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Parlamentares do Nordeste pediram ao presidente Jair Bolsonaro o fortalecimento de órgãos regionais e a revisão do pacto federativo para viabilizar mais recursos para a região. A bancada foi recebida hoje (22) por Bolsonaro, em  um café da manhã no Palácio do Planalto, para a apresentação de projetos prioritários de cada estado.

Na sexta-feira (24), está prevista a primeira viagem do presidente à região, onde deve participar de reuniões na Superintendência do Desenvolvimento do Nordeste (Sudene), em Recife, e com governadores, além de anunciar projetos para a área. No mesmo dia, Bolsonaro entrega casas do Programa Minhas Casa Minha Vida em Petrolina (PE).

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De acordo com o deputado Júlio César Lima (PSD-PI), coordenador da bancada, o fortalecimento de órgãos como a Sudene, o Departamento Nacional de Obras Contra as Secas (Dnocs) e o Banco do Nordeste pode ajudar a região a aumentar a participação na produção de riquezas e no Produto Interno Bruto [PIB] do país. A conclusão da transposição do Rio São Francisco e da ferrovia Transnordestina também é prioridade.

Para Bolsonaro, obras de infraestrutura, com licenciamentos mais ágeis e buscando a vocação regional são importantes para estimular a participação no PIB do Nordeste. O turismo foi um exemplo citado. “É a maneira mais fácil e rápida de conseguirmos alavancar a economia local. O custo é quase zero; o que dependia no passado de difícil e demorada licença ambiental, com nosso ministro do Meio Ambiente [Ricardo Salles] essas etapas estão sendo vencidas”, disse o presidente durante o café.

A revisão do pacto federativo também foi defendida pelos parlamentares do Nordeste para redistribuição dos recursos da União a estados e municípios. “Fizemos simulações para dividir a CSLL [Contribuição Social sobre o Lucro Líquido] que, no passado, era o Imposto de Renda de Pessoa Jurídica, e a União tirou para não dividir com estados e municípios. Nós queremos que seja dividido como era. No passado, o IPI [Imposto sobre Produtos Industrializados] e o Imposto de Renda representavam 51%, hoje representam pouco mais de um terço de receitas da União”, explicou o deputado.

A proposta foi entregue ao ministro da Economia, Paulo Guedes, também presente no encontro.

Reforma da Previdência - Durante o café da manhã, Bolsonaro defendeu a importância da aprovação da reforma da Previdência para aumentar os recursos públicos e atrair investimentos. “A nossa despesa nessa rubrica é enorme, devemos corrigir as distorções e os privilégios e temos certeza que investimentos chegarão no nosso Brasil”, disse.

Os nove governadores do Nordeste se reuniram, nesta quarta-feira (15), com as bancadas no Senado e na Câmara para discutir as propostas prioritárias para a região. Ajuste fiscal, pacto federativo e garantia de investimentos foram os pontos mais destacados pelos parlamentares e chefes dos Executivos estaduais. O que eles querem é que os parlamentares rejeitem projetos que aumentem as despesas dos estados.

Nesse sentidos, os chefes dos executivos estaduais foram contra o PLS 201/2013, que determina que os produtos e mercadorias sujeitos à substituição tributária, adquiridos por empresa enquadrada no Simples Nacional, terão incidência do ICMS à alíquota de 3,95%. De acordo com o deputado Julio César, do PSD/PI, todos os estados perderão arrecadação caso o projeto seja aprovado. Outras propostas que causariam diminuição das receitas dos estados também foram mal avaliadas.

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Por outro lado, eles apoiaram os projetos 130/2014, que dispõe sobre a convalidação de benefícios ficais pelas unidades federadas; 1/2013, que estabelece a reduçào das alíquotas do ICMS nas operações e prestações interestaduais; 106/2013, que trata do Fundo de Compensação de Perdas e do Fundo de Desenvolvimento Regional; e 1655/11, que dispõe sobre a distribuição nacional dos recursos do salário-educação do Fundo Nacional do Desenvolvimento da Educação.

“Foi uma reunião muito positiva. Já há uma integração entre os governadores do Nordeste e nós precisamos levar isso para o Parlamento, para que haja sintonia de ações”, frisou o governador Paulo Câmara (PSB-PE). Para ele, é preciso afinar o discurso para que a região consiga enfrentar os efeitos da crise econômica. “Uma das agendas que nos preocupam é aquela que pode gerar diminuição de receita ou incremento de despesas para os estados e municípios. Por isso, essa discussão é importante. Precisamos de votações mais céleres para dar condições de a região retomar o crescimento”, ressaltou.

Neste sentido, gestores e parlamentares defenderam a votação do ajuste fiscal. Para eles, a medida irá facilitar o repasse de recursos da União em direção aos estados. “O ajuste fiscal tem prontos importantes, como os relacionados com a Previdência. São pontos que precisa ser melhor conversados, como a questão do seguro desemprego, do auxílio saúde, para que não haja prejuízo para os trabalhadores e não gere um custo a mais no processo geração de empregos”, pontuou Câmara.

"Todos nós sabemos que votar o ajuste fiscal é uma questão de responsabilidade. Então, precisamos colocar essa matéria na pauta imediatamente”, disse o líder do DEM na Câmara, o deputado federal Mendonça Filho (PE). “Temos que observar que não é possível aumentar a carga de impostos em detrimento da capacidade de investimento, repassando encargos”, salientou.

Durante o encontro, o deputado Sílvio Costa (PSC-PE) defendeu que o Legislativo foque as demandas da sociedade e pare de discutir o cenário político. “Não podemos perder tempo com a pauta da polícia. O trabalho da polícia é importante, deve ser acompanhado, mas não pode ser o centro da discussão”, disse ele, em referência especial à investigação do esquema de corrupção na Petrobras e a Operação Lava Jato, da Polícia Federal. “Eu espero também que o Parlamento não coloque em votação a pauta bomba, que é aquela que gera mais despesa pública, com propostas demagogas e irresponsáveis”.

Para o líder da minoria, o deputado Bruno Araújo (PSDB-PE), o pacto federativo estará sempre em discussão, mas precisa ser revisto urgentemente para evitar que “prefeitos e governadores fiquem sempre com pires na mão, pedindo recursos ao governo federal”. A garantia de investimentos é uma das necessidades da região, na opinião dele. “Precisamos equilibrar os recursos entre União, estados e municípios, proporcionalmente às suas responsabilidades, para evitar uma concentração tão intensa na União”.

O governador do Maranhão, Flavio Dino (PCdoB), sustentou que preciso discutir as fontes de recursos e financiamento, especialmente da saúde pública. “Acabaram com a CPMF [Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira] e isso fez falta. É mais difícil mantê-los do que construir novos hospitais”, salientou. “O momento que o Brasil vive cobra muito diálogo com a sociedade, mas também faz necessária a aproximação para discutirmos um conjunto de projetos que precisam ser priorizados no meio político”, declarou o governador do Ceará, Camilo Santana.

Em março, os governadores do Nordeste se reuniram com a presidente Dilma Rousseff e apresentaram as demandas dos estados. Na ocasião, foram apresentados cinco pontos principais: continuidade dos investimentos (especialmente do PAC e do Minha Casa, Minha Vida), operações de crédito, obras da seca, criação da tributação de grandes fortunas para o financiamento da saúde e um sistema único de segurança para o Nordeste. “Percebemos uma compreensão total a esses pleitos e de que o ajuste fiscal é necessário, mas não pode implicar numa paralisação da atividade econômica que comprometa o nível de emprego e as políticas sociais”, disse na época, Flávio Dino.

Em maio, o encontro dos chefes dos Executivos será no segundo Fórum de Governadores Nordestinos que vai acontecer no Rio Grande do Norte. A reunião vai dar continuidade ao primeiro Fórum que aconteceu em dezembro na Paraíba.

O ministro do Desenvolvimento Agrário, Pepe Vargas, será o convidado do próximo café da manhã da Bancada do Nordeste. O encontro será no dia 26 de junho, às 8h, no restaurante do décimo andar do anexo IV da Câmara dos Deputados.

Segundo o coordenador da Bancada, o deputado federal de Pernambuco, Pedro Eugênio (PT), ministro e parlamentares irão discutir o Plano Safra da Agricultura Familiar e o Plano Safra do Semiárido.

Este último é um novo instrumento focado na área climaticamente mais vulnerável do Nordeste por causa da estiagem. O colegiado incluirá na roda de discussões novas regras quanto ao pagamento das dívidas dos agricultores atingidos pela seca.

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