Confira as imagens da torcida do Sport Recife que lotou o aeroporto para dar força ao time que luta pelo retorno a série A do Campeonato Brasileiro. 

Há coisas que só acontecem com a torcida do Santa Cruz. E há coisas que a só a torcida do Santa Cruz faz.

Segundo um amigo tricolor, todo time tem uma torcida, mas a torcida do Santa é que tem um time. Isso pode explicar o que leva 60 mil pessoas a sair de casa num domingo a tarde para assistir um jogo da 4ª divisão do campeonato nacional.

E chegar ao Arruda não é nada fácil. Principalmente para quem enfrenta um ônibus lotado com a temperatura próxima aos 40ºC e tem que se espremer em portões estreitos que dão acesso ao José do Rêgo Maciel, além de sentar em uma arquibancada dura, áspera e quente ou em pé na geral pagando R$ 40 reais em um ingresso.

Mas pergunta para qualquer tricolor que esteve no Arruda no 16 de outubro de 2011 se não valeu apena passar por tudo isso para o ver o time “Mais Querido” sair, ou pelo menos, tirar a cabeça do fundo do poço.

Gol? Pra quê? Afinal de contas quem se preocupa com gol é a Wolkswagen. Título? Precisa não. Deixa isso com o pessoal do Tribunal Regional Eleitoral.

0x0 com dois homens a mais em campo. Em outras circunstâncias esse resultado era digno de vaias e protestos. Não se viu isso. Gritos, choros e uma alegria que só um time que despencou quatro divisões em quatro anos pode dar a essa torcida. Multidão que canta a plenos pulmões “Nunca negarei que sou tricolor. Sempre vou te amar. Nunca vou te abandonar”.

E não abandonou mesmo. Se a série D é o inferno, digamos que o Santa Cruz retorna ao purgatório da terceira divisão, vislumbrado voltar ao ”passado de glórias” cantado no hino.

O que faz 60 mil pessoas lotar um estádio, em um jogo da série D? E o que faz cinco milhões de pessoas declararem que ainda torcem para um time que só os decepcionou por tanto tempo? Não sei. A torcida do Santa Cruz é inexplicável.

“Não tenho a mãe na zona.” Disse Waldemar Lemos ao final do jogo desta terça-feira contra o São Caetano. Kieza saiu de campo chamando parte da torcida alvirrubra de palhaços. Crise no Aflitos? Nada. O time está no G4 há algumas rodadas apresentando um bom futebol dentro e fora de casa. E o que justifica essas manifestações dos profissionais do Náutico?

O torcedor. Sempre ele. Capaz de motivar a equipe enchendo os estádios. De derrubar treinadores e tirar o sono de atletas agindo como verdadeiros vigias. Guiando passo a passo o que faz o clube e o jogadores. Mas sempre ele, o torcedor, nunca vai estar satisfeito com o time que ama. té mesmo seleções que marcaram a história do futebol são questionáveis pára os torcedores (a seleção de 70, por exemplo, não é considerada perfeita por alguns porque tinha Félix no gol).

Cada clube tem seu grupo de torcedores chatos de plantão. No Palmeiras, o técnico Luís Felipe Scollari sofreu e sofre até hoje com a Turma do Amendoim. Aqui em Pernambuco, a Turma da Tesoura está diariamente acompanhado os treinos do Santa Cruz e cornetando seja lá quem for o técnico do momento.

Nos Aflitos, os “elegantes” senhores das Sociais não perdoam qualquer treinador alvirrubro, que tem a desvantagem de ter o banco de reservas quase colado ao alambrado. E aí, tem que aguentar.

Um amigo torcedor do Náutico uma vez me disse que, mesmo sendo sócio do Clube Náutico Capibaribe, se nega a assistir os jogos do timbu nas cadeiras e nas sociais do Eládio de Barros Carvalho justamente por conta do comportamento desses torcedores que começam a xingar o time a partir do apito inicial de cada partida.

Se parte da torcida do Náutico não aguenta esses torcedores, quem dirá o time?

E ao chegar ao Náutico, houve quem dissesse que Waldemar Lemos era uma cara calmo. Que eu me lembre, antes dele soltar a pérola ao final do jogo de ontem, o treinador já havia sido expulso de campo duas vezes só neste campeonato.
Quem é mesmo o técnico pacato do futebol pernambucano?