A média diária de vendas de veículos em março ficou em 14.196, alta de 3,9% sobre março de 2012 e de 8,7% sobre fevereiro. No trimestre, a média diária de emplacamentos cresceu 6,6%, para 13.841 veículos, ante os três primeiros meses de 2012. Já o avanço porcentual da produção média diária ficou em dois dígitos, o que mostra, segundo o presidente da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), Cledorvino Belini, "um descasamento" entre a produção e as vendas.
A média diária da produção em março foi de 15.956 veículos, alta de 13,8% sobre março de 2012 e de 25,3% sobre fevereiro. No trimestre, a produção média diária da indústria automotiva ficou em 13.795 veículos, alta de 17,7% sobre igual período de 2012. "Houve um descasamento e a produção forte ajudou a recuperar estoques, esperando um mercado positivo nos próximos meses", disse. "Se o estoque regulador aumenta, a produção se ajusta."
##RECOMENDA##Belini disse ainda esperar um mercado mais estável em 2013 em comparação ao ano passado, quando foi registrada uma forte queda nas vendas até maio. A partir de junho, com a redução da alíquota do IPI, as vendas dispararam e 2012 encerrou com um recorde histórico.
O executivo admitiu que o setor esperava vendas melhores no mês passado, o que justifica o aumento nos estoques e ainda a prorrogação da alíquota do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) reduzida até dezembro. Dados da Anfavea mostram que, apesar da alta de 20,8% nas vendas diárias de veículos ante fevereiro, houve queda de 5,5% nos emplacamentos sobre igual período de 2013. Já os estoques somados das montadoras e das concessionárias saíram de 310.312 para 330.545 entre fevereiro e março.
Em sua última entrevista como presidente da Anfavea - no dia 22 de abril será substituído pelo diretor da General Motors, Luiz Moan -, Belini afirmou que o desafio para seu sucessor "é dar continuidade aos programas e criar mercados para o Brasil", pois o País "atraiu investimentos e o grande desafio é ter mercado para toda essa capacidade produtiva", disse. O executivo afirmou que o câmbio em R$ 2 "não nos dá competitividade para exportação" e ainda avaliou que nem todos os setores da economia "rodam na mesma intensidade".