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O trabalho do petista Pepe Vargas como ministro-chefe da Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República durou menos de seis meses. Empossado em meados de abril, Vargas não irá para outra pasta na reforma ministerial que será anunciada pela presidente Dilma Rousseff nos próximos dias. "Quando ela (Dilma Rousseff) anunciar a reforma, eu não permanecerei. Vou retomar meu mandato na Câmara. Mas é ela que vai anunciar a reforma", disse Vargas à reportagem.

O ministro afirmou ter sido chamado para conversar com a presidente na quinta-feira (24). Na ocasião, ficou acertado seu retorno à Câmara. No mesmo dia, também estiveram com Dilma as ministras Eleonora Menicucci, da Secretaria de Políticas para Mulheres, e Nilma Lino Gomes, da Igualdade Racial. Além disso, o atual chefe da Secretaria-Geral da Presidência, Miguel Rossetto, esteve com Dilma antes da viagem a Nova York para a Assembleia-Geral da ONU.

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A expectativa de integrantes do governo é de que Direitos Humanos, Políticas para as Mulheres e Igualdade Racial sejam reunidas no novo Ministério da Cidadania, que deverá ser comandado por Rossetto.

Articulação política

A Secretaria de Direitos Humanos é o segundo ministério ocupado por Vargas em menos de um ano. Logo após a posse, a presidente Dilma Rousseff o nomeou para a Secretaria de Relações Institucionais (SRI). O aumento da crise política em abril fez com que Dilma cedesse a coordenação política para o vice-presidente Michel Temer e realocasse Vargas. Na ocasião, a então ministra da Secretaria de Direitos Humanos, Ideli Salvatti, também petista, perdeu o posto para ele.

À época, Vargas não escondeu a irritação pela maneira como teve que deixar a SRI, já que sua substituição vazou antes do ministro ser comunicado. Dilma disse na ocasião que não estava agindo sob pressão dos presidentes da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), e do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), embora as reclamações sobre as dificuldades no diálogo com o Congresso fossem constantes.

Vetos

Agora, o ministro demonstra resignação ao dizer que o seu retorno ao Congresso seria um "problema a menos", já que ele era o único dos ministros petistas com mandato. Vargas deve retomar seu mandato como deputado federal pelo Rio Grande do Sul nesta terça-feira, 29, quando retornarão à pauta os vetos da presidente. O mais importante é o do aumento aos servidores do Judiciário. O texto aprovado no Senado e vetado por Dilma prevê aumento entre 53% e 78,56% - concedido de acordo com a função exercida por cada servidor. "Evidente que independente do desenho da reforma os compromissos do governo com todas as essas temáticas persistem", disse Vargas.

Dilma pretende permitir que Rossetto continue cuidando dos movimentos sociais. A articulação é considerada essencial para a presidente não perder mais apoio no momento em que a oposição e dissidentes da base aliada ameaçam entrar com pedidos de impeachment na Câmara.

O ministro da Secretaria de Direitos Humanos, Pepe Vargas, defendeu hoje (6) o governo da presidenta Dilma Rousseff e disse que não há razões que justifiquem eventuais pedidos de impeachment. Segundo Vargas, quem defende o afastamento de Dilma tem posições golpistas.

“Não há nenhuma base constitucional e jurídica que dê justificação a um pedido de impeachment. Quem defende uma posição dessa natureza está defendendo uma posição de golpe ao Estado Democrático de Direito e à Constituição”, disse o ministro em entrevista após a cerimônia de sanção da Lei Brasileira de Inclusão.

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Vargas reafirmou o respeito à Constituição e defendeu a legitimidade do governo de Dilma, reeleita em 2014. “O que justifica a existência de um governo é o voto popular e não as pesquisas de opinião pública, que mudam ao longo do tempo. Temos um governo eleito democraticamente, legitimamente, e há que se respeitar a Constituição. O remédio é respeitar a Constituição. O Brasil, no passado, não respeitou a sua Constituição e caminhou para trás”, comparou.

Mais cedo, o vice-presidente da República, Michel Temer, defendeu o governo e criticou as tentativas de trazer a hipótese de impeachment de Dilma para o debate político. “A presidenta está inteiramente tranquila em relação a isso, e todos achamos que é algo impensável para o momento atual. Vejo essa pregação com muita preocupação, porque não podemos ter uma tese dessa natureza sendo patrocinada por vários setores, temos que ter tranquilidade institucional”.

Dilma convocou o Conselho Político do governo para uma reunião às 18h, no Palácio da Alvorada, encontro que não estava previsto na agenda oficial até o começo da tarde. Devem participar os presidentes e líderes de todos os partidos que compõem a base aliada do governo.

O ministro da Secretaria dos Direitos Humanos da presidência da República, Pepe Vargas, afirmou nesta sexta-feira, 26, que o governo recorrerá ao Supremo Tribunal Federal (STF) se for aprovada no Congresso a Proposta de Emenda Constitucional que reduz a maioridade penal de 18 para 16 anos.

Vargas explicou que, para o governo, "se trata de cláusula pétrea da Constituição, porque se vincula a direitos e garantias individuais." O ministro disse que a eventual aprovação da mudança seria um desastre e resultaria em mais violência.

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"O governo tem posição clara (contra a redução da maioridade), mas esse não é um tema de governo versus oposição. É um assunto da sociedade brasileira. Esperamos que a Câmara dos Deputados compreenda que reduzir a maioridade penal aumentará a violência em vez de reduzir", declarou.

"Essa medida, em vez de proteger a sociedade, vai trazer mais riscos. Não é adequado colocar adolescentes em presídios de adultos e isso só fará com que eles fiquem submetidos às facções do crime organizado, sem alternativa. Esperamos conseguir demover o parlamento. Entendemos que será um desastre se essa situação for encaminhada dessa forma", disse.

Intolerância

O ministro participou de audiência pública sobre intolerância religiosa promovida pelo Conselho Nacional da Criança e do Adolescente, no Rio. Ele também comentou o processo contra o governo brasileiro que será julgado na corte da Organização dos Estados Americanos (OEA) por causa da impunidade em relação a duas chacinas com 26 mortos ocorridas na favela Nova Brasília, no Complexo do Alemão, zona norte do Rio, nos anos de 1994 e 1995.

"O que deveria ter sido feito há 20 anos, lamentavelmente não foi. Quem tinha que ter feito a investigação 20 anos atrás seriam os órgãos aqui do Estado do Rio de Janeiro, e não fizeram. Mas a condenação virá ao Brasil. É para isso que existe a comissão e a corte interamericana, para que graves violações de direitos humanos não fiquem em branco. A partir desses casos esperamos que outros não se repitam."

No caso da primeira chacina, com 13 mortos, no fim de 1994, houve denúncia do Ministério Púbico contra quatro policiais, mas até hoje eles não foram julgados. A investigação do segundo massacre, que ocorreu em maio de 1995, com o mesmo número de mortes, prescreveu no último dia 8 de maio e os autores ficaram impunes. Vinte policiais civis eram investigados.

Realizada no auditório da Ordem dos Advogados do Brasil, no Rio, a audiência teve a participação de Kaylane Campos, de 11 anos, apedrejada após sair de um culto de candomblé na Vila da Penha, zona norte do Rio, no último dia 14. "Em nome de todas as crianças, eu peço respeito e que eu possa sair na rua de novo com branco (roupa branca), sem levar pedrada", disse a menina. Sem citar nomes, o ministro criticou programas e meios de comunicação que "acabam difundindo intolerâncias e banalizando a violência".

O deputado federal Jorge Côrte Real (PTB) solicitou ao ministro-chefe da Secretaria Nacional dos Direitos Humanos, Pepe Vargas, a construção de novas sedes para o conselho tutelar em cidades pernambucanas. O pleito foi feito durante uma audiência, nessa terça-feira (26). Caso o pleito seja atendido, segundo o petebista, a rede de proteção à infância terá uma estrutura melhor de trabalho aos conselheiros para a prestação de serviços. 

No pedido, Côrte Real sugeriu que a gestão federal construa as unidades nos municípios de Glória do Goitá, Igarassu, Garanhuns, Goiana, João Alfredo, São Caetano e Surubim. As prefeituras já possuem os terrenos para edificação dos equipamentos. Cada um está orçado em R$ 600 mil. 

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De acordo com o parlamentar, a maioria dos espaços nessas cidades está sucateado e insalubre. Em alguns casos, os imóveis que funcionam os conselhos são alugados, o que aumenta as despesas dos cofres municipais.

“O ministro sinalizou que vai averiguar a dotação orçamentária da Secretaria, após o contingenciamento que houve pelo governo federal, na semana passada, e tentar viabilizar a construção dos conselhos nesses municípios. Esses espaços são de fundamental importância para oferecer um atendimento de qualidade para as nossas crianças e adolescentes”, assinalou Jorge Côrte Real. 

O parlamentar foi acompanhado na audiência pelos prefeitos de Garanhuns, Izaías Régis; Goiana, Fred Gadelha; São Caetano, Dr. Neves; e de Igarassu, Mário Ricardo. Todos são do PTB e estão em Brasília para participar da 18ª Marcha dos Prefeitos, organizada pela Confederação Nacional dos Municípios.

O ministro da secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República, Pepe Vargas (PT), minimizou nesta sexta-feira (8) a ausência de nove petistas na votação da Medida Provisória 665, que restringiu acesso a direitos trabalhistas no pacote de ajuste fiscal. "Todas as votações têm deputados que não estão presentes, porque estão em missões oficiais ou em outras agendas. O PMDB também não teve 100%, partido nenhum teve. O importante, que é o que vale, é entre os presentes, quem votou favorável", disse a jornalistas. "O PT foi o partido que deu o maior porcentual de votos à proposta", completou - dos petistas presentes, apenas um votou contra o projeto, 54 votaram a favor.

O presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), alfinetou a posição do PT, dizendo que o partido cumpriu apenas "80%" do que havia acordado para aprovação do ajuste fiscal. Ele disse que deputados petistas "simplesmente se evadiram" tanto na votação do texto-base, na quarta-feira, 6, como na votação dos destaques ontem, 7.

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O Planalto enfrentou um embate duro para aprovar a MP, cara ao ajuste promovido pelo ministro da Fazenda, Joaquim Levy. O texto passou por 252 votos a favor, 227 contra. Frente à dificuldade, optou por punir partidos da base que foram infieis na distribuição de cargos.

Pepe Vargas também desconversou sobre a intenção do governo de retaliar. "A questão não é discutir a punição ou não punição, a questão é discutir que de fato, quando a gente compõe um governo, é importante que a base de apoio se unifique naquelas agendas que são fundamentais do governo. Nelas, é importante que a base acompanhe (o governo) e esse debate o governo vai fazer de forma muito tranquila com todos os partidos que apoiam sua base."

Maioridade penal

O ministro disse esperar que a votação da PEC que propõe reduzir a maioridade penal de 18 para 16 anos não entre em uma lógica de toma lá dá cá no Congresso Nacional. Pepe Vargas, assim como todos os ex-ministros da SDH, se manifestou publicamente contra a PEC e também assinou nota de repúdio divulgada na semana passada. O projeto é defendido pelo presidente da Câmara, Eduardo Cunha.

"Espero que um assunto tão importante como esse não seja tratado dessa forma. A redução da maioridade penal não é um problema do governo, é uma questão suprapartidária", disse Pepe Vargas ao repetir o argumento de que a redução seria ruim para toda a sociedade, na medida em que aumentaria a violência em vez de reduzi-la. "Você vai colocar jovens que cometeram delitos de baixo poder ofensivo contra a sociedade em presídios onde o crime organizado está articulado", argumentou.

Pepe admitiu que o texto da PEC deve ser aprovado na comissão especial e chegar ao plenário, mas disse acreditar que o bom senso e o interesse da sociedade prevalecerão e que a PEC será derrubada no Congresso. Por ser uma proposta de emenda constitucional, o texto, se aprovado, não pode ser vetado pela Presidência. Em caso de aprovação, Pepe Vargas e outros ministros que o antecederam na pasta avaliam entrar com ação direta de inconstitucionalidade no Supremo, mas a discussão ainda é preliminar.

Pepe Vargas participa do lançamento da nona edição da Caravana Siga Bem, que promove ações de cidadania e entretenimento entre caminhoneiros por todo o País.

O ex-ministro da Secretaria de Relações Institucionais Pepe Vargas assumiu nesta quinta-feira (16) a Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República. A nomeação foi publicada na semana passada em edição extra do Diário Oficial da União. O petista substitui Ideli Salvatti, que estava no cargo desde abril de 2014.

Durante a cerimônia de apresentação ao cargo, Vargas afirmou que espera honrar os trabalhos já desenvolvidos nas gestões anteriores, citando a ex-ministra Maria do Rosário, presente ao evento. “Temos um novo Brasil, um Brasil com mais direitos”, disse. “Mas temos um Brasil que ainda assiste, todos os dias, a graves violações dos direitos humanos”, acrescentou ao destacar populações mais vulneráveis, como negros, LGBT e pessoas com deficiência.

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Em seu discurso, o novo ministro manifestou-se contrário a temas polêmicos atualmente debatidos no Congresso Nacional, como a redução da maioridade penal e a não criminalização da homofobia. “Nossa tarefa continua a ser a promoção e a defesa dos diretos humanos”, finalizou, defendendo a necessidade de aprofundar o diálogo da secretaria com os movimentos sociais, na tentativa de preservar direitos adquiridos ao longo dos últimos anos.

Em discurso no plenário da Câmara dos Deputados, o líder do Democratas, deputado Mendonça Filho (PE), ironizou a situação do ex-ministro das Relações Institucionais Pepe Vargas, que marcou coletiva nessa quarta-feira (8) para anunciar a nova pasta que assumiria e depois voltou atrás. Para o democrata, Vargas foi humilhado pela presidente Dilma ao ser “demitido duas vezes no mesmo dia”.

O líder da oposição relembrou que, na entrevista coletiva na qual explicava a sua saída da Secretaria de Relações Institucionais (SRI), o ex-ministro assegurou que havia sido convidado para a Secretaria de Direitos Humanos (SDH). Porém, recebeu uma ligação durante a coletiva, se retirou e, na volta, disse que o convite não havia sido confirmado.

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Mendonça afirmou também que os líderes governistas têm um discurso de araque. “No tema da terceirização, cada um diz uma coisa”, alfinetou. “O ministro Levy negocia um acordo até a madrugada e vocês vêm aqui dizer que o projeto não presta”, apontou. “Ou o ministro está falando o que não deve ou vocês estão mentindo, fazendo um discurso de araque”, disparou o deputado.

Apesar das pontuações de Mendonça, posteriormente a coletiva de Vargas, foi confirmado sua ida à Secretaria de Direitos Humanos no lugar de Ideli Salvatti

Após duas reviravoltas em um só dia, o ex-ministro das Relações Institucionais Pepe Vargas foi confirmado para assumir a pasta de Direitos Humanos. Pepe marcou coletiva de imprensa, na tarde desta quarta-feira (8), para anunciar o convite que teria recebido da presidência da República para ocupar o cargo de ministro-chefe substituindo Ideli Salvatti, porém, durante o ato recebeu uma ligação e recuou de suas afirmações quanto a assumir a pasta.

No final da noite, veio a confirmação do Governo Federal de que Pepe assumirá a Secretaria de Direitos Humanos. Já Ideli é cotada para assumir a presidência dos Correios.

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Confira a nota na íntegra:

A presidenta Dilma Rousseff anunciou, nesta quarta-feira (8), o nome de Pepe Vargas para o cargo de ministro-chefe da Secretaria de Direitos Humanos.

Ela agradeceu o empenho, a lealdade e a competência da ministra Ideli Salvatti, que deixa o cargo.

O ex-articulador político do governo, Pepe Vargas, convocou uma coletiva de imprensa na tarde desta quarta-feira, 8, para anunciar que foi convidado pela presidente Dilma Rousseff para ser ministro da Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República e aceitou a proposta. Em seguida, após ser interrompido por uma ligação, ele recuou das afirmações.

"A presidenta Dilma me convidou para ir pra Secretaria de Direitos Humanos, coloquei à presidenta que eu poderia ajudar o seu governo na Câmara dos Deputados. A presidente insistiu que eu permanecesse na sua equipe", afirmou. "Sou daqueles que acham que as pessoas são os seus valores e as suas circunstâncias. Dentro dos meus valores, acredito que não se deve dizer 'não' a um pedido da presidenta da República. Não tem nenhuma circunstância que me impede de ir para SDH, então pelos meus valores e pela ausência de circunstâncias que dificultem minha ida para SDH, vou acolher então o pedido da presidente", havia afirmado logo antes da ligação.

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Pepe, no entanto, mudou o tom do discurso depois de receber uma ligação telefônica que interrompeu por três minutos a coletiva de imprensa. Apesar de ter afirmado, momentos antes, que Dilma insistiu para que ele aceitasse o pedido e confirmado que vai "acolher o pedido", Pepe passou a dar respostas evasivas e insistir apenas que tem condições de colaborar com o governo Dilma se ela decidir. Ele ressaltou que também não teria problemas em reassumir o mandato que tem de deputado federal. "A única coisa que tenho garantia é o meu mandato de deputado", disse.

De volta à sala de entrevista, disse que Dilma não confirmou sua nomeação para a Secretaria. "Não houve um comunicado oficial em relação a isso. O que digo para a presidenta é que, se ela quiser me aproveitar na sua equipe, tranquilamente aceito o convite de continuar contribuindo com a sua equipe", afirmou.

Perguntado sobre quais seriam suas prioridades como chefe da Secretaria de Direitos Humanos, Pepe respondeu: "Não fui nomeado ministro da secretaria de Direitos Humanos, não há por que eu fazer esse tipo de comentário".

Ele foi retirado da Secretaria de Relações Institucionais da Presidência da República com a decisão de Dilma de que o vice-presidente Michel Temer passaria a acumular a função de articulação política. Questionado sobre a ligação telefônica, o petista respondeu: "Era um telefonema que eu tinha de atender, que eu tinha solicitado".

Para Pepe, ao tirá-lo do comando da articulação política do governo, Dilma fez uma opção de substituir o PT pelo PMDB, partidos da base do governo que têm protagonizado atritos. "Esse ruído desorganiza e desestabiliza o conjunto da base", afirmou.

Refém

Sobre o aumento do poder do PMDB, que tem agora, além da articulação política, as presidências da Câmara e do Senado, Pepe disse que não se trata de o governo ser refém do aliado. "É evidente que o governo tem no PMDB um dos principais partidos que compõem o governo. É um partido importante", afirmou.

Durante a entrevista, Pepe Vargas confirmou que ficou sabendo de sua saída das Relações Institucionais pela imprensa. "Fiquei sabendo pela imprensa por conta de um vazamento. Tão logo saiu o vazamento, eu liguei pra presidenta, combinamos de falar no dia seguinte, ela me comunicou da sua decisão, de forma muito respeitosa, e portanto, foi dessa forma que aconteceu". Ele garantiu que não tem nenhuma mágoa com a situação.

O petista Pepe Vargas será o novo ministro-chefe da Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República, até agora ocupada por Ideli Salvatti. Pepe perdeu o posto de ministro da Secretaria de Relações Institucionais (SRI), depois que a presidente Dilma Rousseff entregou a articulação política do governo para o vice-presidente Michel Temer.

Ideli sai de Direitos Humanos e está cotada para assumir a direção dos Correios. O Palácio do Planalto deve anunciar as substituições ainda nesta quarta-feira, 8. A ministra Ideli Salvatti, inclusive, já cancelou participação programada para quinta-feira, 9, na Feira Internacional de Tecnologias em Reabilitação, Inclusão e Acessibilidade - Reatech, em São Paulo. Ideli assumiu a Secretaria de Direitos Humanos em 1º de abril de 2014. Esteve à frente da Secretaria de Relações Institucionais da Presidência da República no período de junho de 2011 a março de 2014. Antes, comandava o Ministério da Pesca e Aquicultura.

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Pepe não escondeu a mágoa de Dilma ao ter de deixar a SRI. Tudo por causa da forma como foi conduzida a transição. Na segunda-feira, a presidente convidou o ministro da Secretaria de Aviação Civil, Eliseu Padilha (PMDB), amigo de Temer, para assumir a articulação política do Planalto. O convite, entretanto, "vazou" enquanto Pepe ainda exercia suas funções. Para piorar, Padilha acabou recusando o convite, alegando motivos pessoais, e Dilma foi obrigada a arranjar uma solução rápida para a crise, convidando Temer, que comanda o PMDB e aceitou a missão.

Após deixar a Secretaria de Relações Institucionais, que ficará sob o comando do vice-presidente Michel Temer, o petista Pepe Vargas assumirá a Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República. O anúncio deve ser feito pelo Palácio do Planalto nas próximas horas.

Embora ainda não tenha sido oficializada, a mudança é certa. Pepe é um dos políticos mais influentes no grupo gestor da presidente Dilma Rousseff e também já esteve à frente do Ministério de Desenvolvimento Agrário. A presidente fez o convite para que ele retornasse ao primeiro escalão, na noite dessa terça (7). A resposta veio após uma reunião entre os dois.

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Dilma também já havia avisado a Ideli Salvatti, que até então é ministra dos Direitos Humanos, que precisaria do cargo para acomodar Pepe Vargas. Salvatti assumirá a presidência dos Correios.

 

O ministro da Secretaria das Relações Institucionais, Pepe Vargas, reafirmou na noite desta sexta-feira, 27, que a presidente Dilma Rousseff (PT) não tem intenção de fazer uma reforma ministerial. Em passagem pela capital gaúcha, onde se encontrou com o prefeito José Fortunati (PDT), Vargas conversou rapidamente com a imprensa momentos antes de o Palácio do Planalto confirmar o nome de Renato Janine Ribeiro, filósofo e professor da Universidade de São Paulo (USP), como ministro da Educação no lugar de Cid Gomes (PROS), que deixou o cargo neste mês.

Ao longo da entrevista, Pepe foi atualizado da movimentação em Brasília por sua assessora, e chegou a dizer que Dilma anunciaria o novo ministro em breve. Ele descartou uma modificação ampla no primeiro escalão do governo. "A presidenta já manifestou que não vai fazer uma reforma ministerial, que fará mudanças pontuais", disse.

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Hoje à tarde, a Presidência também informou a indicação do ex-deputado Edinho Silva (PT), que foi tesoureiro da campanha pela reeleição de Dilma, para chefiar o Ministério da Secretaria de Comunicação Social (Secom), substituindo Thomas Traumann, que pediu demissão na quarta-feira, 25.

Perguntado sobre uma possível redução no número de ministérios, Pepe Vargas afirmou que este tema não tem sido debatido nas reuniões de governo e argumentou que a medida seria ineficiente para reduzir gastos, já que a junção de uma pasta com outra não elimina a estrutura necessária para tocar políticas públicas inerentes a uma área.

"Você acaba com o cargo de ministro (da Cultura) e toda a estrutura da Cultura vai para dentro da Educação. Você economiza o quê?", exemplificou. Segundo ele, "soluções mágicas" fazem parte de um "mundo irreal", e o que pode garantir a melhora da situação fiscal do País é o contingenciamento, o corte de despesas de custeio e a manutenção de investimentos.

Hoje à tarde, o vice-presidente Michel Temer disse que é possível que houvesse redução no número de ministérios no governo Dilma, já que ela está "muito sensibilizada com o tema". Pepe Vargas avaliou que "o principal do ajuste fiscal são os cortes de gastos que o governo já está fazendo", acrescentando que, antes de a Lei Orçamentária ser aprovada pelo Congresso Nacional, o governo tinha a possibilidade de gastar um duodécimo (ou doze avos) do orçamento previsto para 2015, mas gastou dezoito avos. "Portanto fizemos uma economia de 33% já em janeiro, fevereiro e março", disse.

De acordo com o ministro, quando a Lei Orçamentária voltar para o Palácio do Planalto e for sancionada pela presidente, "em seguida" será publicado o decreto de programação orçamentária, "quando ficará claro o tamanho do contingenciamento de gastos, mostrando que o principal do corte é do próprio governo".

Ele também citou as medidas provisórias 664 e 665, que tratam da redução de direitos trabalhistas. Pepe Vargas reconheceu que elas podem ajudar na redução de gastos no fiscal no curto prazo, mas argumentou que o "mais importante" dessas duas MPs é que elas "defendem a sustentabilidade dos fundos públicos que lastreiam os benefícios dos trabalhadores". "Você tem que aperfeiçoar a legislação e corrigir distorções que a legislação permite. Não é crível que no ano que se tem a menor taxa de desemprego se tenha a maior taxa de saque nos seguro desemprego."

Sobre a resistência de movimentos sociais e de próprios parlamentares da base aliada às MPs, ele explicou que o processo de negociação "está em curso" e que seria prematuro afirmar que elas podem sofrer alguma alteração, já que as comissões mistas foram recém-instaladas. No entanto, ponderou que dificilmente uma medida provisória sai do Congresso do mesmo jeito que entrou. "É óbvio que é um tempo de debate no Congresso Nacional e o Congresso pode pedir alterações naquilo que o governo está propondo. Nós vamos avaliar e ver se há sustentabilidade", falou.

Renegociação da dívida

Pepe veio a Porto Alegre conversar com o prefeito José Fortunati, que é presidente da Frente Nacional dos Prefeitos (FNP) e recomendou, nos últimos dias, que os municípios buscassem a Justiça para garantir a renegociação das dívidas que têm com a União, seguindo o caminho do prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes, após o governo sinalizar que não pretende, no curto prazo, sancionar o projeto de lei que prevê a redução do estoque dos passivos. "Fortunati representa os municípios, não se poderia esperar comportamento diferente dele, mas ele compreende que tem um processo de negociação em curso."

A Associação Municipalista de Pernambuco (Amupe) vai reunir os prefeitos de todo o estado para o 2° Congresso Pernambucano de Municípios. O encontro acontece entre os dias 23 e 25 de março, no Centro de Convenções, em Olinda. A abertura do evento, no dia 23, será feita pelo governador Paulo Câmara (PSB), o ministro das Relações Institucionais, Pepe Vargas, e o presidente da associação, prefeito de Afogados da Ingazeira José Patriota (PSB). 

Durante os três dias, algumas palestras fazem parte da programação do Congresso. Nomes como o do ministro da Educação, Cid Gomes (PROS); do presidente da Confederação Nacional dos Municípios (CNM), Paulo Ziulkoski; do deputado federal, Tadeu Alencar (PSB) e do secretário estadual de Planejamento e Gestão, Danilo Cabral integram a lista dos palestrantes. 

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O cenário econômico nacional, o pacto federativo, o financiamento da educação municipal e a transferência dos ativos de iluminação pública para os municípios estão entre os temas que serão abordados no encontro. Além das palestras, em paralelo também serão promovidas oficinas educativas e a feira com stands dos municípios e de instituições e empresas que oferecem serviços às gestões públicas.

O ministro da Secretaria de Relações Institucionais, Pepe Vargas, considerou "inadmissível" que as manifestações programadas para este domingo (15) levantem a bandeira de um pedido de impeachment da presidente Dilma Rousseff. "Cheira a golpe", comentou.

Ele argumenta que houve uma eleição legítima e as tentativas de questionar a legitimidade das eleições todas foram negadas pela Justiça Eleitoral. "A tentativa de questionar é golpe à democracia. Não podemos aceitar isso. Há uma presidente no exercício do seu cargo ungida pelas urnas. E falar em impeachment é desrespeitar a vontade majoritária da população brasileira que foi às urnas, é algo que cheira a golpe e isso é inadmissível", ressaltou o ministro, após café da manhã com lideranças dos partidos da base aliada em Brasília.

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Para este domingo estão previstos protestos nas principais capitais brasileiras contra a presidente Dilma Rousseff que devem mobilizar pedidos a favor da saída da petista do comando da presidência.

Questionado se ele considerava as pessoas que se manifestarem a favor do impeachment como "golpistas", o ministro se esquivou: "Acho que não vai todo mundo para a rua a favor do impeachment. Alguns da oposição, sim. Respeitamos a manifestação das pessoas. Essa é tese de alguns da oposição. O que nós respeitamos é a manifestação das pessoas". Os partidos de oposição (PSDB, DEM, PPS e Solidariedade) pretendem dar suporte formal e informal aos atos programados para todo o País.

Único representante do Palácio do Planalto no encontro, realizado na casa do líder do PSD, Rogério Rosso (DF), Pepe Vargas defendeu ainda a decisão da presidente Dilma de ampliar o núcleo político do governo, que passará a contar com a participação do ministro das Cidades, Gilberto Kassab (PSB), do ministro de Ciência e Tecnologia, Aldo Rebelo (PCdoB) e do ministro da Aviação Civil, Eliseu Padilha. "Nós precisamos mais de ministros fazendo política. Todos os ministros precisam articular politicamente", disse.

Para o encontro eram esperados o vice-presidente da República, Michel Temer (PMDB), e o ministro chefe da Casa Civil, Aloizio Mercadante, que não compareceram.

Na avaliação de interlocutores do governo, a ampliação do grupo articulador é uma tentativa da presidente Dilma de reduzir a pressão pelo afastamento de Mercadante, um dos principais nomes da atual coordenação política. Setores do próprio PT argumentam que Mercadante não está tendo boa atuação num momento em que o governo enfrenta sua pior crise.

O ministro-chefe da Secretaria de Relações Institucionais (SRI), Pepe Vargas, afirmou, após se reunir no Congresso com o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), que um caminho para o entendimento está sendo construído. "Ele acha que para pactuar melhor com o PMDB, o partido tem de ser mais ouvido em torno de algumas ações que o governo adota", disse.

Renan teria dito, segundo Vargas, que "é preciso construir condições de desobstruir a pauta, votar a lei do orçamento e vencer a questão do veto". O presidente do Senado quer também "construir uma negociação em torno do reajuste da tabela do imposto de renda". Segundo Pepe Vargas, Renan Calheiros "se dispôs a ajudar a encontrar uma saída negociada" para as questões que estão emperradas no Congresso, como é o caso do IR.

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Após retornar ao Planalto, Pepe Vargas levou à presidente Dilma Rousseff um relato da conversa de mais de uma hora que teve com Renan Calheiros. Esta foi uma das pontes que o governo está tentando criar para melhorar o clima com o PMDB e com o presidente do Senado. Na conversa, Renan insistiu que quer preservar a independência do Senado, que considera "muito importante".

Na opinião do ministro, o clima hoje já está melhor. "Ontem, eu liguei duas, três vezes, e ele não atendeu. Hoje, eu liguei e ele atendeu de imediato. Aí marcamos a reunião", contou Pepe. "Vamos fazer agora o caminho, o percurso para este entendimento". Sobre a possibilidade de uma conversa de Dilma com Renan, o ministro disse que os dois são presidentes de Poderes e se falam quando quiserem.

Questionado sobre os problemas de relacionamento do Executivo com Legislativo que poderão ocorrer, caso se confirme os nomes de Renan e do presidente da Câmara, Eduardo Cunha, na lista do Ministério Público relativa à Operação Lava Jato, o ministro respondeu: "Primeiro, não sei quem está na lista, não tenho a menor ideia e, se é verdade o que está sendo dito, a lista será de pedir investigação, que sequer é denúncia".

O ministro das Relações Institucionais, Pepe Vargas, chegou ao gabinete do presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), na tarde desta quarta-feira, 4, com uma "proposta de paz" da presidente Dilma Rousseff. Na noite da terça-feira, 3, Renan devolveu ao Planalto a Medida Provisória do ajuste fiscal que recua na desoneração da folha de pagamentos para diversos setores da economia.

Renan está inconformado com o vazamento da notícia de que consta da lista de políticos que serão investigados pelo Supremo Tribunal Federal (STF) por envolvimento com irregularidades na Petrobras. Entrou em crise com o Planalto após não ver interesses atendidos, como a manutenção de um indicado no comando da Transpetro e a falta de apoio financeiro ao governo de Alagoas, governado por seu filho, Renan Filho.

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Encaminhada ao Congresso na sexta-feira, 27, a MP reduz o benefício fiscal de desoneração da folha de pagamentos e integra as medidas tomadas pelo governo na tentativa de equilibrar as contas da União num cenário de declínio na área econômica.

'Cordialidade'

A presidente Dilma Rousseff fez duas tentativas antes de conseguir conversar, por telefone, no final da noite de ontem, com o presidente do Senado. Só teve sucesso depois de telefonar para um líder próximo ao senador que passou o telefone para Renan Calheiros.

Conforme a reportagem apurou, a conversa foi cordial. Renan explicou para a presidente que a decisão do Senado de devolver ao governo a Medida Provisória que reduz benefícios fiscais à empresas teve como propósito fortalecer as instituições. Conforme relatos, Renan justificou à presidente que seria inconstitucional dar urgência a uma medida que trata de alteração de imposto.

Apesar do tom da conversa, no Congresso a expectativa é que todos os projetos de interesse do governo sejam derrubados. Renan já teria avisado a interlocutores das centrais sindicais que no caso das medidas provisórias que tratam dos direitos trabalhistas, ele irá criar uma comissão para analisá-la já com ordem para que sejam rejeitadas.

Outros cortes

Pepe Vargas disse nesta tarde que o governo fará corte de "outros gastos" se o Congresso não aprovar medidas de ajuste fiscal propostas originalmente pelo Palácio do Planalto. Pepe afirmou que "não há risco" de que a meta de superávit primário de 1,2% do PIB não seja cumprida.

"Se eventualmente o Congresso Nacional fizer algum ajuste nas medidas que encaminhamos, alguma emenda, num processo de negociação que não é exatamente aquilo que o governo encaminhou na proposta original, isso obviamente será ajustado no corte de outros gastos", disse o ministro, sem detalhar quais seriam esses cortes. "Não há risco nenhum do governo não cumprir o primário de 1,2%, nenhum", reforçou.

O ministro lembrou que a parte principal do ajuste fiscal já está sendo feita. "O Congresso já nos deu autorização para enquanto não é votada a lei orçamentária, podermos utilizar 1/12, nós estamos utilizando 1/18, estamos fazendo una economia de 33% superior à autorização que a gente tem", explicou. Segundo ele, as medidas provisórias que trazem ajuste fiscal são mais importantes no longo prazo, já que fazem correções em benefícios de trabalhadores.

Pepe disse ainda que se o Congresso tivesse votado vetos presidenciais na noite de ontem (a sessão foi cancelada), o governo teria condição de manter os vetos. "Temos convicção disso".

Um dia depois de a Procuradoria-Geral da República encaminhar ao Supremo Tribunal Federal (STF) 28 pedidos de abertura de inquérito contra 54 pessoas - entre elas, os presidentes do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), e da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), -, o ministro-chefe da Secretaria de Relações Institucionais, Pepe Vargas, disse nesta quarta-feira, 4, que o Palácio do Planalto não tem intenção de ver o Congresso Nacional fragilizado.

"Muito antes pelo contrário. Quem está em um governo, o que mais quer é estabilidade. Instituições democráticas estáveis são o objetivo de qualquer governo. E obviamente que o nosso governo tem o maior interesse possível de que a Câmara e o Senado tenham estabilidade política. Não temos interesse algum na fragilização da Câmara e do Senado", comentou o ministro a jornalistas, depois de participar de duas reuniões no Palácio do Planalto com os líderes da base aliada na Câmara e no Senado.

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Conforme informou nesta quarta-feira o jornal O Estado de S. Paulo, a presidente Dilma Rousseff está preocupada com o agravamento das retaliações no Congresso após a apresentação da lista da Procuradoria-Geral da República. O temor é que Renan e Eduardo Cunha culpem o governo por estarem citados na lista e inviabilizem votações de interesse do Executivo.

"Não há absolutamente nenhuma possibilidade de o governo incluir ou tirar alguém da lista. Até porque isso significaria fazer uma especulação de que o Ministério Público possa ser influenciado e não teria autonomia e independência. Não tem a menor possibilidade de o governo influir nisso, até porque o Ministério Público tem toda a autonomia para fazer a sua investigação e os seus procedimentos", ressaltou Pepe Vargas.

Na avaliação do ministro, a lista do procurador-geral da República, Rodrigo Janot, obviamente causa "apreensão e ansiedade" entre os parlamentares. "É inegável. É evidente que há um clima de apreensão, de preocupação, há muita especulação em torno desse tema", comentou o petista. "Até o presente momento não tem ninguém denunciado, então também acho que tem que se ter cuidado com as afirmações que são feitas."

Para o ministro, as investigações devem ser feitas de forma "rápida" e "segura" para que os citados na lista de Janot possam fazer a sua defesa.

Um dia depois de o PMDB eleger um aliado do senador Aécio Neves (PSDB-MG) para liderar a bancada do partido na Câmara, o ministro-chefe das Secretaria de Relações Institucionais, Pepe Vargas, disse nesta quinta-feira (12) que o governo não está "tremendo nas bases" com a eleição de Leonardo Picciani (RJ) para o posto.

"(O governo) Não está tremendo nas bases porque o PMDB elegeu o seu líder, é um processo tranquilo, já falei com o Picciani ontem", disse Pepe Vargas a jornalistas, depois de participar de reunião do Sistema de Assessoramento para Assuntos Federativos (SASF), no Palácio do Planalto. "Não tenho nenhum problema com ele (Picciani), não", comentou o ministro.

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Em entrevista ao jornal "O Estado de S. Paulo", Picciani defendeu uma candidatura própria do PMDB para a Presidência da República em 2018. De acordo com o deputado, a criação de uma CPI da Petrobras "não é para favorecer nem prejudicar o governo".

"A visão que temos da CPI é que ela precisa esclarecer os fatos, punir eventuais culpados, mas sobretudo recuperar a credibilidade da Petrobras", disse o peemedebista.

Conforme informou nesta quinta-feira o jornal "O Estado de S. Paulo", na tentativa de reagir à crise política que enfrenta com uma série de derrotas no Congresso, a presidente Dilma Rousseff decidiu recorrer ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, com quem se reúne hoje em São Paulo.

Questionado se ter Picciani como líder do PMDB na Câmara e Eduardo Cunha (PMDB-RJ) como presidente da Casa não seria "demais", Pepe Vargas respondeu: "Não, não é demais, não."

Ajuste fiscal

Em meio ao pessimismo generalizado com os rumos da economia brasileira, Pepe Vargas disse que o ajuste fiscal anunciado pelo governo é de "curto prazo", necessário para a retomada do crescimento e garantiu que as alterações nos benefícios trabalhistas não significam uma retirada de direitos.

"Nós agora precisamos fazer o ajuste. É no primeiro ano de governo que se faz esse ajuste. Precisamos da contribuição de todos dentro do governo, precisamos deixar claro aos nossos parceiros - municípios e Estados -, que esse ajuste tem como objetivo justamente equilibrar o nosso processo fiscal para que no próximo período a gente possa dar continuidade ao projeto de desenvolvimento econômico e social, dando continuidade a todas as políticas públicas que a gente vem desenvolvendo", discurso o ministro, durante reunião do SASF.

De acordo com Pepe Vargas, o objetivo do ajuste é "equacionar as questões" para a construção de fundamentos sólidos na economia. "A gente tem que dizer isso, deixar claro que esse é o nosso objetivo, nós não temos nenhum objetivo de recuar, de retirar direitos, muito antes pelo contrário, mesmo que eventualmente tenhamos que fazer determinadas correções em alguns benefícios que são direitos do povo brasileiro, dos trabalhadores", ressaltou Pepe Vargas. "Precisamos deixar claro que isso não é um processo de longo prazo, é um ajuste de curto prazo."

Na terça-feira, 10, a presidente Dilma Rousseff apresentou à Central Única dos Trabalhadores (CUT) um conjunto de razões que levaram às modificações para concessão de abono salarial, seguro-desemprego, pensão por morte e auxílio-doença. Na ocasião, Dilma reafirmou seu compromisso com os direitos dos trabalhadores.

O ministro-chefe da Secretaria de Relações Institucionais, Pepe Vargas, confirmou ao Estado que a presidente Dilma Rousseff se reúne nesta quinta-feira, 12, em São Paulo, com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Negou, no entanto, que o encontro seja para "pedir socorro" ao ex-presidente para vencer o isolamento em que se encontra ou tentar ajudar a contornar os problemas enfrentados pelo governo seja política, seja economicamente.

Pepe Vargas aproveitou ainda para elogiar o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PDMB-RJ), pela iniciativa de querer ouvir todos os 39 ministros do governo, semanalmente, às quintas-feiras, acrescentando que não houve constrangimento por isso. "Nenhum constrangimento. Muito pelo contrário, quero parabenizar Eduardo Cunha pela iniciativa", disse ele, acrescendo que "o governo vê isso com bons olhos porque isso ajudará os ministros que terão um espaço privilegiado para informar ao parlamento as prioridades de suas pastas e as ações que estão desenvolvendo". E emendou: "os ministros não podem achar que isso os atrapalha. Muito pelo contrário. Achamos isso muito positivo para um governo que quer estabelecer diálogo de forma transparente, clara e aberta. Não há problema algum pra nós. É um convite. Tranquilo".

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Ao comentar o encontro de Dilma e Lula, Pepe Vargas minimizou ao ser questionado se o ex-presidente ia dar conselhos para a presidente reverter a nova crise política que o Planalto enfrenta, com sucessivas derrotas no Congresso e mais uma rebelião da própria base aliada e para aconselhá-la a sair do isolamento. "Entre os dois não tem isso de pedir socorro. Eles vão repassar os dados da conjuntura e esta é uma daquelas reuniões que eles fazem de vez em quando para trocar impressões", declarou o ministro, negando, ainda, que a presidente Dilma esteja isolada.

"Não considero que haja um processo de isolamento. Acho que as pessoas estão dizendo que, não só a presidenta, mas o governo como um todo precisa dialogar mais, tem de se comunicar mais. Não é um problema só da presidenta, mas o conjunto do governo que tem de fazer isso", declarou o ministro. Segundo Pepe Vargas, este encontro era para ter ocorrido em Belo Horizonte, quando os dois se encontraram na sexta-feira passada, dia 6, no aniversário do PT, mas não foi possível. "Faz um tempo que não sentaram. Tá na hora de sentar pra conversar e isso vai ter sempre, de quando em quando", emendou.

Derrotas

 

Ao rechaçar as avaliações de que governo tenha sofrido seguidas derrotas impostas pelo Congresso e, particularmente pelo novo presidente da Câmara, deputado Eduardo Cunha, Pepe Vargas comentou que "essa tese de que o governo só tem tido derrotas não é verdadeira", explicando que, no caso do orçamento impositivo, por exemplo, o governo orientou a sua bancada a votar favoravelmente. Mas, em relação ao pagamento de emendas aos novos parlamentares que redundará em um aumento de gastos do orçamento da ordem de R$ 2,4 bilhões, em momento de ajuste fiscal, o ministro justificou que o senador Romero Jucá (PMDB-RR), relator da proposta, informou ao governo sua disposição e explicou que está tentando buscar recursos para garantir este desembolso não previsto no orçamento de 2015.

"O Jucá comunicou que está tentando encontrar uma solução para isso e o governo está aberto a discutir este tema", comentou o ministro, reconhecendo que "é evidente que os parlamentares que estão chegando representam regiões e cidades e têm toda a legitimidade de, desde o seu primeiro ano de mandato, querer resolver problemas das suas comunidades".

O ministro da SRI citou que o governo "não encara isso como uma coisa ruim". Mas ressalvou, no entanto, que "a questão toda é como vamos encontrar os recursos para bancar isso". Ele salientou que o senador Jucá "não agiu pelas costas, mas sim agiu de forma clara e transparente com o governo" e, além disso, "está tentando encontrar uma solução e vai apresentar no relatório final".

Lei trabalhista

 

Sobre as Medidas Provisórias que tratam da legislação trabalhista e previdenciária, que até partidos da base querem modificar, para desespero do governo que conta com a aprovação de ambas para garantir mais R$ 18 bilhões em seu caixa, o ministro tentou minimizar dizendo que "isso nem entrou em debate ainda". Segundo ele, o debate está ainda com as centrais sindicais e na semana depois do Carnaval serão iniciadas conversas com as bancadas partidárias e com as lideranças do governo.

"Estamos organizando um calendário de debates e discussões com o Congresso sobre o tema", observou o ministro. Tentando evitar reconhecer qualquer clima de revolta na base aliada em relação ao tema, Pepe Vargas disse que as emendas apresentadas pelos parlamentares são propostas para "aperfeiçoar o texto encaminhado ao Congresso". Para ele, "o governo vai ter de dialogar com a realidade de que existem emendas" já que é natural que "qualquer proposta do executivo passa por processo de debate interno no Congresso".

O ministro da Secretaria de Relações Institucionais, Pepe Vargas, disse nesta quinta-feira (5) que a criação da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Petrobras na Câmara não preocupa o governo. O ministro voltou a dizer que as CPIs perderam protagonismo e avaliou que elas têm sido usadas como instrumento de disputa política. O presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), leu hoje no plenário o ato de criação da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Petrobras.

Para Vargas, órgãos como o Ministério Público Federal, a Controladoria-Geral da União e a Polícia Federal têm sido mais efetivos no combate a crimes contra a administração pública. “Sempre disse que as comissões parlamentares de inquérito, em função do novo protagonismo dos órgãos que combatem a corrupção, perderam aquele protagonismo que tinham no passado, até porque as regras agora são diferentes. Uma pessoa pode chegar lá para o depoimento, ficar calada e não acontece nada”, disse a jornalistas após participar da posse de Mangabeira Unger na Secretaria de Assuntos Estratégicos.

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“Não temos problema nenhum com órgão nenhum que queira fazer isso (investigar). O que acontece é que as CPIs têm servido mais como um instrumento de disputa política do que para efetivamente fazer investigação”, acrescentou Pepe Vargas.

A CPI será composta por 26 membros titulares e suplentes, divididos proporcionalmente entre os blocos. Ontem, o líder do PT na Câmara, Sibá Machado, adiantou que, com a maior bancada da Casa, o partido vai pleitear a presidência ou a relatoria da comissão.

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