Bashar Assad assumiu nesta quarta-feira seu terceiro mandado como presidente da Síria após as eleições realizadas em junho. A cerimônia, que foi transmitida pela televisão estatal síria, começou com imagens de Assad saindo de um sedan preto e andando pelo tapete vermelho do auditório do palácio presidencial, enquanto era tocado o hino nacional e unidades das Forças Armadas o saudavam.
No momento em que Assad entrou no auditório, as pessoas que estavam no local se levantaram e aplaudiram com entusiasmo. Dentre os presentes estavam ministros, membros do Parlamento, embaixadores, líderes religiosos, soldados feridos e famílias de mortos durante confrontos.
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Assad então subiu ao palco onde o presidente do Parlamento, Mohammad Jihad al-Lahham, deu sequência ao juramento do cargo. Com a mão direita sobre o Corão, o livro sagrado muçulmano, Assad prometeu "respeitar as instituições do país, suas leis e o sistema republicano para garantir os interesses do povo e suas liberdades".
O presidente fez então seu discurso de posse, quando zombou de todos aqueles que apostaram que ele e seu regime seriam derrubados quando teve início o levante, em março de 2011.
Assad afirmou que a "máscara da liberdade e da revolução" caiu e declarou a "morte" dos chamados levantes da Primavera Árabe, que se abateram sobre Egito, Líbia, Síria e Tunísia entre outros países, mais de três anos atrás.
"Eles fracassaram em convencer vocês de que se importam com os interesses do povo e seus direitos, eles fracassaram em fazer com que vocês sintam que precisam de guardiães para gerenciar seus assuntos e os de seu país", disse Assad. "Eles fracassaram final e definitivamente em fazer uma lavagem cerebral e em romper suas vontades."
Desde meados de 2013 o regime sírio tem conseguido retomar territórios estratégicos de rebeldes no centro e norte do país com a ajuda de seus principais aliados regionais, o Irã e o grupo libanês Hezbollah, que recebe apoio iraniano.
Isso abriu caminho para que Assad, que assumiu o poder em 2000, após a morte de seu pai Hafez al-Assad, assegurasse um terceiro mandato nas eleições realizadas no mês passado em áreas controladas pelo regime. Autoridades sírias elogiaram as eleições como históricas, enquanto oponentes do presidente tanto dentro quanto fora do país as descreveram como uma fraude.
Em seu discurso nesta quarta-feira, Assad se recusou a caracterizar o conflito no país como uma guerra civil, repetindo afirmações anteriores de que se trata de uma conspiração apoiada por estrangeiros para enfraquecer e destruir a Síria. Fonte: Dow Jones Newswires.