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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva sancionou nesta segunda-feira, 15, a lei que inclui os crimes de bullying e cyberbullying no Código Penal. O Projeto de Lei n° 4224, de 2021, já havia sido aprovado na Câmara dos Deputados e no plenário do Senado Federal. A proposição é de autoria do deputado federal Osmar Terra (MDB-RS).

O texto altera o Código Penal e o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA). Segundo a norma sancionada nesta segunda pelo presidente, o bullying está tipificado como "intimidar sistematicamente, individualmente ou em grupo, mediante violência física ou psicológica, uma ou mais pessoas, de modo intencional e repetitivo, sem motivação evidente, por meio de atos de intimidação, de humilhação ou de discriminação ou de ações verbais, morais, sexuais, sociais, psicológicas, físicas, materiais ou virtuais".

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O cyberbullying, por sua vez, é definido na lei como o bullying praticado em ambiente virtual.

O texto também inclui quatro crimes praticados contra crianças e adolescentes no rol de crimes de hediondos, alterando a Lei 8.072, de 1990, que trata dessa tipificação. São eles:

- Agenciar, facilitar, recrutar, coagir ou intermediar a participação de criança ou adolescente em imagens pornográficas;

- Adquirir, possuir ou armazenar imagem pornográfica com criança ou adolescente;

- Sequestrar ou manter em cárcere privado crianças e adolescentes;

- Traficar pessoas menores de 18 anos.

Quem é condenado por crime hediondo, além das penas já previstas na legislação, não pode receber benefícios de anistia, indulto ou fiança. Nestes casos, a progressão da pena é mais lenta e a sentença deve ser cumprida inicialmente em regime fechado. A lei aprovada nesta segunda-feira também instaura estratégias de prevenção contra a violência nas escolas.

O termo bullying ainda gera dúvidas pela falta de tradução, mas pode ser resumido em práticas sem consentimento que causam assédio físico e moral. Com potencial de afetar a vida adulta, geralmente ele se apresenta dentro da família ou no ambiente escolar, em atos de desrespeito, humilhação e intimidação.

O psicólogo e especialista em Análise do Comportamento, Antonio Júnior, explica que as sequelas do bullying geralmente aparecem ainda no início das agressões, em um "super curto prazo".

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"Os prejuízos geralmente começam na infância mesmo e, obviamente, sem nenhum tipo de acolhimento, eles vão se estender até a vida adulta das formas mais variáveis possíveis", comentou.

Dentro da escola, os abusos escondidos atrás de “brincadeiras” e apelidos também repercutem na segregação da vítima na sala de aula ou em sua exclusão das atividades.

Os prejuízos sociais desse comportamento na vida adulta facilitam o desenvolvimento de depressão, decréscimo da autoestima, dificuldade da vítima de inserção no mercado de trabalho e para estabelecer relações amorosas.

Transtornos de ansiedade, também são comuns e podem evoluir para comportamentos auto lesivos e abuso de substâncias chegando a atingir consequências extremas, como tentativas de suicídio ou a busca da vingança à agressão.

O psicólogo explica que o bullying se perpetua pelo que classificou como “comportamento modelo”. "O agressor geralmente tem a referência de alguém de quem ele copia esse tipo de comportamento. Boa parte desses indivíduos sofrem comportamento agressor dentro de casa e na família", analisa.

Figura central na prevenção ao bullying, a família precisa oferecer uma rede de apoio aos filhos através do diálogo aberto. “A maior possibilidade de prevenção está a partir do momento em que o indivíduo tem uma via de comunicação aberta com a família dele e se sente seguro em casa para expressar alguma situação das quais ele passa. Muito provavelmente se ele sofre uma situação de abuso, ele vai denunciar para a própria família para que procure providências sobre o assunto, orientou Antonio Junior.

Outro eixo no combate ao bullying passa pela aproximação dos pais com a escola. “Participar das reuniões pedagógicas, conversar com os professores pelo menos semanalmente para saber como anda o comportamento do filho e da turma em relação ao filho", complementou.

No Brasil, 10% dos estudantes relatam sofrer bullying regularmente, prejudicando seu bem-estar e desempenho acadêmico, de acordo com o Pisa. Diante desse cenário preocupante, a ADRA Brasil estabelece parcerias com municípios, estados e organizações para realizar projetos em todo o país, com o único propósito de melhorar a qualidade de vida das pessoas em situação de vulnerabilidade.

Um desses projetos é o "Garotas Brilhantes", iniciado em 2014. Ele oferece um refúgio seguro para meninas de 11 a 17 anos, concentrando-se no empoderamento e na prevenção da gravidez na adolescência, por meio da educação, preparação para o mercado de trabalho e suporte à saúde física e emocional.

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"O projeto se desenvolve em escolas públicas e espaços comunitários, onde voluntários, incluindo médicos, psicólogos e assistentes sociais, se reúnem semanalmente com as meninas para discutir temas cruciais para seu desenvolvimento pessoal e profissional", explica Flávia Cardoso, assistente social e coordenadora do Garotas Brilhantes no RS.

No estado onde Flávia atua como coordenadora, o projeto atende 283 pessoas em dez cidades, com a colaboração de 85 voluntárias. Além disso, a iniciativa se expande para outros estados.

O programa oferece uma variedade de oficinas que incluem dinâmicas e rodas de conversa, abordando temas como autoestima, autocuidado, autodesenvolvimento pessoal, autovalorização, suicídio, automutilação, gravidez na adolescência, sexualidade, relacionamentos abusivos, alcoolismo, drogas, abusos sexuais e psicológicos, bem como violência.

O bullying é um problema persistente que afeta muitos jovens, comprometendo sua autoestima e bem-estar. Através de educação, conscientização e apoio psicológico, o Garotas Brilhantes aborda diretamente essas questões. "Nos encontros, promovemos reflexões sobre autoimagem, insegurança e depressão, temas frequentemente interligados com o bullying. Ao fortalecer a autoestima das meninas, estamos contribuindo diretamente para um ambiente mais seguro e inclusivo", ressalta a coordenadora.

 

Pesquisa realizada pela Universidade Estadual Paulista (Unesp) apontou que alunos de escolas particulares são mais vulneráveis ao bullying virtual do que estudantes do ensino público. 

A análise foi tema do doutorado do professor de educação física Raul Alves de Souza, que apresentou 15 diferentes formas de cyberbullying. Dentre essas, os alunos da rede privada apontaram que 11 ocorrem na comunidade escolar. 

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A advogada Ana Paula Siqueira, especialista em direito digital e com mais de 20 anos de atuação contra o bullying e o cyberbullying, explica: “Ainda que o cyberbullying ocorra na internet e fora do período escolar, a origem dele está na escola, que precisa proteger os estudantes, uma obrigação prevista na Lei da Lei do Bullying (Lei 13.185/2015)”. 

A maior ocorrência desses casos está nas redes sociais e grupos de whatsapp, trazendo interação fora do ambiente escolar. Na maioria das situações, ofensas são feitas, além de montagens para humilhar ou expor de forma negativa a vítima.

É estimado pela Unesco que um em cada três estudantes já passaram por situações de bullying na escola. Por isso, Ana Paula explica que o combate a tais ações precisa ser uma ação permanente nas escolas. “Não basta uma palestra por ano e achar que a situação está resolvida. A lei exige medidas permanentes, em um plano de combate ao bullying e cyberbullying bem fundamentado. Esse planejamento é fundamental para proteger os estudantes”.  

Pesquisa 

Realizada no Grupo de Estudos e Pesquisas em Educação Moral (GEPEM) da Unesp, a pesquisa entrevistou 3469 estudantes entre 11 e 17 anos de São Paulo, dos quais 1991 eram de escolas públicas e 1478 eram da rede privada.

Se você é uma pessoa que acompanha os filmes de ação, deve saber que Arnold Schwarzenegger é um ator escalado para muitos filmes neste estilo e ele fez, claro, uma carreira talentosa por causa deste estilo de filme.

E durante a noite da última segunda-feira, dia 7, o ator decidiu ir até as suas redes socias e postou uma foto enquanto estava gravando seu audiobook, Be Useful, e na legenda da publicação fez questão e falar sobre o quanto sofreu na adolescência por causa de sua dislexia.

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Para quem não sabe, a dislexia que Schwarzenegger compartilhou que tem é um transtorno bem específico de aprendizagem, caracterizado por algumas dificuldades no reconhecimento preciso e ou fluente da palavra- na habilidade de decodificação e em soletração - sendo assim, a pessoa fica com dificuldade na leitura e na escrita.

Aqui está o meu segredo: sou um péssimo leitor. Acabei de gravar meu audiolivro, Seja Útil. Eu poderia dizer como foi incrível gravar minhas próprias palavras, mas a verdade é que eu estava com muito medo. Eles não falavam sobre dificuldades de aprendizado na Áustria na década de 1950, então, na maioria das vezes, quando me pediam para ler em voz alta em sala de aula, era simplesmente um desastre e eu levava uma bofetada com uma régua. Mas agora eu sei que sou disléxico. Quando me preparo para um filme, leio o roteiro várias vezes por meses até memorizar cada linha. Quando me preparo para um discurso, sempre faço no mínimo 20 repetições antes. Preciso de tempo e repetições para entender as palavras. Eles me disseram que os autores leem seus livros em dois ou três dias no estúdio. Pedi o equipamento de gravação em casa e disse a eles que faria de 20 a 30 páginas por dia. Dessa forma, eu poderia entrar em contato com o diretor e o produtor duas vezes por dia para sessões mais curtas e praticar sem parar entre elas. Nesse processo, usei minhas próprias lições. Eu me permiti ter medo e reclamar por um minuto, mas, então, me forcei a agir, porque a negação não iria gravar este livro. Fiz tantas repetições que não consegui contar. Eu o dividi em pequenos pedaços, sabendo que pequenas vitórias se transformam em grandes vitórias ou, neste caso, um livro inteiro.

 

Eliezer abriu o coração e contou algo que vem lhe incomodando na internet. Isso porque o ex-BBB tem recebido diversas mensagens de internautas fazendo brincadeiras maldosas sobre o crescimento de suas mamas.

Nos Stories, o parceiro de Viih Tube explicou que sofre com o desequilíbrio hormonal chamado ginecomastia, algo que fica ainda mais evidente conforme perde ou ganha peso, piorando após o nascimento da filha, Lua.

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"Por mais que eu sempre tenha levado isso muito de boa, com pessoas que me zoam, principalmente quando eu estava no BBB, é uma coisa que me incomoda muito e que piorou agora durante a gestação da Lua. [...] Minha testosterona está quase no mínimo, ou seja, alguma coisa aconteceu no meu corpo que meu organismo reduziu [e muito] o hormônio masculino no meu corpo. E isso está me preocupando, já que é um dos fatores que causam a ginecomastia no homem. Emagreci oito quilos já e até agora meu peito não diminuiu", escreveu.

E continuou:

"Eu sempre tive isso, mas acho que as minhas decisões pioraram o grau, porque quando eu estava magro, consigo disfarçar, mas, para isso eu tomava hormônio, bomba para tirar a gordura do meu corpo (muitas vezes sem acompanhamento médico). Mas, quando eu parava de tomar e engordava, o peito voltava o dobro. Na época, quando eu tomava os hormônios eu só pensava no presente, hoje eu vejo que me lasquei".

O pai de Lua ainda falou sobre os comentários que vem recebendo dos seguidores e mostrou prints de alguns exemplos:

"Rapaz, o cara tem mais peito do que muitas meninas", escreveu um.

"Está com peito de quem dá mamá", mandou outro.

"Gente, mas que tamanho de peito é esse? Parece silicone", debochou o terceiro.

Ele, então, respondeu:

"Sei que muitos desses comentários são feitos na zoeira, brincando comigo e eu super aceito e entro na brincadeira, mas a verdade é que a ginecomastia afeta muitos homens. Vocês podem rodar meu feed, eu posso contar na mão o número de fotos sem camisa que eu tenho. Mesmo quando eu estou magro, as que tenho na praia sempre coloco uma blusa de botão aberta para esconder o meu peito, porque realmente me incomoda muito e agora estou na luta para ver se consigo diminuir ou tratar".

Eliezer finalizou dizendo que cogita fazer cirurgia para redução de mama.

"Eu tinha medo, mas depois de fazer a rinoplastia perdi esse medo e agora tenho pensado bastante em fazer. Fico mais tranquilo em saber que resolve".

A Justiça francesa declarou, nesta segunda-feira (5), quatro adolescentes culpados por ofenderem um colega de escola gay, cujo suicídio comoveu a França e levantou preocupações sobre o bullying escolar.

Aos 13 anos, Lucas se suicidou em 7 de janeiro em Golbey (nordeste), após deixar um bilhete no qual expressava o desejo de pôr fim à sua vida.

Seus familiares denunciaram que ele sofria assédio e que alunos de sua própria escola faziam bullying com ele e proferiam insultos homofóbicos.

Um tribunal de menores de Épinal (nordeste) julgou quatro adolescentes culpados de assédio, mas sem vinculá-lo ao suicídio de Lucas.

A sentença será anunciada em 22 de janeiro de 2024. Os condenados podem pegar até 18 meses de prisão. A pena seria de até cinco anos de prisão se o bullying fosse vinculado ao suicídio.

Apesar da condenação menor, a mãe de Lucas expressou "alívio". "Queria que meu filho fosse reconhecido como vítima de bullying, era tudo que devia a ele, essa é a minha luta agora", acrescentou.

O governo manifestou a intenção de fortalecer o combate ao bullying escolar em decorrência dessa tragédia, que não foi a única desde o início do ano.

Em 29 de abril, uma criança de 10 anos se suicidou perto de Lyon (sudeste), em um contexto de bullying na escola, segundo seus pais.

Em 12 de maio, Lindsay, uma adolescente de 13 anos, tirou a própria vida em Vendin-le-Vieil (norte). A Justiça acusou quatro menores de "bullying escolar que levou ao suicídio".

O ministro da Educação, Papa Ndiaye, se reuniu nesta segunda-feira com os familiares de Lindsay, cuja mãe o acusou de não ser "sincero" no combate ao suicídio.

Dias após mais um ataque a escolas, com a morte de quatro crianças em Blumenau, Santa Catarina, especialistas ouvidos pela Agência Brasil falam sobre os impactos do bullying entre os estudantes. Nesta sexta-feira (7), Dia Nacional de Combate ao Bullying e à Violência nas Escolas, o assunto está ainda mais em evidência no país. 

“O tipo de violência mais frequente na infância e no início da adolescência é o bullying”, disse Maria Fernanda Tourinho Peres, professora do Departamento de Medicina Preventiva da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP) e coordenadora do Laboratório Interdisciplinar de Estudos sobre Violência e Saúde (Lieves).

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Criada em 2016 para alertar para necessidade de se prevenir o bullying e outros tipos de violência nas escolas, a data relembra a tragédia ocorrida em 2011, quando um jovem de 24 anos invadiu uma escola em Realengo, no Rio de Janeiro, e assassinou 12 crianças.

“O bullying é um tipo de violência persistente. Não é uma situação de violência que acontece uma vez e se esgota. É um tipo de violência que tende a ser persistente no tempo e tende a ser recorrente. Geralmente é aquela situação em que, por exemplo, um aluno ou um adolescente na escola fica sistematicamente e frequentemente sendo alvo desse tipo de violência”, ressaltou a professora.

Violência

Para ser considerado bullying, precisa haver um desequilíbrio de poder entre as partes envolvidas. “O bullying é um tipo de violência que se estrutura, que surge e que se sustenta em torno de desequilíbrio de poder. Então há um polo mais empoderado - ou que simbolicamente ou socialmente ocupa uma posição de poder mais forte - e um polo que ocupa uma posição de poder mais fragilizado”, explicou Maria Fernanda.

“A palavra bullying deriva do termo inglês bully, que tem um sentido como substantivo que significa agressor e em termos verbais significa intimidar. Bullying, como derivado, é definido como um comportamento agressivo. No Brasil o termo surgiu no final dos anos 90”, explicou Araceli Albino, presidente do Sindicato dos Psicanalistas do Estado de São Paulo.

Segundo Zeyne Alves Pires Scherer, professora associada da Escola de Enfermagem de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo (USP), essa palavra é utilizada em diversos países no mundo “para definir o comportamento agressivo com ‘o desejo consciente e deliberado de maltratar outra pessoa e colocá-la sob tensão’”.

A lei que instituiu o Programa de Combate à Intimidação Sistemática define que o bullying é todo ato de violência física ou psicológica que ocorre de forma intencional e repetitiva, mas sem motivação evidente, com o objetivo de intimidar, agredir ou provocar dor ou angústia em uma ou mais pessoas.

Perfis

As principais vítimas de bullying, segundo Araceli, são as pessoas que apresentam uma certa fragilidade seja ela física, intelectual, social ou financeira. De acordo com Zeyne, a pessoa que é vítima de bullying costuma ficar isolada ou é excluída do convívio dos colegas. Ela também passa a manifestar sentimentos como ansiedade, tensão, medo, raiva reprimida, angústia, tristeza, desgosto, impotência e rejeição, mágoa, desejo de vingança e até pensamentos suicidas.

“Tudo que é excessivo é motivo para se preocupar: quando o sujeito está muito agressivo, ou muito isolado, quando perde o interesse na escola, em sair de casa, ou apresenta sintomas físicos de adoecimento, é importante os familiares, educadores e amigos prestarem atenção porque alguma coisa está errada. O melhor é prestar atenção, conversar e, em caso grave, procurar um profissional especializado, seja o psicanalista, psicólogo, médico e até um psiquiatra em determinados casos graves”, explicou Araceli.

Já o perfil do agressor é geralmente associado a uma pessoa que tem mais autoridade. “Ele precisa afirmar o seu poder pelos atos violentos, ele precisa se afirmar por meio de ações violentas”, disse ela.

Além de ser um fenômeno psicossocial, Zeyne destaca ainda que o bullying apresenta também um caráter epidemiológico e que, por isso, “precisa ser combatido como as outras formas de violência”.

Características do bullying

O bullying é caracterizado por diversas formas de agressão ou desrespeito sejam eles verbais ou físicos.

“Esse bullying pode ser verbal, como colocar apelidos que machucam ou que um adolescente não goste; pode ser um bullying físico; pode ser sexual; pode ser aquele que exclui socialmente um adolescente das brincadeiras e dos encontros; e pode ser também patrimonial, quando se pega estojos e cadernos ou rasga objetos [de outros]”, destacou Maria Fernanda.

“O bullying é manifestado por inúmeras ações como ofender, zoar, sacanear, humilhar, intimidar, constranger, discriminar, aterrorizar, amedrontar, tiranizar, excluir, isolar, ignorar, perseguir, chantagear, assediar, ameaçar, difamar, insinuar, agredir, bater, chutar, derrubar, ferir, esconder, quebrar, furtar e roubar pertences. A principal diferença das outras formas de violências é o potencial do bullyingem causar traumas irreparáveis ao psiquismo das vítimas, comprometendo sua saúde física e mental e seu desenvolvimento socioeducacional”, explicou Zeyne.

Uma pesquisa conduzida por Maria Fernanda com 2,7 mil adolescentes do nono ano do ensino fundamental de 119 escolas públicas e privadas da cidade de São Paulo apontou que três em cada dez estudantes já passou por situações de bullying nas escolas.

Os dados indicaram que o bullying psicológico ou verbal (“ofensas, sarros e risos”) foi mais frequente (17,5%) do que aquele que envolve agressão física (3,7%). Do total de adolescentes, 6% disseram ainda ter sofrido bullying de conotação sexual. Além disso, 15% dos jovens admitiram já ter praticado bullying com colegas, enquanto 19% disseram ter praticado algum tipo de agressão física.

O combate ao bullying

O combate ao bullying deve ser iniciado pelo entendimento de que ele não é uma brincadeira, mas uma forma de violência. “O bullying é um problema, ele não é uma brincadeira. A existência do bullying para mim significa a existência de violência na relação entre os adolescentes”, apontou Maria Fernanda.

De acordo com a professora, por se tratar de uma manifestação violenta, ele precisa ser combatido de forma conjunta pela sociedade.

“Qualquer estratégia de prevenção à violência nas escolas pede uma sensibilização, uma mobilização e uma participação de toda a comunidade escolar, não só dos envolvidos. E não é tão eficaz que as intervenções sejam separadas das dinâmicas geral da escola”, afirmou Maria Fernanda.

A professora ressalta ainda que a questão da violência não será resolvida apenas om a escola. Para ela, é “injusto exigir ou esperar que a escola dê conta de um problema tão complexo sozinha”.

“A escola ganha relevância porque os adolescentes e as crianças passam grande parte dos seus dias nas escolas. Mas isso não significa - e não é eficaz pensar – que apenas a escola é responsável por prevenir essas questões ou interferir nessas situações”, declarou. “Quando falamos em prevenção da violência - e bullying é um tipo de violência - a gente reconhece e recomenda a construção de ações que sejam intersetoriais. Há que ter a participação da escola, do setor da saúde, da assistência social e dos conselhos tutelares”, acrescentou.

Para a presidente do sindicato dos psicanalistas, o assunto causa sofrimento à vítima e também demonstra uma doença psíquica do agressor, “que pode até a cometer atos irreparáveis às vítimas e a ele mesmo”.

“O bullying não é uma fase ou uma parte normal da vida, não é um comportamento saudável e nem socialmente aceito. Não é um problema escolar que os professores têm que resolver: é uma questão do núcleo familiar - e estes precisam encarar o problema de frente”, disse Araceli.

Na avaliação de Maria Fernanda, o combate ao bullying passa também pelo aprofundamento do diagnóstico e do conhecimento. Essas informações servirão de base para medias públicas.

“Precisamos qualificar as informações de censos escolares, de notificações de bullying e de violências e de diferentes setores que compõem o sistema de garantia de direitos de crianças e adolescentes e deixar essas informações disponíveis para que se produza conhecimento. Com esse conhecimento, podemos gerar políticas efetivas e programas que serão implementados nas escolas, em parceria com unidades de saúde e com capacitação do conselho tutelar”, disse.

Para Araceli, o enfrentamento a esse tipo de violência deve envolver também o afeto. “Combater o bullying e qualquer outro tipo de violência é fundamental para o processo de humanização. É necessário que tenhamos responsabilidade com o processo civilizatório: e este só pode acontecer com conhecimento, com cultura e amorosidade. É necessário e urgente que se tenha maturidade político-social para que as pessoas possam se reconectar com os bons afetos e se distanciar da violência. Só os bons sentimentos e o conhecimento pode nos permitir lidar com as frustrações e com a dor inevitável, sem adoecimento”, acrescentou.

Reynaldo Gianecchini foi o homenageado da noite durante o Arquivo Pessoal no programa Faustão na Band na última quarta-feira, dia 28, e por lá relembrou alguns momentos que teve ao longo da infância. O ator contou ao Faustão que era uma criança calma e foi criado em um ambiente com muitas mulheres, por isso se tornou uma pessoa bastante sensível.

Com um comportamento distinto das outras crianças nas escolas, Gianecchini precisou enfrentar situações desconfortáveis e comentários pejorativos sobre sua personalidade afetuosa.

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- Não é fácil! Eu lembro que eu achava que ser muito educadinho como eu era [na infância], as pessoas não iam gostar de mim na escola! Eu sofria bullying. Parecia que eu era viadinho, sabe? E hoje eu olho e acho muito legal uma criança educada! Meus sobrinhos são assim também e eu acho a coisa mais linda do mundo. E como era difícil, olha que louco, a gente não gostar de ser educado, né? Como a gente sofre por ser sensível em uma sociedade em que o homem não pode expressar a sensibilidade.

O ator de 50 anos de idade reconheceu o contexto machista em que estava inserido na época e ainda contou que costuma conversar sobre o assunto com amigos, para tentar mudar essa realidade das crianças.

- Prestem atenção porque é tão difícil essa cobrança de ser o macho. Eu graças a Deus, vim de uma família que não me pressionava para isso.

 

O dia 7 de abril é considerado o Dia Nacional de Combate ao Bullying e à Violência na Escola, uma data instituída pelo Congresso Nacional e sancionada posteriormente pela ex-presidente Dilma Rousseff em 2016. O objetivo do dia é fomentar o debate e dar relevância pública a um tema que fere uma parcela da sociedade específica: jovens e adolescentes.

A Lei nº 13.277/2016 estabeleceu novas diretrizes para a conscientização, reconhecimento e enfrentamento ao bullying. Sancionada em 7 de abril, esta é a mesma data em que aconteceu, no ano de 2011, o massacre na escola em Realengo, onde um ex-aluno armado, vítima de agressões na escola, matou 12 estudantes e feriu outros 13.

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O Bullying definitivamente não é uma prática nova, porém, o termo só tomou força e entrou no consciente do Brasil a partir do ano de 2010. O paísl só veio a adotar uma legislação para combater a intimidação sistemática em 2015,quando foi sancionado o programa que prevê a capacitação de equipes pedagógicas, campanhas educativas, além de assistência jurídica e psicológica para vítimas e agressores.

No início de 2022, alguns casos de violência em escolas já chamaram a atenção do público, tanto escolas públicas quanto escolas privadas. Estes casos chamam novamente a atenção das diretorias, secretarias de educação e dos pais. Desde o início do ano letivo, sete menores de idade foram apreendidos no ambiente escolar por conta de crimes cometidos.

Mas afinal, o que caracteriza o bullying? Segundo especialistas, bullying é um comportamento recorrente que visa humilhar, ferir, violentar ou constranger o outro. Nas escolas, o contexto que gera este tipo de situação violenta pode ser muito variado, tanto em sua origem (comportamento de grupo, as “panelinhas”), quanto em sua finalidade.

 O bullying no retorno ao presencial

Em decorrência da pandemia, todos os jovens em período escolar tiveram de ser privados do convívio social, uma ação com um impacto direto no comportamento de crianças e adolescentes. Pedagogos e psicólogos defendem que as interações dentro do ambiente escolar são de extrema importância para o desenvolvimento de diversas habilidades socioemocionais.

Com a privação do convívio, os alunos que estão voltando ao modelo presencial precisam de atenção redobrada, pois podem apresentar comportamentos agressivos, introspectivos e de não-pertencimento, gerados pelo isolamento. Todos estes perigos são agravados por um problema maior de instabilidade social (quarentena, pandemia) e, muitos alunos já se encontram em situação de vulnerabilidade dentro de suas próprias casas.

 O olhar pedagógico sobre o problema do Bullying

“O Bullying continua sendo um tema muito importante para a sociedade, por ainda estar presente nas redes sociais, entre grupos de jovens, adolescentes e nas escolas. As consequências podem ser fatais, pois causam sérios riscos à saúde e ao desenvolvimento, além de danos físicos e/ou psicológicos. Considerando que precisamos que as escolas sejam de fato um ambiente seguro e saudável, propiciando que as  crianças e adolescentes desenvolvam os seus potenciais intelectuais e sociais. Por isso,  não é possível continuar admitindo este tipo de violência. É imprescindível que os profissionais da educação assumam um papel relevante na prevenção e na identificação de atos que podem ser levados ao bullying", diz Vanessa Angélica Patrício, pedagoga, mestre em educação e atualmente professora e coordenadora do curso de pedagogia da UNG nas unidades de Bonsucesso e Centro de Guarulhos.

Segundo ela, é  fundamental promover mais diálogos entre os alunos, professores, funcionários e comunidade, realização de atividades conjuntas e interativas, que incentivem a cooperação, o respeito e a empatia dentro e fora dos muros da escola. Proporcionar uma reflexão sobre o quanto isso é grave em causar angústias e sofrimento, para todos os envolvidos.

"Enquanto professores, nosso papel é essencial para trabalhar as questões éticas, respeito mútuo, diálogo, justiça e solidariedade, pois no ambiente de sala, onde se adquirem competências, podemos contribuir muito para a redução do bullying”, relembra Patrício. 

 Exemplos positivos de combate ao bullying

É fundamental promover o diálogo entre alunos e professores mas, além disso, escolas continuam buscando formas inovadoras de combater este problema em sala. Desde a criação de projetos Político-Pedagógicos desenvolvidos internamento, estratégias de comunicação e até mesmo meditação para resolução de conflito. 

Na EEFM Matias Beck (Fortaleza-CE) a prática da meditação foi aplicada e envolve professores e alunos em conjunto na prática, além dos líderes e participantes do grêmio estudantil. A escola relata que após a implementação do programa, conseguiram melhorar a relação entre o corpo docente e os alunos.

Já na escola EU Elon Machado Moita (PI) foi lançado o projeto “Pauta do Dia”, que busca ampliar o diálogo entre professores e alunos através de rodas de conversa que debatem questões socioemocionais e outras preocupações dos alunos. Como resultado, a escola relata um maior sentimento de pertencimento e um maior nível de participação dos alunos.

Por Matheus de Maio

 

Dayane Mello, participante do reality show A Fazenda 13, tem sido alvo de comentários e piadas por outros integrantes do elenco do programa. É o que apontam internautas no Twitter. Eles estão comentando sobre os acontecimentos da festa da última sexta-feira (29). Fazendeiros como Dynho e Bil foram registrados pelas câmeras do programa imitando alguns modos de falar da empresária.

Neste sábado (30) a hashtag #DayMereceRespeito é um dos assuntos mais comentados do Brasil no Twitter. No Instagram, o perfil oficial de Dayane Mello publicou um vídeo mostrando alguns momentos em que outros fazendeiros faziam piadas e riam do seu sotaque e entonação.

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“Para quem acompanha a Day há mais tempo, já tem ciência que ela tem uma insegurança muito grande com relação a forma de falar e se expressar. Nós inclusive levamos isso de uma forma mais leve e falamos de forma carinhosa sobre as pronúncias erradas, entonações e confusão das palavras. Porém, quando isso é levado para uma série de provocações e bullying coletivo, como os ocorridos na festa de ontem (29/10), sentimos a necessidade de vir aqui de uma forma mais séria para abordar o assunto’, diz a publicação.

Nesta quinta-feira, dia 4, a revista GQ divulgou sua edição do mês de setembro, que traz Cauã Reymond na capa. A publicação é especial, já que faz parte do movimento Change Is Good, em português Mudar É Bom, realizado por todas as 21 edições da revista ao redor do mundo em uma colaboração focada no futuro. A escolha do ator para a capa da revista foi feita por conta dos projetos realizados pelo mesmo para diminuir os impactos da pandemia entre os mais afetados, e a entrevista feita pela GQ traz os desafios pessoais enfrentados por Reymond em sua trajetória desde a infância marcada pela pobreza, pelas dificuldades e pelo bullying, até o sucesso na televisão e no cinema.

O relato conta uma realidade que muitos talvez não conheçam sobre o ator que passou o começo da infância em um prédio de classe média baixa próximo à favela da Rocinha, no Rio de Janeiro. Cauã vivia com sua tia esquizofrênica, que havia sido estuprada por porteiros de seu prédio, com a mãe, que havia sido adotada e por vezes apresentava comportamento autodestrutivo, e com a avó aleijada, que havia perdido o noivo em um atropelamento. Essa situação fazia com que o garoto sofresse bullying e agressões na rua por parte de outros meninos, que referiam-se a ele como o garoto da casa da louca.

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- O clima podia ser bem pesado em casa, até violento, com muitos gritos. Minha tia esquizofrênica perdia o controle e às vezes olhava pra mim e dizia: vou cortar seu pinto. Eu era criança e isso me desesperava.

Cauã conta ainda que, mesmo sem ter qualquer tipo de deficiência, fez a segunda e a terceira séries em um colégio para surdos mudos, até se mudar para o Centro Educacional da Lagoa, escola particular paga por seu avô paterno. Apesar da mudança, o ator continuou a sofrer agressões, provocações e todo tipo de bullying por parte dos colegas continuou.

A situação financeira da família também não era das mais favoráveis. Cauã relatou que chegou a vender paçoca para ajudar a complementar a renda da família, e que quando sua tia esquizofrênica morreu, assassinada, não havia dinheiro suficiente para o velório e nem para o enterro.

Aos 14 anos de idade, passou a morar com o pai, José Marques, em Balneário Camboriú, uma cidade localizada em Santa Catarina. Marques, que é psicólogo, nadador e mergulhador, tampouco teve o apoio da família na juventude. Era filho de um paraibano que aos 17 anos de idade saiu de casa para morar sozinho no Rio de Janeiro. Seguindo os passos do avô paterno, Cauã deixou a cidade sulista aos 17 anos de idade para se tornar modelo - mas isso não tornou sua vida menos dura.

Cauã viajou para diversas cidades da Europa e teve contato com profissionais renomados como Bruce Weber e Karl Lagerfeld. Também morou durante dois anos em Nova York, onde limpava chão e tinha apenas 20 dólares - cerca de 106 reais na cotação atual - para gastar por dia, o que fazia com que ele tivesse que escolher qual refeição iria fazer: almoço ou jantar.

Hoje, aos 40 anos de idade e pai de Sofia, Cauã é um dos atores mais bem pagos da televisão brasileira, com milhares de seguidores nas redes sociais e uma carreira em constante ascensão marcada por dezenas de prêmios e indicações. Sua mais recente conquista foi o título de Melhor Ator Coadjuvante no Festival de Brasília por seu papel no longa Piedade, de Cláudio Assis. Na trama, ele contracena com Matheus Nachtergaele e Fernanda Montenegro.

- Piedade foi um projeto que me desconstruiu completamente. Cláudio Assis é punk, tinha certeza de que ele ia me desafiar, puxar meus limites, e foi o que aconteceu. Aceitei fazer o filme sem mesmo ter lido o roteiro.

A apresentadora e musa fitness Juju Salimeni usou suas redes sociais, nessa quarta (8), para responder algumas perguntas de seus seguidores. Eles perguntaram sobre a  infância e adolescência da celebridade e um dos assuntos foi se ela já havia sofrido ‘bullying’. 

“Olha, se tem uma coisa que eu sofri foi bullying, nossa, como eu era zoada na escola. Todo mês eles faziam uma eleição para saber quem era a mais feia, e eu era primeiro lugar, todo mês”, revela Juju.

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A musa ainda comentou sobre seus treinos de musculação e sobre os procedimentos estéticos que fez no corpo. Juju contou que treina há 17 anos e seu corpo é fruto de esforço e dedicação. Além disso, a apresentadora comentou que seus treinos a ajudaram bastante no período em que teve depressão.

Juju também falou que só possui silicone nos seios e mais nenhum procedimento no corpo. Já no rosto, ela contou que faz botox e preenchimento das olheiras.

A megaestrela de Hollywood e sobrevivente de coronavírus Tom Hanks escreveu uma carta de estímulo a um garoto australiano, que sofre "bullying" dos colegas por se chamar Corona, e lhe deu uma máquina de escrever com o mesmo nome.

Hanks e sua esposa, Rita Wilson, contraíram a Covid-19 em março e passaram duas semanas se recuperando em um hospital de Queensland, na Austrália, antes de poderem voltar para os Estados Unidos.

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Corona De Vries, de oito anos, enviou para Hanks uma carta perguntando sobre sua saúde, informou a imprensa local.

"Ouvi no noticiário que você e sua esposa contraíram o coronavírus", escreveu o garoto, perguntando se "eles estavam bem".

Depois, desabafou: "gosto muito do meu nome, mas, na escola, as crianças me chamam de coronavírus".

"Fico muito triste e com raiva por me chamarem assim", reconheceu o garoto.

Tom Hanks respondeu, encorajando-o em uma mensagem escrita em uma das máquinas de escrever que ele costuma levar em suas viagens.

"Sua carta fez minha esposa e eu nos sentirmos muito bem", escreveu, acrescentando: "aqui você tem um amigo".

Para confortá-lo, Hanks deu a ele uma máquina de escrever da marca Corona, a qual levou para a Austrália.

"Espero que você goste desta máquina", afirmou o ator.

"Pergunte a uma pessoa mais velha como ela funciona e use-a para me escrever de volta", sugeriu o novo amigo.

Dois alunos de um colégio particular da Zona Norte do Rio de Janeiro foram atacados com uma faca dentro da instituição de ensino nesta terça-feira, informaram autoridades.

Os jovens, estudantes de uma escola de Bonsucesso, teriam sido atingidos por facadas durante uma briga com um colega. Segundo policiais citados pelo G1, o agressor seria um aluno que vinha sofrendo com casos de bullying.

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Uma das vítimas teve o pulmão perfurado pela faca. Ele foi levado, por bombeiros do quartel de Benfica, para Hospital Getúlio Vargas, na Penha. Já o outro adolescente foi liberado após receber os primeiros socorros no local. 

Internautas afirmaram em publicações nas redes sociais que um terceiro aluno também teria sofrido ferimentos, mas a informação não foi confirmada oficialmente. As identidades das vítimas e do responsável pelo ataque não foram divulgadas.

Da Sputnik Brasil

Na última quarta-feira (19), um vídeo de um menino australiano de 9 anos de idade chorando após ser vítima de bullying. No vídeo, feito pela mãe da criança, o menino, que é da etnia Murri (aborígene) nasceu com acondroplasia, um tipo de nanismo, pede uma corda para se enforcar e diz que quer esfaquear seu coração. 

“Eu quero esfaquear meu coração, quero que alguém me mate”, diz a criança, enquanto a mãe se queixa da falta de atitudes da escola e pede mais consciência sobre os efeitos do bullying. O caso aconteceu na cidade de Brisbane, na Austrália. 

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Depois que o vídeo viralizou nas redes sociais, várias pessoas se comoveram com a situação do garoto e o time australiano de rugby Indigenous All Stars convidou o menino para entrar em campo com a equipe na partida de sábado (22). A Carina State School, instituição de ensino onde o garoto estuda, não se pronunciou sobre o caso. 

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Pesquisa da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FM-USP), realizada com 2.702 adolescentes do nono ano em 119 escolas públicas e privadas da capital paulista, revelou que 29% deles relataram ter sido vítimas de bullying no ano passado e 23% afirmaram ter sido vítimas de violência. Além disso, 15% disseram ter cometido bullying e 19% ter cometido violência.

Os dados são do Projeto São Paulo para o Desenvolvimento Social de Crianças e Adolescentes (SP-Proso), coordenado pela professora Maria Fernanda Tourinho Peres, do Departamento de Medicina Preventiva da FM-USP, e Manuel Eisner, diretor do Violence Research Centre e professor da Universidade de Cambridge, no Reino Unido.

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Houve prevalência de vítimas por bullying e por violência entre adolescentes que declararam orientação não heterossexual e que disseram ter alguma deficiência. “Uma das características do bullying é exatamente se estruturar em torno de adolescentes que portam características que o colocam em uma posição de alvo vulnerável, pela posição social que ocupa, pela cor da pele, por características físicas ou pela orientação sexual”, explicou a professora.

“Isso dá um recado para as escolas da importância de se trabalhar esses aspectos relacionados à tolerância, a normas de conduta, ao respeito à diferença. Acho que atualmente reforçar a importância da escola na discussão desses aspectos é muito importante”, avaliou.

O relatório destaca três pontos: o primeiro é que os casos de bullying e violência entre adolescentes não são eventos raros; o segundo é que tanto o bullying quanto a violência são resultados de causas possíveis de serem identificadas; e, por último, o bullying e a violência podem ser evitados.

“O que a gente quer com esses dados, na medida em que os resultados fornecem um diagnóstico aprofundado do problema e apontam uma série de fatores de risco, fatores de proteção, que podem ser foco de intervenção, é que os nossos resultados sejam úteis exatamente para se pensar formas de intervenção de prevenção dessas situações nessa faixa etária”, afirmou Maria Fernanda.

Bullying e violência

Na pesquisa, houve diferenciação entre bullying e outros tipos de violência. “O bullying é um tipo de violência, mas que tem características muito específicas e uma delas é a repetição ao longo do tempo, são situações que se perpetuam no tempo de forma frequente e repetitiva, e que geralmente surge em uma relação entre pares, entre colegas, pessoas conhecidas da mesma escola”, disse a professora da USP.

Ela explicou que outra característica do bullying é que ele nasce e se estrutura em torno de relações onde há “um desequilíbrio de poder, em que um ocupa uma posição mais forte e o outro mais fraca. E essas posições podem girar em torno de características físicas, por exemplo, ou de personalidade”.

O que os pesquisadores classificaram como violência no estudo inclui outras situações que não têm tais características do bullying, como crianças vítimas de uma agressão física, de um assalto a mão armada, envolvimento em uma briga com ou sem uso de armas.

Drogas

A ocorrência de bullying e violência foi associada pelo estudo a fatores como o aumento do uso de drogas depressoras – incluindo álcool e tabaco -, níveis elevados de ansiedade e depressão – chamados sintomas de internalização – e piora na saúde. Jovens que sofreram ou perpetraram violência severa nos últimos 12 meses avaliaram pior a sua saúde em relação ao restante dos entrevistados.

Do total de entrevistados, mais da metade dos adolescentes (59%) consumiram pelo menos uma droga depressora no último ano. O ato de beber compulsivamente ocorre em 28% da amostra, o que é considerado um índice alto pela pesquisadora. Ela avalia que esses dados demonstram um quadro de sofrimento nessa faixa etária.

“A gente viu que essa prevalência [consumo de drogas depressoras] é ainda maior entre os adolescentes que são vítimas de bullying e violência, tanto do consumo de álcool, quanto do consumo de cigarro e tabaco, o beber compulsivo e os sintomas de internalização, e também nos adolescentes que são agressores. Essa é uma mensagem muito importante também, porque a gente tende a olhar com maus olhos o adolescente agressor, mas ele tem uma carga de sofrimento também”, disse Peres.

Maria Helena defende a estruturação de ações muito próximas entre a escola e o setor de saúde para lidar com esses casos, além de “pensar em formas de prevenção do uso de álcool e drogas que se comuniquem bem com os adolescentes nessa faixa etária, que fujam de uma estratégia que seja condenatória no sentido de só apontar que é ilegal. É preciso, na sua opinião, encontrar formas de estabelecer uma entrada com essa população para trabalhar as questões”.

Reconstrução escolar

Em relação à escola, os pesquisadores observaram que quanto maior o compromisso e a legitimidade atribuídos à escola e quanto melhor a relação com os professores, menor é a frequência de perpetração e vitimização de bullying e violência. “Quanto maior a percepção dos alunos de um ambiente escolar negativo e com alta desordem, maior é o envolvimento dos adolescentes em situações de bullying e violência. Não só isso, encontramos uma proporção muito grande de adolescentes que têm essa percepção negativa do ambiente escolar, isso foi muito frequente”, alertou.

O primeiro passo para trabalhar os problemas de violência devem necessariamente incluir um resgate, uma reconstrução disso que a gente está chamando de ambiente escolar, até para que a escola possa desenvolver um programa específico para prevenção de bullying e violência. É preciso que os alunos reconheçam seus professores e a escola como um espaço positivo e que isso legitime ações e programas dentro da escola”, acrescentou a professora.

O envolvimento positivo dos pais esteve associado a níveis mais baixos de bullying, além do apoio social dos amigos e um ambiente escolar ordenado e não violento. “As práticas parentais positivas são aquelas em que os pais são acolhedores, têm uma relação próxima com seus filhos, desenvolvem atividades juntos, conhecem os amigos dos filhos, conseguem dar reforços positivos para seus filhos, colocar limites de forma clara. A gente encontrou que [essas práticas] têm efeito protetor [contra o bullying e a violência]”, disse Maria Helena.

Entre as práticas negativas estão o disciplinamento violento, incluindo uso de violência física, e baixo monitoramento parental, ou seja, pouco acompanhamento das atividades dos filhos. “Nessa faixa etária, é importante que eles tenham autonomia, mas ao mesmo tempo ainda precisam de supervisão”.

Ser alvo de críticas maldosas, brincadeiras humilhantes e violentas são alguns problemas enfrentados por crianças que sofrem com o bullying na escola. Tomar providências contra esses atos de agressão verbal e física é um importante passo para evitar traumas psicológicos no futuro. 

Segundo a coordenadora do curso de Psicologia da Universidade UNG, Silvia Suely de Souza Maia, durante o período escolar a pessoa está criando consciência sobre quem é, por isso é natural inseguranças, o que facilita a existência dos agressores, por eles se fortalecerem das fraquezas de seus alvos. A psicóloga ressalta a preocupação com a proporção que o medo vivenciado pela vítima pode tomar. “Em situações, o medo pode levar a uma depressão profunda, tão grave, que a criança pode tentar o suicídio”, embora reconheçamos ocorrer de forma esporádica. É um momento de construção da identidade, que poderá permitir torná-la fragilizada ou com boa organização e equilíbrio psíquico. Dependerá de como o crescimento da criança será tomado pelos responsáveis por sua formação. 

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Como identificar o bullying na escola?

Via de regra, o aluno não conta que está passando pelo problema. Sente-se incomodado e envergonhado, por isso, os pais e professores devem ficar atentos com mudanças de comportamento. Se o estudante passar a não querer ir à escola, expressar manifestações de isolamento ou até mesmo de violência, pode-se considerar como sinais significativos. O ideal, para Silvia, é que as escolas façam dinâmicas e palestras sobre o assunto, para explicar o que é o bullying, ensinar estratégias de ajuda e orientar as vítimas a falarem sobre seu tormento com um responsável. Em alguns casos, seria interessante a intervenção de um psicólogo para trabalhar a vítima e o agressor, pois em muitos casos agredir também é uma maneira de pedir ajuda. 

O que fazer para ajudar a criança que sofre bullying no ambiente escolar?

Os pais e professores precisam demonstrar apoio e acolher a criança que sofre bullying na escola. É importante que os adultos reafirmem a vítima de bullying, valorizando suas qualidades e demonstrando que ela não é culpada pelas agressões que sofre; 

Conversar com a criança permitirá que ela expresse seus sentimentos em relação às agressões e ameaças. Evite fazer críticas e não minimize o problema. A criança precisa ser ouvida; 

Os pais devem relatar o bullying com crianças a um responsável no colégio para tomar providências contra os agressores;

Nos casos mais graves, quando há perseguição na internet, é necessário reunir provas do conteúdo abusivo. Imprimir páginas e mensagens ofensivas à criança para fazer um boletim de ocorrência. 

Ações em conjunto para evitar o bullying na escola?

Há ações e iniciativas que ajudam a evitar o bullying com crianças. O trabalho preventivo, em conjunto com os pais e a escola, é um bom caminho para conscientizar sobre atitudes discriminatórias no ambiente escolar e na internet; 

Organizar programas antibullying na escola e na comunidade traz benefícios. Essas campanhas podem promover ações como palestras com psicólogos e capacitação dos pais e funcionários para lidar melhor com o bullying; 

Discutir o tema em casa e na sala de aula também é um meio de conscientizar os agressores e criar políticas de não tolerância ao bullying com crianças.

 

* Da Assessoria de Imprensa

Pedro Bial recebeu Arlete Salles e Miguel Falabella na noite da última terça-feira (3) em seu programa, Conversa com Bial, da TV Globo. Juntos, os atores apresentaram ao público a nova série do Globoplay, Eu, a Vó e a Boi, história baseada em uma thread do Twitter vista por Falabella, que conta o drama de duas vizinhas que se odeiam.

O projeto, criado e escrito por Falabella, é definido como um humor apocalíptico e o ator revelou para Bial que o segredo de sua escrita e o caminho para a comédia é a dor. "Você faz comédia com raiva, você faz comédia com dor", declarou ele durante o bate-papo.

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Arlete Salles também fez revelações sobre sua vida na entrevista, relembrando a infância de garota tímida. "Me escondia pra sonhar com momentos felizes, roupas bonitas, lugares bonitos e ouvia aquelas pessoas no rádio sendo amadas e sendo admiradas. Aquilo me fascinada e de repente eu ouvi um anúncio para fazer teste. Eu não passei porque não tinha experiência de nada, mas tinha minha voz que me ajudou no rádio e me falaram para ficar fazendo locução. Eu encarei, foi bom!", declarou

A atriz, então, falou sobre ter sofrido bullying por conta do sotaque pernambucano: "Quando eu cheguei em 1964 ainda não havia esse modismo das fonos, então eu sofri bullying por causa do meu sotaque, que era muito forte. E eu precisava me desvincilhar senão ficaria engessada. Aí descobri onde o sotaque pegava e comecei sozinha, então perdi 80% do sotaque e o resto virou meu jeito".

A atitude de uma criança, identificada apenas como Mateus, vem repercutindo na internet. Tudo porque o garoto estava tentando defender o seu amigo que sofria com as atitudes racistas de seus colegas durante uma festa. Por meio do WhatsApp a criança escreve para o pai: "Você sabe que o Rafa é o meu melhor amigo da escola, né. Aí o Gabriel e os outros meninos tão fazendo bullying com o Rafa. Estão chamando ele de preto e gordo", explica Mateus.

Por conta disso, ele pede para que o seu pai vá buscá-lo. A criança diz ainda que falou sobre as atitudes racistas dos outros meninos com o pai de uma das crianças e para o "homem que está vestido de Minecraft", mas eles deram risada. 

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"Agora a gente tá aqui sozinho. Pai, quando o senhor vim (sic), pega o Rafa também pra gente não deixar meu amigo sozinho", pede Mateus. O seu pai responde a mensagem dizendo que estava chegando. "Chego em 10 minutos e fica tranquilo que vamos levar o Rafinha sim", disse. Essa atitude de empatia do garoto para com o seu melhor amigo fez com que várias páginas do Facebook reverberasse o que aconteceu. 

Confira a conversa

 

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