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O presidente do Irã, Hassan Rohani, afirmou neste domingo (6) que os Estados Unidos terão um "arrependimento histórico" caso se confirme sua iminente saída do acordo nuclear assinado em 2015.

Em um discurso à nação, Rohani afirmou que Teerã já se planejou para reagir a qualquer decisão do presidente Donald Trump. "Há apenas um Estado, um pequeno país e um regime que defendem que o acordo com o Irã é um erro: EUA, Israel e Arábia Saudita", disse o mandatário iraniano.

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"As declarações do presidente americano em seus 15 meses de mandato, nas quais sustenta que o acordo é o pior já assinado, não são lógicas. O Irã não negociará com ninguém sobre seus mecanismos de defesa", prosseguiu Rohani.

A imprensa norte-americana diz que Trump deve anunciar sua saída do acordo nuclear em 12 de maio, alegando que o Irã não respeita seus compromissos. Os outros países signatários, Alemanha, China, França, Reino Unido e Rússia, além da União Europeia, defendem a manutenção do tratado.

Trump gostaria de incluir no acordo restrições ao programa de desenvolvimento de mísseis de Teerã, mas a nação persa já disse que não aceitará alterações no pacto. Com o acordo, o Irã se comprometeu a limitar seu programa atômico e a usá-lo apenas para fins pacíficos, em troca da redução das sanções internacionais.

Da Ansa

A comissária de Relações Exteriores da União Europeia, Federica Mogherini, disse que o bloco está relutante em mudar o acordo nuclear do Irã, mesmo com a ameaça do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, de se afastar do pacto. Nesta segunda-feira (19), Moghetini afirmou que os europeus "atribuem importância estratégica à plena implementação do acordo por todas as partes".

Após presidir as negociações entre os ministros de Relações Exteriores dos membros da UE, Mogherini comentou que o acordo, para a UE, "é uma questão de segurança tanto para a Europa quanto para o resto do mundo". Ela disse, ainda, que o pacto, "se interrompido, criaria cautela adicional e preocupação na região".

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Mogherini afirmou a UE espera dissuadir o Irã de desenvolver mísseis ou minar a segurança regional, mas esse trabalho deve acontecer "fora do âmbito do acordo nuclear". Fonte: Associated Press.

O presidente do Irã Hassan Rouhani deu início a seu segundo mandato, neste sábado, prometendo uma resposta "unificada" a uma possível violação do acordo nuclear do país com potências globais, firmado em 2015. "O mundo deve saber que qualquer violação do acordo enfrentará uma reação unificada da nação e do governo iranianos", disse Rouhani, durante seu juramento na cerimônia de início de seu novo mandato como presidente.

O presidente dos EUA, Donald Trump, vem classificando reiteradamente o acordo como "ruim" e, durante sua campanha eleitoral, prometeu desmontá-lo. Na quarta-feira, Trump assinou um projeto de lei que impõe penalidades aos envolvidos no programa de mísseis balísticos do Irã. Pelo projeto, também poderão ser aplicadas sanções à guarda revolucionária do Irã, assim como um embargo de armas ao país. Em contrapartida, o governo iraniano prometeu uma resposta caso o projeto se converta em lei.

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Entre os mais de 130 oficiais de alto escalão da comunidade internacional presentes na solenidade estava a chefe de política exterior da União Europeia, Federica Mogherini, que acompanha o acordo nuclear do Irã. Foi a primeira vez na história do país que um grande número de autoridades estrangeiras compareceu a uma cerimônia de posse de um presidente iraniano.

Rouhani, 68, um clérigo moderado que garantiu sua reeleição 19 de maio, prometeu que o Irã buscará um "caminho de convivência e interação com o mundo". Disse ainda que, durante seu segundo mandato, o país "insistirá em um envolvimento construtivo com a comunidade global ainda mais do que antes". Fonte: Associated Press.

A Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) da Organização das Nações Unidas emitiu um relatório, segundo o qual o Irã tem respeitado um acordo que impôs controles sobre o programa nuclear do país.

O documento, obtido pela Associated Press, aponta que o Irã possui 102 quilos de urânio enriquecido, cerca da metade do limite permitido pelo acordo. Além disso, o país possui urânio enriquecido a um nível baixo, não nos níveis mais altos que permitiriam o uso em armas atômicas.

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O urânio de baixo enriquecimento é empregado para gerar energia em reatores e outros fins pacíficos. Com o enriquecimento mais elevado, ele pode servir para abastecer uma ogiva nuclear.

O acordo, que entrou em vigor há pouco mais de um ano, se concentra em limitar o programa nuclear iraniano. Teerã insiste que não almeja produzir armas nucleares. Fonte: Associated Press.

Embarcações iranianas realizaram testes com foguetes na semana passada perto de navios de guerra dos EUA e de frotas comerciais no Estreito de Ormuz, afirmou o exército norte-americano. A passagem marítima entre o Irã e Omã é importante para navios que participam do combate ao Estado Islâmico no Iraque e na Síria.

Embora os EUA já tenham se queixado de outros movimentos iranianos na região, o incidente ocorrido no sábado veio depois de uma série de testes com armas e outras manobras realizadas pelo Irã após o fechamento de um acordo nuclear entre o país e governos ocidentais. Autoridades iranianas e a imprensa local não falaram sobre o caso.

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O porta-voz do Comando Central dos EUA, Kyle Raines, afirmou em comunicado que embarcações da Guarda Naval Revolucionária Iraniana dispararam "vários foguetes não guiados" a cerca de 1.370 metros do transportador de aeronaves USS Harry S. Truman, do destroyer USS Bulkeley e da fragata francesa FS Provence. Raines disse que "as ações foram altamente provocativas". Fonte: Associated Press.

O líder supremo do Irã, Aiatolá Ali Khameneina, que tem a palavra final sobre todos os assuntos de Estado, aprovou nesta quarta-feira (21) o acordo nuclear alcançado com as potências mundiais, mas alertou que o governo seja vigilante, dizendo que os Estados Unidos podem não ser confiáveis.

Khamenei aprovou o acordo em uma carta ao presidente do Irã, Hassan Rohani, que foi lida em uma TV estatal. Até agora, ele tinha se recusado a aprovar ou rejeitar publicamente o acordo ao expressar apoio para os negociadores do Irã.

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A expressão de apoio de Khamenei resolve grande parte do debate a favor de Rouhani, entregando-lhes uma importante vitória à frente das eleições parlamentares.

No entanto, Khamenei advertiu que o acordo "sofre de múltiplas fraquezas estruturais e pontos ambíguos que podem gerar grandes danos para o país na ausência da vigilância precisa e constante. Ele acrescentou que "qualquer observação dizendo que a estrutura de sanções irá permanecer é considerada uma violação" do acordo.

O acordo alcançado em julho, com os EUA, a Grã-Bretanha, a França, a China, a Rússia e a Alemanha tem o intuito de coibir as atividades nucleares do Irã em troca da retirada das sanções impostas pelos líderes internacionais.

As nações ocidentais suspeitam há muito tempo que o Irã tem desenvolvido armas nucleares ao lado de seu programa civil, acusações que são rejeitadas por Teerã, que insiste que seu programa é inteiramente pacífico.

O acordo tem sido objeto de intenso debate dentro do Irã, com líderes linhas-duras argumentando que os negociadores desistiram de muitas coisas para chegar ao acordo. Eles também temem que o acordo poderia levar a uma aproximação mais ampla com os Estados

Unidos, que eles ainda ridicularizam como o "Grande Satã". Fonte: Associated Press.

Autoridades do Irã e das seis potências (Estados Unidos, Grã-Bretanha, França, Rússia, China e Alemanha) se reuniram nesta segunda-feira (19) para detalhar o acordo nuclear, que foi fechado no dia 14 de julho, mas adotado oficialmente ontem.

Na reunião de hoje, o Irã e as seis potências mundiais se concentraram na coordenação das primeiras medidas necessárias para que o acordo seja totalmente implementado. O acordo prevê cortes profundos em programas nucleares do Irã em troca de alívio nas sanções.

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Os Estados Unidos esperam que o Irã leve meses para implementar todas as medidas combinadas. Autoridades norte-americanas insistem que nenhum alívio das sanções ocorrerá até que Agência Internacional de Energia Atômica da ONU verifique o cumprimento do Irã com os termos do acordo. Fonte: Associated Press.

Um conselho de clérigos e autoridades no Irã aprovou a implementação do acordo nuclear firmado com potências mundiais, colocando fim ao processo apesar dos esforços para detê-lo.

De acordo com a rede estatal de televisão, o Conselho Tutelar, um dos principais corpos de liderança do sistema iraniano, deu a aprovação final ao projeto de lei que já contava com apoio do Parlamento para ser implementado. Os 12 membros do Conselho precisam assinar todos os projetos para que eles se tornem lei.

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O acordo, selado em julho, impõe limitações ao programa nuclear iraniano em troca de suspensão das sanções ao país. Fonte: Associated Press

O Parlamento iraniano aprovou no domingo um esboço de um projeto de lei que pode permitir que o governo implemente um acordo nuclear histórico com potências mundiais, segundo a agência de notícias oficial IRNA. A TV estatal anunciou, entretanto, que o Irã testou com sucesso um novo míssil balístico de longo alcance - o primeiro desse tipo de teste desde que o acordo nuclear foi atingido, em julho.

O projeto de lei permite que o governo não execute o acordo, se as potenciais mundiais não suspenderem as sanções, informou a IRNA. A aprovação final do projeto de lei é esperada para ocorrer ainda nesta semana, após novas discussões.

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O acordo visa a frear o programa nuclear iraniano em troca da suspensão de sanções internacionais. Países do Ocidente suspeitam há bastante tempo que o Irã desenvolve armas nucleares secretamente. Essas alegações foram negadas pelo Teerã, que diz que seu programa nuclear tem fins puramente pacíficos. "O governo deve interromper sua cooperação voluntária, se a outra parte não permanecer empenhada em suspender as sanções", diz o projeto de lei. O texto diz ainda que a resposta deve ser a mesma se novas sanções forem impostas ou as anteriores forem restauradas.

A IRNA informou que 139 de 253 legisladores presentes votaram a favor do projeto de lei. A câmara tem 290 lugares. A sessão foi excepcionalmente tensa, com legisladores da "linha-dura" tentando impedir a votação do texto. O líder supremo do Irã, o aiatolá Ali Khamenei, que toma as decisões finais sobre políticas importantes, disse que cabe ao Parlamento aprovar ou rejeitar o acordo.

O deputado Ruhollah Hosseinian, um oponente do acordo, disse que o Parlamento precisa discuti-lo em detalhe. Até agora, ele só foi revisto por uma comissão parlamentar especial. Fonte: Associated Press.

O acordo nuclear com o Irã vai impulsionar uma nova era na ciência da republica islâmica com o fim das sanções impostas ao país - foi o que disse a revista especializada Science nesta quinta-feira.

As sanções impostas para evitar que o Irã construísse uma arma nuclear nos últimos anos tinham efeitos colaterais no meio científico: os pesquisadores não podiam importar fósseis, baixar programas, assinar revistas especializadas internacionais nem comprar no exterior os equipamentos necessários para trabalhar. É o que diz a revista, em edição dedicada ao tema.

Ainda assim, a ciência conseguiu prosperar no Irã, garantiu Allan Goodman, presidente do Instituto de Educação Internacional em Nova York.

"Temos recebido uma mensagem bastante forte: sua ciência está viva e bem", afirmou Goodman, que viajou para o Irã este ano ao lado de um grupo de universitários norte-americanos para observar formas de colaborar com os cientistas iranianos.

O assassinato de cinco cientistas nucleares iranianos nos últimos dez anos não impediu que a república islâmica buscasse desenvolver o que descrevia como um programa pacífico de produção de energia, segundo Ali Akbar Salehi, presidente da Organização de Energia Atômica do Irã.

"Isso realmente não se tornou um impedimento para nossas atividades nucleares", disse à revista Science.

"De fato significou um impulso, no sentido de que após (os assassinatos) muitos alunos que estudavam outras áreas mudaram para a ciência nuclear".

Em outras áreas também ocorreu algo parecido. Quando os cientistas iranianos foram proibidos de importar sensores sísmicos para detectar terremotos, os investigadores desenvolveram os seus, informou a reportagem.

O ministro da Ciência, Pesquisa e Tecnologia do Irã, Mohammad Farhadi, escreveu em um artigo à parte na revista que as sanções "impulsionaram a ciência, a indústria e os setores de serviços a cooperar entre si de maneiras frutíferas".

Também "forçaram os cientistas a trabalhar de maneira mais criativa e a promover uma economia baseada no conhecimento pela primeira vez na história do Irã".

Agora, a república islâmica está à espera de mais associações e pesquisas internacionais, afirmou.

"Convidamos os cientistas de todo o mundo a começar um programa de colaboração com nossos cientistas. O Irã está pronto".

O alívio das sanções econômicas é esperado para o final deste ano.

- Projetos avançam -

Os planos para construir um observatório astronômico de primeira classe mundial avançaram e sua construção começará no ano que vem. O Observatório Nacional Iraniano, que custará 30 milhões de dólares, terá um telescópio óptico de 3,4 metros que permitirá estudar exoplanetas, raios gama e matéria escura.

Piero Salinari, do Observatório Astrofísico Arcetri em Florença, Itália, disse que quando estiver pronto, em quatro ou cinco anos, o aparato pode ser o melhor telescópio de uso geral da região.

Outro grande projeto em construção, que se iniciará em 2018, é o primeiro síncrotron iraniano, uma poderosa fonte de raios X que permitirá estudar "tudo, desde moléculas biológicas a materiais avançados", apontou a matéria.

O Irã também avança em matéria de células-tronco graças a uma fatwa do líder supremo do Irã, que declarou que este tipo de pesquisa é aceitável para a lei islâmica - embora a clonagem de seres humanos esteja fora de cogitação - segundo a revista.

"Surpreendentemente, o Irã tem uma das leis mais liberais em matéria de pesquisa sobre células-tronco no mundo", disse Ali Brivanlou, chefe do laboratório de embriologia molecular da Universidade Rockefeller em Nova York.

O governo iraniano dedica à ciência 3% de seu produto interno bruto, embora "a realidade esteja mais próxima de 0,5%, que representou em 2014 cerca de 1,7 bilhões de dólares", segundo Vahid Ahmadi, secretário-executivo do ministério da Ciência do Irã.

Mesmo assim, Ahmadi se mostrou esperançoso. "É uma nova era para a ciência no Irã", afirmou. "Estamos entrando em uma era pós-sanções".

O Irã entregou documentos e materiais de seus trabalhos e pesquisas nucleares, informou a agência da Organização das Nações Unidas (ONU) neste sábado (15). No entanto, Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) não afirmou se os documentos trazem novas informações quanto às atividades de Teerã e ao estágio das pesquisas, realizadas antes das negociações de um acordo nuclear. Em um comunicado de apenas uma frase, divulgado mais cedo, a agência afirmou que "o Irã entregou hoje à IAEA suas explicações e documentos relacionados, como foi acordado".

Os Estados Unidos e outros países ocidentais acreditam que as pesquisas do Irã tinham como objetivo criar conhecimentos para a fabricação de armas nucleares. Esses trabalhos se tornaram um importante fator nos esforços políticos de Washington durante as negociações para um acordo nuclear entre o Irã e seis potências mundiais.

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Parlamentares dos Estados Unidos, que irão votar o acordo no mês que vem, afirmam que o pacto não garante que Teerã irá oferecer explicações claras quanto às pesquisas realizadas no passado. Os críticos do acordo afirmam que é importante saber o quanto faltava para que o Irã conseguisse desenvolver uma arma nuclear para decidir sobre a assinatura ou não do tratado.

Conforme o acordo fechado no mês passado entre o Irã e a IAEA, o governo de Teerã tinha um prazo até este sábado para entregar documentos, materiais e outras informações, a fim de explicar uma série de questões sobre suas pesquisas e trabalhos nucleares. A agência terá um mês para analisar as informações. Passado este prazo, os dois lados devem se reunir em Teerã. Fonte: Dow Jones Newswires.

O líder supremo do Irã, Aiatolá Ali Khamenei, afirmou em discurso neste sábado que o acordo nuclear do país com as potências do P5+1 (Estados Unidos, França, China, Rússia, Reino Unido, mais Alemanha) não mudará a política iraniana em relação ao "arrogante" governo dos Estados Unidos, em sua primeira declaração pública desde a assinatura do acordo.

"Nossa relação com o governo 'arrogante' dos Estados Unidos não mudará em nada", disse Khamenei em uma declaração transmitida ao vivo pelo canal estatal iraniano. "Não temos nenhuma negociação com os EUA sobre diversos assuntos globais e regionais. Não temos negociações sobre questões bilaterais", comentou.

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Khamenei, que discursou para marcar o fim do Ramadã, afirmou que o Irã continuará a apoiar seus aliados no Oriente Médio, incluindo o grupo Hezbollah e o governo Sírio. O líder supremo também disse que continuará pedindo a destruição de Israel, que descreveu como um "governo terrorista, assassino de bebês".

O Aiatolá declarou que um acordo mais amplo com os EUA é improvável, destoando da posição moderada do presidente do país, Hassan Rouhani, que havia dito que o acordo nuclear poderia "passo a passo, remover tijolos do muro da desconfiança", entre o Irã e os Estados Unidos.

Por outro lado, o Aiatolá também elogiou os diplomatas iranianos que firmaram o acordo, o que indica que Khamenei não deve interferir na decisão final sobre o acordo, que será realizada nos próximos dias pelo Parlamento iraniano e pelo Supremo Conselho Nacional de Segurança, maior autoridade em segurança no país.

O analista de política iraniana, Davoud Hermidas Bavand, afirmou que os comentários de Khamenei foram destinados principalmente para o público nacional.

"O líder tinha o objetivo de acalmar os ânimos dos iranianos mais conservadores que estão preocupados com a reaproximação com os Estados Unidos", disse Bavand, professor de Direito Internacional da Universidade de Teerã. "O acordo aumentou a popularidade de Rouhani e Khamenei quer criar um balanço e aumentar a moral dos conservadores descontentes", comentou. Fonte: Associated Press.

O Irã manterá suas políticas contra os Estados Unidos e continuará a apoiar aliados regionais que se opõem aos interesses de potências ocidentais, afirmou o supremo líder do país, o aiatolá Ali Khamenei neste sábado (18). "Nossa política em relação ao governo arrogante dos Estados Unidos não mudará", disse em pronunciamento na televisão, dias após o país assinar um acordo nuclear com os norte-americanos e seus aliados.

Em seu discurso, Khamenei afirmou que o país não irá se render a demandas excessivas. "Seja ele (o acordo) ratificado ou não, nós não desistiremos de nossos amigos na região", disse. O pronunciamento foi o primeiro desde que o acordo foi firmado, na terça-feira. As opiniões do aiatolá são monitoradas de perto pelos aliados, já que ele tem a palavra final sobre o acordo no Irã e ainda poderia rejeitar o acerto.

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O Congresso dos Estados Unidos terá 60 dias para apreciar o acordo, que também pode ser descartado. Caso isso ocorra, o presidente Barack Obama poderá vetar a decisão do Legislativo, mas a medida retorna aos congressistas para novas votações. Desta vez, no entanto, os representantes contrários ao acerto terão de somar dois terços no Senado e na Câmara para conseguirem derrubar o veto.

A insistência de Khamenei em relação à política externa do Irã ante os Estados Unidos contrasta com a posição de outras autoridades, que têm afirmado que o acordo pode ser o início de uma cooperação mais próxima no combate a inimigos comuns, como o grupo Estado Islâmico. Também no sábado, o ministro de Relações Exteriores do Irã, Javad Zarif, que liderou as negociações pelo acordo nuclear, disse esperar que a decisão diplomática melhore relações regionais e internacionais. Fonte: Dow Jones Newswires.

A televisão estatal do Irã divulgou que o líder supremo do país, Aiatolá Ali Khamenei expressou sua gratidão ao time de negociadores do Irã por concluir o acordo nuclear com as potências mundiais do P5+1 (China, Rússia, Estados Unidos, França, Reino Unido, mais Alemanha) em Viena.

Segundo o canal de televisão, Khamenei "agradeceu a equipe de diplomatas iranianos por seu trabalho honesto e diligente".

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O líder iraniano fez os comentários durante uma reunião com o presidente, Hassan Rouhani, e membros do governo. Fonte: Associated Press.

Estados Unidos e as demais potências envolvidas nas negociações nucleares com o Irã estão dispostas a aceitar um acordo que não esclareça, ao menos imediatamente, quais são as capacidade do país em outras áreas necessárias para lançar uma bomba nuclear, como balística e sistema de detonação.

A exigência para que Teerã divulgue suas capacidades nessas áreas foi comunicada pelos EUA em 2013, após a assinatura do acordo interino. Autoridades que trabalham nas negociações, no entanto, disseram que esse assunto não será esclarecido de imediato.

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Apesar do contratempo, a possibilidade de haver um acordo até a data limite, 30 de junho, é "maior do que a de não haver um acordo", disse um dos envolvidos.

Ao invés disso, os negociadores estão trabalhando em uma lista de compromissos que precisarão ser cumpridos pelos iranianos. A retirada de algumas sanções estaria ligada a essas exigências.

A maior parte da pesquisa iraniana sobre esse tipo de tecnologia aconteceu antes de 2003, quando foi descoberto que o país trabalhava na bomba nuclear. Críticos do atual acordo tem se focado cada vez mais nessa pesquisa, insistindo que Teerã precisa ser "transparente" em relação a esse assunto também. Caso contrário, dizem, o mundo não poderá estar 100% seguro como gostaria. Fonte: Associated Press.

O Secretário de Estado norte-americano, John Kerry, e o Ministro das Relações Exteriores do Irã, Mohammad Javad Zarif, irão se encontrar na segunda-feira na sede da Organização das Nações Unidas (ONU) durante uma conferência sobre o tratado de não-proliferação nuclear do qual ambos participam. É a primeira vez que Kerry e Zarif se encontram desde que divulgaram o rascunho de um acordo nuclear, no início do mês.

A reunião ocorrerá no momento em que as partes envolvidas na negociação de um acordo nuclear tentam chegar a um consenso até o final de junho.

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O Departamento de Estado dos Estados Unidos ainda informou que Kerry também se encontrará com os ministros de Relações Exteriores do Egito e da Jordânia na ONU. Fonte: Associated Press.

A França delineou neste sábado (4) uma das formas como o programa nuclear iraniano poderia se desenvolver após a fase inicial de 10 anos prevista no entendimento entre Teerã e seis potências mundiais anunciado na quinta-feira (2). Desde então, EUA, Irã e França produziram seus próprios documentos destacando os pontos principais do acordo preliminar. Representantes dos EUA e do Irã, no entanto, já discutiram por causa de divergências em suas respectivas versões.

De acordo com o documento francês, o Irã poderia realizar um "aumento gradual e claramente definido de sua capacidade de enriquecimento de urânio entre o 10º e o 13º ano, com a introdução de avançadas centrífugas IR-2 e IR-4". No passado, o Irã instalou mas não utilizou centrífugas IR-2. O país nunca instalou as IR-4. Em vez disso, vinha usando máquinas de gerações mais antigas conhecidas como IR-1.

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Segundo especialistas, as IR-2 são entre três e cinco vezes mais eficientes do que as IR-1 na produção de urânio enriquecido. Já as IR-4 seriam várias vezes mais sofisticadas. O relatório não especifica, no entanto, quantas dessas centrífugas o Irã poderia utilizar. Entre os mais céticos, a percepção é de que um acordo final faria muito pouco para impedir que o Irã tivesse aceso a armas nucelares a médio prazo. Com autorização para instalar centrífugas IR-2 e IR-4 após 10 anos, os iranianos teriam capacidade de produzir material para uma bomba nuclear com muito mais rapidez. No entanto, precisariam de muito mais máquinas IR-4.

O Irã concordou em não produzir combustível nuclear enriquecido a mais de 3,67% nos primeiros 15 anos do acordo. Esse teor está bem abaixo do necessário para a fabricação de uma bomba nucelar. Além disso, concordou em reduzir para 300 quilos seus estoques de urânio fracamente enriquecido.

Em troca, sanções unilaterais dos EUA e da Europa serão retiradas imediatamente após a aplicação do acordo nas áreas econômicas e financeiras. O acordo também prevê que o Ocidente não adotará novas sanções unilaterais.

Os detalhes de um tratado final serão discutidos em nova fase de negociações, que deve ser concluída em 30 de junho. O entendimento entre Irã e EUA, China, Rússia, Alemanha, França e Reino Unido foi anunciado após uma semana de intensas discussões em Lausanne, na Suíça.

O Departamento de Estado norte-americano e representantes do ministério de Relações Exteriores da França não comentaram o documento francês.

Já o ministro de Relações Exteriores do Irã, Mohammad Javad Zarif, disse neste sábado que o país pode retomar suas atividades nucleares caso o Ocidente não honre o acordo. Fonte: Dow Jones Newswires e Associated Press.

O entendimento entre Irã e seis potências mundiais (Estados Unidos, China, Rússia, Alemanha, França e Reino Unido) sobre o programa nuclear iraniano é um prelúdio para a retomada das relações entre as partes, disse o presidente iraniano Hasan Rouhani. "As negociações nucleares são o primeiro passo para a interação construtiva com o mundo", disse Rouhani, em um discurso televisionado, o seu primeiro comentário público sobre o acordo alcançado na Suíça na quinta-feira (2) à noite.

Se o acordo for concluído em futuras negociações, as sanções internacionais contra o Irã deverão ser suspensas em troca de supervisão e limites ao controverso programa nuclear do país. Os países ocidentais têm dito há muito tempo que o Irã tem como objetivo desenvolver armas nucleares, mas a República Islâmica afirma que suas atividades são apenas para fins pacíficos.

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"No mundo de hoje, o progresso, o desenvolvimento e a estabilidade no mundo não é possível sem cooperação e coordenação", disse Rouhani. Rouhani afirmou querer melhorar o contato com os países aliados e reparar as relações que estão tensas.

Ele prometeu que o Irã irá cumprir com suas promessas no âmbito do acordo nuclear, que incluem a eliminação e remoção de material nuclear e de centrífugas avançadas e outras medidas destinadas a evitar que o país seja de desenvolver armas nucleares rapidamente. Rouhani, entretanto, ressaltou que a outra parte nas negociações também deve cumprir com suas obrigações. Fonte: Dow Jones Newswires.

Autoridades israelenses se disseram indignadas com a postura das seis potências mundiais, que hoje deram um passo a mais na direção a um acordo nuclear com o Irã.

O primeiro-ministro Benjamin Netanyahu ainda não deu uma declaração oficial sobre o tema, mas adiantou em sua conta de Twitter que "qualquer acordo precisa reduzir significativamente as capacidades nucleares do Irã e impedir agressões e ataques terroristas produzidas pelo país".

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Uma autoridade israelense que não quis se identificar se mostrou cético com o anúncio de hoje, de que as autoridades chegaram a um consenso sobre os parâmetros chave do acordo.

"Estes parâmetros são ruins, e vão levar a um acordo ruim e perigoso", disse. "Se um acordo sair desses parâmetros, ele será um erro histórico que vai transformar o mundo em um lugar muito mais perigoso."

"Com ou sem acordo, Israel irá fazer de tudo para proteger seus cidadãos", disse Naftali Bennet, ministro da Economia do país. "O regime islâmico mais radical do mundo recebeu hoje um selo kosher para seu programa nuclear ilícito."

Políticos de oposição também criticaram o acordo, sublinhando a forte rejeição que Teerã tem no país. "Sobre a questão nuclear do Irã, não há oposição ou coalizão", disse Yair Lapid, presidente do Yesh Atid, um partido de centro. "Estamos todos preocupados com a possibilidade do Irã contornar o acordo. Israel precisa proteger seus interesses." Fonte: Associated Press.

As conversas nucleares entre o Irã e seis potências mundiais devem se estender por mais um dia além do limite previamente estabelecido. Hoje, a porta-voz do Departamento de Estado norte-americano, Marie Harf, disse que o secretário John Kerry irá permanecer mais um dia em Lausanne, onde as negociações ocorrem.

"Continuamos a fazer progressos, mas não chegamos ainda a um entendimento político", disse Marie no final da tarde na Suíça.

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O ministro de Relações Exteriores alemão, Frank-Walter Steinmeier, afirmou que os negociadores ainda enfrentam uma "negociação dura", indicando que as conversas podem não terminar tão cedo. "Esta noite teremos novas propostas, novas recomendações. Eu não consigo dizer se haverá o bastante para se chegar a um acordo", disse.

Já o ministro de Relações Exteriores do Irã, Mohammed Javad Zarif, acusou os demais negociadores de terem uma posição política pouco colaborativa. "Eu sempre disse que acordo e pressão não caminham juntos, são mutuamente exclusivos", disse Zarif. "Então nossos amigos precisam decidir se eles querem conversar com o Irã baseados no respeito ou na pressão." Fonte: Associated Press.

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