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O prêmio Nobel de Literatura de 2010, o peruano Mario Vargas Llosa, disse neste sábado que há na Venezuela uma ditadura totalitária que leva seus cidadãos a buscar a própria sobrevivência.

"O trágico caso da Venezuela é que agora não há eleições livres, não há liberdade de expressão, agora uma ditadura totalitária foi estabelecida", disse Vargas Llosa em entrevista ao jornal peruano La República.

O escritor de 82 anos disse que o modelo venezuelano não é uma fórmula que traga prosperidade, justiça ou que sirva de exemplo na América Latina.

"Você acha que alguém pode pensar que o modelo venezuelano é a fórmula para atrair prosperidade, justiça? O terrível fracasso daquela sociedade, aquela sociedade potencialmente tão rica que hoje é um país miserável, aquela sociedade potencialmente tão rica que hoje é um país miserável que está jogando os pobres venezuelanos nas estradas em busca de sobrevivência", disse o escritor da cidade de Arequipa, no sul do Peru.

"Os venezuelanos estão pagando terrivelmente por esse erro", disse o autor de "A cidade e os cachorros" e de "Conversa no Catedral".

O escritor também falou sobre os casos de corrupção nos países sul-americanos.

"Temos uma democracia muito corrupta, vivenciamos a corrupção brasileira muito diretamente através da Odebrecht e através de Lula", disse Llosa, após criticar duramente o ex-presidente e amigo Pedro Pablo Kuczynski (2016-2018) por ter indultado a prisão por corrupção do ex-presidente Alberto Fujimori (1990-2000).

"Sua imagem política não tem salvação, ele será como um presidente que desapontou", disse ele, que pediu aos peruanos para evitar a escolha de um congresso fujimorista nas próximas eleições de 2021.

"Fizemos o terrível erro, nas recentes eleições, de escolher um parlamento fujimorista, sabendo que o fujimorismo está relacionado à corrupção", acrescentou.

Vargas Llosa participa de um evento literário em Arequipa com 130 escritores.

Mais de 230 escritores peruanos, entre eles o Nobel Mario Vargas Llosa, assinaram um manifesto contra o indulto ao ex-presidente Alberto Fujimori assinado pelo presidente Pedro Pablo Kuczynski.

"O indulto a Fujimori foi um cataclismo moral e político para nossa sociedade e assim que foi conhecido surgiu, em vários escritores, uma espécie de imperativo moral, a necessidade de expressar-se e protestar", disse neste sábado à AFP o escritor e jornalista Alfredo Pita, que também assinou a carta.

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Pita afirma que a ideia era redigir um documento "assinado por todas os espectros políticos", que expressasse abertamente e democraticamente o protesto, sem preconceitos ideológicos.

Os intelectuais criticam "a conduta ilegal e irresponsável do presidente Kuczynski", que concedeu o indulto a Fujimori, condenado por crime contra a humanidade, na noite do dia 24 de dezembro.

Intitulado "Pela Dignidade do Peru e contra o indulto", o texto lembra que "Fujimori foi condenado por violação de direitos humanos e corrupção. Ele foi responsável por um golpe de Estado e pelo desmantelamento de nossa institucionalidade".

Os escritores assinaram, entre eles Alfredo Bryce Echenique, Aida Alonso, Alonso Cueto, Fernando Ampuerosos, afirmam que o indulto do presidente demonstra "o pouco apreço pela dignidade, pela igualdade diante da lei e pelo direito à memória", e ressaltam que "não é segredo para ninguém que Fujimori não sofre de qualquer doença degenerativa nem terminal".

Os autores também criticam "o abuso da linguagem da reconciliação e do perdão que busca legitimar esta medida espúria, e colocar como violentos e intolerantes aqueles que defendem a verdade e a memória".

O ex-presidente Fujimori (1990-2000) deixou a prisão, onde cumpria uma condenação de 25 anos por delitos de crime contra a humanidade, para ser hospitalizado por uma crise de hipotensão e de arritmia no sábado passado, um dia antes de Kuczynski o conceder indulto humanitário.

A decisão de Kuczynski levou milhares de peruanos às ruas para protestar e provocou a renúncia do ministro de Cultura.

Uma pesquisa publicada neste sábado aponta que 56% dos peruanos aprova o indulto.

O ganhador do prêmio Nobel de Literatura, Mario Vargas Llosa, e outros 238 escritores do Peru assinaram uma carta denunciando o perdão concedido ao ex-presidente Alberto Fujimori, afirmando que ele cobre a nação de "infâmia e vergonha".

A carta foi divulgada neste sábado em resposta ao perdão natalino concedido pelo presidente Pedro Pablo Kuczynski ao ex-presidente, que foi preso pela morte de 25 peruanos após dez anos no comando do país.

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O documento afirma que o perdão não foi um ato de compaixão, "mas o cálculo político mais cínico e cru". Apoiadores de Fujimori ajudaram, na semana passada, o presidente Kuczynski a evitar um impeachment no Congresso.

Fujimori derrotou Vargas Llosa em 1990 e chegou à presidência. Dois anos depois, ele dissolveu o Congresso. Ele fugiu do país em 2000. Fonte: Associated Press.

O escritor peruano Mario Vargas Llosa criticou nesta terça-feira o populismo, que classificou de "enfermidade da democracia", ao apresentar em Madri um livro coletivo sobre a questão assinado, entre outros, pela opositora venezuelana María Corina Machado.

O Nobel peruano de Literatura participou, em um ato na Casa América de Madri, da apresentação do livro "El estallido del populismo", com um prólogo seu e coordenado por seu filho Álvaro Vargas Llosa.

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Mario Vargas Llosa reiterou seus argumentos contra o populismo, "um fenômeno mundial" que "enterra a democracia, destrói pouco a pouco as instituições e leva os países inevitavelmente a uma catástrofe econômica".

O autor de 81 anos, firme defensor do liberalismo político e econômico, mencionou a Venezuela como o caso "mais trágico", pois segundo ele se trata de "um país em que se morre literalmente de fome", e onde "a existência de um povo comum e corrente se vê ameaçada pela insensata política econômica que levou este país à beira do abismo".

"O populismo hoje viralizou", afirmou seu filho Álvaro, autor do primeiro capítulo do livro, "El caso Trump".

Álvaro Vargas Llosa defendeu a edição como "um livro de combate", e englobou em sua definição de populismo o partido francês ultradireitista Frente Nacional, o presidente americano, o chavismo, o castrismo, o partido espanhol de esquerda radical Podemos e o governo de Rodrigo Duterte nas Filipinas.

A jornalista e dissidente cubana Yoani Sánchez, diretora do jornal digital 14ymedio.com, acusou as autoridades cubanas de terem feito da Venezuela "uma caricatura ruim" de seu sistema, promovendo ideias como "a estatização da economia" e "a estruturação do sistema ao redor de um homem".

No entanto, afirmou que, diferentemente de seu país, na Venezuela continua havendo "estruturas cívicas mínimas (...) que têm permitido protestos nos dois últimos meses" contra o governo de Nicolás Maduro.

"No caso cubano não vejo que possa ocorrer algo assim, porque a maioria de meus compatriotas preferem atravessar o mar com um tubarão do que com um policial", comparou Sánchez, autora de outro dos capítulos do livro.

Entre os 16 autores de "El estallido del populismo", lançado na Espanha, estão opositora venezuelana María Corina Machado, autora do capítulo "La tiranía chavista y la decisión de vencerla", o colombiano Plinio Apuleyo Mendoza e a ex-deputada conservadora espanhola Cayetana Álvarez de Toledo.

Entre julho e agosto o livro será comercializado em toda a América Latina.

O escritor peruano Mario Vargas Llosa pediu nesta segunda-feira (11) a seus compatriotas que superem a "cegueira" e não cometam o "grande erro" de eleger Keiko Fujimori presidente do Peru.

"Minha esperança é que a cegueira desapareça, ao menos em parte, e que os peruanos não cometam o grande erro de eleger Keiko Fujimori", disse Vargas Llosa durante uma conversa na Biblioteca do Congresso americano, em Washington.

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As consequências de um governo de Fujimori, que venceu as eleições presidenciais deste domingo mas deverá disputar o segundo turno, "politicamente, socialmente e economicamente seriam desastrosas", advertiu Vargas Llosa, prêmio Nobel de Literatura em 2010.

O escritor disse que espera que o ex-ministro Pedro Pablo Kuczynski vença o segundo turno, previsto para o dia 5 de junho.

Vargas Llosa recebeu o prêmio Living Legend, que a Biblioteca do Congresso entrega a personalidades das artes, indústria e política dos EUA, mas também a figuras estrangeiras, como o antropólogo mexicano Miguel León Portillas.

O escritor reafirmou que um governo de Fujimori, filha do ex-presidente e hoje detento Alberto Fujimori, seria uma "catástrofe" que dividiria o país.

"A ditadura seria legitimada pelo eleitorado peruano", avaliou Vargas Llosa.

Após a apuração de quase 90% dos votos, Fujimori, do partido Força Popular, lidera com 39,48%, contra 21,38% para Pedro Pablo Kuczynski (78), de centro direita.

Em 1990, o então desconhecido Alberto Fujimori derrotou Vargas Llosa nas eleições presidenciais.

O Nobel de Literatura Mario Vargas Llosa, que participa no VI Congresso Internacional da Língua Espanhola no Panamá, afirmou nesta segunda-feira (21) que o espírito crítico se empobrecerá se as novas tecnologias fizerem o livro desaparecer. "O espírito crítico, que sempre foi algo que resultou as ideias contidas nos livros de papel poderá se empobrecer extraordinariamente se as telas acabarem por enterrar os livros", afirmou.

"Estou convencido de que a literatura que se escreverá exclusivamente para as telas será uma literatura muito mais superficial, de puro entretenimento e conformista", acrescentou. "É preciso fazer todo o possível para que o livro de papel não desapareça", insistiu, destacando que "há uma problemática nova com a grande transformação que significa para o livro e para a cultura em geral o desenvolvimento de novas tecnologias e sobre isso há muita incerteza".

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