Tópicos | Literatura

No programa NOTA PE 07 você vai conferir uma conversa com Fábio Andrade. 

E fique ligado, toda quinta-feira tem NOTA PE no portal LeiaJá. A apresentação é de Cristiano Ramos e a realização é uma parceria do Portal com o blog Nota

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Neste Dia de Finados, resolvi trazer de volta as Quartas Intenções, notas semanais que eu tinha anunciado como finadas há algum tempo. Em seu lugar, ideia é publicar entrevistas semanais com autores, críticos etc. Tenho lá meus quatro motivos para o revival de hoje...

Dizer que na próxima terça-feira tem Laboratório. Será a última edição do ano deste projeto dedicado à crítica e outros debates culturais em redor. O tema será Artes Vistuais: Tem(e) crítico de arte? Apresentação de Ana Luísa Lima. Os convidados para o bate-papo são o artista plástico Galo de Souza e o secretário de Cultura do Governo do Estado, Fernando Duarte. O evento acontecerá no Teatro Hermilo, às 19h00, com entrada-franca (mas que seja pontual, heim? Bom chegar uns vinte minutos antes).

Informar também que, amanhã, Jussara Salazar apresenta novo trabalho. O livro Carpideiras (pela editora 7letras) será lançado na Arte Plural Galeria, na Rua da Moeda, Recife Antigo, a partir das 18h30. A escritora é uma das colaboradoras do blog NotaPE – parceiro do portal LeiaJá –, onde publica ensaios na coluna Armarinho de Miudezas. Se essa gripe insistente diminuir, vou lá prestigiar a amiga.

Agradecer todo apoio do LeiaJá ao programa NotaPE. Em uma década de jornalismo, sempre tentando viabilizar projetos ligados à literatura, jamais encontrei na iniciativa privada tanta disposição como neste portal. Desde a primeira sugestão, Joaldo Diniz, Eduardo Cavalcanti e todos que fazem o LeiaJá compraram essa boa briga. E o resultado é que, mesmo em fase de experimentar, de buscar ritmo e formato ideais, o programa NotaPE já tem repercutido e recebido apoio de muita gente que vive esse universo dos livros. Vamossimbora! 

Lembrar uma senhora chamada Dona Edite. Se tomei gosto pela leitura, foi por causa dessa avó materna. Por culpa dela também é que tenho uns poemas que escrevi entre os 13 e os 17 anos. Ela guardou os cadernos, entregou-me pouco antes de morrer, depois de anos em que teimou contra o câncer. Nunca a vi perder o ânimo. E, como é Dia de Finados, publico aqui uma de suas poesias prediletas, onde Vinicius de Moraes canta a memória de seu falecido amigo:

A ÚLTIMA VIAGEM DE JAYME OVALLE

Ovalle não queria a Morte

Mas era dele tão querida

Que o amor da Morte foi mais forte

Que o amor do Ovalle à vida.

 

E foi assim que a Morte, um dia

Levou-o em bela carruagem

A viajar – ah, que alegria!

Ovalle sempre adora viagem!

 

Foram por montes e por vales

E tanto a Morte se aprazia

Que fosse o mundo só de Ovalles

E nunca mais ninguém morria.

 

A cada vez que a Morte, a sério

Com cicerônica prestança

Mostrava a Ovalle um cemitério

Ele apontava uma criança.

 

A Morte, em Londres e Paris

Levou-o à forca e à guilhotina

Porém em Roma, Ovalle quis

Tomar a sua canjebrina.

 

Mostrou-lhe a Morte as catacumbas

E suas ósseas prateleiras

Mas riu-se muito, tais zabumbas

Fazia Ovalle nas caveiras.

 

Mais tarde, Ovalle satisfeito

Declara à Morte, ambos de porre:

– Quero enterrar-me, que é um direito

Inalienável de quem morre!

 

Custou-lhe esforço sobre-humano

Chegar à última morada

De vez que a Morte, a todo pano

Queria dar uma esticada.

 

Diz o guardião do campo-santo

Que, noite alta, ainda se ouvia

À voz da Morte, um tanto ou quanto

Que ria, ria, ria, ria...

Nas terças e quintas-feiras, a coluna Redor da Prosa traz algo bem mais valioso do que meus escritos. São textos literários ou teóricos – vozes tiradas dessas estantes que, assim como seu dono, quase não dormem. Hoje, Machado de Assis, sobre a pureza e a coragem necessárias à crítica:

“A crítica útil e verdadeira será aquela que, em vez de modelar as suas sentenças por um interesse, quer seja o interesse pelo ódio, quer o da adulação ou da simpatia, procure reproduzir unicamente os juízos da sua consciência. Ela deve ser sincera, sob pena de ser nula. Não lhe é dado defender nem os seus interesses pessoais, nem os alheios, mas somente sua convicção, e a sua convicção deve formar-se tão pura e tão alta que não sofra a ação das circunstâncias externas. Pouco lhe deve importar as simpatias ou antipatias dos outros; um sorriso complacente, se pode ser recebido e retribuído com outro, não deve determinar, como a espada de Breno, o peso da balança; acima de tudo, dos sorrisos e das desatenções, está o dever de dizer a verdade, e, em caso de dúvida, antes calá-la, que negá-la”.

“O crítico deve ser independente – independente em tudo e de tudo –, independente da vaidade dos autores e da vaidade própria”.

“A tolerância é ainda uma virtude do crítico. A intolerância é cega, e a cegueira é um elemento do erro; o conselho e a moderação podem corrigir e encaminhar as inteligências; mas a intolerância nada produz que tenha condições de fecundo e duradouro”.

O texto é O ideal do crítico (1865), e a fonte é o recente lançamento Uma ideia moderna da literatura: textos seminais para os estudos literários (1688-1922), organizado por Roberto Acizelo de Souza. A  primeira citação está na página 560, e as duas seguintes na página 561.

Mais de 100 atrações literárias movimentarão a cidade entre os dias 4 e 11 de novembro, na 19ª edição da campanha Paixão de Ler. Com programação inteiramente gratuita e atrações distribuídas por vários bairros, o evento da Secretaria Municipal de Cultura tem como objetivo incentivar o acesso da população aos livros, às bibliotecas e a outros espaços onde ocorram atividades relacionadas com a literatura.

Este ano, a iniciativa homenageia a própria cidade, com o tema Crônicas do Rio e a proposta de uma discussão sobre o papel desse gênero literário nos dias de hoje. “A crônica é um gênero que nasceu e cresceu no Rio de Janeiro, contribuindo para a sua construção simbólica”, diz a coordenadora de Livro e Leitura da secretaria, Leda Fonseca, organizadora da campanha. Segundo Leda, o evento procura enfatizar a importância da leitura como instrumento de formação do cidadão. “Queremos fortalecer o sonho de um Rio literário.”

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A campanha será aberta na próxima sexta-feira (4), às 19h, no Auditório Machado de Assis da Biblioteca Nacional, no centro do Rio, com uma palestra dos cronistas Zuenir Ventura e Antonio Prata, mediada pelo escritor e professor Paulo Roberto Pires. Ator, escritor, letrista e também cronista da cidade, Mario Lago, que este ano faria 100 anos, será homenageado com apresentações do cantor Marcos Sacramento nas bibliotecas municipais. No repertório, canções com letras de autoria de Mario Lago.

No Parque das Ruínas, em Santa Teresa, será encenado no dia 6, às 16h, um espetáculo com textos dos escritores Machado de Assis, Lima Barreto e João do Rio. Às 18h, no mesmo local, o diretor teatral e ator Marcus Alvisi lerá as crônicas de João do Rio que integram o espetáculo Dentro da Noite, no qual é dirigido pelo cantor Ney Matogrosso.

A campanha Paixão de Ler é realizada anualmente e faz parte da política de incentivo à leitura da Secretaria Municipal de Cultura. Também fazem parte dessa política os projetos Ciranda de Histórias, Circuito Jovem de Leitura e Tardes Culturais, desenvolvidos ao longo do ano e voltados tanto para adultos quanto para jovens e adolescentes.

Mais uma importante premiação para o cenário da literatura no Brasil. Na última terça-feira (25), foi anunciado o vencedor do 7º Prêmio Literário José Saramago e, para a alegria de todos os brasileiros, quem ganhou foi a paulista Andréa Del Fuego, com o romance “Os Malaquias”. A obra conta a história de três irmãos que tiveram os pais mortos por um raio.

Em 2003, outra brasileira foi contemplada com esta grande premiação atribuída a jovens autores da língua portuguesa, originada em 1999. Foi, então, a vez da escritora Adriana Lisboa, que trouxe o prêmio para o nosso país com a obra “Sinfonia em Branco”. Em ambos os casos, um justo reconhecimento para a rica produção literária do Brasil.

No programa NOTA PE 06 você vai conferir uma conversa com Lucila Nogueira. 

E fique ligado, toda quinta-feira tem NOTA PE no portal LeiaJá. A apresentação é de Cristiano Ramos e a realização é uma parceria do Portal com o blog Nota

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Escrito há mais de 30 anos, “Em nome da rosa”, romance de estreia do escritor italiano Umberto Eco, fez sucesso nas livrarias de todo o mundo pelo seu caráter humorístico, que aborda a liberdade de ensino e a livre circulação do conhecimento em pleno século XIV. Agora, o italiano lança “O cemitério de Praga”, publicado no Brasil pela editora Record.
O novo escrito mescla humor e intrigas, com personagens que vão desde jesuítas e maçons a adeptos do satanismo e cujo cenário é Paris. A obra vem sendo aclamada pelo público e pela crítica internacional como o melhor romance desde “O nome da Rosa”. Não é de se estranhar, já que Eco se utiliza de um estilo bem-humorado, com narrativas inteligentes e eletrizantes, que seguram o leitor do início ao fim. Certamente, “O cemitério de Praga” se tornará uma leitura imperdível.
 

Nas terças e quintas-feiras, a coluna Redor da Prosa traz algo bem mais valioso do que meus escritos. São textos literários ou teóricos – vozes tiradas dessas estantes que, assim como seu dono, quase não dormem. Nesta tardinha de terça-feira, o filósofo Giorgio Agamben, sobre a amizade:

“Na Galeria Nacional de Arte Antiga em Roma conserva-se um quadro de Giovanni Serodine que representa o encontro dos apóstolos Pedro e Paulo na estrada do martírio. Os dois santos, imóveis, ocupam o centro da tela, circundados pela gesticulação desordenada dos soldados e dos carrascos que os conduzem ao suplício. Os críticos frequentemente notaram o contraste entre o rigor heróico dos dois apóstolos e a comoção da multidão, iluminada aqui e ali por partículas de luz quase esboçadas ao acaso, sobre os braços, os rostos e as trombetas. De minha parte, penso que aquilo que torna este quadre propriamente incomparável é que Serodine representou os dois apóstolos tão próximos, com as frontes quase coladas uma na outra, que estes absolutamente não podem se ver: na estrada do martírio, estes se olham sem se reconhecerem. Essa impressão de uma proximidade por assim dizer excessiva é ainda acrescida do gesto silencioso das mãos que se apertam embaixo, dificilmente visíveis. Sempre me pareceu que esse quadro contenha uma perfeita alegoria da amizade. O que é, de fato, a amizade senão uma proximidade tal que dela não é possível fazer nem uma representação nem um conceito? Reconhecer alguém como amigos significa não poder reconhecê-lo como ‘algo’. Não se pode dizer ‘amigo’ como se diz ‘branco’, ‘italiano’ ou ‘quente’ – a amizade não é uma propriedade ou uma qualidade de um sujeito”. 

“Os amigos não condividem algo (um nascimento, uma lei, um lugar, um gosto): eles são com-divididos pela experiência da amizade. A amizade é a condivisão que precede toda divisão, porque aquilo que há para repartir é o próprio fato de existir, a própria vida”.

Os trechos pertencem ao ensaio O amigo, do livro O que é contemporâneo? E outros ensaios (editora Argos, 2009). A primeira citação está nas páginas 84 e 85. E a seguinte, página 92.

Quando o amigo economista Josué Mussalém se encantou, fez cair segunda ficha, ainda mais pesada, sobre o fim  do Opinião Pernambuco (programa que apresentei por nove anos e dirigi em cinco). Mussalém, convidado mais freqüente do programa, telefonara meses antes, e falou algo que me ficou em suspenso: “Opinião era negócio diferente, não dá para a emissora repetir. Entre os vários modos de ver o mundo, podemos dividi-lo entre coisas possíveis de retomar e outras irrepetíveis”.

Foi um carinho, um exagero, sem dúvida. Contudo, aquela afirmativa serve também como chave para entender melhor Mussalém, para saber onde nasciam suas paixões. Uma delas, que dividíamos, que estreitou a amizade, era a Segunda Guerra Mundial. Há evento menos provável de se repetir? Tudo que esteve em jogo, personagens que a protagonizaram, os incontáveis mortos, a maneira como o conflito cindiu a história, como nos tornou todos seus descendentes... Na política e na economia, nas ciências, comunicação, artes, em tudo que nos cerca, enfim, existe fuligem, vestígios da Guerra.  

“Diferente das batalhas narradas por Homero, na Segunda Grande Guerra não havia deuses influenciando no resultado, com seus ciúmes, rancores e predileções. Todas as culpas e mínimos ganhos, tudo está na nossa conta”. Foi como tentei explicar meu gosto pelo tema. E, já sugerindo o tema da irrepetibilidade, ele respondeu:

– A poesia eternizou as guerras homéricas porque fez com que não possam ser comparadas com nada. Mas o que fez o Dia D se tornar igualmente incomparável, sem deuses ou versos? É dos poucos casos, raríssimos mesmo, onde a realidade foi além do que pode a poesia.

Mussalém gostava tanto do tema, que nunca consegui colaborar com sua biblioteca. Ele, que muito viajou, pesquisou e juntou anotações, só uma vez recebeu presente que ofereci: Maria de cada porto, romance de Moacir C. Lopes, onde um grupo de marinheiros brasileiros náufragos esperam pelo resgate, em alto-mar, enquanto lembram momentos de suas vidas. A narrativa se passa durante o período da Guerra.

Qual será meu naufrágio, neste domingo de rememorações, em que escrevo esta crônica para a coluna Redor da Prosa?

Não sei como cheguei aqui, tampouco em qual oceano estou à deriva. Sei que olho para as águas em redor e somente uma ideia navega em todas as direções: essas ondas podem ser todas diferentes umas das outras, mas poucas são irrepetíveis. As comuns devem me retornar à terra firme, fazer pensar na semana de trabalho que terei; e as irrepetíveis, aonde me levarão?

Como em todas as outras edições do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), a prova de literatura não apresentou grandes novidades. Apesar de trazer questões relacionadas a outras escolas literárias (como simbolismo e naturalismo), a escola modernista foi a de maior destaque entre as questões de literatura aplicada para os feras nesse último dia. “Tivemos uma questão relacionadas a Guimarães Rosa, Manuel Bandeira e João Cabral de Melo Neto, que é comum. O diferencial do Enem é que você não precisa decorar, saber detalhes das escolas literárias”, avaliou a professora de literatura Edilene Távora.

A soma da obra de arte à tecnologia é o resultado, bem-sucedido, do poema “A Terra Desolada” como aplicativo para os tablets. Os versos, do poeta T.S. Eliot, ganharam uma aplicação modernista que ficou famosa, ganhando uma significativa aprovação entre os leitores-tecnólogos.

Com essa aplicação, é possível explorar o significado do poema e recorrer a interpretações, como a da atriz irlandesa Fiona Shaw. A edição moderna, lançada há quatro meses, representa um verdadeiro avanço na literatura digital e, quem sabe, o despertar das editoras e leitores para o promissor mercado dos tablets. 

No Programa NOTA PE 05, Cristiano Ramos recebe o médico, roteirista e escritor Wilson Freire, que assina obras como As três Marias, que já foi adaptado para o cinema; Por que mãe morena? e Uma Festa no Céu?, na literatura infantil; e no campo cinematográfico Wilson Freire está a frente de filmes como Miró: Preto, Pobre, Poeta e Periférico e Dos Mangues aos lixões.

Em uma conversa descontraída e animada, a dupla aborda temas fundamentais para um artistas como a criatividade, o processo de elaboração de uma obra e o trabalho. Além disso, o escritor e cineasta relembra parte de sua carreira.

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Nas terças e quintas-feiras, a coluna Redor da Prosa traz algo bem mais valioso do que meus escritos. São textos literários ou teóricos – vozes tiradas dessas estantes que, assim como seu dono, quase não dormem. Hoje, a inquietante atualidade de Unamuno, em ensaio de 1905:

“Se, no escritório em que estão uns quantos eruditos e críticos literários trabalhando sobre Homero, entrasse um novo Homero cantando novas e tão formosas canções como as que cantou o divino cego, ou quem quer que as tenha cantado, ou ainda se, ressuscitado o próprio Homero, viesse ele cantando o que hoje se passa no mundo, o enxotariam por inoportuno e superficial. Os que queimam as pestanas sobre Calderón não perdem seu tempo em ir hoje ao teatro e, se um novo Calderón surgisse ao lado deles, não se advertiriam de tal coisa”.

“Conheço quem crê que o principal e mais nobre destino dos livros é o de ser catalogado, opinião que coincide com a que os avaros professam com respeito ao valor do dinheiro”.

“Mas ainda piores do que os eruditos propriamente ditos, isto é, os investigadores de primeira mão, os ratos de arquivo, ainda que só de fragmentos de molares fósseis, piores do que eles são os meros aficionados à erudição; os escritores que recorrem a citações sempre que podem e baralham nomes, venham ou não a propósito”.

“Mas há críticos que não foram da poesia assim sentida e fruída para a crítica, mas vieram da crítica – da crítica em si e por si, da crítica pela crítica – para criticar a poesia. Sua vocação foi a de críticos, ainda sem ter apreciado poesia alguma, e tanto podiam criticar poemas quanto estilos de toureio”.

Os trechos pertencem ao ensaio Sobre a erudição e a crítica, de 1905, publicado agora no recente Uma ideia moderna da literatura: textos seminais para os estudos literários (1688-1922), organizado por Roberto Acizelo de Souza. As duas primeiras citações estão na página 597, e as duas seguintes nas páginas 599 e 601.

Enquanto nos Estados Unidos o mercado de e-books cresce e já atinge quase 20% das vendas do mercado de livros, a Europa, continente que acolhe a maior feira do livro do mundo, realizada em Frankfurt, não chega a 1%, exceto a Inglaterra que já atinge cerca de 10%.

Para mudar esse cenário é necessário, primordialmente, o investimento dos mercados de livros europeus em aparelhos próprios, como fez os EUA, com a Amazon, e o Canadá, com o Kobo. No Brasil, entretanto, o panorama também não é animador: os e-books representam apenas 1% do mercado de livros. 

 

A partir desse mês, uma parte da Índia ficará aportada no Rio de Janeiro, trazendo-nos a rica possibilidade de conhecer um misto da cultura milenar com a produção artística contemporânea daquele país. A mostra, que teve início no último dia 12, ficará no Centro Cultural do Banco do Brasil (CCBB) da cidade carioca até o final de janeiro. 

A exposição, com obras datadas de 200 a.C até a atualidade, possui 400 peças que foram divididas nos temas homem, deuses, formação da Índia moderna e arte contemporânea. O acesso é gratuito. Certamente, uma excelente oportunidade de desvendar os mistérios de um país com mais de 200 etnias.

Nas terças e quintas-feiras, a coluna Redor da Prosa traz algo bem mais valioso do que meus escritos. São textos literários ou teóricos – vozes tiradas dessas estantes que, assim como seu dono, quase não dormem. Nesta, Umberto Eco e os limites da interpretação nos textos literários:

“A leitura das obras literárias nos obriga a um exercício de fidelidade e de respeito na liberdade de interpretação. Há uma perigosa heresia crítica, típica de nossos dias, para a qual de uma obra literária pode-se fazer o que se queira, nelas lendo aquilo que nossos mais incontroláveis impulsos nos sugerirem. Não é verdade. As obras literárias nos convidam à liberdade de interpretação, pois propõem um discurso de muitos planos de leitura e nos colocam diante das ambiguidades e da linguagem e da vida. Mas para poder seguir neste jogo, no qual cada geração lê as obras literárias de modo diverso, é preciso ser movido por um profundo respeito para com aquela que eu, alhures, chamei de intenção do texto”.

“Há pessoas que negam que Jesus fosse filho de Deus, outras que põem em dúvida até mesmo a sua existência histórica, outras que sustentam que ele é o Caminho, a Verdade e a Vida, outras mais consideram que o Messias ainda está por vir, e nós, de qualquer forma, tratamos tais opiniões com respeito. Mas ninguém tratará com respeito quem afirma que Hamlet desposou Ofélia ou que o Super-Homem não é Clark Kent”.

“Se há algo a ser interpretado, a interpretação deve falar de algo que deve ser encontrado em algum lugar, e de certa forma respeitado”.

Os dois primeiros trechos estão em Sobre a Literatura (Record, 2003), páginas 12 e 13. A terceira citação é do livro Interpretação e superinterpretação (Martins Fontes, 2005), páginas 50 e 51.

Existem escritores que ideal seria nunca conhecermos. Suas obras são melhores e mais interessantes, muito. Há também aqueles que conseguem algum equilíbrio, que nem chegamos a pensar nessas coisas quando estamos perto. E tem o caso de Carrero! Dessas figuras humanas raras, que conseguem ser tão fascinantes quanto seus livros.

Semana passada, andando pelas ruas da Boa Vista, tentando driblar a greve dos bancários, arranjar caixa eletrônico, passei pela Sete de Setembro e pela Nossa Livraria. Impossível não lembrar de Raimundo Carrero caminhando pelas calçadas, tomando sua cerveja, indo às livrarias trocar ideia com amigos, leitores e com outros escritores.

Saúde de Carrero vai melhorar, ainda mais. Entre tantos motivos, porque somos egoístas, não aceitamos um Recife menor. E, sem ele, a cidade é nem sombra. Sem a figura bíblica chamando atenção aonde chega, sem a voz de trovão se anunciando antes mesmo de seu dono aparecer, sem aquele coração interminável acolhendo todos, numa maré que deserda ninguém, nem eventuais desafetos.

Raimundo Carrero continua escrevendo, tocando suas oficinas, fazendo comentários em rádio. Mas é pouco, queremos mais. Ele tem de estar por ali, no meio de qualquer burburinho, onde o assunto literatura esteja presente. Tem que falar coisas importantíssimas com jeito simples de quem apenas dá outro abraço, tem que dizer bobagens que terminam parecendo descobertas fundamentais para o futuro da humanidade.

Tem que falar de Deus, em tom que sugere o fim do mundo, que quase nos faz acreditar que o Apocalipse é questão de horas. Isso para, minutos depois, soltar uma gargalhada e tirar de nossos ombros o peso que nos incomodava há bocado de tempo.    

Se ele não atender às nossas demandas, vai ficar devendo. E Carrero socializa muita coisa, menos dívida. Não vai nos querer cobrando, ligando para reclamar seu débito, enfiando boleto por debaixo da porta: “Pague o que deve, já são uns catorze abraços”!       

Vou até terminar esta crônica antes, deixar para lá os outros cinco parágrafos, porque acho que já ouvi aquela risada gostosa chegando... Melhor aproveitar, dar logo meu beijo naquela cabeça branca, tão preocupada, antes que os seus oitocentos seguidores diários o monopolizem – o que não demora.

Se bem que, Carrero estivesse chegando, segunda-feira não tava nublada assim não, com jeito de quem tem nada melhor para fazer, além de baixar a poeira, molhar as paredes e largar essa tristeza besta. Carrero deve estar em casa, e se cuidando. Que deixar saudade também faz parte. Parte pequena, se Deus quiser!

Com tantos quesitos em uma só prova, é natural que os alunos fiquem cansados e sem foco. Por isso, a professora de literatura Graça Migliorini dá dicas de quais assuntos devem ter a preferência dos alunos. Para ela, o exame é bastante abrangente. Todos os estilos literários devem ser cobrados, mas é sempre bom da atenção especial para o modernismo. Confira mais dicas no vídeo abaixo.

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Em meio a uma nova realidade no mercado editorial, a poesia brasileira vive um momento de intensa produção. As novas plataformas tecnológicas, existentes na educação e na Literatura, despertam a necessidade de adaptação dos meios mais conservadores. O layout das publicações torna-se diferente, somado às cores vibrantes e desenhos diferenciados, e dá aos livros um aspecto mais jovial.

Além do novo design presente na Literatura, principalmente na infanto-juvenil, as editoras procuram incluir as novidades digitais nas publicações. E-books, antologias em formatos compactos e ferramentas como o QR-code - tipo código de barras que, fotografado por um smartphone, dá acesso ao áudio do texto – são algumas das estratégias para conquistar esse público tão exigente e assim adentramos, cada vez mais, na Era Digital.  

 

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