Com o tema Somos todos brincantes, o Festival de Circo do Brasil chega à décima edição homenageando o multiartista pernambucano Antonio Nóbrega. De 31 de outubro a 9 de novembro, espetáculos circenses, de dança, teatro, oficinas e mesas-redondas compõem a programação do festival, contemplando do circo tradicional ao contemporâneo.
Para Danielle Hoover, coordenadora geral do festival, homenagear Nóbrega faz todo o sentido, pois ele é um artista que "bebeu na fonte do circo". Ao todo, 16 companhias nacionais e internacionais se apresentam no Festival de Circo do Brasil.
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O espetáculo Tonheta e Companhia, com Antonio Nóbrega, marca a volta desta montagem aos palcos, consagrando o homenageado da edição. "Nóbrega contempla em Tonheta uma união de música, dança, teatro e próprio circo", afirmou Danielle em coletiva de imprensa realizada na manhã desta terça-feira (14). Em um vídeo, Antonio Nóbrega comentou a homenagem. "Meus espetáculos têm uma intimidade imensa com o circo. Ser homenageado já é muito bom, mas na sua cidade natal é melhor ainda", frizou.
Programação
A abertura do Festival será no Teatro de Santa Isabel, centro do Recife, no dia 31 de outubro, com a companhia francesa Les Rois Vagabonds, apresentando o espetáculo Concerto para dois clowns. Este ano, as apresentações estão descentralizadas, facilitando o acesso do público aos espetáculos. Uma mini lona de circo será montada na esplanada do Parque Dona Lindu, em Boa Viagem, para receber, no primeiro final de semana (1° e 2 de novembro), vivências circenses e diversos espetáculos de companhias como Circo Vox (SP), Psirc (Espanha), Circo Teatro Artetude (DF), Caravana Tapioca (PE), e a performance Futebol Voador (SP).
Na tarde do domingo (2 de novembro), o Recife Antigo recebe, na Av. Rio Branco, uma intervenção urbana das atrações Futebol Voador e Circo Teatro Artetude. No Teatro de Santa Isabel, a companhia francesa 220 Volts apresenta o espetáculo Larsen, no qual três artistas revezam-se entre um show de rock e números aéreos. No teatro Guararapes, a companhia brasileira Tholl, do Rio Grande do Sul, apresentada como o Cirque du Soleil do Brasil, apresenta o espetáculo Exotic, às 16h.
No teatro Apolo, o mágico espanhol Adrian Conde apresenta seu espetáculo de magia cômica, sábado e domingo (8 e 9 de novembro), às 10h30, para todos os públicos. Já no Teatro Luiz Mendonça, apresentam-se a suíça Gardi Hutter (5 e 6 de novembro) e a companhia belga D’Irque & Fien (7, 8 e 9 de novembro), com o espetáculo Carroussel des Moutons e seu piano voador.
Em 2014, o Festival de Circo do Brasil possui atrações voltadas para um público mais adulto, como é o caso da palhaça radical Patrícia Pardo, da Espanha, que constrói o espetáculo com um discurso crítico. Ela se apresenta nos dias 6 e 7 no Teatro Apolo.
Para as crianças, a companhia paulistana Parlapatões, apresenta Clássicos do Circo, espetáculo que reúne os melhores números cômicos e circenses da trajetória de 18 anos do grupo, dias 8 e 9 de novembro. Nos mesmos dias, a Cia Suno se apresenta no Teatro Hermilo, e a lona montada na esplanada do Parque Dona Lindu recebe a Cia Brincantes de Circo, do Recife, com o espetáculo do palhaço Tapioca.
Interseção
Na décima edição do Festival de Circo do Brasil, a produção do evento buscou mesclar o circo com outros segmentos da cultura. Um dos destaques é a pré-estreia do filme Brincante, de Walter Carvalho, que retrata a obra do homenageado Antonio Nóbrega. O filme terá duas sessões gratuitas, no cinema da Fundação Joaquim Nabuco, no bairro do Derby, às 19h20 e às 21h10, no dia 3 de novembro.
Na mesma época em que será realizado do Festival de Circo, estará ocorrendo o 19º Festival Internacional de Dança do Recife. Por isso, haverá uma mesa-redonda no dia 3 de novembro com o tema Interseção Circo e Dança, com Antonio Nóbrega (PE), Valéria Martins (RJ) e Arnaldo Siqueira (PE), das 16h às 17h30, no Teatro Apolo.
Confirmação
Ao todo, a produção do Festival recebeu mais de 500 inscrições no período de março a julho de 2014. Foram selecionadas 16 companhias que se apresentam ao longo dos 9 dias do evento. O Festival de Circo do Brasil conta com o patrocínio da Petrobras, além do incentivo da Lei Rouanet, Prefeitura do Recife, Institut Français, Consulado da França para o Nordeste, Embaixada da Espanha e Toyolex.
Segundo Danielle, a estimativa inicial para a realização do evento era de R$ 1,2 milhão. Até então, a produção possui cerca de R$ 470 mil. Na tarde desta terça-feira (14), será divulgado se a Funcultura libera ou não o apoio financeiro ao Festival. Há ainda a expectativa do resultado de um recurso para se conseguir o incentivo do Funcultura. "Houve um desentendimento entre nós e o Funcultura, pois eles queriam um formato de inscrição que nós não poderíamos contemplar. Por isso ainda será decidido hoje se teremos ou não o apoio do Governo do Estado", contou Danielle.
Para resgatar a memória fotográfica das outras nove edições do Festival, será exposto na Galeria Janete Costa, no Parque Dona Lindu, uma série de fotografias que recordam através de imagens e vídeos as outras edições, celebrando uma década de risadas, surpresas e malabarismos. O download da programação completa pode ser feito abaixo ou no site do Festival de Circo do Brasil.