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Os casos da nova variante ômicron do coronavírus continuam avançando no Brasil. Segundo a Organização Mundial da saúde (OMS), essa cepa é muito mais transmissível do que a SARS-CoV-2. Para evitar a propagação dessa variante é necessário quando identificar seus sintomas, realizar o teste.

  Sintomas ômicron 

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O infectologista clínico e professor do curso de Medicina na Universidade de Santo Aamaro (UNISA), Dr. Marco Antônio Lazzeti, afirmou que os sintomas da ômicron não são tão diferentes da SARS-Co-2 tendo em vista que ela é uma variante do coronavírus.

Segundo o infectologista, nessa situação podem existir pessoas assintomáticas que não apresentam sintomas da doença, ou oligossintomáticas que apresentam os síntomas de maneira leve, como dor de garganta, dor no corpo, dor de cabeça, e pessoas que podem desenvolver quadros mais graves, com desconfortos respiratórios.

"Como a grande maioria das pessoas no nosso país hoje são vacinadas, os sintomas estão mais leves, que é aquilo que a gente espera que aconteça. Mas na realidade não existe uma diferença do que era e o que é. A diferença é que a população está vacinada e isso juda na sintomatologia.", explicou.   

H3n2 X Ômicron 

Dr. Marco afirmou que a H3n2 é um vírus influenza, e esse tipo de vírus tem uma sintomatologia mais constante. Isso significa, febre elevada, muita dor no corpo, muita dor de cabeça e corisa. Além disso o tempo da doença no corpo é maior, chegando a 7 a 10 dias. "Mesmo assim, você hoje não consegue diferenciar um quadro mais severo de coronavírus e e influenza. Única forma de fazer isso é o teste", afirmou o infectologista.

A variante ômicron do coronavírus se propaga "em um ritmo que nunca vimos com nenhuma outra variante", advertiu nesta terça-feira (14) a Organização Mundial da Saúde (OMS), que estima que a maioria dos países já são afetados pela nova cepa.

Na Europa, a Holanda anunciou o fechamento das escolas de ensino fundamental a partir de 20 de dezembro, uma semana antes das festas de Natal, e a prorrogação das restrições atuais até 14 de janeiro, inclusive o fechamento de lojas não essenciais, bares e restaurantes todos os dias entre as 17h e as 05h.

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O Reino Unido, em pleno pico de contágios e com uma primeira vítima fatal da ômicron, também decidiu adotar novas medidas.

"Atualmente, 77 países notificaram casos da ômicron, mas a realidade é que provavelmente a ômicron esteja na maioria dos países, embora ainda não tenha sido detectada", disse o diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, durante coletiva de imprensa.

"Nós nos preocupamos de que as pessoas considerem a ômicron leve (...) Embora a ômicron provoque doenças menos graves, o número de casos poderia voltar a sobrecarregar os sistemas sanitários que não estiverem preparados", acrescentou.

- "Em meados de dezembro" -

Segundo Abdi Mahamud, especialista da OMS, a propagação desta variante é tão rápida que ela poderia se tornar dominante em vários países da Europa em meados de dezembro.

Por sua vez, o doutor Bruce Aylward, conselheiro do chefe da OMS, também advertiu: "Temos um vírus mais transmissível do qual não conhecemos muito claramente a evolução clínica".

Às vésperas das festas de fim de ano, com muitas reuniões familiares, "poderíamos nos encontrar em uma posição muito perigosa".

Ainda há muitas interrogações sobre a nova variante, que voltou a semear o pânico no mundo desde que foi identificada pela primeira vez em novembro na África do Sul.

E a OMS teme que os países ricos, ao acelerarem a aplicação das doses de reforço na população adulta, acumulem imunizantes, e os países mais desfavorecidos não consigam avançar em suas campanhas de vacinação.

"Vou ser claro: a OMS não é contra as doses de reforço. Somos contra a injustiça" nas vacinas, alertou o doutor Tedros Adhanom.

"É uma questão de hierarquização de prioridades (...) Dar doses de reforço a grupos com pouco risco de doença grave ou morte põe em perigo a vida dos que têm risco elevado e estão esperando suas primeiras doses", insistiu.

Segundo projeções da OMS, a África atingiria a meta de 70% de sua população vacinada contra a covid-19 em agosto de 2024. Atualmente, apenas 20 países africanos vacinaram pelo menos 10% da sua população, outros 6, 40%, e apenas dois (os arquipélagos de Maurício e Seychelles), 70%.

Neste sentido, o presidente de Gana, Nana Akufo-Addo, alertou nesta terça para as consequências que a África poderia sofrer com a decisão da União Europeia (UE) de utilizar seus imunizantes em campanhas de vacinação de reforço.

- Rebelião contra Johnson -

Em alguns países ocidentais, as novas restrições não são bem recebidas.

O primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, enfrentou nesta terça uma enorme rebelião de seus próprios deputados conservadores contra as medidas anticovid que quer implantar para frear o avanço da ômicron: uso de máscaras em ambientes fechados, testes diários para os casos de contato, vacinação obrigatória para o pessoal hospitalar e passaportes sanitários em eventos multitudinários.

No Reino Unido, um dos países mais afetados pela pandemia, com mais de 146.500 mortos, a variante ômicron contagiaria 200.000 pessoas por dia, segundo cifras oficiais.

No campo médico, a farmacêutica americana Pfizer confirmou que sua pílula contra a covid-19 reduziu em quase 90% as hospitalizações e mortes entre as pessoas em risco, quando tomada nos primeiros dias do aparecimento dos sintomas.

E um estudo realizado na África do Sul considerou a vacina da Pfizer globalmente menos eficaz contra a variante ômicron, mas continua protegendo em 70% contra as formas graves da doença.

A pandemia causou mais de 5,3 milhões de mortes no mundo desde o fim de 2019, segundo um balanço da AFP nesta terça-feira, feito com base em fontes oficiais.

A Casa Branca assegurou nesta quinta-feira (2) que sua decisão de proibir a entrada nos Estados Unidos de viajantes de apenas oito países africanos, no momento em que a variante ômicron do coronavírus está se espalhando por todo o mundo, "não é um castigo".

"Estamos em contato diplomático com os líderes desses países sobre as medidas que tomamos", disse a porta-voz da Presidência dos EUA, Jen Psaki.

"Isso não é um castigo, são medidas recomendadas por nossos funcionários de saúde pública e por especialistas médicos", afirmou Psaki em sua coletiva de imprensa de rotina. "Ninguém quer que isso seja permanente", acrescentou.

Washington proibiu a chegada em território americano de pessoas procedentes de África do Sul, Botsuana, Zimbábue, Namíbia, Lesoto, Eswatini (antiga Suazilândia), Moçambique e Malawi, devido à propagação da variante ômicron.

Essas restrições com foco na África estão gerando muitas críticas, já que a nova variante está sendo detectada no mundo todo, inclusive nos Estados Unidos.

Na África, só há informações de casos da variante em quatro países: África do Sul, Gana, Nigéria e Botsuana.

Os Estados Unidos, no entanto, não foram o único país a tomar medidas tão drásticas e específicas.

Muitos países fecharam suas fronteiras, entre eles o Brasil, para viajantes procedentes da África do Sul, onde a nova variante foi detectada pela primeira vez.

O presidente sul-africano, Cyril Ramaphosa, denunciou nesta quinta "toda as formas de apartheid sanitário", ao ressaltar que seu país está parcialmente isolado do resto do mundo.

As restrições de viagem impostas aos países da África Austral por diversas nações ocidentais equivalem à "afrofobia", denunciou, por sua vez, o presidente de Malawi, Lazarus Chakwera.

A Organização Mundial da Saúde afirmou que, em geral, os fechamentos de fronteiras são desnecessários.

Ao ser questionada se, diante da propagação da variante, os Estados Unidos multiplicariam o número de países afetados pelas restrições ou, pelo contrário, suspenderiam as que estão em vigor, Jen Psaki respondeu: "Vamos avaliar as duas possibilidades".

Um caso da variante ômicron do coronavírus foi detectado no estado de Minnesota, no norte dos Estados Unidos, em uma pessoa que esteve em Nova York, mas que não viajou recentemente ao exterior, anunciaram nesta quinta-feira (2) as autoridades sanitárias locais.

Este anúncio indica que a ômicron começou a ser transmitida entre pessoas nos Estados Unidos.

Assim como no primeiro caso de ômicron detectado nos Estados Unidos, confirmado na quarta-feira na Califórnia (oeste), o paciente em Minnesota estava vacinado e apresentava sintomas leves, dos quais já se recuperou, segundo os funcionários.

O homem voltou para a região metropolitana de Minneapolis após participar de uma convenção de "animê" na cidade de Nova York, realizada entre 19 e 21 de novembro, antes de apresentar sintomas em 22 de novembro e fazer um exame diagnóstico dois dias depois.

"Esta notícia é preocupante, mas não é uma surpresa", disse o governador de Minnesota, Tim Walz, em um comunicado, elogiando os esforços de sequenciamento genético e testes do vírus em seu estado.

A transmissão comunitária nos Estados Unidos era esperada pelos epidemiologistas, apesar da decisão de Washington de proibir a entrada de viajantes de vários países da África austral, depois que a África do Sul reportou a identificação da nova cepa do vírus, em 24 de novembro.

Este segundo caso de ômicron nos Estados Unidos foi anunciada um dia depois de os Centros de Controle e Prevenção de Doenças (CDC) anunciarem o primeiro caso confirmado no país após um exame em um viajante com esquema vacinal completo, que tinha voltado recentemente da África do Sul e estava se recuperando de sintomas leves.

As autoridades sanitárias dos Estados Unidos estão pedindo a todos os maiores de cinco anos a tomarem a vacina anticovid e as doses de reforço assim que forem indicadas para sua faixa etária.

Os cientistas esperam que os exames laboratoriais em curso revelem em breve até que ponto a ômicron escapa da proteção das vacinas, mas contam com que os imunizantes continuem sendo parcialmente eficazes, especialmente contra casos graves de covid-19.

Anthony Fauci, assessor científico do governo americano, afirmou na quarta-feira que a experiência com outras variantes de preocupação, como a delta, demonstrou que os reforços são uma boa ideia porque aumentam a quantidade de anticorpos no sistema imunológico das pessoas, alguns dos quais continuarão sendo eficazes para deter novas variantes.

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) identificou um caso positivo de Covid-19 em um passageiro brasileiro com passagem pela África do Sul e que desembarcou no Aeroporto de Cumbica, em Guarulhos, anteontem. Não há ainda a confirmação que o caso seja da variante Ômicron, já identificada em quatro continentes (Ásia, Europa, Oceania e África) e mais de dez países, que vem assustando cientistas e autoridades. Hoje começam a valer restrições brasileiras a viajantes, enquanto brasileiros na África do Sul buscam apoio consular para tentar voltar ao País.

O ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, afirmou neste domingo (28), que os cuidados com a Ômicron são os mesmos tomados com cepas anteriores e trata-se de "uma variante de preocupação" e não de uma "variante de desespero". O ministro assegurou que as autoridades sanitárias brasileiras têm "todas as condições para assistir a população". "A principal arma que nós temos para enfrentar essas situações é a nossa campanha de imunização", disse Queiroga, durante transmissão em suas redes sociais. "E as autoridades sanitárias dos Estados e dos municípios, com o Ministério da Saúde, estão trabalhando para que tenhamos uma segurança cada vez maior."

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Na mesma transmissão, o secretário de Atenção Especializada à Saúde, Sérgio Yoshimasa Okane, afirmou que o ministério está monitorando leitos para covid-19. Caso seja necessário, unidades que foram fechadas após a diminuição dos casos podem ser reabertas. "O ministério tem uma reserva estratégica (de medicamentos do chamado 'kit intubação'), caso haja um aumento do número de pacientes que necessitem. Nós temos recursos, insumos para um eventual aumento do número de casos", acrescentou.

Até o momento, casos da nova variante foram detectados em África do Sul, Reino Unido, Alemanha, Itália, Holanda, Dinamarca, Bélgica, Botsuana, Israel, Austrália e Hong Kong. A Áustria analisa um caso suspeito, enquanto o ministro da Saúde da França, Olivier Veran, admitiu que a cepa já deve estar em circulação no território.

VOOS

A partir de hoje, e por um prazo inicial de 14 dias, o Brasil proibirá voos internacionais que tenham origem ou passagem por África do Sul, Botsuana, Essuatíni, Lesoto, Namíbia e Zimbábue. A entrada de brasileiros, contudo, não está suspensa. Mas o viajante brasileiro procedente ou com passagem por esses países africanos nos últimos 14 dias antes do embarque, ao ingressar no território brasileiro, deverá permanecer em quarentena por 14 dias na cidade do seu destino final.

Mesmo autorizados a voltar ao País, brasileiros que estão na África do Sul não conseguem encontrar voos para o retorno. Ontem, o brasileiro Rodrigo Hauck, de 36 anos, e a mulher, Maria Carolina Papadam Hauck, de 33, buscavam voo para regressar pela aérea alemã Lufthansa, uma das poucas que ainda estavam fazendo voos procedentes do aeroporto internacional da Cidade do Cabo. Emirates, Qatar e TAAG suspenderam as conexões.

Na África do Sul desde outubro, o casal, a filha de 2 anos e os pais de Hauck retornariam ao Brasil na terça-feira passada, mas tiveram o voo cancelado. "O triste é ver como o país está sendo castigado por descobrir a nova variante."

Já a nutricionista Thayane Silveira, de 28, chegou na Cidade do Cabo na quinta, quando a variante foi divulgada. "Viemos para turismo e nosso voo de volta seria na sexta-feira, dia 3, mas a Qatar já nos notificou do cancelamento." Tayná Franco, de 28 anos, está grávida de 27 semanas. Também na Cidade do Cabo desde quarta-feira, a Qatar cancelou seu voo de volta. "Nós entramos em contato com o Consulado do Brasil, que por enquanto pediu que aguardássemos as próximas horas.

Estamos tentando montar uma rede de apoio." O grupo de WhatsApp "brasileiros na África do Sul" já conta com mais de 90 participantes.

A embaixada do Brasil em Pretória e o consulado brasileiro na Cidade do Cabo estão recolhendo os dados para tentar identificar casos urgentes.

"Simultaneamente, estamos tentando contato com as companhias para ver qual a expectativa de retomada dos voos", disse o porta-voz da embaixada.

Ontem, o presidente da África do Sul, Cyril Ramaphosa, disse que as restrições de viagens impostas aos países do sul da África são injustificadas e os países ricos deveriam ajudar é na produção de vacinas. Uma força-tarefa está trabalhando para tornar o imunizante obrigatório na África do Sul para locais de trabalho e para frequentar lugares públicos. Ramaphosa disse que, por enquanto, o que se sabe é que essa variante tem mais mutações do que qualquer outra.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, afirmou, neste domingo (28), que os cuidados com a nova variante Ômicron são os mesmos tomados com cepas anteriores do novo coronavírus. Segundo Queiroga, trata-se de "uma variante de preocupação" e não de uma "variante de desespero". O ministro assegurou que as autoridades sanitárias brasileiras têm "todas as condições para assistir a população".

"A principal arma que nós temos para enfrentar essas situações é a nossa campanha de imunização", disse Queiroga, durante transmissão em suas redes sociais. "Os nossos hospitais têm leitos disponíveis, as nossas salas de vacinação têm vacinas para vacinar todos os brasileiros que estão aptos para tomar essas vacinas e as autoridades sanitárias dos Estados e dos municípios juntos com o Ministério da Saúde estão trabalhando para que tenhamos uma segurança cada vez maior."

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Queiroga não comentou o caso suspeito de um brasileiro vindo da África do Sul que foi diagnosticado em São Paulo com Covid-19. Exames complementares ainda vão confirmar ou descartar a infecção pela nova mutação. Em todo o mundo, governos decretam novas restrições para fazer frente à nova onda da Covid-19. A ômicron já foi identificada em quatro continentes.

Na mesma transmissão, o secretário de Atenção Especializada à Saúde, Sérgio Yoshimasa Okane, afirmou que o Ministério está monitorando leitos para covid-19. Caso seja necessário, unidades que foram fechadas após a diminuição dos casos da doença podem ser reabertas.

"O Ministério tem uma reserva estratégica (de medicamentos do chamado 'kit intubação') caso haja um aumento do número de pacientes que necessitem. Nós temos recursos, insumos para um eventual aumento do número de casos", acrescentou.

O secretário de Vigilância em Saúde, Arnaldo Correia de Medeiros, disse que é preciso manter as medidas não farmacológicas no enfrentamento à covid. "Evitarmos aglomerações fúteis, (fazer a) higienização das mãos, (usar) o álcool em gel, a etiqueta respiratória", declarou.

A Holanda anunciou neste sábado (27) que está analisando se 61 pessoas procedentes da África do Sul que deram positivo à Covid-19 estão afetadas pela nova variante omicron, que está provocando o isolamento mundial do sul da África, cujos líderes lamentaram estarem sendo "castigados".

Além disso, na Alemanha as autoridades informaram que já existe um possível primeiro caso dessa variante nova e muito contagiosa, em uma pessoa que retornava da África do Sul. Seria o segundo país europeu a confirmar a presença da omicron em seu território, depois da Bélgica.

Na sexta-feira, o Centro Europeu de Prevenção e Controle de Doenças (ECDC) afirmou que o risco de que a nova variante da covid-19 se espalhe pela Europa é "de alto a muito alto".

A Organização Mundial da Saúde (OMS) declarou que essa variante é "preocupante" assim como a atualmente dominante delta e as detectadas anteriormente, alfa, beta e gama.

Segundo as autoridades de saúde holandesas, os 61 passageiros que deram positivo viajaram em dois aviões procedentes da África do Sul, nos quais havia outros 531 passageiros que deram negativo. Por enquanto, estão em quarentena em um hotel nos arredores do aeroporto de Amsterdã.

"Os resultados positivos serão examinados rapidamente para ver se estão relacionados com a nova e preocupante variante", explicaram.

Na Alemanha, o ministro para Assuntos Sociais da região de Hesse (oeste), Kai Klose, disse que é "muito possível que a variante omicron tenha chegado" ao país, já que os testes realizados na sexta-feira com este viajante revelaram "várias mutações típicas da omicron".

"Essa pessoa foi isolada em seu domicílio devido a esses grandes indícios. O sequenciamento ainda não foi concluído", acrescentou.

- "Castigados" -

Também na República Tcheca, o primeiro-ministro Andrej Babis disse que estão estudando o caso suspeito de uma mulher que deu positivo ao chegar ao país após ter passado por Namíbia e viajado para a República Tcheca via África do Sul e Dubai.

A nova mutação fue notificada pela primeira vez pela África do Sul em 24 de novembro. Desde sexta-feira, cada vez mais países suspendem as viagens com a África do Sul, Zimbábue, Namíbia, Lesoto, Essuatini (ou Suazilândia), Moçambique e, em alguns casos, Malawi.

Neste sábado, o governo sul-africano se disse "castigado" por ter detectado a nova variante e lamentou que sua excelência científica por tê-la descoberto acabe penalizando o país.

"Essas proibições de viagem castigam a África do Sul pela sua capacidade avançada no sequenciamento de genomas e em detectar mais rapidamente as novas variantes. A excelência científica deveria ser aplaudida e não castigada", disse o governo em um comunicado.

"Vemos também que há novas variantes detectadas em outros países. Nenhum desses casos tem relação recente com o sul da África. E a reação com esses países é radicalmente diferente da gerada pelos casos no sul da África", lamentou o ministério das Relações Exteriores neste comunicado.

Na sexta-feira, a OMS disse que poderia levar várias semanas para determinar se a nova variante provoca mudanças na transmissibilidade ou gravidade da covid-19, assim como na eficácia das vacinas, e alertou contra a imposição de restrições de viagens enquanto a evidência científica é escassa.

- Novas vacinas ou mais vacinas? -

Os laboratórios Pfizer/BioNTech informaram que estão estudando urgentemente a eficácia de sua vacina contra essa nova variante e que teriam dados "em duas semanas no mais tardar".

Neste sábado, o cientista britânico que liderou as pesquisas sobre a vacina Oxford/AstraZeneca contra o coronavírus, Andrew Pollard, afirmou que é possível criar uma nova contra a variante omicron "muito rápido".

O professor considerou que é "altamente improvável" que esta nova variante se propague com força entre a população já vacinada.

O coronavírus deixa mais de 5,18 milhões de mortos em todo o mundo desde sua aparição na China no final de 2019, embora a OMS estime que os números reais possam ser muito maiores.

O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, afirmou que a nova variante deve incentivar o resto do mundo a doar mais vacinas às nações mais pobres, destacando que seu país "já doou mais vacinas para outros países que todos os demais países juntos" e "é hora" de se igualar à sua "generosidade".

Cerca de 54% da população mundial recebeu ao menos uma dose da vacina anticovid, mas nos países de baixa renda essa proporção é de apenas 5,6%, segundo o portal Our World in Data.

Ministério da Saúde emitiu nesta sexta-feira, 26, uma "comunicação de risco" sobre a nova variante do coronavírus identificada como B.1.1.529 na África do Sul. No alerta, a pasta afirma que a vacinação "provavelmente" contribuirá na resposta à doença, destaca que medidas como o uso de máscara, o distanciamento social e o isolamento de casos suspeitos são "essenciais" e aponta que, até agora, nenhum caso dessa variante foi identificado no Brasil.

A "comunicação de risco" é um documento produzido pelo Ministério da Saúde para "apoiar na divulgação rápida e eficaz" de dados que ajudem na "tomada de medidas de proteção e controle em situações de emergência em saúde pública". "Estar vigilante é fundamental", aponta o documento de 12 páginas.

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O Estadão apurou que a Saúde já fez reuniões multidisciplinares, com servidores de diferentes secretarias, como a de Vigilância em Saúde (SVS) e a Extraordinária de Enfrentamento à Covid (Secovid) para tratar da nova variante. A previsão é de que as equipes continuem discutindo a extensão do que está ocorrendo na África do Sul e os impactos em outros países, incluindo o Brasil, durante o fim de semana.

A avaliação da Saúde, no comunicado, é de que "a vacinação irá provavelmente contribuir para a resposta" e "as medidas não farmacológicas continuam sendo essenciais até que as vacinas estejam disponíveis em número suficiente e demonstrem ter um efeito atenuante".

O número de pessoas vacinadas com ao menos uma dose contra a covid-19 no Brasil até esta quinta-feira, 25, chegou a 158.447.349, o equivalente a 74,28% da população. Um total de 52 mil pessoas receberam a primeira aplicação da vacina, de acordo com dados reunidos pelo consórcio de veículos de imprensa junto a secretarias de 26 Estados e Distrito Federal.

Entre os mais de 158 milhões de vacinados, 131,64 milhões estão com a imunização completa contra o coronavírus, o que representa 61,72% da população total. Em 24 horas, 1,27 milhão de pessoas receberam a segunda dose e outras 23,1 mil receberam um imunizante de aplicação única.

As diretrizes de prevenção e controle para a B.1.1.529 continuam as mesmas já apontadas pela própria Saúde, segundo o documento. Os procedimentos devem ser seguidos "de forma integrada, a fim de controlar a transmissão da covid-19 e suas variantes, permitindo também a retomada gradual das atividades desenvolvidas pelos vários setores e o retorno seguro do convívio social".

"Entre as medidas indicadas pelo MS, estão as não farmacológicas, como distanciamento social, etiqueta respiratória e de higienização das mãos, uso de máscaras, limpeza e desinfeção de ambientes e isolamento de casos suspeitos e confirmados conforme orientações médicas", informa o comunicado.

O documento da Saúde também destaca as ações que devem ser tomadas pelos profissionais de saúde na identificação de qualquer nova variante, incluindo a B.1.1.529. A notificação deve ser "imediata" à vigilância epidemiológica local.

Segundo o Ministério da Saúde a investigação de casos de novas variantes deve seguir um passo a passo, que inclui o monitoramento de viajantes com sinais e sintomas declarados por pelo menos 14 dias e de viajantes assintomáticos pelo menos por 7 dias.

NOVA VARIANTE

A comunicação do Ministério da Saúde afirma que a pasta sul-africana emitiu um alerta ontem sobre a nova variante. A B.1.1.529 foi identificada em 23 de novembro em amostras coletadas entre 12 e 20 do mesmo mês, na província de Gauteng, de acordo com o documento da Saúde brasileira.

"O expressivo aumento de casos entre as Semanas Epidemiológicas de 44 a 46 em Tshwane detectados por PCR, identificou nova variante, com mais de 30 mutações na proteína S, a partir do sequenciamento completo. Houve aumento de casos em várias províncias do país", destaca trecho do relatório do Ministério da Saúde.

"Existem 66 isolados registrados distribuídos entre 58 África/Gauteng; 6 África/Botswana; 2 Ásia/Hong Kong. Os dados do Ministério da Saúde da África do Sul apresentam, até o momento, 77 casos localizados na província da Gauteng, mas acredita-se que os casos possam estar nas demais províncias devido ao aumento de casos exponencialmente."

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) recomendou, nesta sexta-feira (26), a adoção de medidas restritivas de caráter temporário em relação aos voos e viajantes procedentes da África do Sul, Botsuana, Eswatini, Lesoto, Namíbia e Zimbábue, em decorrência a nova variante identificada como B.1.1.529.

Em nota publicada, a agência retoma a avaliação feita pela Organização Mundial de Saúde (OMS), que analisa nova variante com maior taxa de transmissibilidade e provavelmente relacionada ao aumento contínuo de infecções pela covid-19 nos referidos países, cuja cobertura vacinal ainda encontra-se baixa.

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Nesse sentido, a Anvisa recomenda a suspensão imediata dos voos procedentes da África do Sul, Botsuana, Eswatini, Lesoto, Namíbia e Zimbábue e suspensão, em caráter temporário, da autorização de desembarque no Brasil de viajantes estrangeiros com passagem pelos países nos últimos 14 dias.

Ainda, a agência faz a recomendação de quarentena, logo após o desembarque no Brasil, para viajantes brasileiros e seus acompanhantes legais, com origem ou histórico de passagem pelas seis nações nos últimos 14 dias que antecedem a entrada no País.

A Anvisa pontua que os critérios para implantação e monitoramento da quarentena de viajantes em território brasileiro não estão sob o escopo de competência da agência, "devendo a operacionalização para cumprimento efetivo da medida ser, previamente, disciplinada pelo Ministério da Saúde em colaboração com as autoridades de saúde estaduais e municipais". "Até que as medidas restritivas sugeridas nesta Nota Técnica sejam implementadas, a Agência recomenda que seja reforçado o monitoramento, por parte das autoridades de saúde, de viajantes procedentes dos países citados, com desembarque no Brasil."

Na declaração, o órgão regulador também destaca a recomendação de se evitar viagens não essenciais, em especial à África do Sul, Botsuana, Eswatini, Lesoto, Namíbia e Zimbábue.

O laboratório alemão BioNTech, parceiro da Pfizer na produção de vacinas contra o coronavírus, informou, nesta sexta-feira (26) que espera ter, em até duas semanas, os primeiros resultados dos estudos que vão determinar se a nova variante da Covid-19 identificada na África do Sul é capaz de escapar da proteção oferecida pelo imunizante.

Com alto número de mutações, essa cepa tem colocado autoridades, mercado e cientistas em alerta. Entre quinta-feira (25) e sexta-feira (26) houve queda das bolsas e países como Reino Unido e Israel impuseram novas restrições a viajantes vindos da África do Sul.

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Segundo a BioNTech, essa cepa, chamada de B.1.1.529, "difere claramente das variantes já conhecidas porque tem mutações adicionais na proteína spike". Ainda não há, porém, confirmação científica de que a variante esteja ligada a escape vacinal nem que seja mais transmissível.

Se for considerada uma variante de preocupação pelo Organização Mundial da Saúde (OMS), ela deve ser chamada de Nu, a próxima letra grega - esse alfabeto é usado para nomear essas mutações.

A Pfizer e a BioNTech tem se preparado para adaptar seu imunizante em menos de seis semanas caso apareça uma variante resistente ao produto.

A entrega das primeiras doses ajustadas, conforme as empresas, poderia ser feito em cerca de cem dias.

A Pfizer é um dos quatro imunizantes usados na campanha nacional de vacinação do Brasil, junto de Coronavac, AstraZeneca e Janssen. Ainda não existem informações sobre o desempenho dessas outras marcas ante a nova cepa identificada.

Segundo a Rede para Vigilância Genômica da África do Sul, a variante já foi identificada em amostras coletadas de 12 a 20 de novembro em Gauteng, Botswana e em Hong Kong, de um viajante sul-africano. "Podemos fazer algumas previsões sobre o impacto das mutações nesta variante, mas ainda é incerto, e as vacinas continuam a ser a ferramenta crítica para nos proteger", disse a instituição.

Nesta sexta-feira, 26, o governo sul-africano fará uma sessão de urgência com a Organização Mundial da Saúde (OMS) sobre a evolução do vírus. COM AGÊNCIAS INTERNACIONAIS

No momento em que países da Europa apertam restrições para conter o salto de casos do novo coronavírus, o presidente da República, Jair Bolsonaro, afirmou nesta sexta-feira que "está vindo uma outra [onda] de Covid". A apoiadores em frente ao Palácio da Alvorada, no entanto, o chefe do Executivo descartou a possibilidade de fechar aeroportos do Brasil para tentar reduzir o contágio da doença.

"Tem que aprender a conviver com o vírus", repetiu o presidente.

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"Não vai vedar, rapaz. Que loucura é essa? Fechou o aeroporto, o vírus não entra? Já está aqui dentro", declarou Bolsonaro a um simpatizante, ao ser questionado sobre a chance de restringir a entrada de estrangeiros no País.

O apoiador citou a quarta onda de Covid-19 na Europa, mas o presidente minimizou. "Você está vendo muita Globo".

A partir desta sexta-feira, o Reino Unido começa a impor barreiras aéreas contra a África do Sul e mais cinco países vizinhos depois de cientistas sul-africanos anunciarem a descoberta de uma nova cepa do coronavírus.

Regiões da Alemanha, além de França, Itália e Áustria, têm ampliado restrições sanitárias, e Portugal voltou a exigir máscaras em espaços fechados.

Na quinta-feira, Bolsonaro, depois de se contrapor sistematicamente a medidas sanitárias para conter a Covid-19, se disse contrário à realização do carnaval em 2022. Capitais brasileiras mantêm sob dúvidas a realização da festa em 2022. Dentre as grandes cidades, só o Rio de Janeiro confirmou o Carnaval no ano que vem.

Bolsonaro conversou com apoiadores antes de embarcar para Guaratinguetá, em São Paulo, onde participa no período da manhã de cerimônia de conclusão do curso de formação de sargentos da Escola de Especialistas de Aeronáutica. À tarde, segue para o Rio de Janeiro. Na capital fluminense, o presidente vai comparecer à cerimônia de formatura do 76º Aniversário da Brigada de Infantaria Paraquedista.

O governo da África do Sul publicou comunicado, no qual reforça a importância de que a população local se imunize contra a Covid-19. A administração diz que as vacinas continuam a ser o meio mais eficaz de combater o vírus e casos graves da doença, mas também defende o uso de máscaras em locais públicos, para evitar a disseminação do problema.

"Vamos acabar com o poder da nova variante nos vacinando para limitar o número de mutações, e salvar nosso verão porque as vacinas enfrentam as variantes", diz o texto.

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Em outro comunicado, o governo sul-africano comenta o fato de que o Reino Unido decretou na quinta-feira (25) um veto a voos do país, por causa da nova variante.

O texto nota que Londres tomou a decisão antes mesmo de a Organização Mundial de Saúde (OMS) analisar e se pronunciar sobre a gravidade da nova cepa e diz que estará em contato com o país para tentar reverter a decisão.

Outras nações anunciaram decisões na mesma linha.

A Organização Mundial de Saúde (OMS) convocou uma reunião de especialistas para esta sexta-feira (26) a fim de discutir se declara a nova cepa da Covid-19 localizada na África do Sul como uma "variante de preocupação".

Cientistas têm afirmado que a nova variante possui um alto número de mutações, as quais podem torná-la mais transmissível e permitir que ela contorne algumas das respostas imunes detonadas por infecção anterior ou pela vacinação.

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A Secretaria de Estado de Saúde (SES) do Rio de Janeiro identificou uma nova linhagem do coronavírus no município de Porto Real, na divisão com o Estado de São Paulo. A cepa P.5 é originária da B.1.1.28 e tem a mesma estrutura da original, mas com mutações no spike, a coroa do vírus que se liga à célula.

De acordo com a SES, a identificação ocorreu por meio de monitoramento genômico em meados de abril. A secretaria informou que 19 casos dessa variante já foram localizados no Estado de São Paulo e que, até o momento, não é possível afirmar que a mesma seja mais letal ou transmissível.

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Ainda segundo a SES, os dados do monitoramento mostram que a linhagem P.1 (Brasil) continua sendo a mais frequente no Estado que, além disso, registrou uma baixa frequência da VOC B.1.1.7 (Reino Unido) e declínio da P.2 desde novembro do ano passado.

O Instituto Evandro Chagas (IEC), órgão vinculado ao Ministério da Saúde, identificou a presença da variante indiana do coronavírus em tripulantes do navio MV Shandong Da Zhi. A embarcação está ancorada na costa da cidade de São Luís, capital do Maranhão.

O navio foi proibido de atracar na área portuária da cidade. Uma equipe da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) está se deslocando para o local.

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A Secretaria de Saúde do Maranhão realizou testes com a tripulação da embarcação e enviou para o instituto. Das pessoas a bordo, 15 tiveram diagnóstico positivo para a Covid-19, sendo que seis apresentaram a ocorrência da variante indiana. Outros nove tripulantes tiveram o resultado negativo para a covid-19.

De acordo com a Secretaria de Saúde, 23 tripulantes estão em quarentena em cabines individuais e um foi levado para ser internado em uma Unidade de Terapia Intensiva (UTI) em São Luís.

A secretaria também iniciou a testagem de todas as pessoas do hospital que tiveram contato com o paciente internado.

 

Uma ameaça para o mundo. É assim que a imprensa americana retrata a atual situação da pandemia de coronavírus no Brasil, ecoando a preocupação de cientistas, autoridades da área de saúde e do governo americano sobre os efeitos do descontrole da propagação de uma nova variante do Sars-CoV-2 no País.

Nos EUA, a população já discute quando a vida poderá voltar ao normal, diante da aceleração do ritmo de vacinação e da indicação de que até o fim de maio o país terá doses de imunizante para todos. Depois de um ano como epicentro da pandemia, os EUA agora veem uma luz no fim do túnel e a ameaça do lado de fora. Mais especificamente no Brasil.

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"Há uma sensação de alarme sobre a natureza não controlada da pandemia no Brasil e o ritmo lento da vacinação - especialmente agora que o Brasil é a fonte de uma nova e preocupante variante da covid-19", afirma Anya Prusia, do Brazil Institute do Centro de Estudos Wilson Center, em Washington. "A atenção aqui está voltada para a disseminação dessa cepa mais contagiosa, a P.1, que se originou em Manaus."

Os primeiros dois casos da variante P.1 foram registrados nos EUA em janeiro, horas depois de o presidente Joe Biden revogar uma decisão de Donald Trump e recolocar a restrição de viagens do Brasil aos EUA.

Duas pessoas que estiveram no Brasil foram diagnosticadas com a nova cepa em Minnesota. Até agora, os EUA registraram 13 casos da mutação, em ao menos sete Estados. Mas ainda não há transmissão comunitária, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS).

Mas não foi a chegada nos EUA da cepa de Manaus que alarmou os americanos e sim a recente situação da pandemia no Brasil, que tem batido recorde de mortes. "Enquanto a pandemia continuar a crescer, ninguém estará a salvo", disse o porta-voz do Departamento de Estado americano, Ned Price, em coletiva de imprensa.

Em pronunciamentos e entrevistas recentes, o principal infectologista do governo americano, Anthony Fauci, tem ressaltado que a cepa P.1 está associada a uma maior transmissibilidade e à preocupação de que a mutação possa interromper a imunidade induzida naturalmente e pela vacina.

Há cerca de um mês, Fauci afirmou que isso preocupa os americanos, que não devem derrubar tão cedo o bloqueio de passageiros que estiveram no Brasil. Nesta semana, ele voltou ao tema. "O Brasil está numa situação muito difícil. A melhor coisa é vacinar o maior número de pessoas o mais rápido possível", disse Fauci, que chegou a dizer que os EUA poderiam ajudar os brasileiros.

O ritmo de vacinação nacional, porém, não anima. O Washington Post descreveu a vacinação brasileira como um processo de "escassez e atrasos", enquanto o The New York Times reporta uma vacinação lenta e sem sinalização de melhora.

"O país atingiu o pior momento. Surgiram variantes que parecem mais mortais para pessoas saudáveis, e os cientistas documentaram coinfecção por múltiplas variantes", escreveu Kevin Ivers, vice-presidente da consultoria americana DCI Group, em relatório. "A preocupação é que a disseminação acelere essas coinfecções no Brasil e leve a uma explosão de novas variantes mais agressivas."

A situação brasileira foi definida pelo Washington Post, no dia 4, como "terreno fértil" para outras variantes. O risco foi mencionado também por cientistas, como Bill Hanage, epidemiologista da Faculdade de Saúde Pública da Universidade Harvard.

Nas redes sociais, o também epidemiologista e economista da área da saúde Eric Feigl-Ding, membro da Federação de Cientistas Americanos, postou que o Brasil precisa da ajuda de líderes estrangeiros. "A epidemia descontrolada do Brasil será uma ameaça ao mundo, mas ainda não é muito tarde", disse ao Estadão. "Mas é preciso ter sequenciamento genético, controle de fronteiras, quarentenas e testagem em massa."

Para a epidemiologista brasileira Denise Garrett, vice-presidente do Sabin Vaccine Institute, com base em Washington, se o Brasil não for capaz de controlar a situação, os bloqueios de viajantes devem se intensificar.

O neurocientista brasileiro Miguel Nicolelis, pesquisador da Universidade Duke, que nos últimos dias ganhou espaço em jornais estrangeiros pedindo uma pressão de outras nações sobre o Brasil, chama a atenção para a "geopolítica da pandemia". "É a diplomacia do século 21. Já tem países trocando mercadorias por vacinas", afirmou. "Se o fluxo ficar desimpedido, a doença desse país vai migrar para os outros."

Falta de liderança

Na imprensa e entre analistas americanos, Jair Bolsonaro é o presidente que propaga desinformação, é cético sobre a vacina e está em choque com governadores. "Como aconteceu com Trump, o vácuo de liderança de Bolsonaro deu ao vírus abertura para se espalhar", disse o Washington Post. Um dia antes, o The New York Times colocou a preocupação com o Brasil em sua capa.

A crise no País já chamou a atenção no ano passado, com as imagens de cemitérios lotados em Manaus e São Paulo. Desta vez, a preocupação é diferente, porque o que acontece no Brasil, segundo os americanos, pode colocar em xeque os avanços do resto do mundo. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Uma reinfecção pelo novo coronavírus identificada em Minas Gerais - a primeira no Estado - foi provocada por linhagem que ainda não havia sido detectada no Brasil e que circula nos Estados Unidos desde outubro de 2020, segundo informações do Laboratório de Imunopatologia da Universidade Federal de Ouro Preto (UFOP) com base nos principais bancos de dados globais de informações genéticas do Sars-CoV-2.

A reinfecção foi provocada pela linhagem B.1.2 em um médico de 29 anos morador de Sabará, na Região Metropolitana de Belo Horizonte, que apresentou sintomas da Covid-19 pela segunda vez em 6 de janeiro. O médico não tem comorbidades ou imunodeficiências.

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A confirmação da reinfecção ocorreu na última segunda-feira, dia 1º, em trabalho conjunto da UFOP com a Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) e da Fundação Ezequiel Dias (Funed).

O médico, que além de trabalhar em Sabará atende também em Caeté, outra cidade próxima a Belo Horizonte, e na capital, relatou à época ter acabado de retornar de viagem ao Rio de Janeiro. A reinfecção ocorreu 230 dias depois do contato inicial do morador de Sabará com o novo coronavírus. Seu primeiro teste positivo foi em maio, com a linhagem B.1.1.28. Nas duas infecções não houve necessidade de internação.

A universidade afirma que em agosto o médico passou por exame sorológico e o resultado foi positivo para o anticorpo IgG, que combate a Covid-19. Em dezembro, porém, o mesmo exame apresentou resultado negativo.

Pesquisador do Laboratório de Imunopatologia da UFOP, Alexandre Reis explica não ser possível afirmar que apenas a exposição a uma nova linhagem do vírus tenha sido o único fator responsável pela reinfecção. "O fato de os níveis de anticorpos do paciente terem negativado, assim como outros fatores ainda não bem elucidados, devem também ter contribuído para o quadro", analisa, em comunicado da UFOP.

Novas variantes

A Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais informou nesta terça-feira, 2, ter sido detectada no Estado a variante P.1, identificada inicialmente em Manaus, em duas amostras de material genético analisadas pelo Laboratório Central de Saúde Pública de Minas Gerais (Lacen). As amostras, conforme a secretaria, são de duas pessoas da capital amazonense que estavam em viagem a Belo Horizonte.

Estudo feito por pesquisadores da Universidade de São Paulo (USP) e da Universidade de Campinas (Unicamp) sugere que a variante P.1 pode escapar dos anticorpos produzidos no organismo humano pela vacina Coronavac, o principal imunizante utilizado no Brasil contra a covid-19. Os dados, porém, foram levantados a partir de um grupo pequeno de voluntários e são preliminares.

Minas Gerais já registra regiões com estrangulamento do atendimento para casos mais graves da covid-19. No Triângulo Sul, que tem Uberaba como principal cidade, não há mais leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) seja para Covid-19 ou qualquer outra doença. Em Belo Horizonte, a taxa de ocupação de UTI para Covid-19 está em alta e atingiu nesta terça-feira (2) 76,3%, ante 64,2% registrado na terça-feira (23) anterior.

Nesta quarta-feira (3) começa na cidade a vacinação de idosos de 80 a 85 anos, iniciando pelos mais idosos da faixa etária. O cronograma da Prefeitura prevê que na quinta-feira, 11, e sexta-feira, 12, sejam vacinados os idosos de 80 anos.

Um ano após o registro do primeiro caso da Covid-19 no Brasil, o ex-ministro da Saúde Luiz Henrique Mandetta (DEM), que comandou a pasta nos meses iniciais da pandemia, vê o País como uma nau sem rumo, o Sistema Único de Saúde (SUS) destruído e a situação do País cada vez mais grave. "A cepa mais transmissível anda de Ferrari. Já a campanha de vacinação vai de carroça", disse ao jornal O Estado de S. Paulo.

Mandetta tornou-se personagem central nos primeiros meses de pandemia ao divergir da postura do presidente Jair Bolsonaro, que minimizava a força da doença. Bolsonaro o demitiu em 16 de abril.

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O ex-ministro afirmou que vai participar "ativamente" das eleições de 2022, "como eleitor, cidadão ou candidato", mas que estará em caminho diferente da "esquerda equivocada" e do "Bolsonaro desequilibrado".

Quando o senhor ouviu falar sobre a Covid-19 e em que momento percebeu que se tratava de uma doença grave?

O Brasil foi um dos primeiros países a questionar a OMS (Organização Mundial da Saúde) sobre a doença, quando o Wanderson Oliveira (ex-secretário de Vigilância Sanitária) ouviu ruídos sobre o vírus. Quando fui para o Fórum de Davos, parei em Genebra. Iria jantar com Tedros (Adhanom Ghebreyesus, diretor-geral da OMS), mas ele disse que não iria participar, pois haveria reunião no comitê de emergência sobre a doença. Eles (a cúpula da OMS) racharam sobre declarar emergência global. Aí fizeram (a declaração): é uma emergência para Wuhan e um alerta internacional.

Quando o senhor falou ao presidente que a doença causaria uma grave crise?

Quando tivemos o primeiro caso no Brasil e o sistema de saúde da Itália caiu. Mas ele começou a entrar na vibe do Trump, não dimensionou. Ele tinha uma viagem aos EUA. Eu já estava dando o alerta. Eles não queriam usar nem álcool em gel para não transparecer preocupação.

Em que momento o senhor percebeu que Bolsonaro assumiu postura diferente daquela recomendada pela Saúde?

O presidente começou a forçar saídas e aglomerações. A imprensa me perguntando: "Você está dizendo para o pessoal se cuidar e o presidente fica saindo". Ele me convidou (para as saídas), mas como percebeu que eu não iria começou a chamar o presidente da Anvisa (Antonio Barra Torres). A Anvisa servia como autoridade de saúde para legitimar aquilo. O presidente me chamou para uma live e disse (aos apoiadores) que era melhor não irem à manifestação, mas no domingo ele sai, abraça, beija. Era para ele estar em quarentena, porque teve contato com infectados na viagem aos EUA. Daquele momento para frente foi só... "bom, não vou poder contar com ele para enfrentar isso".

Com as informações disponíveis hoje sobre a doença, o senhor teria feito algo diferente no cargo de ministro?

Não. Eles não queriam fazer nenhuma campanha de esclarecimento ao público. Passei a utilizar a imprensa, fazer coletivas, para a imprensa fazer o papel que foi fundamental naquele momento. Chegamos a zerar as máscaras. Então dissemos: use máscara de pano. Conseguimos um navio da China de equipamentos de proteção porque eu pedi ao ministro para deixar sair o último navio. Fazia licitação e dava "zero". Pessoal querendo cobrar a máscara a R$ 8 por unidade. Abrimos linha de montagem para respiradores. E foi o que salvou. No meio disso ainda havia um conflito com a China.

O senhor acha que errou ao autorizar a primeira orientação sobre o uso da cloroquina?

Não, naquele momento havia consenso sobre uso compassivo, inclusive pela OMS, como última tentativa. Autorizei para uso hospitalar. Agora, colocar isso na rede, recomendar tratamento com cloroquina, aquilo não. Na semana anterior à minha saída, me chamaram numa sala onde estava a Nise Yamaguchi (médica defensora da cloroquina) e ministros. Havia uma minuta de decreto, mas não oficial, em papel timbrado, com sugestão para que a Anvisa colocasse indicação para Covid na bula da cloroquina. Olhei para o presidente da Anvisa e ele disse que não faria aquilo. Eu disse: o presidente está extrapolando.

Como o senhor vê a pandemia hoje e o que pode ser feito?

O Brasil está como uma nau sem rumo. O que poderia ser feito: começar colocar gente que entende de saúde e epidemia para conduzir, gerar políticas, recuperar o SUS. Tem de começar a refazer o sistema. Estamos num caos. Não tem liderança que fala pela saúde.

Qual a responsabilidade do ministro Eduardo Pazuello na crise?

Ele é responsável. Se o presidente me chamar para ser chefe do Exército, vou falar: não tenho formação. Se me botarem pra dirigir um Boeing com 400 pessoas dentro, vou dizer que não posso pilotar. Ele está num cargo em que não tem condições técnicas para administrar. Retirou a equipe técnica. Não precisava ficar comigo, mas por que tirar o Wanderson? Um dos três ou quatro melhores epidemiologistas do mundo. A culpa do Pazuello é na formação da equipe. Ele forma pensando que está dentro de um quartel. Não é lugar de mando, mas de liderança, que se impõe pelo conhecimento do sistema, da doença. Ele não tem conhecimento do sistema, da doença nem do ser humano.

Como vê os próximos meses da doença?

Um agravamento da doença. Vamos passar pela sazonalidade, mas com a nova cepa. Vimos isso na região Norte, onde faltou oxigênio, o que é uma barbeiragem enorme. O Brasil não estuda a nova cepa e o ministério fez um movimento errado de tirar os pacientes de Manaus de qualquer jeito. Ele plantou a nova cepa em todo o País. A gente tem uma situação em que a cepa mais transmissível anda de Ferrari. Já a campanha de vacinação vai de carroça.

O senhor fez parte do governo mesmo conhecendo Bolsonaro como deputado, quando ele votou a favor da pílula do câncer e defendeu a tortura. O senhor acha que cometeu um erro ao entrar no governo e até validar posições do governo?

O presidente a gente conhece quando ele assume. Eu conhecia um deputado Bolsonaro, que era polêmico. Votei nele porque queria uma ruptura com o PT. A proposta que ele me fez foi de montar o ministério com equipe técnica. Só que o dia que veio um problema na nossa frente e eu precisava dele, aí ele não queria um ministério técnico, mas político. Aí você fala: isso aqui não é sério, é equívoco.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Uma nova mutação detectada na variante britânica do coronavírus, classificada como "preocupante" por especialistas no Reino Unido, foi identificada. Essa mutação adicional, chamada de E484K, já havia sido encontrada nas cepas da África do Sul e em amostras no Rio de Janeiro e Bahia do vírus. Estudos preliminares indicam que essa nova mutação pode impactar na eficácia da vacina da Pfizer-BioNTech contra a cepa identificada no país.

"A mutação que traz mais preocupação, que chamamos de E484K, também ocorreu de forma espontânea na nova cepa de Kent (Reino Unido) em partes do país", disse Calum Semple, membro da comissão de aconselhamento científico para emergências no país, em entrevista à rádio BBC.

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Um estudo preliminar divulgado nesta segunda-feira, 1, pela universidade de Cambridge indica que a vacina de Pfizer-BioNTech é eficaz contra a variante britânica, porém "menos efetiva" quando contém a mutação E484K. Segundo o estudo, neste caso são necessários "níveis substancialmente mais altos de anticorpos para neutralizar o vírus".

O receio em relação à variante da África do Sul levou autoridades da Inglaterra a iniciar uma testagem em massa de porta a porta, com a meta de chegar a 80 mil moradores em áreas onde casos de infecção com a nova cepa foram identificados.

Outro estudo, publicado há cerca de duas semanas por pesquisadores da África do Sul, sinalizou a maior resistência da variante sul-africana à vacina. Os laboratórios Pfizer e BioNTech afirmaram que vão seguir adiante com os estudos sobre as mutações, principalmente a sul-africana, e que vão "vigiar a eficácia da vacina no mundo" diante do surgimento de novas variantes.

Mesmo assim, as empresas acreditam que a "flexibilidade da vacina, baseada na tecnologia de RNA mensageiro", que injeta no corpo instruções genéticas que dizem às células o que fazer, é "apropriada para desenvolver novas versões da vacina, se necessário".

Apesar de existirem milhares de variantes do coronavírus no mundo, especialistas têm se concentrado sobretudo nessas três cepas - identificadas no Reino Unido, na África do Sul e no Brasil - pelo potencial de contágio que apresentam. (Com agências internacionais).

Três variantes do coronavírus, detectadas inicialmente no Reino Unido, África do Sul e Brasil, foram encontradas em 14 países das Américas, informou nesta quinta-feira (28) a Organização Pan-americana da Saúde (OPAS).

Argentina, Brasil, Canadá, Chile, Cuba, Equador, Estados Unidos, Jamaica, México, Panamá, Peru, República Dominicana, Santa Luzia e Trinidad e Tobago reportaram ao menos uma destas três mutações do vírus SARS-CoV-2, segundo a última atualização epidemiológica da OPAS, escritório regional da Organização Mundial da Saúde (OMS).

"Em 25 de janeiro de 2021, 14 países relataram a detecção da variante VOC 202012/01, a variante 501Y.V2 e a variante P.1". O relatório disse, se referindo às mutações identificadas em dezembro no Reino Unido, África do Sul e Brasil, respectivamente.

A OPAS disse que, de acordo com documentação recente, as pessoas infectadas com a variante britânica "têm um risco maior de morrer do que as pessoas infectadas com outras variantes".

Em relação à variante sul-africana, indicou que estudos preliminares sugerem que está associada "a uma carga viral mais elevada, o que poderia sugerir uma potencial maior transmissibilidade".

A OPAS informou em um comunicado que o aparecimento dessas mutações "levantou preocupação sobre a possível maior disseminação e gravidade dos casos de covid-19 na região".

“As mutações são esperadas como parte da disseminação de qualquer vírus”, disse Sylvain Aldighieri, gerente de incidentes da OPAS, instando as autoridades a continuarem fortalecendo as medidas de controle de doenças.

Ele observou que há uma necessidade de expandir a vigilância genômica regional, investigação de surtos e rastreamento de contatos. E eventualmente será necessário “ajustar as medidas de saúde pública e sociais para reduzir a transmissão”, acrescentou.

De acordo com o especialista, com as cepas britânicas e sul-africanas, a transmissão comunitária não parece ter sido gerada até agora na região das Américas, e os casos parecem se limitar a pessoas que viajam dos dois países ou estão em contato com eles.

A terceira variante, detectada no estado do Amazonas, é mais prevalente no Brasil. No entanto, Aldighieri disse que "ainda é cedo para tirar conclusões sobre a intensidade da associação entre o surgimento da variante e a dinâmica recente de transmissão" em Manaus.

O coronavírus causou pelo menos 2,1 milhões de mortes em todo o mundo desde que o escritório da OMS na China relatou o surgimento da doença em dezembro de 2019, de acordo com uma contagem da AFP baseada em fontes oficiais.

A região das Américas é a mais afetada pela pandemia, com mais de um milhão de mortos.

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