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A Secretaria Estadual de Saúde (SES-PE) confirmou a transmissão comunitária da Monkeypox, mais conhecida como varíola dos macacos, nesta quinta-feira (1º). O Centro de Informações Estratégicas de Vigilância à Saúde (Cievs-PE) contabiliza, até o momento, 502 notificações, sendo 351 casos que ainda estão em investigação, 42 confirmados e 109 casos descartados. 

Do total das notificações, 42 pacientes tiveram confirmação laboratorial para a monkeypox e envolvem pessoas residentes nos municípios de Recife (27), Jaboatão dos Guararapes (4), Paulista (2), Olinda (2), Caruaru (2), Petrolina (1), Camaragibe (1), Surubim (1), São José do Egito (1) e Condado (1). As faixas etárias são: 20 a 29 (18), 30 a 39 (14) e 40 a 49 (8), 60 e mais (2). Sendo 36 do sexo masculino e 6 do sexo feminino. Todos os casos confirmados estão em isolamento domiciliar. 

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"A transmissão comunitária da doença acontece quando não é mais possível identificar a origem da infecção. Esse estágio já era esperado, visto que diversos estados do país já confirmaram a circulação sustentada e a disseminação autóctone do vírus. Do ponto de vista da vigilância epidemiológica, permanecem todas as ações de monitoramento e acompanhamento dos casos, assim como a obrigatoriedade da notificação compulsória pelos serviços de saúde”, pontuou a secretária executiva de Vigilância em Saúde, Patrícia Ismael.

Ela lembrou que Pernambuco já possui o Plano de Resposta de Saúde Pública aos casos de Monkeypox. “O objetivo de minimizar o impacto provocado pela introdução do vírus no território estadual. Também continuamos instrumentalizando os gestores municipais a fim de garantir uma resposta adequada à doença", disse.

Os 351 casos que estão em investigação são de pessoas residentes nos municípios de Recife (53), Olinda (44), Jaboatão dos Guararapes (42), Paulista (25), Abreu e Lima (13), Caruaru (10), Petrolina (11), Belo Jardim (9), Cabo de Santo Agostinho (9), Carpina (9), Camaragibe (7), Paudalho (7), Garanhuns (6), Limoeiro (5), Tuparetama (5), Buíque (4), Ferreiros (4), Pesqueira (4), Araripina (3), Floresta (3), Jatobá (3), Ouricuri (3), São José do Egito (3), São Lourenço da Mata (3), Araçoiaba (3), Bom Jardim (2), Brejo da Madre de Deus (2), Cabrobó (2), Igarassu (2), Ipojuca (2), Itaquitinga (2), Lagoa Grande (2), Machados (2), Nazaré da Mata (2), Palmares (2), Pedra (2), São Caitano (2), Tabira (2), Tacaimbó (2), Afogados da Ingazeira (1), Alagoinha (1), Altinho (1), Arcoverde (1), Barreiros (1), Belém do São Francisco (1), Bezerros (1), Brejinho (1), Camocim de São Félix (1), Casinhas (1), Catende (1), Condado (1), Custódia (1), Fernando de Noronha (1), Gameleira (1), Granito (1), Gravatá (1), Ilha de Itamaracá (1), Ipubi (1), Jaqueira (1), Jucati (1), Lajedo (1), Pombos (1), Rio Formoso (1), Sairé (1), Salgueiro (1), Santa Maria do Cambucá (1), São João (1), São Joaquim do Monte (1), São Vicente Ferrer (1), Serra Talhada (1), Timbaúba (1), Toritama (1), Vertente do Lério (1) e Vertentes (1).

As faixas etárias são: 0 a 9 (52), 10 a 19 (58), 20 a 29 (79), 30 a 39 (60), 40 a 49 (51) e 50 a 59 (30) e 60 e mais (19), sendo 198 do sexo masculino e 151 do sexo feminino. Os casos notificados estão sendo acompanhados pelas equipes de vigilância epidemiológica municipais.

"Apesar da maioria dos casos se manifestarem de forma leve, reforçamos a necessidade da população ficar mais atenta com relação aos sintomas, como as lesões na pele. Como ainda não há vacina para a doença é importante que se mantenham alguns cuidados. Caso ocorra o aparecimento de lesões é preciso procurar um serviço de saúde na sua cidade, manter o isolamento e seguir todas as recomendações médicas, a fim de evitar a transmissão e propagação do vírus", afirmou Patrícia Ismael.

Da assessoria

A cidade de São Paulo identificou mais quatro casos da variante Ômicron nesta segunda-feira (20), conforme informou a Prefeitura. Agora, a capital paulista soma 17 infecções pela variante confirmadas. A vigilância genômica para identificação da cepa foi feita em parceria com o Instituto Butantan.

Segundo a Secretaria Municipal da Saúde, os quatro novos diagnósticos são de transmissão comunitária (casos em que não é possível rastrear a origem da infecção, o que indica que o vírus circula localmente). Os pacientes negam ter feito viagens ao exterior. Nenhum deles tem relação com o paciente de 67 anos, diagnosticado com a Ômicron no dia 10 de dezembro - considerado um "cluster isolado".

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Esses quatro casos se somam aos três identificados na sexta-feira (17) considerados os três primeiros casos de transmissão local pela Prefeitura de São Paulo. Todos os pacientes apresentam sintomas leves e, como as amostras são de 12 dias atrás, já concluíram o período de quarentena. Eles estão sendo acompanhados pela secretaria.

Prevenção

A secretaria informou que tem intensificado as ações de monitoramento. Entre elas, desde quinta-feira (16) tem aplicado testes de antígeno em pacientes com sintomas gripais, nas unidades de saúde da capital paulista. A medida contribui para identificar com mais agilidade os casos de Covid-19.

Na segunda-feira (20) o governo de São Paulo decidiu prorrogar a obrigatoriedade do uso de máscaras até 31 de janeiro. A decisão considerou a disseminação de novas variantes da covid, especialmente a Ômicron, e também o aumento de casos de gripe em parte do País.

Um caso da variante ômicron do coronavírus foi detectado no estado de Minnesota, no norte dos Estados Unidos, em uma pessoa que esteve em Nova York, mas que não viajou recentemente ao exterior, anunciaram nesta quinta-feira (2) as autoridades sanitárias locais.

Este anúncio indica que a ômicron começou a ser transmitida entre pessoas nos Estados Unidos.

Assim como no primeiro caso de ômicron detectado nos Estados Unidos, confirmado na quarta-feira na Califórnia (oeste), o paciente em Minnesota estava vacinado e apresentava sintomas leves, dos quais já se recuperou, segundo os funcionários.

O homem voltou para a região metropolitana de Minneapolis após participar de uma convenção de "animê" na cidade de Nova York, realizada entre 19 e 21 de novembro, antes de apresentar sintomas em 22 de novembro e fazer um exame diagnóstico dois dias depois.

"Esta notícia é preocupante, mas não é uma surpresa", disse o governador de Minnesota, Tim Walz, em um comunicado, elogiando os esforços de sequenciamento genético e testes do vírus em seu estado.

A transmissão comunitária nos Estados Unidos era esperada pelos epidemiologistas, apesar da decisão de Washington de proibir a entrada de viajantes de vários países da África austral, depois que a África do Sul reportou a identificação da nova cepa do vírus, em 24 de novembro.

Este segundo caso de ômicron nos Estados Unidos foi anunciada um dia depois de os Centros de Controle e Prevenção de Doenças (CDC) anunciarem o primeiro caso confirmado no país após um exame em um viajante com esquema vacinal completo, que tinha voltado recentemente da África do Sul e estava se recuperando de sintomas leves.

As autoridades sanitárias dos Estados Unidos estão pedindo a todos os maiores de cinco anos a tomarem a vacina anticovid e as doses de reforço assim que forem indicadas para sua faixa etária.

Os cientistas esperam que os exames laboratoriais em curso revelem em breve até que ponto a ômicron escapa da proteção das vacinas, mas contam com que os imunizantes continuem sendo parcialmente eficazes, especialmente contra casos graves de covid-19.

Anthony Fauci, assessor científico do governo americano, afirmou na quarta-feira que a experiência com outras variantes de preocupação, como a delta, demonstrou que os reforços são uma boa ideia porque aumentam a quantidade de anticorpos no sistema imunológico das pessoas, alguns dos quais continuarão sendo eficazes para deter novas variantes.

O Centro de Contingência para o Coronavírus do governo do Estado de São Paulo informou nesta quinta-feira, 12, que já há transmissão comunitária da doença em território paulista e afirmou que projeta para os próximos meses pelo menos 460 mil infectados pela covid-19 no Estado, contando os casos assintomáticos. Até quinta, São Paulo contabilizava 42 dos 77 registros confirmados da doença no País, segundo dados do Ministério da Saúde.

O Estado de São Paulo definiu três cenários de números de infecções para que a rede pública se prepare para um aumento de demanda no sistema de saúde. O cenário menos grave estima que 1% dos 46 milhões de habitantes do Estado será contaminado, resultando nas 460 mil pessoas mencionadas acima. Já o cenário mais pessimista projeta 10% dos paulistas infectados, o equivalente a 4,6 milhões de indivíduos.

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"No enfrentamento (do surto), o que se objetiva é o tratamento dos doentes graves e trabalhamos com cenários. Eles vão desde 1% da contaminação da população até 5% e 10%. Esses cenários são repassados ao secretário (estadual da Saúde), que demanda aquilo que é preciso: número de leitos, investimento, custeio e recursos humanos. São Paulo tem 46 milhões de habitantes, 60% disso tem atendimento exclusivamente do SUS e, em cima disso, tem todo o planejamento", disse o infectologista David Uip, coordenador do centro de contingência, responsável por apresentar as estimativas em entrevista coletiva ontem.

Ao explicar as projeções, o infectologista destacou que se trata de cenários desenhados para diferentes situações que podem ocorrer no Estado com a disseminação do vírus. Mas, para o que chamou de "primeira onda" da infecção, a proposta é ter 1,4 mil leitos de UTI extras para receber os pacientes.

Sobre os altos números da projeção, Uip diz que fala de estimativas para todo o período da epidemia. "Não é para hoje nem amanhã, é para os próximos meses. O mundo vai ter novos países e números novos de casos", disse. Ele destacou que a maioria desses infectados, cerca de 80%, não precisará de atendimento hospitalar pois terá apenas sintomas leves. Os outros 20% precisarão de internação, segundo as estimativas.

Tal proporção de casos (1% a 10%) ainda não foi observada em países que já vivem um surto mais severo, como China e Itália. Mas as estatísticas oficiais geralmente não incluem os casos assintomáticos, cujo diagnóstico é mais raro.

O infectologista disse que as projeções foram feitas por epidemiologistas, considerando tanto dados de pandemias passadas, como a de gripe H1N1, entre 2009 e 2010, quanto a evolução do surto de coronavírus em outros países, além de estudos científicos publicados. Ele não detalhou como os cálculos foram feitos.

O coordenador do centro de contingência destacou que não é possível estimar qual dos três cenários estimados é mais provável porque ainda não se sabe o comportamento do vírus no Brasil. "Cenários são estimativas. Pode acontecer 1%, 2%, 5%, 10%. Tem um fato novo que nós precisamos aprender: como é que esse vírus vai se comportar em um país tropical no verão e entendendo que, daqui a pouco, estaremos no outono. Eu não consigo dizer hoje se vai ser 1% ou 10%", explicou.

Ele disse que a projeção pode mudar caso nos próximos meses seja descoberto um tratamento para a doença. "No final de abril deveremos ter os primeiros resultados dos medicamentos que estão sendo testados. Se tivermos um bom resultado, esses cenários mudam completamente."

Transmissão comunitária

Sobre a circulação do vírus no Estado, Uip diz que já é possível afirmar que há transmissão comunitária pelo histórico das pessoas que vêm sendo diagnosticadas. "Já está havendo transmissão comunitária porque pessoas que não viajaram e não tiveram contato com indivíduos sabidamente com coronavírus positivo estão com resultados positivos." Apesar do cenário preocupante, o governador João Doria (PSDB) afirmou que ainda não há recomendação para cancelamento de eventos públicos.

Limitações

Especialistas ponderam que projeções de cenários sobre o coronavírus têm limitações. "Projeções de médio e longo prazo podem servir como análise de cenário, caso nada seja feito tanto no País quanto fora. Mas tem por base a premissa de que o Brasil seguirá padrão similar ao de outros países, o que não necessariamente é verdade. Fatores sociodemográficos podem afetar a dinâmica de propagação", diz Marcelo Gomes, pesquisador em saúde pública do Programa de Computação Científica da Fiocruz. Ele e outros especialistas participaram na semana passada de evento na Universidade Estadual Paulista (Unesp) para analisar como esses estudos ajudam a entender a doença.

Os pesquisadores afirmaram na ocasião, e reafirmaram agora, que não é possível ainda fazer projeções específicas da população a ser afetada. Para Gomes, o risco de projeções é tirar o foco de decisões a tomar e há "enorme incerteza associada". "Projeções de nossos modelos são de que casos continuarão aumentando, principalmente fora da China", disse a matemática Sara Del Valle, do Laboratório Nacional Los Alamos (EUA). Mudanças no comportamento, diz, "são cruciais para reduzir a carga no sistema de saúde".

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