em setembro, e do recuo de 0,5% no Índice de Expectativas (IE-S). O ISA-S alcançou 98,0 pontos, enquanto o IE-S atingiu 134,2 pontos.

O aumento do ISA-S entre setembro e outubro refletiu o avanço de 5,9% do indicador que mede a satisfação com a situação atual dos negócios. A proporção de empresas avaliando a situação atual como boa aumentou de 20,6% para 25,9%, enquanto a parcela das que a consideram ruim caiu de 18,7% para 18,0%.

Em contraste, o quesito volume de demanda atual recuou 5,7%. O recuo do IE-S entre setembro e outubro foi influenciado pela queda da demanda prevista (-0,6%) e tendência dos negócios (-0,5%). A proporção de empresas que esperam aumento da demanda no futuro próximo diminuiu de 43,0% para 42,6%, enquanto a parcela daquelas que preveem demanda menor passou de 8,9% para 9,3%.

A confiança do empresário do comércio evoluiu em um ritmo desfavorável no trimestre encerrado em outubro. O Índice de Confiança do Comércio (Icom), divulgado nesta quinta-feira, 31, pela Fundação Getulio Vargas (FGV), caiu 3,9% na comparação com igual período de 2012. Em setembro, a taxa trimestral interanual havia sido negativa de 3,6%.

"O resultado geral da pesquisa sinaliza que os segmentos tradicionais do varejo entram no quarto trimestre mantendo o ritmo moderado de atividade observado no terceiro trimestre e com expectativas favoráveis para os meses seguintes, enquanto o segmento do atacado se apresenta em fase de desaceleração", informou a FGV, em nota. Em outubro, o Icom ficou em 125,5 pontos, contra 125,2 pontos do mês anterior e 131,7 pontos em outubro de 2012.

##RECOMENDA##

No varejo restrito, a taxa passou de queda de 4,8% no trimestre terminado em setembro para recuo de 3,8% nos três meses até outubro (sempre na comparação com igual período do ano anterior). Já no varejo ampliado (que inclui veículos, motos e peças e material para construção) as taxas passaram de queda de 4,0% no trimestre até setembro para queda de 2,9% nos três meses até outubro. No segmento de material para construção, a taxa saiu de -0,1% no trimestre até setembro para -0,2% no trimestre até outubro, enquanto o de veículos, motos e peças passou de -2,7% nos três meses até setembro para alta de 0,1% de agosto a outubro (sempre na comparação com igual período de 2012).

No comércio atacadista, houve sensível piora na percepção dos empresários. No trimestre até setembro, a queda era de 2,9%, mas nos três meses até outubro passou a recuo de 6,0% (sempre na comparação com igual período de 2012). A FGV destaca que houve avanço em seis dos 17 segmentos pesquisados na Sondagem do Comércio.

O Índice da Situação Atual (ISA-COM) do trimestre findo em outubro ficou 5,6% inferior ao do mesmo período do ano anterior. Em setembro, a variação havia sido de -4,6% na mesma comparação. Na média do trimestre terminado em outubro, 16,2% das empresas consultadas avaliaram o nível atual de demanda como forte, e 19,5% como fraca. Já o Índice de Expectativa (IE-COM) caiu 2,9% no trimestre até outubro, ante queda de 3,0% nos três meses até setembro.

A confiança do comércio no mês de setembro não sustentou a melhora no indicador percebida em agosto. "Com essa acomodação, diminui a percepção de que o terceiro trimestre seja muito bom", afirma o superintendente adjunto de Ciclos Econômicos da Fundação Getulio Varas (FGV), Aloisio Campelo.

No trimestre encerrado em setembro ante igual período de 2012, a queda foi de 3,6% no Índice de Confiança do Comércio (ICOM). Nos três meses até agosto, a retração foi de 2,8%, na mesma base de comparação. Por ser recente, a série, iniciada em 2010, ainda não possui dados dessazonalizados. Mas os resultados de 2013, segundo Campelo, estão sistematicamente abaixo dos registrados no ano passado.

##RECOMENDA##

Para o superintendente, o desempenho negativo pode ser explicado em parte pelo efeito da base mais alta. Em setembro de 2012, além do índice traduzir uma confiança superior do empresário do setor de comércio, havia uma tendência de aceleração mais intensa. Já setembro de 2013 apresenta uma queda de 5,7% no ICOM ante igual mês do ano anterior.

"O setor, em termos históricos, ainda está com a confiança em patamar baixo. O terceiro trimestre tem uma recuperação observada em materiais de construção e móveis e eletrodomésticos, mas na média tem um ritmo moderado de atividade. Houve melhora em agosto, mas o resultado de setembro traz de volta essa percepção de que não é um ritmo muito forte", avalia Campelo.

O setor de material de construção é o único ponto fora da curva, permanecendo praticamente estável tanto no indicador mensal (0,2% ante setembro de 2012) quanto no trimestral (-0,1% em relação ao trimestre encerrado em setembro do ano passado). "Mas esse segmento não estaria vendendo muito para novas construções. Não parece ter havido aceleração de novas edificações ou estradas. São obras de acabamento, resquícios do ciclo anterior de construção, além de reformas", observa Campelo.

Entre os duráveis, a piora na percepção dos empresários é mais disseminada. No trimestre findo em setembro, houve queda de 6,0% em relação a igual período de 2012. Segundo Campelo, a principal influência vem do setor de veículos, que está estocado e conta com expectativas menos otimistas para as vendas.

Além disso, o impulso positivo emprestado pelo programa Minha Casa Melhor, que financia a compra de móveis e eletrodomésticos para beneficiários do Minha Casa, Minha Vida, perdeu força. No trimestre até agosto, ele chegou a atenuar a queda no ICOM para bens duráveis para -4,8%, em relação a igual período de 2012.

Entre os bens não duráveis, o ICOM apresenta uma melhora em relação ao primeiro semestre, quando a aceleração da inflação de alimentos representava uma ameaça às vendas de hipermercados e supermercados, afirma Campelo. Entre março e maio, a queda do índice chegou a 7,0% ante a média de iguais meses de 2012. Com a alta de preços um pouco mais arrefecida, o indicador apresentou queda de 1,9% no trimestre findo em setembro (sempre na comparação com igual período do ano anterior).

A demanda insuficiente e o custo da mão de obra são os principais fatores limitativos à expansão dos negócios. Embora 23,9% dos empresários afirmem que não há impedimentos, 18,6% listam a falta de demanda como um obstáculo (ante 12,1% em setembro de 2012), enquanto 17,7% reclamam do alto custo salarial. Campelo atenta para o fato de que chega a ser contraditório, uma vez que a percepção de demanda menor é um sinal de desaquecimento da economia, enquanto a mão de obra com custo elevado indica aquecimento. "É uma espécie de contradição que o mercado brasileiro vive nesse momento", diz.

O Índice de Confiança de Serviços (ICS) recuou 0,2% na passagem de agosto para setembro, na série com ajuste sazonal, informou a Fundação Getulio Vargas (FGV), nesta sexta-feira, 27. O indicador saiu de 116,5 pontos para 116,3 pontos no período. De acordo com a FGV, o resultado representa praticamente estabilidade em relação ao observado no mês anterior. "Houve aumento da confiança em sete das doze atividades pesquisadas, queda em três e estabilidade em duas, mostrando que a tendência na margem não é clara", diz a FGV, em nota.

O resultado total do ICS em setembro também foi influenciado por comportamentos distintos dos seus componentes. Enquanto o Índice de Situação Atual (ISA-S) voltou a cair, com recuo de 1,4%, após avanço de 3,2% em agosto, o Índice de Expectativas (IE-S) mostrou uma perspectiva menos pessimista pelo segundo mês consecutivo, subindo 0,7%.

##RECOMENDA##

O aumento do IE-S entre agosto e setembro foi influenciado pelo quesito demanda prevista, que avançou 2,4%. A proporção de empresas prevendo demanda maior no futuro subiu de 41,2% para 43,0%, enquanto as que preveem demanda menor passou de 10,2% para 8,9%. O indicador que mede o otimismo com a tendência dos negócios para os seis meses seguintes caiu 0,8%.

Por outro lado, o recuo do ISA-S entre agosto e setembro refletiu a queda do indicador que mede a satisfação com a situação atual dos negócios, em 3,8%. A proporção de empresas que avaliam a situação atual como forte diminuiu de 23,7% para 20,6%, depois de ganhar força em agosto. A parcela das que a consideram fraca, porém, aumentou de 17,8% para 18,7%. O quesito que mede a percepção sobre volume de demanda atual aumentou 1,2%.

O resultado da sondagem da indústria de setembro mostra que de fato pode-se esperar uma desaceleração do setor no terceiro trimestre do ano, avalia o superintendente adjunto de ciclos econômicos do Instituto Brasileiro de Economia (Ibre) da Fundação Getulio Vargas (FGV), Aloísio Campelo.

"É um sinal de que não só a confiança diminui, mas também de um terceiro trimestre com desaceleração mais forte da indústria, possivelmente até com queda em relação ao anterior", comentou Campelo, citando a estabilidade do nível de utilização da capacidade (Nuci), que variou de 84,4% para 84,2% de julho para agosto e em setembro repetiu este número. O pico do Nuci no ano foi atingido em maio (84,6%). "As manifestações, talvez por trazerem incerteza, jogaram a confiança para baixo principalmente em julho. Em agosto, outros setores recuperaram, mas a indústria não", aponta o economista.

##RECOMENDA##

De acordo com ele, a sondagem corrobora uma mudança de expectativas sobre o terceiro trimestre, na comparação com o segundo. O Índice de Confiança da Indústria, apurado na sondagem, caiu 1% do mês passado para setembro e atingiu o menor nível desde julho de 2009, ao chegar a 98 pontos, abaixo da média histórica dos últimos 60 meses (103,4 pontos). A queda na confiança foi bastante difundida entre os setores: dentre os 14 analisados, 8 estão com a confiança em queda, 3 estão estáveis e 3, em alta. Em junho, encerramento do segundo semestre, havia seis setores em alta e sete em queda.

Na comparação de setembro sobre junho, o índice de confiança indústria de transformação registrou queda de 5,6%. Outro quesito que aponta para a desaceleração no terceiro trimestre é o indicador de produção prevista, que caiu 1,4%, para 121 pontos. No final do ano passado, este índice chegou a quase 135 pontos. "Não diria que esse indicador mostre que o quarto trimestre vai ser ruim, mas está confirmando o resultado fraco do terceiro trimestre", disse Campelo.

"É importante frisar que a diminuição da confiança do grau dos empresários na economia tem sido mais forte do que a diminuição da produção", comentou Campelo. Segundo ele, entre os fatores que podem estar influenciando este deslocamento estão, entre outros pontos, a lucratividade e a preocupação com a competitividade. Ele aponta também que a produção pode estar sujeita a maior volatilidade, o que não acontece com os investimentos, que seguem a avaliação dos empresários sobre a situação futura. "A produção tem suas guinadas, estimulada por políticas econômicas, mas a contratação e o investimento não", disse o economista.

Investimentos

"Aquela recuperação que vinha forte em investimentos está começando a mudar", afirmou. Campelo explicou que o segmento de bens de capital "vinha bem" até o meio do ano, mas em julho a confiança caiu e apenas em setembro se acomodou. No mês, o ICI avançou 1,2% sobre agosto em bens de capital. Na comparação entre setembro (mês que encerra o terceiro trimestre) e junho (mês que encerrou o segundo trimestre), contudo, o setor registrou queda de 9,4% no índice de confiança.

O indicador de situação futura dos negócios, a variável que, segundo Campelo, tem maior relação com as decisões de investimento, recuou em setembro para 134,4 pontos, abaixo da média histórica de 138,2 pontos. A queda de agosto para setembro foi de 0,6%, depois da queda de 0,1% de julho para agosto. A proporção de empresas que esperavam melhora na situação dos negócios em seis meses, que chegou a 56,7% em fevereiro, chegou em setembro a 42,3%. Em maio, a porcentagem ainda era de 53,3%. "O período de expansão foi muito bem-vindo. Agora esse terceiro trimestre está confirmando uma virada. Estaria sinalizando um menor ímpeto de investimentos", disse Campelo.

Bens de capital

A confiança só está pior do que em bens de capital no setor de bens duráveis. Na variação mensal a queda foi de 6,6% e na comparação de setembro com junho, de 19,7%. "Os duráveis estão voláteis pelas mudanças de política", disse Campelo, em referência ao IPI. A piora na confiança, segundo ele, vem sendo puxada pelo setor automobilístico. "É possível que seja relativizado pelo programa Minha Casa Melhor, mas a indústria ainda não sentiu esse impacto", disse. Ele explica que a situação do segmento de duráveis "tem relação com o aumento de juros e com o acúmulo de estoques em razão de antecipação de vendas".

De acordo com ele, há elevação dos estoques tanto no segmento de duráveis como no de bens de capital no terceiro trimestre, o que deixa os setores mais sensíveis à questão da mão de obra. "A indústria reteve mão de obra quando a situação não estava favorável. Mesmo na fase em que estava recuperando, não contratou. A tendência até é de desmobilização da mão de obra se não se confirmar uma retomada", explicou. O quesito de emprego previsto caiu 2,3% em setembro ante agosto, uma piora "acima da média dos outros indicadores", segundo Campelo.

O Índice de Confiança da Construção (ICST), medido pela Fundação Getulio Vargas (FGV), caiu 4,6% no trimestre encerrado em setembro ante o mesmo período de 2012. O resultado interrompe a tendência declinante do índice que, na mesma base de comparação, havia recuado 4,7% em agosto, 4,0% em julho e 3,6% em junho. Segundo a instituição, o resultado geral da pesquisa sinaliza um ritmo de atividade econômica moderado para o setor no terceiro trimestre de 2013.

O ICST em setembro se deveu a movimentos em sentidos opostos dos indicadores que o compõem: enquanto o Índice da Situação Atual (ISA) passou de -8,5%, em agosto, para -6,7%, em setembro, na comparação trimestral interanual, o Índice de Expectativas (IE) passou de -1,4% para -2,8%, na mesma base de comparação.

##RECOMENDA##

A comparação interanual mensal - um mês sobre o mesmo mês do ano anterior - apresentou movimento semelhante, com o ISA registrando significativa melhora, ao passar de -8,6%, em agosto, para -4,1%, em setembro, enquanto o IE acentuou o queda: foi de -2,5% para -5%.

Dos 11 segmentos pesquisados, seis apresentaram melhora no indicador interanual trimestral, com destaque para Preparação do Terreno (de -7% em agosto para -4,9% em setembro) e Obras de Montagem (-15,2% para -13,5%).

A melhora relativa do ISA em setembro foi influenciada pelo quesito situação atual dos negócios, de -10,3% em agosto para -8,4% em setembro. Das 700 empresas consultadas, 24,6% avaliaram a situação atual como boa no trimestre findo em setembro, contra 27,2% no mesmo período ano anterior. Já 17,3% das empresas consideraram que a situação está ruim, ante 10,1% em setembro de 2012.

O quesito que mede o grau de otimismo com a tendência dos negócios nos seis meses seguintes foi o que exerceu a maior pressão negativa sobre o IE. A variação interanual trimestral deste quesito passou de -2,3%, em agosto, para -3,7%, em setembro. A proporção de empresas prevendo melhora da situação no trimestre findo em setembro é de 37,7%, contra 40,9% no mesmo período em 2012, enquanto a parcela das que estão prevendo piora foi de 6,1%, contra 4,2%, em agosto do ano passado.

A indústria da construção continuou desaquecida em agosto, revela pesquisa Sondagem Indústria da Construção divulgada pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), na tarde desta quinta-feira (19). O indicador de evolução do nível de atividade em relação ao usual ficou em 43,5 pontos em agosto, ante 42,8 pontos em julho, mas ainda abaixo da linha divisória de 50 pontos, o que indica atividade desaquecida.

A atividade do setor se retraiu mais uma vez em agosto, segundo os dados da pesquisa. O indicador de evolução do nível de atividade ficou em 47 pontos, abaixo da linha divisória, o que representa queda. Em julho, o nível de atividade ficou em 46,5 pontos. Segundo a CNI, a retração da atividade foi mais sentida nas pequenas empresas, com 44,4 pontos.

##RECOMENDA##

Com a queda na atividade, o nível de utilização da capacidade de operação (UCO) caiu de 70% em julho para 69% em agosto. A queda foi puxada pelas médias empresas, que tiveram uma retração da UCO de 71% para 68% no mesmo período de comparação.

As empresas reduziram ainda o quadro de funcionários, mas, segundo a sondagem, o movimento foi mais ameno que em julho. O indicador de evolução do número de empregados atingiu 46,3 pontos em agosto, ante 45,6 pontos em julho.

Expectativas

Os empresários da indústria da construção estão pouco otimistas também com relação ao desempenho do setor nos próximos seis meses. Em setembro, o indicador de expectativa em relação ao nível de atividade alcançou 54,2 pontos. A expectativa com relação a novos empreendimentos atingiu 53,8 pontos e o de compras de insumos e matérias-primas ficou em 54,2 pontos. Já o indicador de expectativa de número de empregados recuou para 52,8 pontos (era 53,9 pontos em agosto).

A CNI observa que, embora os indicadores de expectativa estejam acima da linha divisória de 50 pontos, o que revela otimismo, todos os índices estão abaixo de suas médias históricas.

A pesquisa Sondagem Indústria da Construção de agosto foi feita entre os dias 2 e 12 de setembro, com 513 empresas.

O Índice de Confiança da Indústria (ICI), apurado na prévia da Sondagem da Indústria, apontou queda de 0,8% em setembro na comparação com o resultado final de agosto, atingindo 98,2 pontos, abaixo da média histórica recente de 103,4 pontos. A pesquisa foi divulgada nesta quinta-feira, 19, pela Fundação Getulio Vargas (FGV).

A prévia de setembro demonstra ainda que o Índice da Situação Atual (ISA) cedeu 0,3%, para 99,2 pontos, do indicador final de agosto, que registrou 99,5 pontos. Já o Índice de Expectativas (IE) caiu 1,4% em setembro, para 97,1 pontos, de 98,5 pontos ante o dado final de agosto. Segundo esses dados prévios, ambos fechariam o mês abaixo de suas respectivas médias históricas recentes.

##RECOMENDA##

O Nível de Utilização da Capacidade Instalada (Nuci) da indústria apresentou "relativa estabilidade" em setembro, registrando leve alta, para 84,3%, de 84,2% no resultado final de agosto. A prévia dos resultados da Sondagem da Indústria abrangeu a consulta a 807 empresas entre os dias 2 e 16.

A produção da indústria brasileira ganhou mais fôlego no m~es de agosto. Conforme a pesquisa Sondagem Industrial, divulgada nesta quarta-feira, 18, o indicador do nível de produção atingiu 52,7 pontos no mês passado, ante 52,1 pontos em julho. Foi o segundo mês consecutivo que o indicador ficou acima dos 50 pontos. Em junho, o indicador de produção estava em 46 pontos, segundo a Confederação Nacional da Indústria (CNI).

A CNI, entretanto, ressalta que, apesar da recuperação registrada em agosto, o cenário ainda não é confortável para a indústria. "O setor continua operando com utilização da capacidade instalada abaixo do usual e excesso de estoques", cita nota divulgada pela confederação sobre a pesquisa. Apesar da ascensão apurada desde junho, o resultado de agosto deste ano ficou abaixo do que tinha sido registrado em agosto de 2012, quando o nível de produção alcançou 54,7 pontos.

##RECOMENDA##

Os indicadores apresentados variam em uma escala que vai de zero a cem. Quando há números acima de 50, há uma situação positiva. A pesquisa apresenta indicadores sobre nível de produção, número de empregados, UCI (Utilização da Capacidade Instalada), UCI efetiva em relação à usual, situação dos estoques de produtos finais efetivo em relação ao planejado e evolução dos estoques. Também há dados sobre as expectativas dos industriais em relação à demanda, à quantidade exportada, às compras de matéria-prima e ao número de empregados, considerando o horizonte dos próximos seis meses. A UCI, em porcentuais, alcançou 74% em agosto, ante 72% em julho. Em agosto do ano passado, também estava em 74%.

Empregados

O indicador de evolução do número de empregados subiu de 48,5 pontos em julho para 49,2 pontos em agosto, aproximando-se da linha divisória dos 50 pontos. Segundo a CNI, isso significa que a queda no número de empregados foi menos disseminada do que no mês anterior. Conforme a pesquisa, o indicador de utilização da capacidade instalada em relação ao usual aumentou para 45,9 pontos em agosto, abaixo dos 50 pontos. Isso revela que o nível de utilização da capacidade instalada foi menor do que o usual para o mês de agosto, mas o desaquecimento diminuiu.

Mas a CNI argumenta que os problemas vão além e que indústria continua com excesso de estoques. O indicador de estoque efetivo em relação ao planejado ficou em 51,3 pontos. O problema é maior nas grandes empresas, nas quais o índice alcançou 53,6 pontos.

Se há problemas no presente, pelo menos os empresários industriais estão otimistas em relação aos próximos seis meses. Todos os indicadores de expectativa, como demanda, exportação, compra de matérias-primas e número de empregados, ficaram acima dos 50 pontos, ou seja, no terreno de expectativas positivas. Em setembro, a expectativa de demanda ficou em 59,4 pontos, a de quantidade exportada passou para 53,5 pontos, a de compras de matéria-prima subiu para 56 pontos e a de número de empregados, para 52 pontos.

"Os índices cresceram na comparação com agosto, o que mostra expectativas positivas mais disseminadas do que no mês anterior", conclui a pesquisa. As consultas para a elaboração do estudo foram realizadas entre 2 e 12 de setembro, com 1.986 indústrias do Brasil.

O Índice de Confiança da Indústria (ICI) caiu 0,6% em agosto ante julho, passando de 99,6 pontos para 99,0 pontos, informou nesta segunda-feira, 26, a Fundação Getulio Vargas (FGV). Trata-se do menor nível do indicador desde julho de 2009 (95,7 pontos).

Segundo a FGV, a piora no dado teve contribuição do acúmulo do estoque. O Indicador de Nível de Estoques caiu 3,8%, para 93,1 pontos, nível inferior à média recente (95,9). Ainda de acordo com a sondagem, a proporção de empresas que avaliam o nível atual de estoques como excessivo pulou de 7,7% para 9,4%. Já a parcela que considera os estoques insuficientes caiu de 4,5% para 2,5%.

##RECOMENDA##

No âmbito do ICI, o Índice da Situação Atual (ISA) recuou 1,1%, para 99,5 pontos, menor patamar desde julho de 2009 (96,7 pontos). Já o Índice de Expectativas (IE) caiu 0,1%, registrando 98,5 pontos. O indicador de emprego previsto recuou 0,5%, para 104,6 pontos, menor patamar desde junho de 2009 (98,0 pontos). O Nível de Utilização da Capacidade Instalada (Nuci), recuou 0,2 ponto porcentual, para 84,2%.

A queda no Índice de Confiança da Indústria (ICI), apurada na prévia da Sondagem da Indústria, foi influenciada pelos setores de bens duráveis e de bens de capital, segundo o superintendente adjunto de Ciclos Econômicos da FGV, Aloísio Campelo. A pesquisa divulgada nesta quarta-feira, 21, revelou que em agosto o ICI caiu 0,7% em relação a julho. Na pontuação, ficou com 98,9, abaixo da média história de 103,8 pontos. "Os setores que influenciaram para baixo são os que refletem o consumo e o investimento. Ambos são voláteis e sujeitos a influências de incertezas, como a taxa de juros", afirmou o economista.

Segundo Campelo, o segmento de bens intermediários indica estabilidade e o de bens não duráveis apresentou pequena alta. Para o economista, os resultados indicam também que a indústria não recuperou as perdas dos últimos meses em que houve manifestações populares em diversas cidades do País.

##RECOMENDA##

Campello afirma que o País vinha com um "estoque alto" de confiança, em função dos resultados em 2010, que vem se diluindo "além da real situação da indústria".

"A perda de confiança vai além da questão puramente econômica. Há uma sensação de desapontamento com o crescimento da economia. Como o País saiu bem da crise, isso gerou uma confiança acima do que o resultado da economia demonstrava", avalia Campelo.

O economista avalia também não haver sinalização de que a desvalorização cambial traga esperança para o setor. Segundo ele, está claro que o dólar vai se estabilizar acima de R$ 2,30, o que geraria um efeito positivo, mas que ainda não está sendo sentido neste momento.

Para o economista, o cenário é de expectativas favoráveis para os próximos meses, sobretudo para empresas voltadas para o exterior. "Teríamos um mercado interno com desaceleração e externo com aceleração, mas com produtos nacionais mais competitivos. Empresas voltadas para o exterior terminam se beneficiando, mas isso demora um pouco".

Há uma "expectativa de diminuição efetiva da demanda", em função principalmente da piora no cenário econômico interno, com o endividamento das famílias e a alta das taxas de juros, na avaliação de Campelo. A redução, entretanto, não afeta o desempenho positivo da indústria neste ano, segundo o economista.

"Há fatores pontuais, como por exemplo, a compra e geração de estoque maior, que pode gerar uma situação de ajuste do nível de capacidade", comentou. Segundo o economista, a queda no Nível de Utilização da Capacidade Instalada (Nuci) (de 84,4% para 83,9%) também pode estar relacionada ao aumento dos investimentos da indústria no início do ano. "A indústria comprou máquinas e equipamentos, então a capacidade produtiva aumentou", acrescenta. A queda no (Nuci) atinge principalmente os setores de bens de capital e de bens duráveis.

A produção industrial voltou a crescer em julho, depois da queda registrada no mês anterior. A sondagem industrial divulgada nesta terça-feira, 19, pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) aponta que o índice foi de 52,1 pontos em julho. No mês anterior, o índice havia registrado 46 pontos.

A utilização da capacidade instalada subiu para 44,4 pontos em julho, após registrar 42,9 pontos em junho. "A utilização da capacidade instalada em julho encontra-se mais próxima do usual do que no mês anterior, mas ainda mostra desaquecimento da indústria", informa a pesquisa.

##RECOMENDA##

Os indicadores variam de zero a cem. Aqueles acima de 50 indicam crescimento na produção, estoque acima do planejado e utilização da capacidade instalada acima do usual na relação com o período anterior. Números abaixo da linha dos 50 pontos indicam redução da produção em relação ao mês anterior.

A evolução dos estoques segue elevada em julho, com 52,1 pontos. Em junho, o índice foi de 50,6 pontos. A CNI destaca como "ponto de atenção" o alto índice de estoques, principalmente entre as grandes empresas. Para a indústria como um todo, o índice do estoque efetivo em relação ao planejado ficou em 51, 7 pontos.

Entre as grandes indústrias, aponta a pesquisa, o acúmulo de estoques indesejados é maior, com 54,5 pontos. O número de empregados continua a cair, com índice de 48,5 pontos, abaixo da linha dos 50. A queda, entretanto, foi menor do que a registrada em junho na comparação com maio, de 48,1 pontos. O levantamento foi feito com 1.984 empresas entre 1º e 13 de agosto.

Ainda que os estoques de bens acabados continuem em excesso na indústria, as expectativas dos empresários para as exportações nos próximos seis meses melhoraram e apontaram em junho o maior otimismo dos últimos 12 meses, de acordo com a Sondagem Industrial da Confederação Nacional da Indústria (CNI), apresentada na tarde desta segunda-feira (24). Em uma escala na qual valores acima de 50 pontos significam crescimento, o indicador para vendas ao exterior chegou a 55,1 pontos neste mês, ante 52,5 pontos em maio.

Da mesma forma, as expectativas sobre a demanda futura dos produtos industriais ficaram melhores, passando de 59,6 pontos no mês passado para 60 pontos em junho. O indicador de planos de contratação de trabalhadores no setor também aumentou ligeiramente, de 52,9 para 53 pontos na mesma comparação. Por outro lado, a perspectiva de compra de matérias-primas teve ligeiro recuo, de 57,4 para 57,1 pontos, mas ainda positiva (acima de 50 pontos).

##RECOMENDA##

A indústria de transformação inicia o segundo trimestre do ano em desacelaração em relação ao trimestre anterior e em ritmo morno. A avaliação é do superintendente adjunto de Ciclos Econômicos do Instituto Brasileiro de Economia (Ibre), Aloisio Campelo, em análise dos dados da Sondagem da Indústria de Transformação, divulgados nesta terça-feira, 30, pela Fundação Getulio Vargas (FGV). "A recuperação da indústria é lenta e com alguma desaceleração, sinalizando um começo morno de segundo trimestre para o setor", afirmou.

O Índice de Confiança da Indústria (ICI) caiu pelo segundo mês consecutivo em abril, ao recuar 0,8%, na série com ajuste sazonal, na comparação com março, passando de 105,0 pontos para 104,2 pontos. Com isso, pela primeira vez desde agosto do ano passado o ICI ficou abaixo da média histórica recente, de 104,4 pontos. Os subíndices que compõem o indicador também recuaram. O Índice da Situação Atual (ISA) teve baixa de 0,7%, para 103,5 pontos, abaixo da média histórica (105,6), e o Índice de Expectativas (IE) caiu 0,9%, para 104,9 pontos, porém ainda acima da média histórica (103,1).

##RECOMENDA##

Campelo disse que a indústria de transformação brasileira sofre com o mercado externo, com desaceleração nos Estados Unidos e na Ásia e com as incertezas na Europa. Ele afirmou que a indústria também enfrenta competição interna. "O nível do câmbio, apesar de ter melhorado no ano passado, ainda não é suficiente para dar competitividade à indústria brasileira."

Outro fator citado por Campelo é que o custo unitário do trabalho tem aumentado acima da produtividade. "Isso faz com que o setor se torne menos competitivo e com rentabilidade menor."

Demanda

O nível de demanda foi o quesito com maior influência na queda do ISA este mês. O indicador recuou 1,3% entre março e abril, para 100,3 pontos. Como exemplo, Campelo citou que 17,7% das empresas disseram que o nível de demanda externa está fraco. "É o número mais alto desde abril de 2011." Apenas 5,6% das empresas afirmaram que o nível de demanda externa está forte.

Sobre a situação atual dos negócios, Campelo disse que houve um bom momento em dezembro e janeiro, quando o porcentual de empresas que responderam que a situação era boa ficou acima de 25% (25,6% em dezembro e 26,3% em janeiro). No entanto, atualmente, de acordo com o economista, "há certa insatisfação com a situação geral dos negócios". O porcentual de empresas que disseram que a situação é boa passou de 24,6% em março para 21,7% em abril. O indicador ficou em 109,2 pontos, abaixo da média histórica recente de 111,9 pontos.

"Isso mostra que há insatisfação com o custo da mão de obra, que está pesando na determinação de rentabilidade das empresas. O mercado de trabalho segue pressionado, e as empresas não conseguem obter rentabilidade", afirmou Campelo.

Segundo ele, houve alívio com a desvalorização cambial ocorrida no ano passado, porém, disse o economista, a indústria não consegue achar espaço para ajustar seus preços em relação ao produto importado ou para competir fora do País. "O custo unitário do trabalho continua avançando. Por outro lado, a produtividade não tem aumentado."

No entanto, a situação futura dos negócios, que busca avaliar como estará o cenário daqui a seis meses, indica otimismo. Embora tenha apresentado queda, com recuo de 1,7% na passagem de março para abril, o indicador registrou 146,9 pontos, acima da média histórica recente, de 139,1 pontos. Campelo disse que há otimista principalmente para o setor de bens de capital.

Emprego

O quesito que mede as expectativas para o emprego foi determinante para a queda do IE. O indicador registrou 110,5 pontos, queda de 2% em relação a março. "É um ritmo de contratação fraco em níveis históricos, porém natural. A produção desacelerou mais fortemente que a contratação, portanto a indústria tenta ganhar produtividade." Campelo disse ainda que a situação dos estoques da indústria está normalizada. "A indústria aproveitou a virada do ano para trabalhar na normalização dos estoques."

Páginas

Leianas redes sociaisAcompanhe-nos!

Facebook

Carregando