Foram nove jogos na temporada, 30 atletas testados e quase R$ 80 milhões investidos no elenco para o Palmeiras chegar nesta quarta-feira (8), finalmente, à estreia na fase de grupos da Copa Libertadores. O atual campeão brasileiro joga no norte da Argentina, contra o novato Atlético Tucumán, às 21h45 (de Brasília). É o começo da caminhada atrás da segunda taça continental do clube.
O elenco mais badalado do futebol brasileiro, reforçado por nove contratações, desafia na cidade de San Miguel de Tucumán um adversário estreante em competições internacionais, com uma torcida eufórica pela campanha histórica.
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A equipe paulista se planejou para este primeiro jogo, válido pelo Grupo 5 da Libertadores, desde o fim do ano passado. Se o clube perdeu o atacante Gabriel Jesus para o Manchester City, tratou de manter a maior parte do elenco - a diretoria prorrogou contratos e deu aumentos salariais a jogadores importantes, como Róger Guedes, Mina e Tchê Tchê. Além disso, investiu R$ 12,5 milhões para comprar 50% dos direitos econômicos do atacante Dudu e R$ 6,7 milhões por 40% dos direitos do lateral Fabiano.
Esta última negociação também rendeu a vinda do atacante Willian Bigode, um dos nove reforços do time para a temporada. A equipe foi ao mercado brasileiro para buscar Keno, ex-Santa Cruz, Hyoran, ex-Chapecoense, e Raphael Veiga, que estava no Coritiba.
Outras duas investidas foram as mais relevantes. O Palmeiras foi buscar no atual campeão da Libertadores, o Atlético Nacional, o meia Guerra por R$ 11,8 milhões e, por fim, o atacante Borja, com o valor de R$ 33 milhões. Estas duas últimas negociações foram concretizadas com o dinheiro da Crefisa.
A patrocinadora destinou ao clube somente nesta janela de transferências mais de R$ 60 milhões para ajudar em contratações. Ao todo, os reforços do Palmeiras custaram cerca de R$ 78 milhões.
A equipe vai à Argentina como uma das favoritas do grupo a passar às oitavas de final. As boas expectativas só não maiores porque o elenco se lembra de 2016, quando viveu otimismo semelhante e caiu na primeira fase. "No ano passado a gente só foi entender como era jogar a Libertadores quando tínhamos poucas chances de classificação", disse o lateral-esquerdo Zé Roberto.
A formação titular na Argentina deve ser parecida à usada na última sexta-feira, contra o Red Bull Brasil, pelo Campeonato Paulista. O Palmeiras fez treinos fechados e, nesta terça-feira, trabalhou já no local da partida, o estádio Monumental José Fierro. Após ter marcado dois gols em dois jogos, a tendência é o atacante Borja ser titular do time pela primeira vez.
RIVAL ESTREANTE APÓS EPOPEIA - O jogo desta quarta-feira será o mais importante da história do Atlético Tucumán, time fundado em 1902. Chamado de "Decanos", por ser o primeiro clube a ser fundado no norte de Argentina, o Tucumán passou neste século seis temporadas na terceira divisão, penou com dois rebaixamentos da elite à segunda divisão e graças ao aumento no número de vagas na Copa Libertadores, conseguiu a chance de disputar a competição.
O time confirmou vaga na fase de grupos da Libertadores ao eliminar o Junior Barranquilla, da Colômbia. O clube argentino não tem jogadores conhecidos e garantiu o direito de disputar a competição internacional ao conquistar a última vaga disponível no país, a de quinto colocado no campeonato nacional do ano passado.
O caminho até chegar ao grupo do Palmeiras e de outro ex-campeão da América, o Peñarol, do Uruguai, começou com a histórica classificação em Quito, sobre o El Nacional. O avião que levaria o elenco teve problemas de documentação para chegar à capital do Equador. O atraso fez o time embarcar à cidade na última hora, ir às pressas do aeroporto ao estádio e emprestar uniforme da seleção sub-20 da Argentina para jogar.
A aventura rendeu um feito heroico. No confronto seguinte da etapa preliminar, contra o Junior Barranquilla, o Tucumán continuou a surpreender, avançou e agora tem pela frente o Palmeiras, time que joga com a responsabilidade de buscar o título da competição.