O Tribunal Arbitral do Esporte (TAS) anunciou nesta quinta-feira ter negado a apelação do Comitê Olímpico Russo (COR) e de 68 integrantes do atletismo russo que pediam para participar dos Jogos Olímpicos-2016, após a suspensão imposta à Federação Russa de Atletismo pela Federação Internacional (IAAF), no âmbito de um escândalo de doping.
"O júri do TAS confirma a validade da decisão da IAAF segundo a qual os atletas e a federação nacional (russa) ficam suspensos e não podem ser selecionados para as competições sob a organização da IAAF", declarou o TAS.
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Segundo o TAS, o COR segue "habilitado para selecionar como representantes da federação da Rússia para os Jogos Olímpicos os atletas que completarem os critérios e forem selecionáveis para competir segundo (o regulamento) da IAAF".
Duas repescagens
Hoje, apenas duas atletas russas, a especialista em salto em distância Darya Klishina e Yulia Stepanova (800m), foram repescadas pela IAAF.
Os três juízes do TAS também estimaram que não eram competentes para determinar se os atletas russos selecionados deveriam se inscrever "como representantes da Federação da Rússia ou como atletas neutros".
A IAAF reagiu imediatamente à decisão através de seu presidente Sebastian Coe, que agradeceu pelo apoio do TAS às regras da IAAF e por ter criado "condições de competição com armas iguais entre os atletas".
O TAS, no entanto, se declarou chateado com a aplicação imediata com efeito retroativo da regra da IAAF, adotada em 17 de junho de 2016, que prevê critérios de seleção excepcionais para atletas cuja federação esteja suspensa.
Em virtude desta regra, apenas os atletas residentes no exterior ou que tenham se submetido a um sistema antidoping que não seja o russo podem ser escolhidos para participar. Isso permitiu repescar Klishina.
"Esta regra inclui critérios baseados em uma atividade anterior, não deixa praticamente nenhuma possibilidade aos atletas que haviam apelado para poder completá-las", disse o TAS.
Depois desta decisão do TAS, outra sentença mais global sobre a exclusão ou não da Rússia nos Jogos do Rio deve ser tomada até 27 de julho pelo Comitê Olímpico Internacional, que pediu um tempo para analisar a situação e esperar a decisão do TAS para contar com mais fundamentos ao basear sua própria determinação.
Na Rússia, os lamentos pela decisão se multiplicaram e a estrela do atletismo, Yelena Isinbayeva, afirmou que com esta decisão "enterraram o atletismo".