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Segurança jurídica no campo, não tolerância às invasões de terra, proteção da produção nacional, incentivo às exportações e suprimento de fertilizantes estão entre as principais demandas de entidades do agronegócio ao presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva, do PT. As cadeias produtivas que compõem o agronegócio respondem por um quarto do Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil e por quase 50% das exportações, segundo dados do governo federal. O setor, o que mais apoiou a candidatura à reeleição do presidente Jair Bolsonaro (PL), espera manter "um bom diálogo" com o novo governo de Lula.

A Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), que reúne as federações da agricultura de todos os Estados, disse esperar que o novo governo aja para ampliar os destinos das exportações "e proteger a produção nacional das barreiras ao comércio abertas ou disfarçadas de preocupações com a saúde e o meio ambiente".

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O presidente da entidade, João Martins de Silva Junior, disse, em nota, que a CNA sempre acreditou que a liberdade e a democracia são os fatores essenciais para o desenvolvimento da produção rural. "Para que a produção rural possa continuar sendo a segurança do abastecimento para o mercado interno e a principal fonte de nossas exportações, precisamos que o governo do País, acima de tudo, proporcione segurança jurídica para o produtor, defendendo-o das invasões de terra, da taxação confiscatória ou desestabilizadora, ou dos excessos da regulação estatal", afirmou.

A CNA disse esperar que o governo Lula adote uma gestão fiscal equilibrada para que a economia possa crescer com estabilidade. "Na busca do crescimento da economia e da justiça social, somos um só povo, e a política não pode nos separar."

A Associação Brasileira da Indústria do Café (Abic) disse esperar que o presidente eleito reconheça a importância da cadeia do café para a economia brasileira e mantenha o diálogo com o setor. Há 150 anos o Brasil é o maior produtor mundial de café e nesse período se tornou o maior exportador deste produto.

O Brasil produz 53 milhões de sacas de café (3,1 milhões de toneladas), mas o consumo brasileiro de 4,84 quilos per capita ao ano é considerado baixo. A maior parte da produção é exportada. Questionada sobre as demandas ao presidente eleito, a entidade disse ter confiança de que o presidente eleito reconhecerá essa importância e apoiará um setor tão vital. "Seguimos confiantes na expansão do consumo do nosso produto, um alimento presente nos lares de 98% que sustenta uma cadeia responsável por gerar 8,4 milhões de empregos diretos e indiretos", disse, em nota.

Otimismo

O presidente da Federação da Agricultura e Pecuária de Mato Grosso (Famato), Normando Corral, disse que a vitória do candidato do PT não abala o otimismo da entidade em relação aos próximos anos. "Vejo a vitória de Lula com uma certa tranquilidade porque tenho muita esperança no novo Congresso e nos novos governadores eleitos. Muitos são políticos jovens."

Ele disse que a relação das entidades do agronegócio com o governo Lula será de diálogo, mas com ressalvas. "Tenho receio de que algumas coisas possam acontecer e impeçam um bom diálogo. Uma delas, que sempre nos preocupou, é a insegurança jurídica quanto a esses movimentos ditos sociais, mas que não são, como o MST (Movimento dos Sem Terra). O mercado é soberano sobre o que acontece com a produção agropecuária. Se radicalizar nesse ponto, obviamente vai ter uma radicalização do contrário", pontuou.

Abag defende avanço das reformas

A Associação Brasileira do Agronegócio (Abag), que integra as cadeias produtivas do setor, considera importante que o novo governo implemente as reformas administrativa e tributária, de forma a reduzir o Custo Brasil. "Fundamental também será a manutenção de uma política de recursos para continuidade do desenvolvimento tecnológico para o setor, apoio a mecanismos de financiamentos para custeio e investimento destinados ao produtor rural."

Ainda segundo a entidade, será preciso empenho para aumento significativo dos recursos a serem empregados na infraestrutura de transporte da safra e na armazenagem de estoques reguladores, além de suprimento sustentável de fertilizantes e outros insumos necessários à maior produção e produtividade agrícola.

A Abag ressaltou ainda esperar que o governo eleito se preocupe com a segurança jurídica no campo, o combate à criminalidade dentro do meio rural e realize campanhas de combate às críticas recebidas pelo agronegócio brasileiro, interna e externamente.

O presidente do Conselho Diretor da Associação Brasileira do Agronegócio, Marcello Brito, disse nesta quarta-feira, 21, que a imagem do Brasil no mundo é a pior da história e que a pressão acerca do desmatamento da Amazônia tem atrapalhado o País no fechamento de novos acordos com outros países. Ainda assim, porém, o Brasil é o país que tem maior potencial de se tornar relevante no mercado internacional de carbono, acrescentou, em coletiva de imprensa para apresentação do 20º Congresso Brasileiro do Agronegócio, que será realizado de forma virtual em 2 de agosto.

"O Brasil não precisa fazer uma super revolução industrial para evoluir na economia do carbono. Para nós é mais fácil, mais simples e mais vantajoso porque temos um ativo ambiental", disse ele, ao mencionar a importância de discutir sobre o carbono no Congresso. "Já acompanhamos anúncios de reestruturação do plano europeu de carbono, do americano, chinês e japonês. Não é um ou outro país se preparando, mas sim um movimento das principais economias do mundo."

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O Congresso vai abordar justamente esse assunto: o desenvolvimento do mercado do carbono verde no País e como a atuação da cadeia do agronegócio é fundamental para contribuir com essa transição para uma economia mais limpa.

Em relação aos investimentos do agronegócio brasileiro, Brito comentou que o Plano Safra 2021/22 "atendeu o que podia atender, diante de todas as dificuldades do ano". E disse que a tendência é que o governo dite as tendências, mas utilize os recursos cada vez mais para incentivar pequenos e médios produtores, enquanto o setor privado deve ampliar os 75% atuais que representa no financiamento do setor atualmente.

O diretor de Produtos de Balcão e Novos Negócios da B3, Fábio Zenaro, que também participou da coletiva, destacou que as preocupações com os critérios de sustentabilidade e governança, ou ESG, garantem maior transparência ao investidor, e "não são apenas modinha". Segundo ele, o comprometimento das empresas com essas questões permite uma avaliação mais certeira do risco e do retorno para quem investe. "Além disso, investidores têm tomado decisões pelo propósito, não mais apenas pela remuneração."

A bolsa brasileira já soma cerca de 45 instrumentos financeiros com a temática ESG: 24 debêntures, 15 Certificados de Recebíveis do Agronegócio (CRA), dois Certificados de Recebíveis Imobiliários (CRI), além de quatro cotas de fundos fechados e alguns ETFs, de acordo com o executivo. Parte desses títulos está ligada a metas específicas estabelecidas pelas empresas, as quais precisam pagar uma taxa em caso de não cumprimento.

Na avaliação de Zenaro, os CRAs vêm registrando um aumento relevante nas aplicações, com os estoques tendo passado de R$ 43 bilhões no ano passado para aproximadamente R$ 55 bilhões em junho deste ano. "É um produto cada vez mais usado no agro para captação de recursos. Investidores aceitam uma remuneração menor do que em investimentos mais tradicionais em prol da isenção tributária, uma tendência que deve continuar", disse no evento.

O crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) da agropecuária no Brasil em 2014, de 0,4%, reflete a instabilidade política do País e a falta de previsibilidade de investimentos, avaliou Gustavo Junqueira, presidente da Sociedade Rural Brasileira (SRB). "Sempre se tem a expectativa de que o agronegócio brasileiro vai 'salvar a lavoura' na economia, mas o setor ficou mais cauteloso neste ano e reduziu os investimentos", afirmou ele. "Se compararmos com o ano de 2013, quando o agronegócio cresceu 7%, podemos falar até mesmo em estagnação".

Mais cedo, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) informou que o PIB da agropecuária subiu 0,4% no ano passado em comparação com 2013. Considerando-se apenas o quarto trimestre do ano passado, houve avanço de 1,2% na mesma base de comparação e de 1,8% em relação aos mesmos três meses de 2013.

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Para o ano de 2015, a expectativa de Junqueira é de que o resultado fraco se repita. Segundo ele, o setor tem duas grandes preocupações neste ano, o possível corte nos investimentos do governo e o aumento das taxas de juros. "A ministra [da Agricultura] Kátia Abreu tem afirmado que vai conseguir pelo menos manter o Plano Safra no mesmo nível do ano passado, mas minha percepção é de que isso não deve se materializar". Além disso, ontem, o Programa de Modernização da Frota de Tratores Agrícolas e Implementos Associados e Colheitadeiras (Moderfrota) teve elevada de 4,5% para 7,5% ao ano a taxa de financiamento.

Junqueira lembra também que o fraco desempenho da economia brasileira no ano passado afetou mais as culturas voltadas para o mercado interno. A soja, que é voltada principalmente para a exportação, em compensação, cresceu 5,8% no ano. "Como os produtores de soja vendem para o mercado externo, tiveram como se programar melhor, o que fez com que a produção fosse mantida, inclusive com maior área plantada", explicou Gustavo Junqueira. Para o ano de 2015, com a depreciação do real, ele espera que o resultado para a soja se mantenha bom, "mas ainda temos que contar que, ainda que a receita do produtor seja maior, muitas das despesas são em dólar, como insumos, sementes e diesel, além do endividamento em dólar".

A SRB avalia que houve também um forte crescimento na pecuária, com forte demanda interna pela carne no primeiro semestre do ano. "Na segunda metade de 2015, mesmo que a inflação tenha reduzido o consumo interno, houve uma demanda muito grande pela carne brasileira no mercado internacional", disse Gustavo Junqueira.

Ainda segundo a avaliação de Junqueira, o desempenho do setor sucroalcooleiro foi afetado pela manutenção dos preços do petróleo. Além disso, a forte estiagem afetou a produção no centro sul do País. Considerando apenas a cana-de-açúcar, houve uma retração de 6,7%.

Commodities

De acordo com o presidente da Associação Brasileira do Agronegócio (Abag), Luiz Carlos Corrêa Carvalho, o recuo generalizado dos preços das commodities agrícolas foi o que mais impactou o desempenho do PIB da agropecuária em 2014. "E isso vai continuar em 2015, vai 'descolorir' o câmbio", acrescentou, referindo-se à apreciação da moeda norte-americana ante o real, que torna os produtos brasileiros mais competitivos no exterior.

O número de participantes totais ativos no Sistema de Consórcios atingiu 5,60 milhões de participantes em setembro de 2013, subindo 10,5% na comparação com os 5,07 milhões do mesmo período do ano anterior. Os dados são da Associação Brasileira de Administradoras de Consócios (Abac).

As vendas de novas cotas, no entanto, ficaram estáveis. A soma no período de janeiro a setembro de 2013 atingiu 1,9 milhão, ou 1% a mais que o total de 1,87 milhão acumulado no mesmo período de 2012.

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O destaque ficou com o setor de veículos leves, como automóveis, camionetas e utilitários. De janeiro a setembro, o acumulado de vendas cresceu 11,5% sobre o total do mesmo período do ano passado. As contemplações somadas aumentaram 9,4% se comparadas a 2012, proporcionando um aumento de 13,7% nas vendas. Já o setor de veículos pesados, como caminhões e ônibus, sofreu uma retração de 7,6% nas vendas de novas cotas, apesar de apresentar um aumento de 5,7% de participantes ativos nos nove primeiros meses deste ano.

Ainda de acordo com a Abac, existe um novo perfil de utilização dos créditos de contemplações pelos consorciados no setor de eletroeletrônicos e outros bens móveis. A maior procura tem sido para a linha branca (geladeira, máquina de lavar, fogão, forno micro-ondas), com 33,5%. A linha marrom (televisores, aparelhos de som, DVD players, notebooks e computadores) teve participação de 30,9%. Todos os números deste setor registraram queda.

De janeiro a setembro, houve uma retração de 33% no número de participantes consorciados na comparação com os nove primeiros meses de 2012. O número de novas cotas caiu 51,9%.

O número de participantes consorciados no setor de motocicletas e motonetas registrou um aumento de 1,7% em setembro deste ano na comparação com o mesmo período do ano passado. Em 2013, o número foi de 2,39 milhões de consorciados frente a 2,35 milhões em 2012. Porém, a venda de novas cotas para esse setor sofreu retração de 2,7% - 972 mil em 2013 frente a 1 milhão em 2012.

Imóveis e serviços - De janeiro a setembro deste ano, o setor de imóveis apresentou um cenário de recuperação com o aumento de 1,9% no número de consorciados. Na comparação com o ano passado, o aumento foi de 4% (691,5 mil em 2013 frente 665 mil em 2012). A venda de novas cotas sofreu retração de 3,8% este ano.

No setor de serviços, a Abac registrou um aumento de 11,5% no número de participantes consorciados no acumulado de 2013 na comparação com o ano passado. Já a venda de novas cotas registrou uma retração de 33%. Foram 6,5 mil de janeiro a setembro deste ano frente a 9,7 mil no mesmo período do ano passado.

O presidente do Conselho da Associação Brasileira de Aviação Civil (Abag), Eduardo Marson, disse nesta segunda-feira que o setor vê com mais cautela um crescimento nos próximos anos em relação aos avanços de cerca de 6% anuais verificados de 2009 a 2012. De acordo com Marson, a aviação geral depende do crescimento da economia, e a desaceleração do Produto Interno Bruto (PIB) em 2013 leva a uma previsão mais conservadora das empresas do setor. Ele, no entanto, afirmou acreditar que o setor cresça em, no mínimo, 4% em 2013 ante 2012 em frota.

"Hoje o setor tem mais cautela sobre a repetição dos índices de crescimento dos últimos anos", disse, na apresentação da 10.ª Conferência e Feira Anuais de Negócios de Aviação da América Latina (Labace). "Vamos sofrer com uma demanda menos pujante", completou. O diretor-geral da Abag, Ricardo Nogueira, afirmou que o crescimento da frota da aviação geral dos últimos anos, acima de 6%, está bem superior à média mundial, que é de 3% a 3,5%.

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O brasileiro acredita que o agronegócio nacional é mais desenvolvido do que no resto do mundo, conforme pesquisa encomendada pela Associação Brasileira do Agronegócio (Abag), em parceria com a Escola Superior de Propaganda e Marketing (ESPM). Segundo o estudo, realizado com 600 entrevistados em 11 capitais e no Distrito Federal, 33,4% consideram o agronegócio mais desenvolvido no Brasil. Os Estados Unidos apareceram em segundo lugar, com 7,3%, seguidos pelo Japão (1,6%), China (1,1%), Austrália (0,6%).

"O brasileiro acredita que o País é o campeão do agronegócio", afirma José Luiz Tejon, coordenador do Núcleo de Estudos do Agronegócio da ESPM. De acordo com a pesquisa, 40,4% dos entrevistados não ouviram falar do agronegócio, que sugere que o conceito ainda está em construção. Apenas 11% demonstraram interesse no setor e 44,3% disseram não ter qualquer interesse pelo tema.

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Entre as classes A e B, o agronegócio foi associado à geração de empregos, mas o mesmo não aconteceu entre os que integram as classes D e E. "Talvez pela questão da mecanização", diz Tejon.

O levantamento constatou o reconhecimento das vantagens do campo, mas a preferência pela vida na cidade, conforme o coordenador. Ele citou, ainda, a percepção de que o setor do agronegócio está relacionado ao desmatamento e ao uso de grandes volumes de água.

O presidente da Abag, Luiz Carlos Corrêa Carvalho, esclareceu que o agronegócio é o setor que mais consome água, com o objetivo de produzir alimentos. Ele explicou, também, que o desmatamento está relacionado com o agronegócio muito em função das discussões "histéricas" sobre o novo Código Florestal.

O estudo foi encomendado Abag em comemoração dos 20 anos da entidade e é o primeiro de uma série. A pesquisa foi realizada em São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Salvador, Recife, Fortaleza, Manaus, Belém, Goiânia, Curitiba e Porto Alegre e no Distrito Federal. A margem de erro é de 4%.

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