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O Brasil tem entre suas principais características a diversidade no modo de falar. Os sotaques de cada região e estado se destacam por suas peculiaridades, além da entonação e o modo como soa aos ouvidos. Uma plataforma de idiomas, Preply, realizou e publicou, no último dia 10, uma pesquisa feita em todo o território nacional, e apontou quais são os sotaques mais charmosos, inconfundíveis, cativantes, e qual jeito de falar mais sonhado pelos brasileiros.

Mineiros campeões

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De acordo com a pesquisa, o sotaque mineiro é considerado o mais charmoso e cativante entre os brasileiros. O modo de falar dos nativos de Minas Gerais ainda é considerado por muitos um dos mais inconfundíveis, e também apareceu no top 3 sotaques que as pessoas gostariam de ter.

Entre as classificações, outros sotaques também tiveram destaque, como o baiano, o fluminense, o cearense e o gaúcho. O sotaque dos naturais do estado do Rio de Janeiro é o que mais pessoas teriam, se pudessem escolher, além de ter sido escolhido como o mais marcante entre os brasileiros entrevistados. Confira as classificações completas:

Fonte: Preply

A pesquisa

A Preply, plataforma responsável pelo levantamento, entrevistou 700 brasileiros de todas as regiões do país. As pontuações foram calculadas a partir das respostas dos participantes, dividindo cada escolha por categoria. A escala de pontuação foi criada em relação à porcentagem de cada resposta.

Segundo a plataforma, a pesquisa é interessante para entender as diferentes formas de falar no Brasil, principalmente para que estrangeiros entendam as complexidades da língua portuguesa. “Às regras gramaticais aprendidas em sala de aula, somam-se uma série de gírias e jargões específicos de certos locais, bem como pronúncias variadas em cada região — fatores que tanto reforçam a identidade e senso de pertencimento dos brasileiros quanto chamam atenção de quem os ouve de fora”, diz o texto de apresentação da pesquisa.

Juliette Freire não se cala. Recentemente, a cantora usou as redes sociais para fazer um desabafo sobre comentários que vem recebendo em relação ao seu sotaque. Como você bem sabe, a ganhadora do BBB22 nasceu em Campinas Grande, na Paraíba.

"Eu tava lendo uns comentários ainda agora. E, gente, eu recebo uns haters tão e******s que eu fico sem acreditar. Eu juro pra vocês que eu não fico triste; uns eu fico rindo, e outros eu fico irritada mesmo, principalmente os xenofóbicos. Muita coisa sobre o meu sotaque. Por que ela não neutraliza esse sotaque?, Por que ela não canta música como ela é?. Umas coisas bizarras".

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Mas ela não se abala, rainhas das publicidades, Juliette reforçou que não pretende amenizar seu sotaque, e mandou um recado:

"Vou explicar para vocês o quanto isso ainda é forte, o quanto isso ainda é enraizado e naturalizado na nossa sociedade para vocês entenderem o que acontece. Vou deixar um recado para os haters porque hoje eu estou irritada: Vão escutar sotaque nordestino em publicidades, em grandes publicidades, sim! Porque nós somos múltiplos, nós [os nordestinos] consumimos outros tipos de música além do forró, além da nossa cultura tão bonita, a gente canta rock, rap, funk, hip-hop... Tudo também, sabia?".

Mais tarde, com a repercussão do caso, alguns fãs de Freire passaram a compartilhar um trecho de uma live em que a cantora relata outra situação delicada. No vídeo, Juliette aparece falando que foi convidada para dublar um filme, mas acabou tendo as expectativas frustradas.

A apresentadora Maisa endossou o orgulho dos recifenses pelo seu dialeto ao afirmar que “o melhor sotaque” é o dos naturais da capital pernambucana. Ela fez a afirmação em seu perfil oficial do Twitter para responder um seguidor sobre um vídeo em que um carioca cita nomes de objetos.

Após compartilhar o registro do ‘carioquês’, a jovem natural do interior de São Paulo brincou, “do nada, às vezes vem na minha cabeça aquele vídeo 'Sacolherrr'". Um seguidor respondeu, "melhor sotaque, fala tu" e Maisa se opôs.

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"Vou ter que discordar, pra mim o melhor sotaque é do Recife", declarou a apresentadora na repostagem com mais de 22 mil curtidas. Após a publicação, seguidores convidaram Maisa para visitar a cidade. Ela respondeu que por ela, iria hoje mesmo, "mas só Deus sabe". "Prima, você está apta para receber o passaporte do país Pernambuco. Parabéns!"; "Prima quando tu vem pra Recife mô?”, tuítaram. 

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Pedro Bial recebeu Arlete Salles e Miguel Falabella na noite da última terça-feira (3) em seu programa, Conversa com Bial, da TV Globo. Juntos, os atores apresentaram ao público a nova série do Globoplay, Eu, a Vó e a Boi, história baseada em uma thread do Twitter vista por Falabella, que conta o drama de duas vizinhas que se odeiam.

O projeto, criado e escrito por Falabella, é definido como um humor apocalíptico e o ator revelou para Bial que o segredo de sua escrita e o caminho para a comédia é a dor. "Você faz comédia com raiva, você faz comédia com dor", declarou ele durante o bate-papo.

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Arlete Salles também fez revelações sobre sua vida na entrevista, relembrando a infância de garota tímida. "Me escondia pra sonhar com momentos felizes, roupas bonitas, lugares bonitos e ouvia aquelas pessoas no rádio sendo amadas e sendo admiradas. Aquilo me fascinada e de repente eu ouvi um anúncio para fazer teste. Eu não passei porque não tinha experiência de nada, mas tinha minha voz que me ajudou no rádio e me falaram para ficar fazendo locução. Eu encarei, foi bom!", declarou

A atriz, então, falou sobre ter sofrido bullying por conta do sotaque pernambucano: "Quando eu cheguei em 1964 ainda não havia esse modismo das fonos, então eu sofri bullying por causa do meu sotaque, que era muito forte. E eu precisava me desvincilhar senão ficaria engessada. Aí descobri onde o sotaque pegava e comecei sozinha, então perdi 80% do sotaque e o resto virou meu jeito".

Celebrado por muitos, imitado por outros e motivo de chacota para tantos, o sotaque carioca está prestes a se tornar patrimônio imaterial da cidade do Rio de Janeiro. Projeto apresentado em 2013 pelo ex-prefeito e atual vereador Cesar Maia (DEM) foi aprovado pela Câmara Municipal na última quinta-feira (25) e agora está com o prefeito Eduardo Paes (PMDB), para sanção ou veto.

A lei declara "a pronúncia da língua portuguesa que é característica do Rio de Janeiro" como patrimônio imaterial da cidade. Se sancionada, a Prefeitura do Rio fará os "registros necessários nos livros próprios do órgão competente".

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A ideia do projeto foi do próprio Maia. "O sotaque carioca é quase um dialeto", afirma. Na justificativa ao projeto, o vereador afirma que "segundo o historiador Alencastro, bem antes do advento do rádio e (...) da televisão, os habitantes do Rio já influenciavam a forma de falar dos moradores de outras províncias (...). Dois congressos nacionais, um de Língua Cantada organizado em 1937 e outro de Língua Falada no Teatro realizado em 1956, apontam a pronúncia do Rio de Janeiro como o padrão no que diz respeito ao português brasileiro".

"Com o passar dos anos, com o desenvolvimento do turismo e com as constantes transmissões televisivas dos programas realizados pelos canais de televisão sediados no Rio, a pronúncia (...) do Rio de Janeiro se tornou conhecida em todo o país e em todo o mundo. Essas constatações confirmam a relevância ímpar do sotaque carioca para todo o Brasil", continua o vereador na justificativa.

Cesar Maia admite que o chiado característico do sotaque carioca dificulta sua compreensão. "A dificuldade que os hispânicos têm de conversar é apenas com os cariocas. Reclamam que chiam como se quase todas as palavras tivessem shhhhhhhhh", disse o vereador em entrevista por e-mail.

Segundo estudiosos, o sotaque carioca, que não é seguido por moradores do interior (do Estado) sofreu forte influência do sotaque lusitano (o s chiado e as vogais abertas em palavras como "também" são características comuns a ambos) e dos dialetos africanos. Essa influência é natural: quando veio de Portugal, em 1808, a família real trouxe ao Rio 15 mil portugueses. À época, a cidade tinha 23 mil habitantes, parte deles escravos africanos.

A atriz Bruna Marquezine está batsante animada com sua participação na novela I love Paraisópolis. "Tá sendo tudo incrível, maravilhosos de fazer e a gente fica muito feliz de ver que o público está feliz com o resultado", disse a responsável por encarnar a personagem Mari.

Mas a bela confessa que não foi tão simples neutralizar seu sotaque carioca, que ela mesmo afirma ser 'muito puxado'. "Com as gravações, o dia a dia corrido, a gente começa a praticar mais e fica mais fácil. Mas no início foi complicado", completa.

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Assista a entrevista no vídeo:

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Para o diretor Halder Gomes, um dos motivos do sucesso de Cine Holliúdy é o fato de se tratar de um filme cearense feito por cearenses. A produção, que estreou em agosto no Ceará, fez 100 mil espectadores com apenas nove cópias. "Esta média dá cerca de 2,3 mil espectadores por cópia. E isso só foi aumentando com o boca a boca. É maior que a média do Titanic no Ceará. E isso aconteceu também porque o público se reconheceu na tela", diz.

"O nordestino da TV, das novelas, em geral, não é o real. Então, quando o Nordeste se vê na TV, não se reconhece", comenta o diretor. "O Brasil é imenso. Há tantas culturas no Nordeste. Quando um cearense se vê numa novela, vira pro pernambucano e diz: 'Macho, é tu ali?' E o pernambucano responde: 'Cabra, não sou eu não'", brinca o diretor, que domina como poucos a arte de fazer humor de si mesmo sem cair em preconceitos e no famigerado bullying.

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"No Ceará não tem bullying não. É assim que eles são mesmo. O filme é 'eles por eles mesmos'. É autêntico. O que se fala em cena, eles dizem entre eles. Dão tapa na cabeça. Brincam muito com as crianças, dizem: 'Vem cá seu orelhudo...'. Eu, carioca, achava estranho. Mas vi que é brincadeira", conta a atriz Miriam Freeland, a única não cearense do elenco, que na trama vive Maria das Graças, mulher de Francisgleydisson (Edmilson Filho). "Mergulhar nesta atmosfera foi meu desafio. Pesquisei muito, entendi a musicalidade."

Por ter em seu DNA este humor escrachado típico do Ceará, que já presenteou o Brasil com tantos talentos (Chico Anysio, Renato Aragão, Falcão...), pode passar a impressão de que Cine Holliúdy é um filme de nicho. "Pelo contrário. Este filme é para o 'canelau', pro povão. Humor é universal", comenta o humorista Marcondes Falcão, que na trama vive o Cego Isaías. "Esta era uma preocupação que eu tinha quando lancei meu primeiro disco, que tinha um 'cearensês' pesado. Foi impressionante. Todo mundo entendeu."

CINE HOLLIÚDY - Direção: Halder Gomes. Gênero: Comédia (Brasil/2012, 91 minutos). Classificação: 12 anos.

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