A explosão da chamada classe C mudou substancialmente a vida do brasileiro médio. Um dos principais sintomas do aumento da renda da população é uma procura maior por bens culturais e por entretenimento. Junção dos dois, o cinema vem vivendo um crescimento substancial de público no Brasil.
O crescimento do mercado tem atraído investidores como Francisco Severino da Silva, dono do Grupo Cine. Apelidado por um jornal paulista de 'Rei das poltronas', Francisco iniciou sua trajetória vendendo poltronas e equipamentos para salas de cinema, chegando a ter sociedade em algumas, até inaugurar seu primeiro cinema em 2002, na cidade de Três Corações (MG).
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O empresário nasceu em São Bento do Una, Agreste de Pernambuco, mas mora desde a década de 1970 em São Paulo. Hoje, está construindo um cinema com 4 salas de exibição no Vitória Park Shopping, primeiro shopping de Vitória de Santo Antão, na Zona da mata pernambucana. "Faz tempo que tenho a ideia de voltar a Pernambuco", avisa Francisco, que também está construindo outro cinema no Estado, na cidade sertaneja de Petrolina, com inauguração prevista para 2015.
Em visita ao Portal LeiaJá (confira na coluna de Eduardo Cavalcanti), o empresário falou sobre os projetos em andamento no Estado e sobre sua história. Hoje, o Grupo Cine tem 17 cinemas em três Estados brasileiros (SC, SP e MG). Um dado sintomático é que nenhum destes está em uma capital.
O cinema que está sendo construído - e será inaugurado em janeiro - em Vitória será o único da região e custará R$ 6 milhões, dando uma ideia da expectativa de retorno do investimento feito. Das quatro salas, duas serão 3D e todas serão equipadas com tecnologia digital 4k e som Dolby 7.1, equipamentos que não deixam a dever em nenhuma sala Multiplex das grandes cidades. "Nosso diferencial é fazer salas de cinema com a mesma qualidade em todos os lugares", afirma Francisco, complementando que o grupo tem "um cuidado especial com o som".
Questionado sobre o perfil da programação de filmes, o empresário disse ainda não conhecer bem o perfil do público de cinema de Vitória de Santo Antão e região, mas que as primeiras semanas servirão para sentir que tipo de longa atrairá o público local. Uma coisa é certa: a predominância de filmes dublados, que têm aumentado consideravelmente nas salas de cinema em todo o Brasil.
Para Francisco, a película está com os dias contados e o futuro é a exibição exclusivamente digital: "A tendência é não exibir mais em 35mm", sentencia. Ele cita até uma tecnologia de transmissão dos filmes via antena parabólica, que extingue a necessidade de qualquer transporte físico para as obras.
Outra aposta do empresário é no Vale-cultura, incentivo nos moldes dos vales alimentação e transporte para a aquisição de bens culturais, que está sendo - timidamente - implementado pelo Governo Federal. "Público de cinema vai aumentar 50% com o Vale-cultura", opina Francisco.
Petrolina
Previsto para começar a funcionar em 2015, quando da inauguração do Petrolina Park Shopping, o cinema do Grupo Cine em Petrolina terá sete salas - quatro delas 3D e uma VIP. Totalizando um investimento de R$ 10 milhões, é outra aposta de Francisco Severino da Silva em Pernambuco.
É também a constatação do imenso mercado para o cinema que há no interior do Brasil. Com as salas pernambucanas, o empresário somará 19 cinemas em funcionamento, todos em cidades interioranas. E Francisco investe para, de 'Rei das Poltronas', se transformar no 'Rei da interiorização do cinema".