A divulgação da programação dos shows de São João pelas prefeituras de Pernambuco apesenta um expressivo número de artistas de outras regiões brasileiras, dentre os quais, há os que costumam cobrar altos valores pelas suas apresentações, além de seus repertórios não serem tipicamente juninos.
Diante desse quadro, as críticas aos gestões municipias começaram a ser disparadas por artistas locais e moradores. Eles alegam que os gastos públicos com esses artistas de fora tanto são elevados quanto frisam que "as prefeituras vêm optando pela não valorização dos cantores pernambucanos".
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Alguns exemplos podem ser destacados nas cidades de Paulista, Vitória de Santo Antão, Caruaru e Petrolina, que terão apresentações de artistas de culturas distintas nos seus principais polos juninos.
Em Vitória de Santo Antão, na Zona da Mata Sul do estado, o artista carioca Dilsinho, que cobra um cachê médio de R$ 200 mil, cantará músicas do seu pagode romântico no Pátio de Eventos Otoni Rodrigues, na região central da cidade. O mesmo valor é cobrado pela dupla Bruno e Marrone, que também se apresentará para os vitorienses.
Na próxima sexta-feira (23), véspera do feriado de São João, os sertanejos Israel e Rodolffo também se apresentarão no palco principal do evento. Atualmente, para contar com a presença dos donos da música "Batom de Cereja" em um evento, as prefeituras e os patrocinadores devem desembolsar cerca de R$ 300 mil. Porém, em eventos especiais, o cachê dobra de valor, podendo chegar até R$ 700 mil por apresentação.
Ainda no mesmo dia, na cidade do Paulista, na Região Metropolitana do Recife, a banda Companhia do Calypso se apresentará no palco montado na Praça João Pessoa, no Centro do município. Mesmo com o cachê não divulgado, a banda paraense foi escalada como uma das grandes atrações da festa.
A própria assessoria responsável por movimentar as redes sociais da prefeitura comandada por Yves Ribeiro (MDB-PE), fez questão de destacar visualmente o nome da banda na publicação do anúncio da programação. No entanto, nomes de alguns artistas locais foram escritos em letras menores na arte de divulgação.
Agreste e Sertão com apresentações dos artistas com os cachês mais altos do Brasil Em Caruaru, cidade conhecida popularmente como a Capital do Forró, teve até atração da música gospel no palco principal. No dia 8 de junho, a cantora Aline Barros e o cantor Anderson Freire, ambos sudestinos, fizeram uma apresentação no Pátio de Eventos Luiz Gonzaga para centenas de evangélicos.
A cantora responsável pelos sucessos "Ressuscita-me" e "Jeová Jireh" costuma cobrar entre R$ 80 mil a R$ 95 mil por show. Já o cantor da música "Raridade" tem cachê entre R$ 15 mil a R$ 30 mil.
No dia 17, no mesmo local, subiu ao palco o cantor sertanejo Luan Santana. Com fãs na grade e portões fechados, o artista sul-mato-grossense apresentou o show da turnê Luan City para mais de 60 mil pessoas. Para ter o artista em um evento, o contratante tem que desembolsar em média R$ 450 mil.
Na próxima quinta-feira (22), os pernambucanos que estarão presentes no principal polo da festa, poderão assistir o show de Gusttavo Lima. O mineiro, dono de hits como "Termina Comigo Antes" e "Ficha Limpa", é conhecido por ser um dos artistas com os cachês mais altos do país. Estima-se que seus shows são realizados por cerca de R$ 700 mil.
Porém, a cidade que mais chama a atenção devido a grande quantidade de artistas sertanejos em comparação com o pouco número de cantores locais, é a cidade de Petrolina, no Sertão pernambucano.
Matheus e Kauan, Henrique Juliano, Simone Mendes, Bruno e Marrone, Jorge e Mateus e Maiara e Maraisa, são apenas algumas atrações da música sertaneja que se apresentarão no São João de Petrolina. Juntos podem fazer as gestões municipais pagarem mais de R$ 1,8 milhões.
Além desses artistas, o DJ Alok fará um show no principal palco da cidade no próximo domingo (25). O cachê do artista gira em torno de R$ 200 mil, podendo chegar até R$ 500 mil, dependendo do formato da apresentação.