Tópicos | vespas

Uma espécie de abelha no Vietnã usa excrementos de animais, que grudam na entrada de suas colmeias, para dissuadir temidas vespas gigantes de se aventurarem por ali - mostra um estudo publicado na quarta-feira (9).

Como todas as abelhas, a espécie "Apis cerana" não pode competir com os ataques de vespas gigantes, como a vespa soror, ou a vespa-mandarina.

Em primeiro lugar, porque são "quatro ou cinco vezes maiores", explica à AFP Heather Mattila, professora de biologia da American University, de Wellesley.

Outro motivo é que, enquanto uma vespa comum ataca sozinha, as espécies gigantes "fazem ataques em grupo", continua a autora deste estudo publicado na Nature Communications.

Normalmente, uma vespa "exploradora" marcará quimicamente uma colmeia, esfregando sua barriga, antes de retornar com até 50 de sua espécie.

Seu objetivo é "assumir o controle da colmeia, matando todas as operárias ou afugentando-as, antes de penetrar no ninho, roubar as larvas e levá-las para casa para alimentar seus filhotes", explica Mattila.

As abelhas não têm falta de recursos para se opor a essas incursões. Elas usam, por exemplo, uma técnica de "heat-balling" ("bola de calor"), na qual cerca de 100 delas se aglutinam ao redor da vespa-gigante-asiática, formando uma bola, cujo calor a mata.

Esta é a primeira vez, no entanto, que pesquisadores observam o uso de excrementos.

- O princípio ativo, uma incógnita -

No Vietnã, alguns apicultores notaram o estranho balé de suas abelhas depositando algo depois de um ataque de vespas, mas apenas um deles sugeriu que era excremento de búfalo d'água.

"Achamos que era loucura, porque as abelhas não coletam excrementos", disse Mattila, lembrando que se trata de um inseto particularmente limpo e cuidadoso.

Mas, de fato, é o que elas fazem, aplicando uma constelação de pedaços de esterco, ou de excremento de galinha na entrada de sua colmeia após um ataque, ou quando detectam a marca de uma vespa exploradora em sua colmeia.

E, quanto mais denso esse arranjo, mais eficaz ele é, constatou a equipe de Mattila, que estudou três apiários durante dois meses de outono, uma época em que as vespas gigantes multiplicam seus ataques para atender às necessidades de seus próprios ninhos.

Em média, as vespas passavam quatro vezes menos tempo na entrada da colmeia, quando ela estava cheia de excremento.

Os cientistas têm "a prova de que os excrementos serve de repelente", afirma.

Ela também sugere que seu odor pode mascarar o da colmeia, ou a marca deixada por uma vespa exploradora.

Mattila confessa ignorar o princípio ativo. É um produto da digestão, ou "muito provavelmente, algo que se recicla na comida dos animais" (búfalos, porcos, ou frangos), como uma espécie de planta? Ou, mais prosaicamente, o próprio excremento?

A partir daí para imaginar que bastaria proteger as colmeias com excrementos é apenas um passo, mas a cientista desaconselha.

"Seria uma péssima ideia. As abelhas buscam usar algo muito particular e tem que entender o que é", sem mencionar o risco de desnaturalizar o mel que produzem, concluiu.

Os britânicos estão enfrentando uma "invasão" por milhões de vespas germânicas (Vespula germanica) terem migrado para o país, relata jornal Metro. Insetos desta espécie são maiores do que as vespas comuns e acredita-se que sejam mais agressivas, sendo capazes de dar uma picada muito mais dolorosa.

Estas vespas vivem em colônias que podem conter até 10.000 insetos e podem enviar instantaneamente sinais de alarme, fazendo com que toda a colmeia ataque o intruso.

##RECOMENDA##

Os insetos podem com frequência ficar bêbados quando consomem frutos fermentados, que há em abundância em jardins britânicos durante os meses de agosto e setembro.

Os tabloides do Reino Unido têm relatado sobre um homem do condado de Dorset que foi "significativamente picado" ao tentar destruir um ninho de vespas em seu jardim usando um lança-chamas. Outro infortunado incendiou o telhado de sua casa ao usar um maçarico tentando se livrar de uma colônia destes insetos.

Entretanto, outro homem desencadeou uma emergência de grande escala, também em Dorset, tendo lançado uma bomba de fumaça dentro de casa.

Da Sputnik Brasil

Vespas asiáticas gigantes foram vistas pela primeira vez nos EUA e os investigadores já estão buscando formas de erradicá-las, antes que suas populações cresçam, relata o New York Times.

Esses insetos agressivos, apelidados de "vespas assassinas", são os maiores de sua espécie no mundo, com rainhas que chegam a medir até cinco centímetros. Podem eliminar colônias de abelhas em poucas horas e têm picadas suficientemente fortes para perfurar os trajes dos apicultores.

##RECOMENDA##

As vespas foram descobertas no estado de Washington em novembro do ano passado, quando o apicultor Ted McFall encontrou muitas abelhas mortas, com a cabeça cortada.

No início, Ted disse ao jornal que não sabia o que poderia ter atingido as abelhas, mas depois descobriu que era o resultado de um ataque de vespas asiáticas.

Segundo o jornal, esses insetos usam as suas fortes mandíbulas para decapitar as abelhas operárias, usando-as para alimentar os seus filhotes, além de destruírem as colmeias em questão de horas.

Já o veneno da vespa causa dores insuportáveis nas vítimas, constituindo uma verdadeira ameaça não só para as abelhas, mas também para os apicultores.

A mídia também acrescentou que no Japão cerca de 50 pessoas morrem todos os anos devido a ataques letais de vespas.

No momento, os cientistas procuram localizar esta espécie invasora para impedir que novas colônias de abelhas sejam erradicadas, ao mesmo tempo que tentam reduzir a população das vespas assassinas para que não se propaguem.

Da Sputnik Brasil

Leianas redes sociaisAcompanhe-nos!

Facebook

Carregando